Há alguns sinais de que a Casa Branca se pode estar a preparar para retirar a nomeação de Harriet Miers para o Supremo Tribunal.
Não estou particularmente optimista mas faço votos de que os sinais se confirmem e que Bush ainda vá a tempo de corrigir o rumo pelo menos nesta (importantíssima) matéria. Como escrevia há dias Ann Coulter, a questão não é tanto saber a opinião de Harriet Miers relativamente a Roe vs. Wade (supõe-se à partida que votaria contra sob pena de a escolha de Bush se tornar completamente incompreensível) mas sim a consistência que poderá garantir no exercício das suas funções. Quando o essencial é reverter a onda de activismo judicial que caracterizou pelo menos as últimas sete décadas nos EUA, ter "senso comum" não basta: é preciso alguém com impecáveis credenciais jurídicas, um conhecimento profundo de teoria constitucional e uma determinação inabalável para não ler na Constituição mais do que lá está escrito. Qualquer outra opção, por muito estimável que seja a personalidade em causa, é um convite ao desastre.
Há 30 anos, quando a China se começou a converter numa economia de mercado, toda a população da China era pobre. Se hoje a China só tem 150 milhões de pobres (menos de 10% da população) o crédito tem forçosamente que ser atribuido ao capitalismo.
"The costs of Kyoto will be borne disproportionately by the poor. Low-income families spend a greater portion of their income on necessities than do the wealthy, so they suffer to a greater degree during economic slowdowns. Nor will the poor of the United States be the only victims; the Protocol will deny the poor in developing countries a chance to raise their standards of living. While Kyoto will miss its global warming target, it will score a bull's-eye on the world's poor."
Acabo de postar no meu blog um texto que define meus posicionamentos. Deixo claro que "estou sempre aberto ao debate honesto, mas não à má-fé e à hipocrisia".
"O termo 'democracia' costuma ser entendido erroneamente como 'vontade ou governo da maioria'. Dêmos, em grego, significa povo, e não maioria. No povo, incluem-se tanto a maioria quanto a minoria. Quando a democracia é interpretada como governo da maioria (e não do povo), abre-se o caminho para o totalitarismo. (...) Por acreditar na liberdade econômica e no Estado Democrático de Direito como a melhor forma de governo, sou liberal. (...) Por não aceitar o pensamento relativista imposto pela ditadura do politicamente correto, sou conservador. (...) Por considerar o meio internacional como sendo anárquico e acreditar que a preocupação primordial é a segurança, o que termina por definir os interesses em termos de poder, sou realista."
Há poucas coisas que me irritem mais do que os conceitos que se escondem por trás de chavões como "multiculturalismo", "diversidade", "politicamente correcto" ou, verdadeiro oxímoro, "discriminação positiva". E porquê?
Não é porque não goste de culturas diferentes, por exemplo, mas porque por trás deste chavão existe uma ideologia totalitária, que através, por exemplo, do controlo da linguagem (o caso do politicamente correcto) pretende controlar o pensamento da pessoas, formatando-o num pensamento único.
Por isso gostei de ler esta entrevista de Anne-Marie Le Pourhiet em que a discriminação positiva é positivamente desmontada e desmascarada. Aconselho a leitura integral, mas não deixo de realçar uma ou outra passagem:
Il est donc désormais interdit de discriminer sauf ... quand il s’agit d’attribuer des privilèges à ceux qui ont la chance d’appartenir au club très prisé des « dominés ». Femmes, handicapés, « issus de l’immigration africaine et maghrébine », homo-bi-trans-sexuels, originaires de régions « à identité forte », etc. ont le droit de bénéficier d’avantages refusés aux hommes mâles, blancs, valides, hétérosexuels et originaires de régions hexagonales à … identité faible. Voilà très exactement ce qu’est une discrimination « positive » : un passe-droit reconnu aux membres de catégories ethnico-culturelles ou sexuelles ayant réussi à se forger un statut de victimes d’une domination perpétrée par une catégorie de bourreaux qui ne sera donc pas fondée à s’en plaindre. Préférer une femme à un homme n’est pas répréhensible, c’est, au contraire une discrimination « positive » fortement encouragée. Préférer recruter un chômeur français qu’un étranger est révélateur d’une « xénophobie populiste » mais réserver les emplois et professions des collectivités d’Outre-mer aux autochtones est une judicieuse prise en compte de la « situation de l’emploi local ».
J’ai déjà indiqué auparavant que la diversité est simplement devenue le faux nez de la discrimination positive. Ce terme n’a pas d’autre fonction que de camoufler la politique de passe-droit généralisé qui se met en place. Mais en lui-même, il ne signifie absolument rien, c’est un slogan débile.
Je crains que la nouvelle idéologie qui nous submerge nous apporte davantage « d’indigènes de la République » schizophrènes, pétris de bêtise et professionnels du ressentiment que de citoyens dignes de ce nom et bien dans leur peau. Je ne suis guère optimiste.
É possível que o optimismo de Paulo Pinto Mascarenhas e Francisco Mendes da Silva quanto a uma liderança de David Cameron seja fundamentado mas, pela minha parte, tenho sérias dúvidas que o Partido Conservador precise de um Tory Blair. Nestas coisas, geralmente é sempre preferível o original e, Blair por Blair, talvez seja melhor aguentar com o New Labour até que haja uma alternativa a sério à direita.
