5.11.05

Não há razões para preocupação

Intifada francesa alarga-se

Marauding youths torched nearly 900 vehicles, stoned paramedics and burned a nursery school in a ninth night of violence that spread from Paris suburbs to towns around France, police said Saturday. Authorities arrested more than 250 people overnight — a sweep unprecedented since the unrest began.

For the first time, authorities used a helicopter to chase down youths armed with gasoline bombs who raced from arson attack to arson attack, national police spokesman Patrick Hamon said.###

(...)

With 897 vehicles destroyed by daybreak Saturday, it was the worst one-day toll since unrest broke out after the Oct. 27 accidental electrocution of two teenagers who believed police were chasing them. Five hundred cars were burned a night earlier.

In a particularly malevolent turn, youths in the eastern Paris suburb of Meaux prevented paramedics from evacuating a sick person from a housing project, pelting rescuers with rocks and torching the awaiting ambulance, an Interior Ministry official said.

A nursery school was badly burned in Acheres, west of Paris.

The town had previously escaped the violence, the worst rioting in at least a decade in France. Some residents demanded that the army be deployed, or that citizens band together to protect their neighborhoods. At the school gate, Mayor Alain Outreman tried to calm tempers.

"We are not going to start militias," he said. "You would have to be everywhere."

Unrest, mainly arson, was reported in the northern city of Lille, in Toulouse in the southwest and in the Normandy city of Rouen. It was the second night that troubles spread beyond the difficult Paris suburbs.

(...)

The persistence of the violence prompted the American and Russian governments to advise citizens visiting Paris to steer clear of the suburbs.

In Torcy, east of the capital, looters set fire to a youth center and a police station, which were gutted, city hall said. An incendiary device was tossed at the wall of a synagogue in Pierrefitte, northwest of Paris.

A police officer at the Interior Ministry operations center said bullets were fired into a vandalized bus in Sarcelles, north of Paris.

Firefighters battled a furious blaze at a carpet warehouse in Aubervilliers, on the northern edge of Paris.

Arthur Seldon: um liberal à moda antiga

Arthur Seldon died on October 11 at the age of 89. Few outside policy wonk circles will have heard of him. He may thus merit the title of the most influential person most people have never heard of. For he was behind the intellectual sea change that led to both Thatcherism and Reaganism. As such he merited obituaries in the New York Times, The Times, The Daily Telegraph and The Guardian as well as appreciations from think tanks like the Adam Smith Institute, and it's that latter that gives a clue as to why was indeed so influential.###

The story was told to me only a couple of weeks ago by Madsen Pirie of the ASI. Sir Anthony Fisher, having made his fortune in introducing broiler chickens to the UK (sort of a Frank Perdue for his times) got to know Friedrich Hayek and expressed an interest in going into politics in order to contribute to the ongoing debate as to how and where the country was going. Hayek convinced him that influencing the debate, providing the ideas, was a better way of wielding such influence and so the Institute for Economic Affairs was formed. Seldon was the editorial director and Ralph Harris (now Lord Harris) the general one. Seldon had been educated by both Hayek and Lionel Robbins at the LSE in the 1930 and had also taught there after the war.

(...)

Remember, when he and Harris started out in the '50s, both the Conservatives and Labour thought that the Health Service should be exclusively provided by the State, with what private provision was left a mere hangover from an earlier time. The school system was just beginning to be made comprehensive, with parental choice being removed. The "commanding heights" of the economy were nationalized or about to be (steel, coal, shipbuilding, car manufacturing and so on) and it was thought by all that this should continue to be so. Government should micro-manage the economy, to the extent of deciding how much money each individual could take out of the country when on holiday. In everything, the bureaucrat in his office knew better than the individual knew themselves about themselves and their family.

I might also point out that the Liberal Party of the day was so sidelined that at one point their entire number of MPs could fit in one London taxi....each with their own seat.

The Thatcher Revolution of course made a difference but it is the ideas themselves that have lasted much longer. It is the current Labour Government that is bringing academic selection and parental choice back into schools, insisting that private companies be allowed to bid for work from the National Health Service, privatized the Air Traffic Control system.

To have, as the phrase goes, not so much won the game as to have pulled the board, the place of conflict, over to your ground is a grand and great achievement in politics, one showing how much more influential one can be when proposing ideas rather than a specific electoral program.

Irão

Saudades de Merquior

"O cerne do argumento liberal é a velha lição de Montesquieu: não basta decidir sobre a base social do poder – é igualmente importante determinar a forma de governo e garantir que o poder, mesmo legítimo em sua origem social, não se torne ilegítimo pelo eventual arbítrio do seu uso. Na raiz da posição liberal se encontra sempre uma dose inata de desconfiança ante o poder e sua inerente propensão à violência. Por isso, o primeiro princípio liberal é o constitucionalismo, isto é, o reconhecimento da constante necessidade de limitar o fenômeno do poder. O mundo liberal é uma ordem nomocrática – uma sociedade colocada sob o império da lei, onde todo poder possa ser experimentado como autoridade e não como violência."

José Guilherme Merquior, em: O Argumento Liberal. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.

Um dos maiores expoentes da intelectualidade brasileira, José Guilherme Merquior nos deixou muito cedo. Nasceu em 1941 e faleceu em 1991. Dentre seus livros, concentrados principalmente em temas de crítica literária, estética e filosofia política, destaco: Liberalism old and new; A Natureza do Processo; O Marxismo Ocidental; Arte e Sociedade em Marcuse, Adorno e Benjamin; O Argumento Liberal; O Estruturalismo dos Pobres e Outras Questões; From Prague to Paris: a Critique of Structuralist and Poststructuralist Thought.

Por quem dobram os sinos

"Quem dera aos neoliberais contemporâneos terem força suficiente para revitalizarem a corrente, que aos poucos, neste novo século, dá os últimos esbracejos, depois das políticas do actor que foi Presidente e da Dama de Ferro entrarem em declínio."
Sendo certo que, com grande pena nossa, já não podemos contar com as valiosas contribuições dos saudosos Ronald Reagan e Margaret Tatcher, a verdade é que o sucesso das suas políticas contribuiu para a revitalização (e não para o declinio) do liberalismo. A profusão e influência dos think thanks de cariz liberal tem crescido significativamente desde os anos 80 do século passado. Verifica-se, aliás, que a adopção de agendas liberais (ou, no mínimo, liberalizantes) atinge inclusivamente os velhos partidos socialistas que, com poucas excepções, têm vindo a abandonar a defesa do falido e inoperante welfare state. Já nem a alegação de supostos "véus da ignorância" parece desculpar a defesa do intervencionismo estatal.

NIMBY

Entretanto, na Dinamarca...

Perfeitamente integrados no modelo social europeu...

