Democracy must be something more than two wolves and a sheep voting on what to have for dinner. - James Bovard
9.9.06
Lost in Translation
Hoje há uma razão de peso para comprar o Expresso. Num contexto de acentuado declínio da imprensa portuguesa, esta iniciativa pode abrir um novo segmento: a venda de DVDs com jornais em apêndice...
No âmbito da Vasta Conspiração que visa impôr um regime ultra-neo-liberal-de-extrema-direita em Portugal, a direitinhaInsurgente é uma peça de tal forma poderosa que nem os próprios insurgentes têm consciência das múltiplas acções que lhes são atribuídas. Resta-nos agradecer a crescente atenção que nos vem sendo dedicada pelos nossos cada vez mais preocupados e empenhados detractores.
Impôe-se no entanto uma ressalva: pela minha parte prefiro a Reason à (respeitável) Spectator, não descartando também sempre que possível a leitura da National Review, da Salisbury Review e - pontualmente - da American Conservative. Aqui ficam os links na esperança de poder contribuir para que futuras denúncias das movimentações da Vasta Conspiração Insurgente possam ter referências um pouco menos pobrezinhas e repetitivas.
A chegada do Sol, o fim de O Independente e a revolução do Expresso representam o maior abanão na imprensa portuguesa dos últimos 15 anos, mas temo bem que o rumo continue por traçar. O Expresso e a sua reformulação gráfica são um bom exemplo de como se valoriza o acessório para não ter de encarar o essencial. O líder do mercado garante que esta é a maior mudança da sua história, mas o que promete ele? "Letra maior", "mais espaço entre linhas", "focos de informação directa e clara", "maiores fotografias", tudo isto em prol de um jornal "mais cómodo", "útil" e "alegre", três adjectivos que têm feito mais mal à imprensa do que a kriptonite ao Super-Homem. As reformulações gráficas transformaram-se na grande panaceia do jornalismo português. Mas, de um modo geral, elas só mascaram a falta de ideias editoriais. De nada servem cabeçalhos novos com velhos hábitos. O que faz falta em Portugal não são jornais mais bonitos. O que faz falta - muita falta - são jornais melhores.
Há 30 anos atrás, a 9 de Setembro de 1976, morreu Mao. Obviamente que, nesse dia, eu não fui um dos que chorou a sua morte. Mao foi um terrível ditador responsável por milhões de mortes resultantes da tirania que implantou na China e das suas ideias loucas como o Grande Salto em frente ou da Revolução Cultural. Aliás, como diz este editorial do Le Figaro de hoje de Pierre Rouseelin(destaques meus):
Chez nous, trente ans après, il est difficile de comprendre comment Mao a pu envoûter toute une génération d'intellectuels de gauche. D'avantage que le sursaut nationaliste bien compréhensible des origines, ce fut, à partir des années 1956-1957, avec les Cent Fleurs et la radicalisation qui s'en suivit, la quête d'une «voie chinoise» qui fascina bien des esprits. Et c'est précisément cette dérive qui conduisit la révolution maoïste à ses pires excès. Des débordements que personne ne pouvait ignorer.
De facto, muita gente, supostamente inteligente e de grande cultura, seguiu Mao mais o seu livrinho vermelho, ignorando olimpicamente o estado de pobreza e atraso em que ele manteve a China e os chineses. E essa mesma gente, certamente ofuscada pelo brilho do Presidente Mao, ignorou, não menos olimpicamente, os milhões de mortos que a ditadura comunista chinesa provocou. Se calhar, não tinha que ser assim mesmo, pois esses mortos seriam todos perigosos contra-revolucionários que poriam em perigo os avanços no caminho maoísta para o socialismo.
Destes que, em tempos foram ofuscados pelo maoísmo, há pelo menos alguns que agora se sentem envergonhados por alguma vez na vida, por pouco tempo que tenha sido, terem seguido Mao. Andre Glicksman assim o afirmou: "Mon engagement «maoïste» à la française, si bref fût-il, me fait encore monter le rouge au front." No entanto, a cegueira continua em muitos. Não é por acaso que o Bernardino Soares afirma que não tem a certeza de que a Coreia do Norte não seja uma democracia...
Para além de ser mais seguro, o cartão do cidadão permite ainda registar informações pessoais relativas ao grupo sanguíneo, a indicações de alergias ou contactos de emergência.
"Quando ouvir que a saúde, a justiça e outras coisas que tais não são produtos que se vendem, desconfie" Agora, como compatibilizar este facto com o dogma liberal-clássico que a Justiça é um serviço do tipo "bem comum"?
Pergunta o António CostaAmaral em comentário a este post e muito bem. Tenho dúvidas que esse seja um dogma liberal-clássico, desde logo porque creio que o conceito de “bem-comum”não cabe na doutrina liberal. O “bem comum” depende tanto da interpretação individual que não é possível qualquer acção colectiva que vise atingi-lo. Por mim não tenho problema em defender a Justiça em bases utilitaristas. Ou seja, não é uma questão de bem ou mal, é apenas uma ferramenta que regula e garante o contrato social implícito. O verdadeiro utente da organização burocrática judicial é a própria Justiça, que não é um bem em si mesmo, é apenas um contributo para que possamos viver em comunidade sem cair numa sociedade hobbesiana. No fundo, é uma questão de mind-frame, de paradigma. Em vez de pensarmos em “bem comum” pensemos em utilidade.
Caro Miguel Castelo-Branco, obrigado pelo destaque mas O Insurgente foi apenas um dos muitos blogs que contribuiram para que a presença das FARC na Festa do Avante não fosse esquecida. O mérito deve ir, principalmente, para o Tugir que testemunhou, desde logo, o referido acontecimento.