Através deste comentario num post do João Miranda fui dar a um site que não percebi se é inspirado nos Monty Python, E. A. Poe ou na religião oficial do planeta Zorg. Mas o que me traz aqui é Chomsky. O meu querido Chomsky. Estava então escrito no tal comentario:
"A forma inteligente de manter as pessoas passivas e obedientes é limitar estritamente o espectro da opinião aceitável, mas estimular muito intensamente o debate dentro daquele espectro...Isto dá às pessoas a sensação de que o livre pensamento está pujante, e ao mesmo tempo os pressupostos do sistema são reforçados através desses limites impostos à amplitude do debate." Chomsky
Ja tentaram dizer que são contra a descriminalização da IVG, que os homossexuais das paradas fazem lembrar avestruzes, que Fidel é um ditador criminoso, que não ha bloqueio nenhum a Cuba, que Estaline é igual a Hitler, que os EUA são uma democracia,etc? Pois, o limite estrito do espectro da opinião aceitavel... Fui então parar à Tech Central Station e encontrei parte do barro dos pés do Idolo. Concerteza sabeis que no inquérito da revista Prospect, Chomsky foi "eleito" o intelectual mais influente da actualidade (eu votei: Mario Vargas Llosa, Bjorn Lomborg, Jagdir Bahgwati, Hernando de Soto e Amartya Sen). Pois bem, começando pelo fim aqui vão uma ou duas pérolas e ha mais umas quantas no sitio de onde estas vieram:
Chomsky, for all of his moral dudgeon against American corporations, finds that they make a pretty good investment. When he made investment decisions for his retirement plan at MIT, he chose not to go with a money market fund, or even a government bond fund. Instead, he threw the money into blue chips and invested in the TIAA-CREF stock fund. A look at the stock fund portfolio quickly reveals that it invests in all sorts of businesses that Chomsky says he finds abhorrent: oil companies, military contractors, pharmaceuticals, you name it.
When I asked Chomsky about his investment portfolio he reverted to a "what else can I do" defense: "Should I live in a cabin in Montana?" he asked. It was a clever rhetorical dodge. Chomsky was declaring that there is simply no way to avoid getting involved in the stock market short of complete withdrawal from the capitalist system. He certainly knows better. There are many alternative funds these days that allow you to invest your money in "green" or "socially responsible" enterprises. They just don't yield the maximum available return.
E esta:
Radicals used to think of their ideas as weapons; Chomsky sees them as a licensing opportunity.
Naomi Klein podia ter-lhe reservado uma ou duas paginas quando escreveu No Logo
O secretário-geral socialista, José Sócrates, não excluiu hoje a possibilidade de o PS abdicar do compromisso eleitoral de realizar um referendo sobre o aborto e de aprovar a alteração da legislação no Parlamento.
Questionado pela comunicação social sobre se considera a hipótese de a despenalização do aborto ser aprovada "no Parlamento" e se "admite não haver referendo", José Sócrates respondeu que decidirá depois de conhecido o parecer do Tribunal Constitucional sobre a questão do início da sessão legislativa.
Há 7 meses atrás dizia-se o contrário (meus destaques):
Uma terceira e última nota complementar para reafirmar o compromisso eleitoral de nesta legislatura se realizar um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez. O tempo decorrido desde o último referendo, os sinais da evolução do sentimento da sociedade portuguesa sobre a matéria, os casos recentes de mulheres sujeitas a processos judiciais e, sobretudo, a subsistência do drama do aborto clandestino tornam necessário que esta questão regresse à nossa agenda política. Tal como sucedeu anteriormente, a iniciativa do referendo deverá partir desta Assembleia e em sede parlamentar deverá ser acordado o respectivo calendário. Estou certo de que o Grupo Parlamentar do partido maioritário honrará os seus compromissos e não deixará de tomar as iniciativas correspondentes na Assembleia da República.
A Causa Liberal e a Espírito das Leis, acabam de editar o livro "Escola Austríaca, Mercado e Criatividade Empresarial" do Prof. Jesús Huerta de Soto. A tradução deve-se ao arduo trabalho (que incluiu algumas directas) do André Azevedo Alves.
Segundo o DE, as Finanças reconhecem que há erros no Orçamento. O Luciano Amaral já tinha chamado a atenção para as dúvidas do mesmo Jornal. Três (três!) dias depois o Ministério vem reconhecer o erro e chama-lhe “gralha”. Por pouco importante que isto pareça, não o é e só pode acontecer por duas razões: 1 Como tentativa de esconder alguma coisa 2 Por incompetência e/ou desleixo Sabendo, como sabe o Governo, que este Orçamento seria esmiuçado ao cêntimo por tudo quanto é economista, oposição, media, sindicato e corporação, a primeira justificação só se entende menosprezando os citados. É possível, porque a arrogância e o excesso de auto estima abundam, mas não o julgo provável. O que me parece é que não passa de incompetência e/ou desleixo. Esta mania do mais ou menos, do jeitinho, do assim está bom. Acabamos sempre por cair no mesmo: “Ok, pronto. Isto resolve-se, não há problema…”.
"Fruto do cruzamento incestuoso da mentalidade excessivamente centralizadora e patrimonialista herdada da tradição ibérica com a estratégia de ocupação dos espaços de Antonio Gramsci e do encontro adulterino de um tremendo complexo de inferioridade com uma dose desavergonhada do vício da inveja, a doença contaminou as universidades, os meios de comunicação, a cultura, a economia, a política, a linguagem e as próprias definições de moral e ética."