Bad Moon Rising

4.11.05

Ainda sobre cooperação e civilização

A não perder

Integração

(...) e assim nós vemos que o acto dum estrangeiro viver toda a sua vida debaixo doutro governo, e de gozar os seus privilégios e protecção, não obstante estar ele obrigado, mesmo em consciência, a submeter-se à sua administração, tanto quanto o está qualquer estrangeiro naturalizado, não o constitui súbdito ou membro dessa república. Nada, senão uma convenção positiva, pacto, ou promessa expressa, pode fazer o homem um membro ou súbdito de uma republica

In "Segundo Tratado sobre o Governo", John Locke, Cap. VIII, ponto 122.

Ao que parece, os jovens envolvido nos motins em França são descendentes de imigrantes. Os seus antepassados sairam dos seus países em busca de vida melhor (como todos os emigrantes, como tantos milhões de portugueses). As comunidades em que se foram instalando mantiveram-se fechadas à vida da sociedade que os acolheu, excluindo a mistura cultural, política, religiosa ou de outra qualquer índole com a restante sociedade. As políticas de preservação da multiculturalidade também contribuiram para acentuar essa separação.
Perante este quadro, é fácil verificar que estes cidadãos, segundas e terceiras gerações de descendentes de imigrantes, não se sintam devedores de respeito perante as leis que governam os países onde vivem e os laços que unem esse país como uma sociedade. No entanto, é ao governo da sociedade que repudiam, ao contributo dos impostos dos cidadãos dos quais se mantêm afastados, que demandam responsabilidades e recompensas, enquanto pelas suas práticas geram a destruição das suas propriedades e atacam as suas vidas. Onde está a sua demonstração clara de quererem pertencer à "república"? Sem essa, que deveres têm os restantes cidadãos para com eles, que reivindicações podem ser feitas ao governo e que autoridade pode ele ter para impôr as leis?

Governo Dinamarquês põe modelo social em causa

"We are tired of being oppressed. We are tired of the police raiding our parents. We are tired of the police stopping our cars, and raids us in public and damages our honour.»

"We are tired of the police beating up our friends, like they did this afternoon", screams the younf man with his face covered.

He calles himself 100 percent palestinian, born in a refugee camp in Lebanon, 19 years ago, and is now unemployed in Denmark.

"The police has to stay away. This is our area. We rule this place"


As torres de betão nos suburbios de Aarhus, autênticos bunkers à Le Corbusier (o génio!!), a falta de jardins, creches, apoio do Estado, de empregos e perspectivas de futuro. Ah! O futuro, o futuro...o hospital e a escola gratuita e o cheque do daddy state ao fim do mês, e o Corão, não esquecer o Corão, essa obra literaria magnifica, fonte da Lei, do Direito, da exaltação da escrava, da lapidação da adultera, da mutilação feminina, do suicidio assassino e da Pacificação humana final.

Sinais de fumo (4)

Uma sociedade que olha o seu próprio vazio é o retrato desta França fragmentada por noites de motim. Desta vez não é “lá na América” onde é suposto que tudo aconteça mas no coração da Europa civilizada. Agora, depois de anos de sinais de alarme ignorados chega a crónica de uma crise anunciada. Que ninguém faça ares de surpresa. A história da violência urbana nos arredores de Paris já tem pelo menos duas décadas de existência. O estranho é como conseguimos viver, nestas nossas cidades e sociedades organizadas, neste convívio podre com a exclusão, fechados nos pequenos perímetros das nossas vidas privadas. Não ameaçados, tudo ignoramos. Lá como cá os brandos costumes do comodismo mais cego, mais insustentável, sempre regressam para acertar contas.

Temos e teremos, também cá, aquilo que merecemos. A proporção inédita que começa a tomar o fenómeno dos motins nocturnos de Paris é o retrato da nossa própria falência, da nossa incapacidade em produzir sociedade - e também cidade, porque o urbanismo também passa por aqui.
[a barriga de um arquitecto]

Sinais de fumo (3)

Em 1995 o realizador de cinema Mathieu Kassovitz contou-nos a história de Said, Vinz e Hubert, três jovens de uma periferia parisiense que acorda numa manhã em sobressalto devido às torturas sofridas por um jovem de 16 anos num interrogatório policial. A história acaba mal. Agora, morreram dois jovens electrocutados depois de uma acção policial e a pradaria urbana incendiou-se.


Esse belo e trágico filme intitulado O Ódio é uma crónica da permanente guerra civil travada por jovens desintegrados, desempregados e empurrados para a criminalidade com as forças policiais que podia ter sido feita dez anos antes. Ele é apenas mais uma abordagem criativa desta tragédia francesa que antecipa aquilo que um dia pode propagar-se a outros países.

O que está a passar-se em Paris já antes se passou. Paris é um permanente regresso ao passado nesta matéria da violência urbana e também não é por acaso que a França é um dos países europeus onde a extrema-direita fascista maior expressão institucional tem. Há duas décadas que os governos franceses de esquerda e de direita não conseguem dar respostas consequentes na integração das vagas de emigrantes que entraram no país. Há duas décadas que a política francesa oscila entre a defesa e a recusa, ambas radicais, de um modelo social utilizado como arma de arremesso nas barricadas ideológicas de cada tribo. Há duas décadas que a política francesa não sabe como enfrentar o crescimento explosivo do desemprego, da criminalidade, do gigantismo imobiliário em bairros dormitórios, horríveis e labirínticos, que cresceram nas periferias das grandes cidades. Há duas décadas que jovens marginalizados pela crise económica e por uma sociedade em crise de valores estão em guerra com forças policiais abandonadas à sua própria sorte.
E, durante estas últimas duas décadas, qual a solução adoptada? O modelo social europeu ou o liberalismo???

Sinais de fumo (2)

o modelo social europeu pode ser mantido durante décadas à custa de paliativos contra a exclusão e o desemprego até que a situação se torna insustentável. Quando o sistema atinge o limite, como a via económica para o enrequecimento está bloqueada, o radicalismo político é a única válvula de escape do descontentamento.
João Miranda, no Blasfémias.

Double-standards politicamente correctos e padrões islamo-nazis

A Danish experiment in testing "the limits of freedom of speech" has backfired - or succeeded spectacularly - after newspaper cartoons of the Prophet Mohammed provoked an outcry.
Thousands of Muslims have taken to the streets in protest at the caricatures, the newspaper that published them has received death threats and two of its cartoonists have been forced into hiding.
The ambassadors of 11 Muslim countries called on Anders Fogh Rasmussen, the prime minister, to take "necessary steps" against the "defamation of Islam".

Disse o PM Rasmussen:
"I will never accept that respect for a religious stance leads to the curtailment of criticism, humour and satire in the press," he said.


Andres Serrano devia experimentar fazer uma foto, do Corão mergulhado em urina. Ou cerveja que talvez fosse o suficiente para a brigada do PC desatar aos gritos e a arrancar os cabelos.

Send in the Marines

Sinais de fumo

Os incidentes entre a polícia e jovens de um bairro da periferia de Paris são indícios da ausência de autoridade e de uma sociedade que excluiu.