Continuando, via Combustões, o Diário de Notícias publica as primeiras reacções dos grupos parlamentares do CDS, PSD e... PCP:
No Parlamento, CDS e PSD acusaram o PCP de falta de legitimidade para falar de terrorismo. Evocando afirmações do deputado Jorge Machado que qualificou como "actividade terrorista" a detenção e transporte ilegal de prisioneiros que tem vindo a ser imputada à CIA, o CDS criticou o que disse ser "um manifesto paradoxo".
"O PCP vem falar em actos terroristas, como é que convida organizações terroristas?", questionou o líder parlamentar centrista, Nuno Melo, secundado pelo social-democrata Henrique de Freitas: "Um partido que admite na sua festa nacional um movimento terrorista não pode falar nestes termos".
Afirmações que o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, contesta. "Não recebemos lições de forças políticas que consideravam que o ANC ou Nelson Mandela eram terroristas", afirmou ao DN.
Transcreve-se, abaixo, comunicado do Partido Comunista Português (via Tugir, meus destaques):
A propósito das notícias sobre a presença das FARC na Festa do «Avante!» (07.09.2006)
Tendo em conta as notícias vindas a público pela comunicação social e respectivas declarações de entidades diplomáticas e do estado português sobre a presença das FARC na Festa do “Avante!” tona-se público o seguinte:
«1 - A exemplo de anos anteriores, participaram na Festa do “Avante!” – a convite do PCP – 43 partidos e organizações progressistas de todo o mundo, transformando-a num importante acontecimento internacional e num grande espaço de solidariedade internacionalista e de luta contra o imperialismo. Facto que, por si só, revela os profundos laços de cooperação e amizade que o PCP mantém com partidos e povos de todo o mundo e que raramente é noticiado pela comunicação social portuguesa como um dos aspectos mais ricos da Festa do “Avante!”
2 - Os princípios que norteiam os convites decididos pelo PCP para a Festa do “Avante!” e outras iniciativas, baseiam-se exclusivamente na sua política de relações internacionais e na solidariedade dos comunistas portugueses para com aqueles que em todo o mundo desenvolvem processos de resistência e luta contra as políticas anti-sociais, antidemocráticas e belicistas das principais potências imperialistas, ou de governos claramente manietados e instrumentalizados por essas potências – como é o caso do governo colombiano. Assim, estiveram em Portugal organizações de países e povos que prosseguem corajosamente processos de luta contra essas políticas como são exemplos o Partido Comunista Libanês, várias organizações palestinianas, nomeadamente a OLP, o Partido Comunista de Cuba, o Partido Comunista da Boémia e Morávia, etc…
3 - No quadro dos convites efectuados para a Festa do Avante - de acordo com os princípios enunciados anteriormente - estiveram presentes nesta iniciativa duas organizações provenientes da Colômbia a saber: O Partido Comunista Colombiano e a Revista “Resistência”.
4 - O PCP aproveita esta oportunidade para denunciar as tentativas de criminalização da resistência ao grande capital e ao imperialismo e para reiterar a sua frontal oposição à classificação pelos EUA e União Europeia das FARC - uma organização popular armada que há mais de 40 anos prossegue, entre outros objectivos, a luta pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra – como organização terrorista.»
Algumas dúvidas:
Os "profundos laços de cooperação e amizade" significa que o PCP apoia as acções de "resistência" destes grupos armados, nomeadamente atentados às populações e sequestros? Será que, para o PCP, actos de terrorismo são justificáveis se forem realizados em nome da "resistência ao grande capital e ao imperialismo (...) [com o objectivo de luta por uma] justa e equitativa redistribuição da riqueza"?
Se existe "solidariedade dos comunistas portugueses para com aqueles que em todo o mundo desenvolvem processos de resistência e luta contra as políticas (...) antidemocráticas" porque, então, convidar para a Festa do Avante os partidos comunistas de Cuba ou da China?
Foi recentemente publicada a edição de 2007 do indice "Doing Bussiness". Este procura analisar (através de uma série de indicadores) os factores que propiciam a actividade empresarial ou que a inibem.
Nesta edição, Potugal subiu 5 lugares, encontrando-se no 40º lugar entre 175 países.
"Oh, súditos do emir dos fiéis, o mulá Omar! Oh, filhos de Osama bin Laden! Oh, discípulos de Ayman al-Zawahiri! Oh, homens de Abú Mussab al-Zarqawi! Eu os convido a matar pelo menos um americano num prazo de 15 dias"
(via Terra) "Dignos" representantes do que já foi uma civilização...
O camarada Jerónimo lá acabou por confessar que elementos da FARC estiveram na Festa do Avante.
Afinal, o PCP só discorda da FARC em pequenos pormenores, isto é, questões de método (fuzila-se ou enforca-se?, rapta-se ou mata-se já, etc.), o resto, o ideário (que é acorrentar o povo a uma ditadura do proletariado) até é bom.
Para quem tivesse ilusões sobre o PCP ser ou não um partido democrata, penso que a resposta está cabalmente dada. De qualquer modo, eles até têm um conceito diferente de terrorismo (supõe-se que é do génerO: tudo o que Israel ou os EUA fazem é mau, tudo o que os kamaradas fazem é bom - só o método, coisa de somenos - é que poderia ser diferente).
E têm estes gajos a lata de quererem vir dar lições de moral ao pessoal.