Ubiratan Iorio, "A Esquerdopatia"
Três artigos do economista Prof. Ubiratan Iorio publicados no Jornal do Brasil em 19/09, 26/09 e 03/10/2005. O texto completo pode ser descarregado aqui.
Toda e qualquer análise referente ao referendo sobre a proibição ou não do comércio legal de armas de fogo e munições no Brasil deve passar, necessariamente, pela questão dos direitos. Isso está além das estatísticas manipuladas, dos apelos choramingantes dos artistas, dos interesses de integração política do Foro de São Paulo, dos lobbies, dos lobistas e dos lobões. Trata-se, acima de tudo, do quanto a sociedade é permissiva com relação à interferência estatal nos direitos individuais e na liberdade dos cidadãos.
Também no Diário Económico, mas na edição de hoje, mais um artigo que se recomenda: O mundo está a mudar, por José Manuel Moreira (com um P.S. que suspeito será do agrado do meu empenhado amigo LT...).
Tudo somado, olhando para o orçamento, talvez o problema maior, para além da urgente redefinição das funções do Estado, esteja na segurança social, vista ainda como paradigma da democracia moderna. Não deve ser por impedir as pessoas de escolherem, ao impor quotizações obrigatórias. Muito menos por ter sido criada por um famoso anti-democrata como Otto von Bismarck, o “chanceler de ferro”, e impulsionada depois por numerosos inimigos da democracia, como Franco e Salazar. Talvez seja por ter sido questionada por uma tal “dama de ferro”… Passar das mutualidades sindicais livres para a segurança social, terá sido mesmo um avanço? Para onde? Será que ainda não percebemos que por efeito de conquistas ditas sociais se justificou a conquista da sociedade pelo Estado? PS - Apresenta-se hoje como candidato um homem que um dia escreveu um texto sobre como a má moeda expulsa a boa, espero que a sua provável eleição seja um passo necessário para ajudar a perceber como inverter um processo que levou a que tantos falsos direitos expulsassem os verdadeiros direitos.
Por um lado, em qualquer situação de negociação onde haja alguma necessidade de consenso uma “boa” previsão tem que atender a factores históricos, culturais, e sociais – numa palavra, atender à “tradição”. Por outro lado, a necessidade de coordenação ajuda a compreender a estabilidade de determinadas convenções sociais, como as regras de etiqueta, o sentido do trânsito, ou até a linguagem – onde todos esperam que todos tenham a expecativa que todos observem determinadas regras, sob pena de serem penalizados. No seu livro ‘The Strategy of Conflict’, o ex-professor de Harvard apresenta outros exemplos curiosos, como o da audiência que aplaude o pianista e que tem de “decidir”, a determinado momento, entre “puxar” pelo ‘encore’ ou parar de bater palmas – o que geralmente acontece de forma súbita e coordenada, evidenciando o “entendimento comum” que as pessoas têm quando partilham certos hábitos e tradições. Tida como uma das mais influentes publicações do séc. XX, é uma obra que vale a pena conhecer.
Via Blog da Santa, notícia sobre o Ministro Nelson Jobim, pronunciando-se contra a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o julgamento do Comandante Daniel, quero dizer, do José Dirceu.
"Derrotado no julgamento do caso José Dirceu, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim, acusou os sete ministros vencedores de terem dado poder demais à maioria do Congresso e alertou :"Pelo entendimento estabelecido hoje, a maioria do Senado poderá processar qualquer um dos senhores ministros por quebra de decoro parlamentar, por eventual discordância com votos aqui proferidos", disse Nelson Jobim, surpreendendo os colegas."
Por aqui há quem pense que a Justiça, além de cega, deve ser canhota.
É já a terceira vez este ano que Hugo Chavéz faz uma visitinha ao seu petit ami Jacques, em Paris. Ainda ontem lá esteve. O embaixador da Venezuela em França, a propósito, terá dito o seguinte: "a relação com França ultrapassa a amizade e apoia-se numa convergência política, uma mesma visão do mundo e de trocas comerciais significativas" (bolds meus). Parece que toda a gente concordou: temos, portanto, que a França estará a convergir para os hábitos políticos venezuelanos e a adoptar a mesma visão do mundo. A França está, portanto, a transformar-se numa ditadura larvar e a adoptar uma visão do mundo terceiro-mundista e anti-americana. Não me atirem coisas à cara. Não fui que disse. Foram eles.
Não percebo. O Diário Económico já há dois dias que anda a repetir o problema da discrepância dos valores inscritos no Orçamento para pagamento da função pública e ninguém lhes liga. Basicamente, o problema pode colocar-se da seguinte forma: com os números registados no Orçamento, ou bem que os aumentos são muito mais baixos do que foi dito, ou bem que haverá menos funcionário públicos para o ano, ou bem que o défice não se cumpre. Sempre me pareceu que esta técnica de gritar aos quatro ventos "eu sou honesto, ouviram??? eu não engano!!! não há aqui truques!!!" trazia água no bico. Aquele que não engana, não precisa de andar a fazer publicidade a isso. Se anda, é de desconfiar... Num artigo que publiquei hoje no Diário de Notícias também menciono aquilo que não são propriamente truques ou enganos, mas as bases frágeis do Orçamento.
O autor do texto entende o IRC como um instrumento da política económica do Estado, através do qual este convence os sócios a reter lucros ou a distribuí-los. Realça a importância daquele imposto, não só por uma questão de receita para o Estado, como também por uma questão de justiça social. Não explica porque não concorda com o fim da segurança social obrigatória, do rendimento mínimo garantido e do incentivo às empresas, mas julgo serem por razões em tudo idênticas à defesa que faz do IRC. O Estado e o seu papel na regulamentação da actividade económica.