Como aquele bairro da capital francesa, as grandes urbes europeias também têm bairros com problemáticas semelhantes. Portugal não é uma excepção. Este ano já houve o episódio recambolesco do "arrastão". Alarido que alimentou algumas manchetes.

Nunca é de mais questionar, e o assunto torna-se premente, ainda que seja latente, pelo menos enquanto novo caso não rebentar e assustar a sociedade: terá sido feito algo, desde do Verão, para combater os guetos, autênticos espaços de exclusão?

A resposta é conhecida, pois sem fumo, ninguém dá pela ardência que se vai espalhando, consolidando e, de vez em quando, brotando.
(CMC, no Tugir)

Nota: imagem copiada d'O Acidental.

Passividade em Paris (2)

Na mesma noite em que dois jovens morreram electrocutados em circunstâncias que permanecem nebulosas (mas de que logo se responsabilizou a polícia), um homem de 50 anos era morto ao pontapé por delinquentes perante a passividade de dezenas de pessoas. O presidente da câmara local entendeu dever acorrer ao funeral dos jovens, mas ignorou o da vítima do banditismo. Este gesto contém uma clara mensagem política que valoriza a suspeição, não provada, sobre um eventual exagero da polícia, e desvaloriza o vandalismo mais bárbaro.

O imenso falhanço da "integração" reside exactamente nestes tipo de equívocos, nesta total confusão de valores. Se se aceita e justifica os que vivem desafiando a lei, acaba-se no caos. E se não se promovem os valores da tolerância e do trabalho, acaba-se na segregação. Pior só acrescentando um clima político inquinado, como aquele que a França vive.
José Manuel Fernandes, Público (via tomarpartido)

Profissionais da informação

De novo, o noticiário das 13 horas da RTP1 transformou-se numa versão "noticiosa" de um panfleto do Bloco de esquerda, a propósito dos incidentes de Paris. De novo, é pena que o texto das notícias não esteja disponível em linha, para que todos possam julgar. Já não basta o modo como se tratou o Katrina, nunca rectificando as informações falsas que foram dadas, coisa que todos pediram (e bem) para ser feito com o "arrastão", mas que ninguém exige quanto ao Katrina. Agora é uma "interpretação" do que acontece em Paris inteiramente conducente à justificação da violência.

(...)

Por que razão é que eu tenho como contribuinte que pagar os exercícios de propaganda política de um grupo de senhores jornalistas que são maus profissionais e que nos querem apascentar?

(Abrupto, via Miss Pearls)
Provavelmente semelhante falta de profissionalismo também acontece nos restantes canais de televisão. Mas, esses, não tenho de continuar a pagar por eles quando desligo a TV!!!

Reverse psychology

[Os] mais liberais envaidecem-se atribuindo causas [dos distúrbios de Paris] ao "sistema social europeu", fazendo de conta que estes problemas não estão a surgir quando o mesmo sistema social está a ser posto em causa na França, tal como já surgiram nos seus amados países anglo-americanos.
Pois claro, a culpa é do liberalismo do Governo francês...

Passividade em Paris

A poucos quilómetros de Clichy-sous-Bois, e quase à mesma hora em que dois adolescentes desta cidade morriam electrocutados numa central sob alta tensão, pensando fugir a um controlo de polícia, Jean-Claude Irvoas assinou o seu decreto de morte.

Este francês de uns 50 anos passava pela cidade de subúrbios de Epinay-sur-Seine. Ia com a mulher e a filha no carro, e nem sequer estava a trabalhar. Mas, na Rue de Marseille, reparou num candeeiro público, que tinha sido instalado pela empresa onde trabalhava. Toda cidade deve ser equipada com o mesmo modelo de lampadário, mas naquele momento Jean-Claude Irvoas queria tirar uma fotografia desta primeira instalação, para o seu trabalho.

Assim que saiu do carro com a máquina fotográfica na mão, dois homens novos atacaram-no. Irvoas deu um safanão num deles, e colou-o ao chão. Um terceiro jovem surge então. Os três vão espancar até à morte este pai de família, em frente da mulher e da filha dele, aterrorizadas.

No café mesmo em frente ao local da agressão, havia uns trinta homens. Ao lado, uma mercearia estava apinhada de mulheres a fazerem compras. Mas ninguém interveio. Ninguém "viu nada". Só a gravação vídeo do crime por uma câmara de segurança de um banco permitiu reconstituir com exactidão o que aconteceu.

Os jornalistas que se deslocaram a Epinay-sur-Seine foram ameaçados e "expulsos" pelo mesmo bando que aterroriza os habitantes e que não admite intrusões no seu território.
(Público, via GLQL)

De excluídos a selvagens

António Esteves Martins, um particular ódio de estimação meu, começou a sua intervenção caracterizando "os jovens" como um grupo de excluídos, condenados ao desemprego por serem estrangeiros, o que provocava o caldo de cultura onde qualquer coisa pode despoletar a violência.

De seguida, iniciou a sua conversa com um emigrante português (vereador naquela zona). Referiu-se às notícias de que estariam portugueses envolvidos nos tumultos. Aí, Esteves Martins, sempre ele, diz que tais notícias não fazem sentido. Tudo porque a comunidade portuguesa, "que nunca causou problemas", não se iria associar a "um grupo de selvagens".

Hienas, ovelhas e avestruzes

According to prosecutors Friday, the 56-year-old woman was unable to get off a bus targeted by a Molotov cocktail late Wednesday in the northern Paris suburb of Sevran. She was allegedly doused with petrol by one youth, then others threw a flaming rag on her. Rescued by the driver, she was taken to hospital with severe burns to 20 percent of her body.
Protestam contra a miséria, a discriminação e provocação policial,…
Those responsible are groups of young Muslim men, the sons of families from France's former Arab and African colonial territories, who have said in interviews that they are protesting economic misery, racial discrimination and provocative policing.
… acabam com umas centenas de empregos…
Arsonists set fire to five businesses in the Seine-Saint-Denis region north and east of Paris city centre, completely destroying a large warehouse containing carpets and flooring material at the Garonord industrial zone near Charles de Gaulle airport
….e com os meios de transporte de outros pobres. Enquanto isso…
At Trappes to the southwest of Paris a spectacular fire gutted a bus depot, with 27 vehicles inside destroyed. Witnesses told Europe 1 radio that flames shot 50 meters (150 feet) into the air with repeated explosions.
…a cabeça do avestruz já está tão enterrada que mal se vê o pescoço.
Paris mayor Bertrand Delanoe of the opposition Socialist Party warned on Europe 1 against hasty conclusions being made "between one religion, Islam, and a few extremists" and the range of criminal networks in the down-trodden suburbs.