What started out as radical feminism has thus gradually become egalitarianism, the fight against “discrimination” of any kind, the idea that all groups of people should have an equal share of everything and that it is the state’s responsibility to ensure that this takes place. A prime example of this is Norway’s Ombud for Gender Equality, which in 2006 became The Equality and Anti-discrimination Ombud. The Ombud’s duties are “to promote equality and combat discrimination on the basis of gender, ethnic origin, sexual orientation, disability and age.” ### Western feminists have cultivated a culture of victimhood in the West, where you gain political power through your status in the victim hierarchy. In many ways, this is what Political Correctness is all about. They have also demanded, and largely got, a re-writing of the history books to address an alleged historic bias; their world view has entered the school curriculum, gained a virtual hegemony in the media and managed to portray their critics as “bigots.” They have even succeeded in changing the very language we use, to make it less offensive. Radical feminists are the vanguard of PC.
When Muslims, who above all else like to present themselves as victims, enter Western nations, they find that much of their work has already been done for them. They can use a pre-established tradition of claiming to be victims, demanding state intervention and maybe quotas to address this, as well as a complete re-writing of history and public campaigns against bigotry and hate speech. Western feminists have thus paved the way for the forces that will dismantle Western feminism, and end up in bed, sometimes quite literally, with the people who want to enslave them.
"Num passado ainda recente, a Inglaterra era uma das nações mais obedientes à lei na face da Terra. Quando Lee Kuan Yew visitou Londres, vindo de Singapura, logo após a II Guerra Mundial, ele ficou tão impressionado com a honestidade dos ingleses e seu respeito à lei e à ordem que ele voltou para casa determinado a fazer o mesmo em seu país.
Hoje, Singapura é uma das nações mais obedientes à lei no mundo, enquanto a criminalidade na Inglaterra aumentou a um nível que, pela primeira vez, excede à dos EUA. (...)
Roubo é considerado ofensa 'leve' por líderes de ambos os partidos (do Trabalho e Conservador) na Inglaterra. Casos raros em que ladrões são presos são criticados pela mídia.
A ideologia esquerdista a respeito do crime, incluindo seu desprezo pela propriedade privada, tem se alastrado por todo o espectro político, atingindo a todos que desejam ser considerados 'homens de seu tempo'. Essa ideologia é essencialmente a mesma em ambos os lados do Atlântico, mas na Inglaterra atingiu uma dominância muito maior e sem contestação."
Para além dos terroristas das FARC, a Festa do Avante contou com a participação de variadissimas organizações. Entre estas, destacam-se os partidos únicos dos regimes ditatoriais norte-coreano, vietnamita, cubano e chinês.
"No maltrate los niños; son el futuro" - FARC - EP
Na foto acima, uma miúdo marcha com as FARC, porque estas estão preocupadas com o seu futuro. Mais fotos de crianças ou das actividades por estas desenvolvidas, enquanto estão ao cuidado das FARC (sempre preocupadas com o futuro) podem ser encontradas no sítio da Human Rights Watch (conhecida organização ao serviço do grande capital e do imperialismo).
A globalização além de beneficiar os países mais pobres (exportam mais, reduzindo a necessidade de emigrar) também possibilitam aos cidadãos britânicos o aumento do seu rendimento disponível através do crescimento económico daqueles países (exportações) e, sobretudo, maior poder de compra (produtos importados a preços mais baixos). Os benefícios da globalização superam os seus custos.
Mas estes benefícios estão "escondidos" dos eleitores dado que a comunicação social privilegia imagens do fecho de fábricas. Há, por isso, uma clara necessidade de educar a população sobre a globalização (ver o documentário de Johan Norberg: "Globalisation is good", via My Guide to Your Galaxy). David Cameron parece ter desistido.
O PCP "aproveita a oportunidade" para, mais uma vez, sair em defesa das FARC e "denunciar as tentativas de criminalização da resistência ao grande capital e ao imperialismo e para reiterar a sua frontal oposição à classificação pelos EUA e União Europeia das FARC - uma organização popular armada que há mais de 40 anos prossegue, entre outros objectivos, a luta pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra - como organização terrorista".
Não, não é de George Lucas, aconteceu quase dois anos antes do início da guerra do Iraque, eu padecia de um estupor de uma hérnia discal e na altura, o Dr Mário Soares acusava a administração americana de ser isolacionista e de não se preocupar com os problemas do resto do Mundo. Aguardemos pelos manuais de História de 2015.
Em Portugal, a geração dos 30/40 anos, que está no máximo das suas capacidades laborais e empreendedoras, cresceu rodeada de uma rede de segurança e não consegue coragem para arriscar viver.
É-o muito mais para as gerações que se seguem. A doutrina colectivista (pouco me interessa saber que é esquerdista) ganhou raízes. A geração dos quinze/trinta anos é ainda mais medrosa, mais reaccionária e conservadora que a que a precede. É como se à medida que avançamos no tempo, recuássemos nas ideias. Ler um manual do ensino básico é uma experiência esclarecedora. Ouvir um late adolescent sobre a América é uma tortura. E não, não é nem na direita nem na esquerda que existe qualquer espécie de salvação. Porque o Liberalismo não é só económico, nem só social. De acordo com os meus parcos conhecimentos da doutrina Liberal a liberdade negativa (Isaiah Berlin) implica que, por exemplo, o reconhecimento pelo estado das uniões homossexuais (essencialmente por causa de heranças, partilhas e direitos) não seja posta em causa. Que no caso do aborto, não sejam nem os aborcionistas, nem os defensores da vida pré-concepção que determinem a Lei. A Direita, seja ela qual for não é menos intervencionista, nem nunca será, que a Esquerda. Só os temas fracturantes é que mudam. Não há salvação possível. Haveria, se nós, os que nos consideramos Liberais decidíssemos ter mais filhos, três ou quatro por casal, e os educássemos na Liberdade. E isto é tudo o que pode ser feito. Julgo que foi Hayek que disse que entre uma ditadura Liberal e uma democracia socialista preferia a primeira (ou algo parecido, sabendo que “ditadura Liberal” é uma contradição de termos). Infelizmente, num Mundo em que, com a colaboração prestimosa de marxistas requentados, alter globalistas impotentes, Neo-Cons, “Liberals” e socialistas de Terceira Via (não, não estou a pensar em Blair, é mais PSD, PS e social democratas suecos), a Democracia foi eleita Bem Supremo em si mesmo e se esqueceu a Liberdade e a tradição, há pouco a fazer. Por razões profissionais lido essencialmente com gente jovem, em idade de correr riscos e o que vejo são miúdos mimados, cheios de direitos e sem a mínima noção do dever correspondente. Num certo sentido invejo a geração de sessenta, do flower power, das guerras coloniais e do Maio de 68. Com todos os erros e defeitos, aceitaram e assumiram o risco. Não desisti ainda, no entanto.