Uma boa maioria dos militantes do PSD e do CDS estão impregnados desta visão centralizadora da actividade económica e, pelo que leio e ouço por aí, acreditam ver no Estado o principal condutor da economia e do progresso. O Estado põe e dispõe. Tira dali e incentiva aqui. Sabe melhor que ninguém onde, quando e como se deve investir. A ele cabe dar o exemplo. Sem o Estado o país parava. Tão preocupados estão com este fenómeno que esquecem as pessoas e as empresas. Assim sendo, a sua intervenção na política cinge-se à apresentação de pequenas nuances relativamente às políticas dominantes.
O que explica esta fé no Estado? A meu ver, existem duas razões. Em primeiro lugar, o Estado é algo indeterminado. Um ser que está longe e nas alturas. Bem intencionado que é, as suas falhas não podem ser individualizadas, pelo que não há verdadeiramente um culpado. E quando é preciso sacrificar alguém, de quem nos lembramos? Do líder do governo. Aquele que foi escolhido pelo povo. Por isso, o povo é esperto quando escolhe o nosso candidato e burro quando vota no adversário. Em segundo lugar, o Estado transmite poder. Esse poder só se conquista vencendo eleições e estas ganham-se com promessas. O que é mais eficaz que prometer relançar a economia? A dinâmica de um político passa por nos convencer que ele tem a fórmula mágica, que só ele pode mudar as nossas vidas e nele devemos depositar todas as esperanças. O político é imprescindível porque se propõe conquistar, em nome dos nossos interesses, o aparelho estatal.
Este é o desafio cultural dos nossos dias. Convencer os cidadãos deste país que sabem melhor que ninguém como governar as suas vidas. Esperar uma boa dose de humildade da parte dos políticos, de forma a darem espaço de manobra à sociedade para agir. Para pôr o acento tónico no Estado já temos o PS e o PCP. Não precisamos do CDS para nada.
Os liberais não acreditam da Lei da Selva — deixam isso para a criatura mítica e fantástica a que os herdeiros de Marx já chamaram "capitalista selvagem" e agora chamam "neoliberal".
Os liberais acreditam na ordem espontânea — que a sociedade e a Economia formam um sistema complexo de interdependência económica e social que tende a satisfazer as necessidades da comunidade da forma mais eficiente e justa, sem atropelos das liberdades individuais que inevitavelmente ocorrem por meio de intervenções estatais planeadas ou arbitrárias.
No A Arte da Fuga, leituras recomendadas (incluindo comentários):
Apoiantes da candidatura presidencial de Mário Soares criaram um blog intitulado Super Mário (via Blasfémias). Tanto o nome do blog como a iconografia escolhida são clara alusão ao popular videojogo de finais dos anos 80, desenvolvido para a consola Nintendo: Super Mario Brothers.
Esta escolha, mesmo que não consciente, é uma tentativa de rejuvenescimento da imagem agastada de Mário Soares...
Mas, tal como no mercado de videojogos, a estratégia tem reduzida probabilidade de sucesso. Os então jovens eleitores jogadores são, hoje, adultos com mais experiência e maturidade, exigindo maior qualidade nos títulos a consumir. Essa é a razão porque a Nintendo perdeu a liderança do mercado para a Playstation e a Xbox. O mercado evoluiu e a Nintendo ficou presa ao passado!
Mário Soares foi ao cinema com a sua mandatária para a juventude e elementos da JS. A TSF fez a cobertura do evento e entrevistou o candidato que teceu algumas considerações sobre o seu oponente Cavaco Silva.
No final Soares esclareceu que esta acção não se enquadrava na sua campanha para PR.
Acabo de postar no meu blog uma pequena amostra de como as coisas andam deste lado da poça.
"É verdade que as restrições a que estamos submetidos, devido à falta de solidez das instituições, ao burocratismo irracional e ao excesso de interferência do Estado na esfera privada, muita vezes levam as pessoas para a informalidade como único caminho para a sobrevivência. (...) Caso a esperteza e a malandragem fossem meios de combater um sistema que impede o desenvolvimento individual, as pessoas não seriam estatólatras e propensas a abrirem mão de suas responsabilidades e direitos em favor de um Estado-babá que restringe cada vez mais as liberdades. O que acontece, na verdade, é que não querem responsabilizar-se por seus atos e opiniões, querem apenas que o Estado tome conta delas como se fossem bebês. A síndrome de Peter Pan está incorporada ao ethos da nação."
Nova teoria sobre Adam Smith e a "ética dos negócios"
Luis Rainha assinala que The Theory of Moral Sentiments é uma obra sobre "ética dos negócios". E não precisa de dizer mais nada. Ficamos esclarecidos: não propriamente sobre a obra de Smith, mas pelo menos sobre o conhecimento que dela tem o Luis Rainha.
E eu a pensar que a Escola Austríaca não existia...
Bill Fleckenstein indica os aributos que o próximo Presidente do Fed deveria ter:
Be completely politically independent. That's not to say he couldn't belong to one party or another, but this person should not be a politician of any sort. The more independent, the better.
Show a firm grasp of the ramifications of asset bubbles.
Possess a demonstrable understanding of financial history.
Have a record of advocating sound policies for the long term vs. ones that are convenient for now.