Maio de 1968

"Em Paris, os baderneiros fluíram para o Quartier Latin, levantaram barricadas, viraram e incendiaram carros, e jogaram garrafas incendiárias na polícia que tentava restabelecer a ordem. Os estudantes eram estimulados por radicais da classe média, principalmente Jean-Paul Sartre e sua amante Simone de Beauvoir, Michel Foucault, Jacques Derrida e Julia Kristeva. Esses intelectuais, - e mais os políticos esquerdistas como François Mitterrand e Pierre Mendes-France -, saudavam os estudantes como "libertadores" que estavam ensinando aos mais velhos uma lição cultural. Um dos poucos a manter a cabeça no lugar foi Raymond Aron, que denunciou a coisa toda como uma grande tolice, uma 'insensatez perniciosa'."

Fonte: Cobra Pages

"the riots have been caused by France’s failure to implement Marxism"

Dominique de Villepin: A "perfectly organized" riot

Mark Steyn on the Euroarabian war currently happening in the suburbs of France

A Paz Fria

(…) in the long interval of peace the sense of the tragic was lost; it was forgotten that states could die, that upheavals could be irretrievable, that fear could become the means of social cohesion.

KAGAN, Donald, On the Origins of War and the Preservation of Peace, London, Pimlico 1997, p. 567.


A visão idealista das relações internacionais (tão em voga na opinião pública portuguesa e alimentada pelos media e por políticos demagogos) que acredita o fim da guerra ser possível, julgou ter encontrado a sua oportunidade no pós-Guerra Fria. O ideal comunista e anti-liberal rapidamente foi substituído pelo pacifismo e pela ambição da guerra não ser mais necessária. O truque era genial, na medida em que a única nação com poder militar (e imprescindível desarmar) eram os EUA, esses arautos do mundo liberal e capitalista.

A paz eterna e sem esforço é uma ambição de sempre e tentadora. Facilmente ela se tornou um dos objectivos dos nossos tempos. Os anos 90 foram a crença em algo impossível: A paz, e não a guerra, fazem parte da natureza humana. O homem faz a guerra por razões estritamente racionais e, desta forma, bastará educá-lo nas vantagens do bem estar e ele sempre evitará o conflito em prol da paz.

O dia 11 de Setembro de 2001, abriu os olhos do Ocidente para a dura realidade. As batalhas campais dos últimos dias em Paris vieram-no acentuar ainda mais. O homem é um ser guerreiro e conflituoso. Nada pára a sua ambição desmedida. É por esta razão que os dias de hoje são mais perigosos que os da cortina de ferro. A Guerra Fria, porque era uma guerra, trouxe paz e segurança. Ironia das ironias, o seu fim conduziu-nos aos conflitos de hoje. Os anos 90 foram uma época arriscada porque, estando a paz ao seu alcance, ninguém sabia ao que ia. É caso para dizer que o homem tem medo da paz, pois esta traz consigo o desconhecido.

Acredite-se, ou não, é esta nova percepção do Ocidente aos favores da guerra que irrita os deserdados da URSS*, aqueles que, com a derrota das economias centralizadas, perderam mais outra forma de combater as democracias liberais. É ouvir os discursos pacifistas do BE e do PCP. Apostaram tudo na paz utópica. De que tudo se resolve com diálogo, negociação e boa vontade. Estiveram perto. Imbuídos do sonho em ter o céu na terra, as democracias, sem que disso se dessem conta, iam caindo na esparrela. Até que um homem, de nome Bin Laden, a viver algures numa gruta no longínquo e de má memória Afeganistão, lhes estragou os planos e despertou o Ocidente.

* Chamo deserdados da URSS não apenas aos que foram comunistas, mas a todos os que viam no regime soviético um contraponto benéfico ao poder americano.

Biópsia da Intifada francesa

Oui, cést la Zone

A terrible chasm has opened up in French society, dramatically exemplified by a story that an acquaintance told me. He was driving along a six-lane highway with housing projects on both sides, when a man tried to dash across the road. My acquaintance hit him at high speed and killed him instantly.

According to French law, the participants in a fatal accident must stay as near as possible to the scene, until officials have elucidated all the circumstances. The police therefore took my informant to a kind of hotel nearby, where there was no staff, and the door could be opened only by inserting a credit card into an automatic billing terminal. Reaching his room, he discovered that all the furniture was of concrete, including the bed and washbasin, and attached either to the floor or walls.

The following morning, the police came to collect him, and he asked them what kind of place this was. Why was everything made of concrete?

“But don’t you know where you are, monsieur?” they asked. “C’est la Zone, c’est la Zone.”

La Zone is a foreign country: they do things differently there.

Há 25 anos

Paris já está a arder?

Quand le ministre de la Promotion de l'égalité, Azouz Begag, déplore «des discriminations dont sont victimes les jeunes de banlieues», il évoque une réalité partielle. Certes, ces insurrections révèlent des frustrations, que trente ans de subventions publiques n'ont su tempérer. Mais les manifestations dévoilent aussi, plus gravement, le refus de certains de s'intégrer. Or, la «non-stigmatisation des quartiers» rend le sujet inabordable.

Cette violence n'est pas uniquement le produit de la société, comme le récite la pensée automatique. Les immigrations asiatique, mais aussi européenne ou «pied-noir» naguère, ont également rencontré pauvreté et marginalisation, sans poser ces problèmes. Aujourd'hui, des territoires perdus de la République des sinent leurs contours, sous les encouragements des Amis du Désastre. Ils qualifient d'«incendiaire» le ministre de l'Intérieur parce qu'il veut ramener l'ordre républicain.
O melhor é lerem o artigo completo. E, já agora, é também bom dizer que aqueles que pensam que a pobreza e a exclusão social são os motores únicos desta intifada francesa (como parece ser o caso do nosso ex-presidente) não percebem, definitivamente, nada do que se passa no mundo actual e na Europa em particular.

Paris, 2005: o modelo social europeu em chamas

Dinheiro público

Relator diz que 1/3 do dinheiro repassado ao PT é público

"Para o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), está comprovado que, do total do dinheiro que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pegou emprestado de bancos para repassar ao PT, um terço é público. 'E foi direcionado visível e comprovadamente para interesses políticos', assinalou."

Fonte: Terra

3.11.05

Guia Socialista para o Poder

Os culpados? Bush, o neoliberalismo selvagem e o aquecimento global II

Os culpados? Bush, o neoliberalismo selvagem e o aquecimento global I

Neoliberais e neosocialistas

O neoliberalismo, tecnicamente, é uma figura retórica, através da qual se procura perverter o sentido original do conceito e associar ideias ou políticas liberais, que isoladamente poderiam ser compatíveis com ele, a outras estranhas, com o propósito de desacreditá-las no mercado político.

(...)

O curioso é que os socialistas se fartaram de mudar de ideologia e de programas políticos, às vezes em menos de uma década, e mesmo assim são socialistas e nunca “neosocialistas”.

Não devemos estranhar a utilização de figuras de retórica no debate ideológico. O absurdo seria que não se utilizassem. Mas os liberais com Causa devem prestar mais atenção a esta metodologia de comunicação.