Imagine o caro leitor que vende panelas por grosso. Todos os dias tem clientes a quem marca uma determinada hora para que o visitem e escolham as panelas que mais lhe interessam. Marca com o Sr José (seu cliente) para as dez hora de segunda-feira. À hora marcada lá estava o dito Sr, mas o caro leitor (vendedor de panelas) só aparece às doze horas. Se lhe dissesse que aí por volta das dez e trinta o Sr José se foi embora à procura de outro fornecedor que o respeitasse mais, estou em crer que acharia muito bem. Agora imagine que é testemunha/arguido/queixoso num processo qualquer, recebe uma carta do tribunal a convocá-lo para as nove horas, o juiz aparece às onze e às doze e quarenta e cinco, um qualquer funcionário (arrogante e investido de poder Divino) vem informar aos gritos que o caro leitor terá que comparecer no mesmo tribunal um mês depois à mesma hora. Imagine ainda que este processo se repete, uma, duas, três vezes. Compraria as panelas ao mesmo fornecedor? Imagine o caríssimo leitor que marca uma consulta médica para as catorze horas de um certo dia. O médico chega às quinze, vai tomar um café com um colega e está pronto a recebê-lo às dezassete horas. Comprar-lhe-ia um novo trem de cozinha ou mudaria de fornecedor? A diferença básica entre cliente e utente, é que o primeiro é respeitado e o segundo é tratado como esterco. Quando ouvir que a saúde, a justiça e outras coisas que tais não são produtos que se vendem, desconfie. O mais provável é que lhe queiram ir à carteira sem lhe prestarem o respectivo serviço.
Para o presidente da Silva, "democracia não é só coisa limpa". Após essa declaração, a sua reeleição está praticamente garantida. Afinal de contas, no Brasil a Lei de Gérson (o que importa é levar vantagem em tudo) já é uma instituição e quem não é malandro é tido como "otário". O bom é ser malandro. O bom é ser esperto (e não inteligente, pessoas inteligentes também são "otárias"). Qual é o problema de roubar, se todo mundo rouba? Qual é o problema em ser corrupto, se todo mundo é? Qual é o problema em fazer "caixa dois", se todo mundo faz?
É a moral do 'todo mundo' que move o Brasil. A moral do 'quem não cola não sai da escola'. E é assim em todas as esferas da sociedade brasileira.
Se o México está caminhando na direção de uma "democracia malcriada", o Brasil já passou dessa fase. O que se tem no Brasil é uma democracia de fachada, um circo de horrores que entretém o povo para dar legitimidade à roubalheira. É por isso que no nosso horário eleitoral temos uma candidata que segura um frango de borracha na orelha como se fosse um telefone, outro que sai de dentro de um sofá e depois tira um rato do bolso, outro que aparece montando um avestruz...
Numa pequena nota ao meu artigo publicado na Revista Dia D, escrevi que a nova direita, a surgir em Portugal, não pode oferecer protecção aos portugueses. Tão só abrir espaço para que a confiança surja. O Filipe Moura, num seu comentário, afirmou não perceber “o que é que isso tem a ver com a ‘direita’". Acrescentando que o programa proposto, o de “libertar Portugal de atavismos, não tem nada que ser de direita”.
Vou explicar, de seguida, porque é que tem.
Em Portugal, a geração dos 30/40 anos, que está no máximo das suas capacidades laborais e empreendedoras, cresceu rodeada de uma rede de segurança e não consegue coragem para arriscar viver. Esta realidade é grave porque, quando aqueles que melhores condições têm para inovar, preferem o amparo, o país atrofia. Há muitas razões que explicam como chegámos ao que chegámos, mas a principal está no Estado Social. Este, ao tomar conta de tudo e de todos, levou as pessoas a transferirem para ele as suas responsabilidades. Elas não são mais que uns contribuintes que pagam impostos, exigem do Estado, mas nunca de si próprios. O Estado anestesiou a sociedade.
O fenómeno não é novo. Já o Estado Novo tinha conseguido o feito idêntico de ninguém o questionar. Ninguém? Não. Uns pobres tipos de esquerda, comunistas e não só, quiseram mais. À sua maneira, conseguiram-no com o 25 de Abril. À sua maneira, a esquerda de então era progressista, acreditava no homem, enquanto a direita salazarista duvidava das suas capacidades. A esquerda apelava às qualidades das pessoas, à sua generosidade e força. Hoje, no poder, já não o faz. ### Actualmente, a esquerda desconfia dos cidadãos. Analisar esta desconfiança é importante porque nos leva a distinguir a existência de duas esquerdas. Uma, expressa no PSD, no Partido Socialista e num certo CDS, não acredita serem as pessoas capazes de criar riqueza. No seu entender, estas precisam de ajuda. Ajuda traduzida nas já conhecidas obras públicas. Assim, só haverá crescimento económico se o Estado reforçar a cobrança de impostos e fizer obra. A outra, dominante no Bloco de Esquerda e no Partido Comunista, vê potencialidade nas pessoas, mas tem medo delas. Esta esquerda desconfia da maldade inata do ser humano. Uma maldade a que apenas o Estado pode pôr cobro.