Be well-versed in the so-called Austrian School of Economics.
This last requirement refers to a school of economic thought championed by, among others, Nobel laureate Friedrich von Hayek. The Austrians deny that a central bank, such as the Fed, can work economic miracles by juggling interest rates. In effect, the Austrians hold, interest rates are the traffic signals of a market economy. Turn them all green, and what you get are lots of pileups.
Julgo que na terra dos "bifes" não vês estas coisas. Os tedescos traiçoeiros vinham ao Covil fazer a festa. Ora bem, não ganhamos por 4-3, mas espetamos-lhes 2 secos. Podes pois meter esses dois na tua cardbox bag e guarda-los, sabendo que ao Co não lhe cabe concerteza um feijão-frade e que apesar do Diego de fora, foi bonito. Foi diferente, não esmagamos, não fomos esmagados mas pronto, foi bonito. E o Harry Potter partiu a loiça e os rins ao Cordoba.
The White House appears to have been truly blindsided by the vehemently negative response from conservative intellectuals to the nomination of Harriet Miers to the Supreme Court. In truth, this is a revolt that has been long in the making. The surprising thing is that it has taken such a long time for it to come out into the open.
The truth that is now dawning on many movement conservatives is that George W. Bush is not one of them and never has been.###
(...)
I could go on, but the point is that George W. Bush has never demonstrated any interest in shrinking the size of government. And on many occasions, he has increased government significantly. Yet if there is anything that defines conservatism in America, it is hostility to government expansion. The idea of big government conservatism, a term often used to describe Bush's philosophy, is a contradiction in terms.
Conservative intellectuals have known this for a long time, but looked the other way for various reasons. Some thought the war on terror trumped every other issue. If a few billion dollars had to be wasted to buy the votes needed to win the war, then so be it, many conservatives have argued. Others say that Bush never ran as a conservative in the first place, so there is no betrayal here, only a failure by conservatives to see what he has been all along.
Of course, this doesn't say much for the conservative movement. At best, conservatives were naive about Bush. At worst, they sold out much of what they claim to believe in.
The Miers nomination has led to some long-overdue soul-searching among conservative intellectuals. For many, the hope of finally turning around the judiciary was worth putting up with all the big government stuff. Thus, Bush's pick of a patently unqualified crony for a critical position on the Supreme Court was the final straw.
Had George W. Bush demonstrated more fealty to conservative principles over the last five years, he might have gotten a pass on Miers. But coming on top of all the big government initiatives he has supported, few in the conservative movement are inclined to give him the benefit of a doubt any longer.
Manuel Alegre ou é bom actor ou é mal agradecido. Vi-o hoje na Sic Noticias revoltadissimo com a proibição de utilizar as estruturas ou instalações do PS pela sua candidatura. Depois de apoiar Mario Soares ha poucas coisas que o PS pudesse ter feito que ajudassem tanto o candidato-poeta. A seguir.
"The problem with presenting the eradication of poverty as an end in itself is that this implies the solution is to pour more money into the aid pipelines. Unfortunately, official aid too often tends to have the perverse effect of lining the pockets of the same unlovely regimes that engender poverty in the first place. Rich donors feel virtuous, dictators feel more secure, and legions of aid bureaucrats travel the world in a whirl of per diems and poverty-eradication conferences. Meanwhile, behind the fancy talk and big donations are often realities that on the ground look very different. (...) Somewhere between the heartfelt impulse to help the poor and the complexities of tracking the actual money, there has to be a better distinction made between dollars for dictators, and policies that actually help the poor." - Claudia Rosett
É a velha e fajuta crença no poder mágico do dinheiro. Como se injetar mais dinheiro para erradicar a pobreza fosse suficiente para corrigir as deformações institucionais que estão na raiz do problema...
No Charlemagne da The Economist desta semana (artigo para assinantes), escreve-se acerca das críticas que Governos como de Jacques Chirac têm feito à Comissão Europeia e ao seu Presidente, um tal de José Barroso, que aparentemente terá sido primeiro-Ministro de um pequeno estado-membro da UE. Segundo a revista, essas críticas reflectem a dificuldade que esses Governos têm em aceitar a realidade da globalização, em promover as reformas que seria necessário levar a cabo. Numa altura em que a Comissão procura conseguir alguma modernização do "modelo social europeu", e em que os eleitorados desses países estão pouco interessados em suportar os eventuais custos das mudanças que essas reformas implicariam, estamos perante uma receita para a desgraça. Economias em estagnação, o eleitorado a protestar, e os Governos a culpar a Comissão. Como a própria revista afirma, os protestos dos Governos contra a Comissão, feitos "em casa", não são nada de novo. Todos nos habituámos ao discurso do Primeiro-Ministro vindo de um Conselho da Europa, dizendo que foi obrigado a aceitar aquela medida que o eleitorado não gosta, para o país não ficar para trás no comboio da Europa. Claro que agora, o protesto é para impedir reformas, e não para as passar sem enfrentar o protesto popular, como era o caso do que acontecia no passado. Mas no entanto, o problema é o mesmo. O elevado número de assuntos cuja decisão passa pela Comissão, e não pelos Estados nacionais e os seus parlamentos. Porque ao colocar tamanhas responsabilidades na Comissão, e não nos Estados, ao se afastar destes últimos as responsabilidades, afasta-se também deles a responsabilização. Um Governo sem responsabilidade numa àrea, é um Governo que não pode ser responsabilizado. É um Governo que tem margem de liberdade para demagogicamente criticar uma outra entidade, por coisas que escapam à vontade política, seja dos Governos, seja da Comissão (o caso dos despedimentos na Hewlleth-Packard em França). Este é um elemento que é geralmente esquecido na análise da integração europeia. Por muitas vantagens que tenha trazido, contribuiu também para o clima de crescente desresponsabilização dos agentes políticos. O que por sua vez, contribui para o crescimento do clima onde reina a demagogia. Esse elemento da integração europeia, ao contrário de outros, não trouxe qualquer benefício.