Ad Majorem Dei Gloriam

A partir de amanhã, a Exposição “DA TERRA, DE FORA: A PRESENÇA JESUÍTA NA ETIÓPIA DO SÉC. XVII”, no Salão Medieval da Universidade do Minho, no Largo do Paço do Bispo, em Braga.A Exposição é comissariada por I. Boavida, H. Pennec e M. J. Ramos, organizada pela SPEP-Sociedade de Geografia de Lisboa, com apoio da FotoIndustrial e da Fundação Calouste Gulbenkian, e foi apresentada originalmente em Londres, na Brunei Gallery, da SOAS.Esta mostra é complementada por uma Exposição Virtual, que pode ser vista aqui.

Lições dos antipodas

The Missing Truth about Rosa Parks

The death of Rosa Parks has reminded us of her place in history. Her refusal to give up her seat on a bus to a white man — in defiance of the Jim Crow laws of Alabama — became the spark that ignited the civil rights movement of the 1950s and 1960s.

Most people do not know the rest of the story, however. Why was there racially segregated seating on public transportation in the first place? “Racism,” some will say. There was certainly plenty of racism in the South. In fact, such racism went back for centuries. But racially segregated seating on streetcars and buses in the South did not go back for centuries.

Far from existing from time immemorial, as many have assumed, racially segregated seating in public transportation began in the South in the late nineteenth and early twentieth centuries.

Those who see government as the solution to social problems may be surprised to learn that it was government which created this problem. Many, if not most, municipal transit systems were privately owned in the nineteenth century and the private owners of these systems had no incentive to segregate the races.
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These owners may have been racists themselves but they were in business to make a profit — and you don't make a profit by alienating a lot of your customers. There was not enough market demand for Jim Crow seating on municipal transit to bring it about.

It was politics that segregated the races because the incentives of the political process are different from the incentives of the economic process. Both blacks and whites spent money to ride the buses but, after the disenfranchisement of black voters in the late nineteenth and early twentieth century, only whites counted in the political process.

It was not necessary for an overwhelming majority of the white voters to demand racial segregation. If some did and the others didn't care, that was sufficient, because what blacks wanted did not count politically after they lost the vote.

The incentives of the economic system and the incentives of the political system were not only different, they clashed. Private owners of streetcar, bus, and railroad companies in the South lobbied against the Jim Crow laws while these laws were being written, challenged them in the courts after the laws were passed, and then dragged their feet in enforcing those laws after they were upheld by the courts.

These tactics delayed the enforcement of Jim Crow seating laws for years in some places. Then company employees began to be arrested for not enforcing such laws and at least one president of a streetcar company was threatened with jail if he didn't comply.

None of this resistance was based on a desire for civil rights for blacks. It was based on a fear of losing money if racial segregation caused black customers to use public transportation less often than they would have in the absence of this affront.

Just as it was not necessary for an overwhelming majority of whites to demand racial segregation through the political system to bring it about, so it was not necessary for an overwhelming majority of blacks to stop riding the streetcars, buses and trains in order to provide incentives for the owners of these transportation systems to feel the loss of money if some blacks used public transportation less than they would have otherwise.

People who decry the fact that businesses are in business “just to make money” seldom understand the implications of what they are saying. You make money by doing what other people want, not what you want.

Black people's money was just as good as white people's money, even though that was not the case when it came to votes.

Initially, segregation meant that whites could not sit in the black section of a bus any more than blacks could sit in the white section. But whites who were forced to stand when there were still empty seats in the black section objected. That's when the rule was imposed that blacks had to give up their seats to whites.

Legal sophistries by judges “interpreted” the Fourteenth Amendment's requirement of equal treatment out of existence. Judicial activism can go in any direction.

That's when Rosa Parks came in — after more than half a century of political chicanery and judicial fraud.

Critérios de escolha de um Presidente da Republica I

Portugal precisa de um Presidente Interactivo.

Joana Amaral Dias no Bichos Carpinteiros.

Interessante

O Homem foi-se de vez

O que vêem as crianças iranianas

Depois de na semana passada, através do seu presidente, preconizar a erradicação de Israel do mapa e apelar ao mundo islâmico para não tolerar a existência do estado judaico, o governo do Irão dá mais um passo para isolar o país de qualquer possível influência ocidental (via MSNBC):

40 ambassadors and senior diplomats, including supporters of warmer ties with the West, will be fired, continuing a purge of reformers as the regime takes an increasingly tough stance at home and abroad.
The diplomatic changes are part of a government shake-up by ultraconservative President Mahmoud Ahmadinejad that includes putting Islamic hard-liners in key posts at security agencies. Some Iranians believe the president also will bring back strict social policies.

Elucidativo do tipo de atitude proposta pelo regime iraniano, é este filme de animação para crianças sobre um malvado soldado israelita (coincidentemente, com o nome de Ariel) e de como dois jovens palestinianos, prontos a morrer como mártires, se integram num "grupo de resistentes" que prepara um atentado contra os bárbaros sionistas (no MEMRI, via Die Welt).
Demonstra-se, assim, o apoio que Teerão dá aos grupos terroristas que têm dificultado a vida à Autoridade Palestiniana, que necessita de os manter controlados se pretende manter-se como representante credível do território nas negociações com Israel. Não convirá ao Irão a pacificação da Palestina, com o povo a votar livremente sem a coacção extremista promovida do exterior.

Quem disse que as nacionalizações acabaram?

A Sumolis e o grupo Caixa Geral de Depósitos assinaram um acordo de compra da Compal e a Nutricafés à Nutrinveste, através de uma sociedade que será detida em 80% pela instituição financeira estatal. Segundo a Sumolis, que tem as suas acções suspensas, o valor do negócio ascendeu a 426 milhões de euros.


[fonte: Jornal de Negócios]

Vende-se!!!!

Façam os que eles dizem...

Chomsky is rich precisely because he has been such an enormously successful capitalist. Despite the anti-profit rhetoric, like any other corporate capitalist he has turned himself into a brand name.

(...)

Chomsky's business works something like this. He gives speeches on college campuses around the country at $12,000 a pop, often dozens of times a year.

Can't go and hear him in person? No problem: you can go online and download clips from earlier speeches-for a fee. You can hear Chomsky talk for one minute about "Property Rights"; it will cost you seventy-nine cents. You can also by a CD with clips from previous speeches for $12.99.

But books are Chomsky's mainstay, and on the international market he has become a publishing phenomenon. The Chomsky brand means instant sales.

As publicist Dana O'Hare of Pluto Press explains: "All we have to do is put Chomsky's name on a book and it sells out immediately!"

(...)

Chomsky's marketing efforts shortly after September 11 give new meaning to the term "war profiteer." In the days after the tragedy, he raised his speaking fee from $9,000 to $12,000 because he was suddenly in greater demand.