Embora por diferentes razões, ambas as esquerdas não acreditam no homem. Suspeitam dele. As duas vêem no Estado Social a única forma de ultrapassar essa dificuldade. Ora, se ambas encaram o Estado Social como a salvação, não cabe à esquerda resolver o problema referido no início deste artigo. Não cabe à esquerda libertar Portugal dos seus atavismos. Com as suas actuais suspeições, a esquerda é retrógrada e conservadora. Tal qual a direita em tempos o foi.
O espaço está, pois, todo deixado à direita. À direita liberal.
O liberalismo centra-se na pessoa humana. Encara-a como a única capaz de resolver os problemas que vão surgindo no dia-a-dia. O liberalismo acredita na inteligência, na capacidade empreendedora de cada um. Mais importante ainda: Não obriga quem quer que seja a ser o melhor, mas apenas o que quiser. Não indica o caminho. Tão só pretende libertar a sociedade do Estado.
A direita liberal, ao contrário do beco sem saída em que se meteu a esquerda, acredita na pessoa humana. Esta realidade faz toda a diferença. Tanto no conceito de segurança social, como no planeamento da reforma, na defesa de programas de ensino livre, na saúde e em todas as demais áreas das políticas sociais, o discurso da direita é o de devolver o poder aos cidadãos. Na conquista do voto, onde a lei do mercado também funciona, vence sempre quem tem o discurso positivo. A direita liberal defende a liberdade e a dignidade humana. Acredita que as pessoa são capazes. Aceita, por estas mesmas razões, a própria incerteza inerente à condição de ser humano . O Filipe Moura pode até ficar muito triste, mas o futuro, meu amigo, já não está na esquerda.
O PCP enviou uma saudação ao 17º Congresso do Partido Comunista Colombiano, que se realizou entre 8 e 11 de Outubro em Bogotá, sublinhando a sua «persistente, heróica e criativa luta» em defesa dos «interesses dos trabalhadores e camponeses pela solução política do conflito armado, com base na satisfação das justas e urgentes reclamações populares de que o PCC e as FARC são portadores, pela democracia, o progresso social e o socialismo».
«Ao contrário do que pretendem os ideólogos do "pensamento único", é possível defender e construir alternativas de progresso social que o desenvolvimento da luta de massas em muitos países e regiões bem testemunham», considera o Comité Central do PCP.
«O PCP entende que, na actual conjuntura, a par da organização e mobilização dentro de cada país, se exige igualmente o reforço dos laços de solidariedade internacionalista dos comunistas e de todas as forças do progresso social», conclui.
A 23 de Fevereiro de 2002 Íngrid Betancourt, candidata a presidente, era raptada pelas FARC.
A proibição dos galheteiros nos restaurantes portugueses levou ao aumento de 25% do preço do azeite e a um "acréscimo exponencial dos resíduos" das embalagens, que são "altamente poluentes.
Contudo, ainda não são conhecidos que efeitos teve esta medida nos frequentes, e aparatosos, acidentes com galheteiros.
Há tempos me contaram uma piada. Um norte-americano e um mexicano conversavam sobre política. O norte-americano, querendo mostrar-se superior ao mexicano, estufou o peito e disse:
- Na América, dois dias depois das eleições, já sabemos quem será o próximo presidente.
Ao que o mexicano respondeu:
- Pfff, isso não é nada. No México, nós já sabemos o resultado seis meses antes das eleições.
Durante sete décadas, o PRI comandou os processos políticos no México, onde afirmava-se que a corrupção já estava institucionalizada. Com a eleição de Vicente Fox em julho de 2000, as coisas começaram a mudar. Não é possível, afinal de contas, manter uma estrutura política "engessada" e ao mesmo tempo desejar a inserção em uma nova realidade global. Infelizmente, velhos hábitos são difíceis de esquecer. Os seguidores de Obrador demonstram isso através de sua intransigência e imaturidade.
Se para muitos a democracia no México começou de fato no ano 2000, poderíamos dizer que a confusão que os discípulos de Obrador estão fazendo entre "liberdade de manifestação" e "perturbação da ordem pública" decorre do fato da democracia mexicana ser muito recente. Mas seria uma explicação deficiente por excesso de simplicidade. Afinal de contas, o desrespeito às instituições e as fanfarronadas apenas seguem o padrão do que sempre tem sido a esquerda na América Latina: mais revanchista do que planejadora e previsora, mais romântica do que racional, aproveitando-se sempre do apelo à emotividade para conquistar "corações e mentes".
Caso não haja uma atitude séria e definitiva da parte das autoridades mexicanas diante do comportamento anti-democrático do PRD, o México corre o risco de construir uma democracia malcriada e birrenta, a exemplo do que se tem em outros países da América Latina. Algo bastante contraproducente na realidade do mundo pós-Guerra Fria.
Será a sina deste continente andar sempre na contramão da história?
Justo reconhecimento do trabalho do Cato Institute
George F. Will, orador principal no jantar relativo ao Milton Friedman Prize for Advancing Liberty de 2006 (atribuído a Mart Laar, ex-primeiro-ministro da Estónia):
The Cato Institute is the foremost upholder of the idea of liberty in the nation that is the foremost upholder of the idea of liberty.
Se o objectivo eram os 15 minutos de fama blogosférica, o ataque à Bomba (passe a expressão...) do Filipe Moura parece ter resultadobastantebem. Este tipo de estratégia (se é que se trata de uma estratégia) acarretaalgunscustos mas talvez o autor ache que tudo vale a pena pelos tais 15 minutos...