Procurando escarnecer de um post do João Miranda acerca da auto-organização dos mercados, afirma o Luís Rainha que os interesses de cada um jamais propiciarão o "bem comum".
Tomemos como válida a tese do LR. Para que seja atingido o "bem comum" necessitaremos de algo ou alguém que oriente, regulamente e fiscalize as nossa acções.
Para consiga atingir os objectivos a que se propõe essa entidade deve ser capaz de, a cada momento, saber discernir o que é o "bem comum". A entidade deve ser omnisciente. Deve possuir os meios necessários para forçar as pessoas a tomar as decisões que lhe pareçam mais apropriadas ainda que contrariem os seus desejos individuais. Não deve deixar margem ao livre-arbitrio.
Não estando em crer (a não ser que me engane muito) que o LR se proponha atribuir tais funções a uma entidade divina só posso supor que a toda-poderosa entidade seja composta por seres humanos.
Não acreditando que o LR acredite na existência de super-homens sou levado a acreditar que os humanos que a gerem são do tipo "comum".
Dado que a ominisciência não costuma ser atributo da raça humana presumo que o LR confie num grandioso sistema de recolha e tratamento de informações para suportar as decisões.
Não conhecendo nenhum sistema que, em tempo real, consiga coligir e tratar tal volume de informações sou levado a suspeitar da sua eficácia e começo a suspeitar que a centralização das decisões não é a melhor solução. Talvez os agentes, no local, tomem melhores decisões.
Acreditando que nem toda a informação necessária à tomada de decisões está disponível de forma inteligivel, estando mesmo alguma (grande parte?) indisponível e sendo que alguma (bastante?) é contraditória abandono, por completo, a ideia de impor aos individuos um "comando central". As decisões individuais serão, por regra, melhores.
Por último, lembro-me de uma das minhas primeiras conclusões. A que dizia que seria pessoas comuns a gerir a "máquina". Relembro-me da tese do LR: "as decisões individuais não propiciam o «bem comum»". Penso ter aqui encontrado uma contradição que mina, mortalmente, a minha fé. Ou estipulo que os humanos têm uma mente dual (uma que guia as suas acções individuais, outra que toma o comando quando tomam decisões "colectivas") ou continuo a acreditar que estes tomam sempre decisões que os favoreçam. Lembro-me dos poderes que julgo deverem ser atribuidos ao "orgão decisor central" e estremeço! Se não posso confiar neles para, individualmente, tomarem decisões que me favoreçam porque lhes ei-de eu confiar o comando de uma entidade "toda-poderosa"?
II. Os cortes na Despesa (corrente e de capital) Aqui tudo se complica. O compromisso é grande: reduzir 1,7 mil milhões de euros. Olhando os quadros, porém, fica por perceber como isso se faz, tanto do lado da despesa corrente como na fatia do investimento. Sublinhem-se as dúvidas: (1) A redução da despesa corrente: os cortes na máquina do Estado (a totalidade dos 17 ministérios e respectivas estruturas) chegará aos 1,1 mil milhões de euros – quase 1% do PIB. Como? Só nas despesas com pessoal assegura-se um corte de 475 milhões de euros. Assim dito, é quase impossível, sobretudo com a já referida promessa de aumento de 2% aos funcionários públicos. Se despedimentos não são possíveis, resta o quadro dos supranumerários ou, em alternativa, alguma forma de redução de salário contra menos horas de trabalho. O Governo não explica. (2) A redução do investimento público: o quadro comparativo dos investimentos públicos entre Rectificativo e OE2006 parece radical: dos 17 ministérios, apenas quatro conseguem mais verbas do que em 2005: Educação, Administração Interna, Finanças e Administração Pública e Trabalho e Solidariedade Social. Fica por perceber, de novo, como pretende o Governo executar estes cortes. Mas eles estão lá. Resumindo, percebe-se que existe muita vontade mas alguma falta de ideias. Melhor dito: o Governo quantifica os seus objectivos mas guarda para si a forma de os conquistar. Pode ser eficaz, mas alimenta as dúvidas, esse vírus que tanto mal faz à confiança económica.
«O Inter é uma equipa de topo, tem jogadores de topo na defesa, no meio-campo e no ataque, podendo marcar dois ou três golos. Estão bem no campeonato italiano, têm seis pontos na Liga dos Campeões e será um jogo difícil para vencer». [destaque meu]
Tony Blair was shocked by the BBC's coverage of Hurricane Katrina's devastation of New Orleans, describing it as “full of hatred of America”, Rupert Murdoch, chairman and chief executive of News Corporation, revealed on Friday night.
Mr Murdoch, a long-time critic of the BBC who controls rival Sky News, said the prime minister had recounted his feelings in a private conversation earlier this week in New York.
O primeiro-ministro garantiu esta terça-feira que o novo aeroporto da Ota e as ligações ferroviárias em alta velocidade são compatíveis com os esforços de rigor orçamental propostos para 2006.