(No Tech Central Station, via My Guide to your Galaxy)

Então não é preciso?

...então não é preciso saber de Filosofia, de História? Então não é preciso ter formação humanística? Então não é preciso ter formação jurídica?...


Caro Dr Soares, não, não é preciso. Basta ser português, ter mais de trinta e cinco anos e estar na posse plena das faculdades mentais. O que não é pouco.

Remembering Peter Bauer

The only sense in which trade is malign, Bauer argued, was in that its gains were diverted to state coffers and not to the private sector. Private entrepreneurs, he felt, were the engines of development and are very capable, in the Third World as much as the First, to engender development. It was states - Neo-Colonial and otherwise - that were hampering them and thus development as a whole. Western aid, Bauer argues, merely enables dirigiste governments to continue their destructive policies for years on end.
Outra leitura: "A Tribute to Peter Bauer" (IEA)

De Hobbes a Kirzner e Buchanan

Há guetos bem iluminados...

Representatividade para o voto Branco/Nulo (2)

A batalha cultural ganhou novos contornos com a blogosfera. É um extraordinário pequeno avanço que tem permitido a alguns divulgar os ideários liberais e a muitos descobri-los, para concordar ou discordar. É evidente que a blogosfera conseguiu impulsionar o debate liberal e que veio obrigar a redefinições importantes na geometria política a que estávamos habituados. É pela proliferação cultural que o liberalismo se imporá como alternativa. Mas é no campo da política que ele se cimentará como opção. E é esse o momento decisivo (e doloroso) que tarda em chegar.
Nos comentários ao post do AMN, Gonçalinho, blogger do Strix aluco, escreve:
A minha sugestão, a medo e modesta, é começar a fazer campanha pelo voto em branco. Em branco, não ausente. Queria ver a abstenção ultrapassar os 50%, a ver no que dava. Não sou homem de leis, mas gostaria de saber o que aconteceria se se chegasse a esses valores numa eleição legislativa.
Contrariamente às alternativas pelas várias vertentes de socialismo presentes nos programas políticos dos partidos portugueses, a um liberal resta-lhe apenas a abstenção ou votar branco/nulo. Mas um voto em branco não tem, hoje em dia, qualquer representatividade ou consequência política. Sobre este assunto já anteriormente tive a oportunidade de publicar um post com o título em epígrafe.

Assim, uma solução que poderá ser bem acolhida pela sociedade civil é a possibilidade dos votos em branco/nulos puderem ser convertidos em lugares vazios na Assembleia da República. Contudo, não é expectável que os actuais partidos estejam receptivos à sua implementação. Cabe, por isso, aos cidadãos a iniciativa.###

Talvez as próximas eleições legislativas sejam uma óptima oportunidade para testar a viabilidade do Partido pelo Voto Branco em que exista o compromisso estatutário de não ocupação dos lugares de deputados para os quais membros deste partido tenham sido eleitos. Segundo TAF, já existe semelhante movimento na vizinha Espanha: chama-se Ciudadanos En Blanco.

Só deste modo poder-se-á realmente quantificar o número de eleitores que não concorda com as políticas dos actuais partidos socialistas (do POUS ao CDS) e, a partir daí, forçar a mudança.

Os limites do consenso

2.11.05

Guevara: anatomia de um mito

Twilight Zone...

If a Republican gives you candy and tell you to go fight in Nicaragua, say no.


Pois bem, se um artista te quiser ajudar a escolher o crédito à habitação, diz não.
A nível dos bancos, os juros são altíssimos e as pessoas têm cada vez mais dificuldades em pagar os empréstimos.

Helena Isabel no Correio da Manhã em 29 de Outubro de 2005.

Slovak president joins sceptics on European Parliament

The Slovak president has joined Czech and Finnish colleagues in calling for a major overhaul of the European Parliament

Speaking to German daily Die Welt, Ivan Gasparovic suggested the European Parliament in its current form was a "mammoth" and should rather consist of national MPs.

"I see the biggest problem [as being] in the relationship between the European Parliament and national parliaments", he said, adding that having MEPs who also sit in national assemblies would mean that the Brussels institution would deal with the real concerns of citizens.

Mr Gasparovic argued the plenary session would in that case only need to be held four times a year in Strasbourg, with no need for the Brussels or Luxembourg seats

(...)

Meanwhile, Czech president Vaclav Klaus is promoting the concept of an "Organization of European States" whose members would be individual member states rather than their citizens, represented directly through institutions such as the current European Parliament.


[fonte EU Observer]

Nacionalismo fiscal

O aumento da taxa de IVA na Região Autónoma da Madeira, de 13% para 15%, em resultado da subida da taxa no Continente levou três grandes gigantes norte-americanas a desistirem de colocar as suas plataformas europeias na Madeira, preferindo o Luxemburgo.

O Governo português estava avisado das negociações e do perigo do aumento do IVA. Depois da Yahoo, foi a vez da AOL e da Apple desistirem da Madeira.

(in Jornal de Negócios, via Mão Invisível)
José Sócrates é, afinal, um patriota. O aumento previsto das receitas de IVA virá dos consumidores portugueses e não dos clientes europeus destas empresas imperialistas...

Transparência (2)

Multiculturalismos em acção

Transparência

Artigo 9.º (Tarefas fundamentais do Estado)

São tarefas fundamentais do Estado:
a)...
...
c) Defender a democracia política, assegurar e incentivar a participação democrática dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais;
...


Artigo 48.º (Participação na vida pública)

1. ...

2. Todos os cidadãos têm o direito de ser esclarecidos objectivamente sobre actos do Estado e demais entidades públicas e de ser informados pelo Governo e outras autoridades acerca da gestão dos assuntos públicos.
O LA-C relembrou-me este facto ao voltar a questionar Vital Moreira sobre a inconstitucionalidade da referida falta de transparência do Ministério liderado por Mário Lino.

Enquanto esperamos (sentados) por um comentário do referido constitucionalista, seria aconselhável o ministro Teixeira dos Santos, a bem do rigor e transparência que aparenta defender, exigir do ministro Mário Lino a publicação de tais estudos.

Nota: no mercado de capitais - ao contrário do que acontece com o Estado - as consequências de insider trading são inexistentes porque qualquer informação privilegiada é comunicada, de forma indirecta, pelas flutuações no preço dos títulos (sobre este assunto já, tempos atrás, publiquei a minha opinião).

Perseguição fatal

Blog recomendado

Temos os jornalistas que merecemos (2)

BdE

A bandeira da ética

"O senador Jefferson Peres (PDT-AM) anunciou nesta terça-feira que é pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2006. Peres irá disputar as prévias com o senador Cristovam Buarque (DF), recém-filiado ao partido.
(...)
Se for aceito pela maioria do partido, Peres adianta que levantará a bandeira da ética."