Os espaços públicos terão um prazo provisório de três a quatro anos, durante o qual podem optar por ser ou não livres de fumo do tabaco. Em declarações à RR, o ministro da Saúde confirma esta alteração de fundo na nova versão do ante-projecto de lei contra o tabaco, que brevemente deverá ser aprovada em Conselho de Ministros. Em vez da proibição total, o Governo abdica de uma lei dura.
"Um recuo total" - é a reacção da Confederação Portuguesa para a Prevenção do Tabagismo(...) "Deve ter havido uma influência de algum interesse económico que quer manter tudo como está", acrescenta [Luis Rebelo, CPPT].
O Ministério da Saúde justifica a mudança de posição com sondagens que revelam que a maioria dos portugueses considera que bares e restaurantes devem poder escolher se querem ou não ser livres de fumo.
Não conheços as sondagens a que a notícia se refere, mas registo com agrado a opção dos inquiridos de que devem ser os proprietários desses espaços a decidir que tipo de negócio têm. É que ao contrário do que se diz acima eles não são "espaços públicos"; são propriedade privada.
Juntando os cenários traçados pelos directores do Sol e do Expresso, temos que, para além de ambos dizerem estar seguros de que o seu jornal terá a liderança do mercado, o total de vendas previsto é de cerca de 200000 exemplares por semana. Para além de obviamente só um dos jornais poder ocupar a liderança, suspeito que há uma forte probabilidade de ficarem os dois aquém dos seus objectivos (anunciados) de vendas.
Apesar da lamentável desordem promovida pelos radicais esquerdistas, o México parece não sucumbir à onda de populismo socialista que tantos danos tem vindo a causar à América Latina: Calderon named Mexico's president-elect
MEXICO CITY - Felipe Calderon became president-elect of Mexico on Tuesday, two months after disputed elections, when the nation's top electoral court voted unanimously to reject allegations of fraud and certify his narrow victory. His leftist rival, Andres Manuel Lopez Obrador, had said he would not recognize the ruling. His supporters wept as the decision was announced and the courthouse shook as protesters set off fireworks outside.
No Espaço Internacional [da Festa do Avante] poder-se-á visitar os seguintes espaços: PDS (Alemanha); MPLA (Angola); PC da Bolívia; PT do Brasil; PAICV (Cabo Verde); PC do Chile; PC da China; PC da Colômbia; PT da Coreia; PC de Cuba; Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional (El Salvador); PC de Espanha; Bloco Nacionalista Galego (Galiza); Partido dos Comunistas da Catalunha; «L’Humanité» (França); PC da Grã-Bretanha; PC da Grécia; Partido dos Comunistas Italianos (Itália); Partido da Refundação Comunista (Itália); Partido FRELIMO (Moçambique); Organização de Libertação da Palestina; PC Peruano; Frente Polisário (Sahara Ocidental); FRETI-LIN (Timor Leste); PC da Turquia; PC do Uruguai; PC da Venezuela.
Não existe qualquer referência às FARC. Será que fez parte da comitiva do partido comunista colombiano???
Desafio aos leitores: alguém me consegue fornecer imagens do referido stand?
Em Abril deste ano, nota de imprensa da Juventude Comunista Portuguesa:
Recentemente vieram a público falaciosas noticias lançadas para a opinião pública por parte de alguns órgãos de informação daquele país que, de uma forma irresponsável, insinuam existir uma nova estratégia por parte das FARC-EP para se infiltrarem nas universidades, através de alguns dos seus membros sob a designação de militantes da JUCO. Esta associação naturalmente acarreta graves perigos para os activistas e militantes da JUCO.
A JUCO é uma organização juvenil de carácter legal que desde 1932 vem exercendo juntamente com o Partido Comunista Colombiano e os trabalhadores o seu papel na luta pela democracia e pela paz com justiça social.
Assim a JCP associa a sua voz às justas reivindicações por parte da JUCO, que exigem do Governo a garantia de integridade física e o direito à vida e militância dos jovens da JUCO. A par da exigência aos meios de comunicação responsáveis por estas notícias, que rectifiquem, clarifiquem e aprofundem a informação, visto que esta põe em risco a situação dos militantes da JUCO por todo o pais.
Talvez os jovens comunistas portugueses devam começar por falar com os editores do jornal Avante:###
Miguel Urbano Rodrigues: Outra questão. Não apenas os inimigos, mas por vezes forças democráticas com uma posição muito crítica perante o regime de Uribe, afirmam que as FARC não conseguem implantar-se nas grandes cidades, que não avançam nesse terreno, que não penetram nas classes médias urbanas. Que tens a dizer sobre o assunto?
Ricardo González, comandante Estado do Maior Central das FARC-EP: Relativamente ao assunto, a desinformação é total. Resulta de um desconhecimento do que são as FARC-Exército do Povo como organização político-militar. Não somente contamos com um aparelho armado como constituímos também o Partido Comunista Colombiano clandestino. Construimo-lo assim, clandestino, porque ali não há possibilidades de desenvolvimento real de organizações legais, abertas, de carácter revolucionário. E estamos também a construir o Movimento bolivariano pela Nova Colômbia, que é um movimento igualmente clandestino com forte implantação em sectores estudantis e operários, nos bairros periféricos das grandes cidades e em meios universitários e entre a intelectualidade. O que se passa é que este é um trabalho eminentemente clandestino. Não podemos tornar publico o que está a ser feito nos terrenos ideológico, político e organizativo. Esse trabalho é muito importante.