A proposta para o Orçamento de Estado entregue segunda-feira na Assembleia da República mantém como prioridades os estudos a desenvolver para o novo aeroporto e alta velocidade, embora não refira as verbas que lhe são destinadas.
«O Governo mantém a intenção de fazer um novo aeroporto e fazer o que deve fazer ao nível da alta velocidade porque o país não pode ficar fora dos projectos para a alta velocidade europeia nem prescindir de ter um aeroporto competitivo», justificou José Sócrates.
Continuando a discussão iniciada no post anterior sobre as despesas públicas no sector da saúde, há que exemplificar quais seriam as repercussões da privatização do Ministério da Saúde.
Assumindo que 1/4 das despesas respeita aos cuidados de saúde de pessoas de baixos rendimentos (cujo financiamento continuaria a cargo do Estado), temos, por exemplo, a seguinte combinação de mudanças nas receitas fiscais:
IVA - taxa máxima de 16% (redução média de 20%)
IRS - descida de 25% em cada escalão
IRC - taxa de 12,5% (correspondente a um corte de 50%)
Nota: os valores das receitas fiscais foram calculados com base no Quadro 3.2.16 do OE2006 (pdf - ver página 95)
A redução de impostos implicaria não só o aumento do rendimento disponível dos contribuintes e a subida do investimento estrangeiro (IRC mais competitivo) como, também, maior liberdade de escolha no que concerne aos serviços de saúde a consumir.
Muitos dizem que a Saúde é um "bem público" e, por isso, deve ser "gratuita".
Porém, do Relatório do Orçamento de Estado para 2006 (pdf) verifica-se que a proposta de despesas para o Ministério da Saúde (ver pág. 215) é de 8.692,3 milhões de euros.
Recorrendo aos números do Censos 2001, tal valor é equivalente a um custo médio, per capita, de 839 euros. Para uma família de dimensão média (2,84 pessoas) o custo é de 2.384 euros. Gratuita? Pois...
O Orçamento do Estado para o próximo ano prevê receitas de 1,563 mil milhões de euros com as privatizações, acima dos 400 milhões de euros estimados para este ano. Esta previsão é a que já estava inscrito no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) apresentado à Comissão Europeia e discutido na Assembleia da República.
O sistema de Segurança Social deixará de ter capacidade para satisfazer os seus compromissos em 2015, se não forem tomadas decisões que alterem este rumo, revela o relatório sobre a sustentabilidade do sistema, divulgado esta segunda-feira.
O relatório sobre a sustentabilidade da Segurança Social, divulgado esta segunda-feira com o Orçamento do Estado (OE) para 2006, aponta que será necessário recorrer ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social em 2007.
Even though redistributive states have created more equal access to resources and welfare services (which create more happiness, ceteris paribus), the benefit is undermined by the fact that we are given this without working for it ourselves.
O comunismo quis trazer a felicidade e falhou redondamente. O liberalismo, sem o pretender, pode lá estar perto. Naturalmente, não me refiro à felicidade abstracta, sequer íntima. Apenas aquela relacionada com o contentamento inerente à nossa vida em sociedade. Chamemos-lhe bem estar social. Numa comunidade aberta à concretização dos nossos sonhos, premiando as nossas capacidades. Ela liga-se à livre escolha que existe numa sociedade comercial, à esperança de melhoria e possibilidade em cumprir o que se deseja. Costuma-se dizer que o dinheiro não traz felicidade. É verdade, mas ajuda. Não no sentido de comprar, mas da possibilidade em fazermos o que gostamos, apenas possível em sociedades de mercado livre. Numa sociedade liberal existe mais variedade profissional, mais amplas escolhas, porque maior a troca de interesses e conhecimentos. Por muita confusão que possa causar, uma boa economia cultiva uma cultura florescente.
Há ainda a satisfação em fazermos algo apenas por nós próprios. Porque esta é uma das falhas do Estado social. O querer fazer por nós e para nós. A forma como nos retira uma das maiores satisfações humanas: A de nos sentirmos úteis e capazes.
O Chile agora figura na 21a posição, ao lado do Japão. Portugal aparece agora na 26a, Uruguai na 32a, Costa Rica e El Salvador na 51a, Colômbia na 55a, Cuba e Trinidad e Tobago na 59a e o Brasil na 62a.
Este post do FJV e o cumprimento que vi hoje na Sic Noticias entre Hugo Chavez e Robert Mugabe. O discurso de Mugabe é antologico. Para ajudar à festa, o discurso de Lula e a evidente preocupação com a "fômi e os pôbri qui não tem o que comê!" o "djireito ao café da manhã, ao almoço e ao jantah". Suponho que Mugabe é um asset na luta contra a "pôbreza".
A direita face à cultura e à ciência: textos para recordar
Por uma vez, estou absolutamente de acodo com o Filipe Moura:
Os (muitos) textos publicados n'O Insurgente sobre a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a Harold Pinter devem ser recordados da próxima vez que se discutir o tema "A Direita e a Cultura. Ainda no mesmo blogue, os textos do Brainstormz devem ser recordados quando se discutir "A Direita e a Ciência".
Do pouco que consegui saber sobre o OE 2006 parece que o governo vai continuar a apostar na redução do défice através do aumento da receita fiscal. Ninguém consegue suster o "monstro".
