3.11.05

Representatividade para o voto Branco/Nulo (2)

A batalha cultural ganhou novos contornos com a blogosfera. É um extraordinário pequeno avanço que tem permitido a alguns divulgar os ideários liberais e a muitos descobri-los, para concordar ou discordar. É evidente que a blogosfera conseguiu impulsionar o debate liberal e que veio obrigar a redefinições importantes na geometria política a que estávamos habituados. É pela proliferação cultural que o liberalismo se imporá como alternativa. Mas é no campo da política que ele se cimentará como opção. E é esse o momento decisivo (e doloroso) que tarda em chegar.
Nos comentários ao post do AMN, Gonçalinho, blogger do Strix aluco, escreve:
A minha sugestão, a medo e modesta, é começar a fazer campanha pelo voto em branco. Em branco, não ausente. Queria ver a abstenção ultrapassar os 50%, a ver no que dava. Não sou homem de leis, mas gostaria de saber o que aconteceria se se chegasse a esses valores numa eleição legislativa.
Contrariamente às alternativas pelas várias vertentes de socialismo presentes nos programas políticos dos partidos portugueses, a um liberal resta-lhe apenas a abstenção ou votar branco/nulo. Mas um voto em branco não tem, hoje em dia, qualquer representatividade ou consequência política. Sobre este assunto já anteriormente tive a oportunidade de publicar um post com o título em epígrafe.

Assim, uma solução que poderá ser bem acolhida pela sociedade civil é a possibilidade dos votos em branco/nulos puderem ser convertidos em lugares vazios na Assembleia da República. Contudo, não é expectável que os actuais partidos estejam receptivos à sua implementação. Cabe, por isso, aos cidadãos a iniciativa.###

Talvez as próximas eleições legislativas sejam uma óptima oportunidade para testar a viabilidade do Partido pelo Voto Branco em que exista o compromisso estatutário de não ocupação dos lugares de deputados para os quais membros deste partido tenham sido eleitos. Segundo TAF, já existe semelhante movimento na vizinha Espanha: chama-se Ciudadanos En Blanco.

Só deste modo poder-se-á realmente quantificar o número de eleitores que não concorda com as políticas dos actuais partidos socialistas (do POUS ao CDS) e, a partir daí, forçar a mudança.