Três anos atrás, o insurgente Miguel teve a oportunidade de publicar no Intermitente um post sobre a relação do PCP com as FARC, pelas palavras de Miguel Urbano Rodrigues, "analista político internacional do PCP":
Guardo belas recordações do contacto com os camaradas das FARC Reconforta registrar a desambição e a autenticidade desse combatentes, bolivarianos pela coragem e o espírito latino-americano e internacionalista, marxistas pela sua lúcida compreensão da historia.
Renova a esperança confraternizar com revolucionários desta têmpera no limiar do século XXI, na era da globalização neoliberal, neste tempo de covardia intelectual e de abdicação. A epopéia das FARC-EP, a sua inquebrantável confiança na vitória distante, sem data, transporta e transmite a esperança da humanidade.
A solidariedade com a luta dessa gente maravilhosa tornou-se um dever para todos os homens e mulheres progressistas na vastidão do planeta.
FARC has financed itself through kidnapping ransoms, extortion, drug trafficking which includes but it is not limited to coca plant harvesting, protection of their crops, processing of coca leaves to manufacture cocaine, and drug trade protection. Many of their fronts have also overrun and massacred small communities in order to silence and intimidate those who do not support their activities, enlist new and underaged recruits by force, distribute propaganda and, more importantly, to pillage local banks. Businesses operating in rural areas, including agricultural, oil, and mining interests, were required to pay "vaccines" (monthly payments) which “protected” them from subsequent attacks and kidnappings. An additional, albeit less lucrative, source of revenue was highway blockades where guerrillas stopped motorists and buses in order to confiscate jewelry and money, which were especially prevalent during the presidencies of Ernesto Samper Pizano (1994-1998) and that of Andrés Pastrana (1998-2002).
Over time, fewer recruits joined the organization for ideological reasons, but rather as a means to escape poverty and unemployment. “FARC's narcotics-related income for 1995 reportedly totaled $647 million.” Although the FARC rarely provides a regular cash pay to the majority of its members, per capita income for Colombian guerrilla fighters has at times been calculated to reach at least 40 times the national average.
Gostava muito de ver a Assembleia da República a aprovar um voto - claro, conciso e que não deixasse espaço para pretextos - exigindo a libertação imediata dos sequestrados das FARC e fico curioso quanto a como o votariam o PCP e os seus aliados dos Verdes.
Há silêncios e atitudes que são inadmissíveis e clarificações que não podem ser adiadas. Seria importante que, independentemente de todas as divergências ideológicas, à esquerda se dividissem as águas, remetendo os extremistas que apoiam (explícita ou tacitamente) organizações criminosas, terroristas e regimes totalitários para o seu devido lugar no espaço público de uma democracia liberal.
A interpretação comum sobre a referida crise, vai no sentido de responsabilizar menos os media tradicionais e enfatizar o aumento e a gratuitidade dos novos meios de comunicação, com especial destaque para a Internet e todos os produtos seus associados. Sucede, porém, que esta explicação não é suficiente. Há que acrescentar que, nos últimos anos, os jornais portugueses se entretiveram a disputar leitores e mercado publicando verdadeiras abjecções supostamente informativas.
Uma iniciativa muito interessante de CAA, que se espera possa ter continuidade: Socialismo em forma legal, «uma "coluna" no Blasfémias cujo objectivo é identificar a legislação de cariz socializante à medida que esta for sendo publicada em Diário da República». Não faltará certamente matéria-prima...
Injustiça Desportiva, artigo de Carlos Loureiro n'O Primeiro de Janeiro sobre o caso Mateus, a Lei de Bases do Desporto e o argumento da equiparação dos órgãos jurisdicionais da FPF/LPFP a tribunais arbitrais.
O Daniel Oliveira aproveitou a passagem do primeiro aniversário do furacão Katrina, sobre Nova Orleães, para nos relembrar os malefícios do ‘American way of life’. De acordo com o Daniel é o ‘Estado mínimo’ o maior responsável pelo atraso na reconstrução daquela cidade. Conclui ele que ‘a organização política, social e económica dos Estados Unidos deixa os pobres entregues a si mesmos.’
O Daniel está, no entanto, errado e o que sucede é precisamente o contrário.
De acordo com o Senate Budget Commitee (ver o segundo link do dia 22 de Agosto), a ajuda do governo federal para a região estimou-se em $122.5 mil milhões de dólares, bastante acima dos 22 mil milhões de dólares que saíram do governo federal em apoio às cidades de Nova Iorque e Washington, em resposta aos atentados de 11 de Setembro de 2001. Muito mais ainda que todas as outras ajudas federais derivadas dos prejuízos causados por outros furacões. O grande problema com que a América se está a deparar em Nova Orleães tem que ver, não com o pouco dinheiro disponível, mas com a sua má utilização.
Porque é que em Nova Iorque e Washington a aplicação dos fundos federais são proveitosos e em Nova Orleães não? A resposta não é fácil de encontrar porque esta não é a única comparação a ser feita. Há outra, ainda mais importante e dolorosa para a crença do Daniel. ### Várias companhias privadas, como a Val-Mart e a Home Dept, têm dado uma forte contribuição na reconstrução das áreas mais atingidas pelo Katrina. Mais: A grande parte da obra entretanto concluída foi da responsabilidade de donativos privados. Ou seja, no que se teve de esperar pelo governo federal para que transferisse verbas para o governo estadual, os diversos municípios e, por sua vez, inúmeros mais organismos e departamentos estaduais (com o inevitável ‘desaparecimento’ dos dinheiros públicos), as obras financiadas por privados foram feitas. O Estado mínimo (ao deixar actuar as forças sociais) venceu o Estado máximo que o Daniel apregoa.