Fonte: Terra

Circula pela internet uma suposta resposta de Cristovam Buarque a um estudante norte-americano, sobre o assunto da internacionalização da Amazônia. Há comentários interessantes sobre o texto de Buarque no blog Propiedad Privada.

Quanto à questão da ética, adotá-la como bandeira política já demonstra... falta de ética. É uma opinião pessoal, é claro, mas considero que o comportamento ético deve ser praticado, e não alardeado. O PT, que hoje governa o Brasil e que está naufragando em um mar de denúncias de corrupção, chegou ao poder exatamente por ter levantado, desde os seus primórdios, a bandeira da ética.

1.11.05

The Suicide Bombers Among Us

The evidence of Muslims’ own eyes and of their own lives, as well as that of statistics, is quite clear: Muslim immigrants and their descendants are more likely to be poor, to live in overcrowded conditions, to be unemployed, to have low levels of educational achievement, and above all to be imprisoned, than other South Asian immigrants and their descendants. The refusal to educate females to their full capacity is a terrible handicap in a society in which, perhaps regrettably, prosperity requires two household incomes. The idea that one is already in possession of the final revealed truth, leading to an inherently superior way of life, inhibits adaptation to a technically more advanced society. Even so, some British Muslims do succeed (the father of one of the London bombers owned two shops, two houses, and drove a new Mercedes)—a fact which their compatriots interpret exactly backward: not that Muslims can succeed, but that generally they can’t, because British society is inimical to Muslims.

In coming to this conclusion, young Muslims would only be adopting the logic that has driven Western social policy for so long: that any difference in economic and social outcome between groups is the result of social injustice and adverse discrimination. The premises of multiculturalism don’t even permit asking whether reasons internal to the groups themselves might account for differences in outcomes.###

The BBC peddles this sociological view consistently. In 1997, for example, it stated that Muslims “continue to face discrimination,” as witness the fact that they were three times as likely to be unemployed long-term as West Indians; and this has been its line ever since. If more Muslims than any other group possess no educational qualifications whatsoever, even though the hurdles for winning such qualifications have constantly fallen, it can only be because of discrimination—though a quarter of all medical students in Britain are now of Indian subcontinental descent. It can have nothing whatever to do with the widespread—and illegal—practice of refusing to allow girls to continue at school, which the press scarcely ever mentions, and which the educational authorities rarely if ever investigate. If youth unemployment among Muslims is two and a half times the rate among whites, it can be only because of discrimination—though youth unemployment among Hindus is actually lower than among whites (and this even though many young Hindus complain of being mistaken for Muslims). And so on and so on.

A constant and almost unchallenged emphasis on “social justice,” the negation of which is, of course, “discrimination,” can breed only festering embitterment. Where the definition of justice is entitlement by virtue of group existence rather than reward for individual effort, a radical overhaul of society will appear necessary to achieve such justice. Islamism in Britain is thus not the product of Islam alone: it is the product of the meeting of Islam with a now deeply entrenched native mode of thinking about social problems.

(...)

It is, in fact, literally impossible for modern Muslims to expunge the West from their lives: it enters the fabric of their existence at every turn. Usama bin Ladin himself is utterly dependent upon the West for his weaponry, his communications, his travel, and his funds. He speaks of the West’s having stolen Arabian oil, but of what use would oil have been to the Arabs if it had remained under their sands, as it would have done without the intervention of the West? Without the West, what fortune would bin Ladin’s family have made from what construction in Saudi Arabia?

Muslims who reject the West are therefore engaged in a losing and impossible inner jihad, or struggle, to expunge everything that is not Muslim from their breasts. It can’t be done: for their technological and scientific dependence is necessarily also a cultural one. You can’t believe in a return to seventh-century Arabia as being all-sufficient for human requirements, and at the same time drive around in a brand-new red Mercedes, as one of the London bombers did shortly before his murderous suicide. An awareness of the contradiction must gnaw in even the dullest fundamentalist brain.

(...)

Surveys suggest that between 6 and 13 percent of British Muslims—that is, between 98,000 and 208,000 people—are sympathetic toward Islamic terrorists and their efforts. Theoretical sympathy expressed in a survey is not the same thing as active support or a wish to emulate the “martyrs” in person, of course. But it is nevertheless a sufficient proportion and absolute number of sympathizers to make suspicion and hostility toward Muslims by the rest of society not entirely irrational, though such suspicion and hostility could easily increase support for extremism. This is the tightrope that the British state and population will now have to walk for the foreseeable future; and the sweet dream of universal cultural compatibility has been replaced, in a single day, by the nightmare of permanent conflict.

Primeiro Ministro Gianfranco Fini?

After months of tension, things now seem to be going better for the House of Freedom than the Union. Prospects of a likely win of the current foreign minister, Gianfranco Fini, in the center-right's primaries are giving right-wing leaders more confidence about next year's election. There's more reason for optimism than there was, say, seven months ago. Recent polls are showing Fini as the likely winner in case he is chosen to face Romano Prodi.

While most right-wing voters are disappointed in Berlusconi's performance during his five years as head of government, they seem enthusiastic about voting for Fini. Even the undecided see the current foreign minister as a trustworthy person and one willing to keep his electoral promises. Fini's popularity has never declined as much as Berlusconi's and, on the contrary, he has gained the most, whereas all the other coalition parties are losing support.

Sobre a situação política na Polónia

Uma boa questão

O mês de Outubro acabou ontem. Alguém me pode dizer onde estão os estudos sobre a viabilidade o TGV e do aeroporto da Ota? Se não me engano o governo tinha prometido divulgá-los durante o mês passado.

Não me refiro a novos estudos (e que, eventualmente, estarão atrasados), refiro-me àqueles que estavam feitos há meses e que já tinham custado 12,7 milhões de euros.

Continua a "resistência" contra o "imperialismo americano"

Recifes

"O Greenpeace pagará multa de US$ 6.857,00 por destruir um recife em um parque natural das Filipinas, acidente que o grupo ecológico atribuiu a mapas marítimos pouco precisos. O incidente ocorreu na véspera, quando a embarcação símbolo do Greenpeace, o Rainbow Warrior, chocou-se contra recifes do Parque Nacional Marinho de Tubbataha, considerado patrimônio da Humanidade e situado no mar de Jolo, 680 quilômetros ao sul de Manila."

Fonte: Agência EFE via Portal Terra

E assim vamos preservando o patrimônio da Humanidade...

A democracia só funciona se for de esquerda

Disposição (liberal) conservadora

Entre o pessimismo e a confiança no empreendedorismo

A evolução do conservadorismo nos EUA

One of the more interesting elements of the Alito is what it says about the changing face of conservatism in the United States and the general drift of ethnic Catholics toward the Republican Party. Alito, along with Scalia, now makes the second ethnic Catholic to be appointed to the Court (no Poles yet, of course). I have yet to see an in-depth profile of his personal life, but one profile I read this morning indicated that he is the son of an Italian immigrant who worked in the New Jersey State Government, presumably from a relatively modest background (I'm just speculating on that point for now). Thus, three of the most conservative Justices (probably the three most conservative) on the Supreme Court would be a black man raised in Georgia poverty and two Italian-Americans, all Catholic as well. Perhaps this is simply an isolated coincidence, but I wonder whether this demographic fact says something deeper about the nature of modern conservatism.