Até porque o que falhou em Nova Orleães foi precisamente o Estado não ser tão mínimo quanto seria desejável. O Daniel deverá saber, melhor talvez que muitos de nós, não ser a América o paraíso liberal de outrora. Principalmente naquela região do sul dos EUA. E é precisamente porque o Estado já não é ali tão mínimo que o esforço de reconstrução não foi assim tão eficiente. Porque há um Estado ineficaz a estorvar o trabalho. Ao contrário do que o Daniel conclui, o fracasso de Nova Orleães não é do ‘American Way of life’. Se assim fosse aquela cidade teria há muito a qualidade de vida das outras cidades norte-americanas. O drama no Louisiana é o ‘socialist way of life’. A causa maior da miséria nos tempos modernos.
The European Commission will from next week onwards start to send its proposals for EU laws directly to national parliaments for comment - but it has made clear that it will not review any of its plans if national deputies dislike them.
Como comprova o caso de ArnoldSchwarzenegger, dar atenção a ideias de perigosos radicais liberais (ainda mais perigosos do que Aristóteles) pode ter consequências muito graves.
Felizmente para a continuidade do status quo nacional, a maioria dos políticos portugueses não corre esse risco.
In his new book, Vienna and Chicago, Friends or Foes? economist and author Mark Skousen debates the Austrian and Chicago schools of free-market economics, two schools in constant, heated disagreement in their theories of money, business cycle, government policy, and methodology.
Arnold has been a frequent attendee and speaker at Reason Foundation Banquets in Los Angeles over the years. Even more it was recently uncovered that Arnold once attended a hardcore libertarian conference. Former UCSD student and current PrestoPundit.com Columnist Gregory Ransom discovered Arnold’s name as an attendee at an obscure conference on Austrian Economics held at his college in the 1980s. He wrote, “I remember picking up a small, poorly bound book that was a collection of papers presented at a very academic, very technical symposium on Austrian economics… On the first page was a small list of attendees… and there was Arnold Schwarzenegger’s name.”
Highly respected economic conservative and Washington Times Editorialist Donald Lambro had this to say about Arnold in a recent column; “he has deep-set political beliefs in the power of capitalism, deregulation and free markets to create economic prosperity. His reading includes books by Friedrich Hayek, the Nobel Prize-winning economist best known for his seminal free-market work, The Road to Serfdom.”
Blogosfera Lusa: Top Blogs (ranking) - o relatório completo de um ranking ponderado construído combinando dados do Sitemeter com os do Technorati, Google PageRank, Google Blogsearch, Yahoo! Sitesearch, Blogpulse e IceRocket.
Uma iniciativa louvável que se espera possa merecer continuidade e fazer escola no sentido de surgirem outras análises sobre a mesma realidade.
Aqui fica a lista do Top 20 da blogosfera nacional segundo este ranking:
Palestinian teachers began striking Saturday, the start of the school year, to demand full back pay and regular salaries from the Hamas-led government, which has been financially crippled by six months of international sanctions. Most schools throughout the West Bank remained closed, some by force, as the strike continued. At least three masked militants stood outside a school in the northern West Bank city of Nablus and fired in the air to keep children away, witnesses said. Stray fire hit a 12-year-old boy, Issam Ghannam, in the abdomen, witnesses said.(...)
The strike was widely viewed as a tactic by Fatah to pressure Hamas to join it in a national unity government.
A The Economist dedicou a capa da edição da semana passada a este assunto, colocando na capa a pergunta "Who killed the newspaper?" (texto de acesso livre). A ler.
"At the beginning of the Eight Century, Islam-converted nomadic Berbers arraived to Spain. During that century, the Muslims expanded and controlled the Iberian Peninsula. The response of European Christendom began around the Eleventh Century, with the Reconquest and the Crusades. The Muslims were finally defeated in Granada, in 1492."
O terror e a ameaça imediata do abismo passaram mas as marcas do atraso socialista nas mentalidades infelizmente ainda permanecem: Lembranças socialistas, por Miguel Castelo-Branco.
Para os mais velhos, ou aqueles que preservam a memória da "via portuguesa para a pelintrice" - vulgo economia socialista - aqui deixo quatro conceitos muito em voga na geringonça do imediato pós-gonçalvismo. O país estava de rastos, com 26% de inflação, 15% de desempregados, sem nada exportar, com metade do aparelho produtivo debatendo-se pela sobrevivência, com metade dos hotéis às moscas e os outros ocupados pelos desgraçados da descolonização, pelo que o que sobrou da bacanal revolucionária foi a pelintrice, a mais vil, misturada com azedume, frustração e inveja.
No primeiro semestre do ano chegaram ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) perto de nove mil propostas de emprego para os desempregados ali inscritos. Segundo a edição de hoje do Jornal de Notícias, apenas 4.700 dessas vagas foram preenchidas por pessoas à procura de emprego. No preciso momento em que o Bloco anda a marchar contra o desemprego, talvez fosse boa ideia, para fazer baixar o desemprego, marchar pela aceitação de emprego pelos desempregados.
A bem da compreensão de futuros argumentos estatistas, seria razoável que cada vez que se falasse em subsídios se usasse a expressão "pagamento forçado de". Assim, em vez de falarmos em subsídios à empresa A, deveríamos falar em "obrigar os cidadãos que não querem produtos dessa empresa a pagá-los através de impostos"; quando falássemos em subsídios à cultura deveríamos usar "obrigar os cidadãos que não querem contribuír para a manutenção do produto cultural a fazê-lo"; e por aí fora...
Seguindo as pisadas do saudoso General Gomes da Costa, o Bloco Iniciou ontem a sua marcha pelo emprego.
(...)
O Dr. Francisco Louçã também disse que a marcha pelo Emprego prova «capacidade governativa» do BE. O velho general não se atreveria a tanto. Mas o Dr. Louça tem razão. A marcha pelo Emprego prova «capacidade governativa» do BE. Prova que é nula.