Maioria Católica no Supremo Tribunal dos EUA (2)

Picking up on Rick's note that Alito would make five Catholics on the Court, on most issues it looks as if Alito would be as conservative as Scalia or Thomas. For example, he famously authored the opinion holding the Family Medical Leave Act unconstitutional, which was reversed by the Supreme Court in an opinion by Chief Justice Rehnquist (with Kennedy, Scalia, and Thomas dissenting). It is worth noting, then, that, if Alito is confirmed, the five Catholics on the Court would also happen to be its most conservative five members (Roberts, Scalia, Kennedy, and Thomas, plus Alito).

Maioria Católica no Supremo Tribunal dos EUA

Confirm Judge Samuel Alito

With today’s nomination of Judge Samuel Alito to the United States Supreme Court, President George W. Bush has fulfilled a promise made to the American people in 2004: He has nominated an exceptional jurist and scholar with a proven fidelity to the Constitution in the mold of Clarence Thomas and Antonin Scalia.###

Judge Alito, 55, has an impeccable resume for the Supreme Court. Like newly appointed Chief Justice John Roberts, Judge Alito has bonafide professional credentials and a paper trail that proves he has a clear understanding of the limited role of the judiciary in American life.

(...)

Judge Alito currently serves on the United States Court of Appeals for the Third Circuit, a seat to which he was nominated in 1990 by President George H.W. Bush and unanimously confirmed by a Democrat majority Senate.

Judge Alito has served in the Department of Justice as Assistant to the U.S. Solicitor General, where he argued twelve cases before the Supreme Court. Judge Alito also served as Deputy Assistant Attorney General and as the U.S. Attorney for the District of New Jersey.

Judge Alito is a graduate of Princeton University and Yale Law School.

(...)

Lest anyone forget, a vote for Judge Alito is not a vote for or against the president. This basic constitutional principle is lost on the radical left wing; but it is also a lesson that can be learned through a fair and civil hearing culminating in an up or down vote.

Judge Alito is an objective, brilliant and honorable individual. We expect a fair and expedient hearing will lead to his confirmation in time for the Supreme Court’s winter 2006 term.

31.10.05

O multiculturalismo na prática

Sarkozy, addressing police officers, vowed to find how tear gas had been fired into the Muslim place of worship, an incident which had helped fuel the disturbances.

Youths hurled rocks and set fire to cars in the northeastern Clichy-sous-Bois suburb of the French capital, where many immigrants and poor families live in high-rise housing estates notorious for youth violence.

"I want these people to be able to live in peace," Sarkozy told reporters as he mingled with local residents outside the Seine-Saint-Denis prefecture in Bobigny, which oversees Clichy-sous-Bois.

French television said six police officers were hurt and 11 people arrested in violence partly fueled by the incident at the mosque. Sarkozy promised an inquiry.


(via LGF)

Pouca vergonha

A Câmara Municipal de Setúbal aposentou compulsivamente, nos últimos meses, dezenas de funcionários com mais de 30 anos de serviço ou 65 anos de idade, na sequência de processos disciplinares, que, tudo indica, terão sido previamente combinados entre as estruturas dirigentes da autarquia e os trabalhadores visados.

Para quem costuma referir a probidade da actuação das autarquias comunistas, aqui fica esta notícia que relata o que se está a passar na câmara de Setúbal. Os funcionários estão a tentar ser despedidos para poderem beneficiar do actual sistema de reformas, antes da entrada em vigor, em 2006, do novo regime de aposentações.
Aparentemente, o edil Carlos de Sousa não encontra nada de anormal no que se tem passado. Eu aposto que também nem o Ministério Público, nem a IGAP, nem a Caixa de Aposentações, nem os sindicatos, nem nenhum órgão municipal encontrará nada de mal. Afinal, trata-se apenas de ajudar a câmara a reduzir o quadro de pessoal, transferindo o custo de pessoal para a CGA. Infelizmente, os pagadores serão sempre os mesmos (e nem vale a pena voltarmos a discutir se, em termos líquidos, os funcionários públicos pagam impostos ou outras prestações ao estado - não o fazem).
Se estes processos disciplinares fossem honestos, significaria que reina na CMS a completa anarquia, com os funcionários a folgarem quando lhes apetece, sem respeito pela hierarquia e pela sua função de servidores públicos, com prejuízo evidente para os utentes dos serviços camarários. É à falta de respeito que se presta quem assim actua e quem a isto permite ou incentiva. Uma pouca vergonha.

Liberalismo, Maquiavel e Hermes Trimegisto

Moderna preocupação

No poupar é que está o ganho

No JN de hoje vem uma notícia sobre a diminuição da poupança entre os portugueses para níveis historicamente baixos. Isto num país que já deteve uma das mais altas taxas de poupança do mundo.
Mas, então, não é isso uma coisa boa?
Se a poupança fosse maior, não poderíamos comprar todos os bens e serviços que nos permitem viver com o conforto que desejamos, não é? Nem poderíamos ajudar a economia a manter os empregos de tantos concidadãos quando decidimos comprar produtos nacionais em vez de estrangeiros, mesmo quando estes são mais baratos e poderíamos assim poupar. Não estaríamos a contribuir para gerar mais rendimentos, contribuindo para arrancar o país da depressão, nem estaríamos imbuídos do espírito de confiança que os nossos governantes nos instilam.
Poderíamos então concluir que poupar, pelo menos demasiado, é uma má atitude. Exemplos de frugalidade na maneira como alocamos o nosso rendimento devem ser evitados.

Usemos um pouco o nosso bom senso. Que acontece quando poupamos parte do nosso rendimento? Estaremos a constituir o nosso próprio seguro para "raining days", contrariando a despreocupação e desresponsabilização instituida pelo estado social. Estaremos a contribuir para o futuro da nossa família, ao providenciar a sua futura saúde, educação e até lazer, potencializando o seu bem estar. E o que acontece ao nosso rendimento assim afectado?
Ao diferirmos a sua utilização, disponibilizamo-lo para ser aplicado em outras actividades, financiando investimentos em empresas e negócios, criando emprego, gerando rendimentos e até mais consumo (e até mais impostos cobrados). Por este diferimento, por este serviço que prestamos, recebemos o respectivo preço: o valor dos juros da aplicação que foi dada ao dinheiro.

Infelizmente, o estado contribui em sentido contrário, retirando-nos parte da possibilidade de poupar, de financiar o crescimento da economia. A maneira como malbarata esses recursos no enorme monstro tentacular que é o estado providência e nas clientelas dos gestores da coisa pública, é mau exemplo para a poupança individual.