"Ronnie Earle, o promotor do condado texano de Travis que acusa o líder da maioria republicana de aceitar contribuições ilegais de campanha, não é só um militante democrata, aliás bastante inescrupuloso: é um compulsivo perseguidor de inimigos políticos (dentro ou fora do seu partido) e um blefador notório. (...) tal como fez com a Sears, o promotor não está apostando numa condenação: quer apenas tirar proveito do mero indiciamento. A maior prova disso é que não acusou De Lay de corrupção eleitoral propriamente dita, mas de “conspiração” para esse fim. (...) De todos os líderes parlamentares republicanos das últimas décadas, De Lay é o que menos deu moleza aos adversários, que por isso o apelidaram de “Martelo” ( Hammer ). Ele quase certamente vai ser inocentado no fim, mas até lá ficará afastado de suas funções de líder na Câmara, livrando os democratas, ao menos provisoriamente, do maior pesadelo parlamentar que tiveram nos últimos tempos." - Olavo de Carvalho
O Filipe Moura respondeu às hipotéticas propostas por mim apresentadas. O Filipe chama-me idealista. Assim seja. Ficamos quites, depois eu o ter definido como um bom homem quando escreveu um nostálgico artigo logo após a morte de Álvaro Cunhal.
Existe, de qualquer forma, um pormenor engraçado quando o Filipe me toma por idealista. Di-lo, com certeza, por entender que a ditas propostas são impossíveis. Mas, vejamos bem (e agora é o meu entendimento e não o do Filipe). Elas não serão impossíveis, por serem más, incongruentes ou até negativas. Pelo contrário, muitos as entenderão como impossíveis pela sua susceptibilidade de pôr o país em polvorosa. Na verdade, muitos as rejeitam por colocarem em causa os seus interesses e benefícios. Por essa razão as qualifiquei de difíceis. Impossível será continuarmos a viver como até aqui. Idealista é considerar que, com êxito, um Estado subsidia a agricultura, a economia, a construção, o emprego, o ensino e a cultura e não tem capacidade para, cumprindo um dos seus deveres fundamentais, garantir aos cidadãos um sistema judicial capaz. O Filipe talvez não saiba, mas muitos são os advogados que avisam os seus clientes da dificuldade que é ir para Tribunal. O Filipe talvez não saiba, mas deve compreender, o risco social que isto representa. O Filipe talvez não saiba, mas a quem lê estas linhas já lhe ter passado pela cabeça: Como é possível que tudo ainda funcione? Como é possível que o caldo ainda não se tenha entornado de modo definitivo?
"Assim está formado o tripé da revolução gramsciana. Mídia, educação e editoras. Os três meios mais eficientes de se divulgar qualquer idéia. Infelizmente, no caso do Brasil, a idéia socializante, igualitária. Neste ponto é possível reconhecer algumas das características da revolução silenciosa. Procure se opor às famosas cotas nas universidades! Questione a origem ou a capacidade do atual presidente do Brasil! Comente superficialmente sobre os 40 ministérios lulistas! Se ao acaso você for de origem alemã ou sueca, por exemplo, use uma camiseta com a inscrição 100% branco! Questione a capacidade intelectivo-emocional da Sra. Benedita da Silva! Reclame da comissão de mortos e desaparecidos políticos que paga R$100 mil para ex-guerrilheiros! Elabore qualquer argumento positivo sobre os EUA! Diga que a ALCA pode, até ser, interessante ao Brasil! Critique Fidel! Critique Che! Critique o presidente do Brasil e espere as conseqüências." - Alexandre M. Seixas
Aliás, sobre esse tema, eu tinha escrito ainda ontem no meu blog:
"Dado que ser humano envolve não somente razão, mas também sensibilidade, no fundo o que deveríamos discutir é a manipulação do emocional através de mecanismos midiáticos e culturais. Mas poucos têm a coragem de dar a cara a tapas e mergulhar nessa questão, pois mexer no vespeiro dos mitos, ídolos e dogmas do mainstream ideológico é garantia certa de tornar-se alvo de ódio, desprezo, virulência e difamação. Pois que venham os tapas!"
Segundo o FT a comissão europeia, através do comissário para a concorrência, irá propor a eliminação do tratamento diferenciado de accionistas introduzindo o principio de "uma acção, um voto". Esta legislação irá (previsivelmente) colocar em causa as "golden-shares" que o Estado detem na Petrogal, EDP e Portugal Telecom.
Nota: Apesar de ver com bons olhos a (possivel) eliminação das golden-shares do Estado penso que a CE se irá (mais uma vez) imiscuir indevidamente no processo de governação das empresas.
Se desejava eliminar a indevidada participação do governos nas empresas podiam simples ou proibir a sua participação "tout-court" no capital das empresas ou apenas naquelas em que é jogador e abitro. Isoladamente ou em conjugação podia proibir a constituição de monopólios administrativos.
NOTAS ADICIONAIS 1. Nos mercados concorrênciais se a "golden-share" for causa de má gestão quem perde é a empresa;
2. Nos monopólios administrativos (como é o caso da PT, EDP e Petrogal) os consumidores são impedidos de optar. Os custos da má gestão são transmitidos aos seus clientes;
3. Seria também oportuno a Comissão Europeia proibisse legislação que confere poder aos "stake-holders". Quem deve mandar nas empresas são os seus accionistas.
Com a preciosa ajuda das muitas correcções e sugestões do Picuinhas (que, e ainda bem, fez juz ao nome), e algumas noites quase sem dormir da minha parte, o texto da tese já está revisto e deve seguir dentro de uns dias para o editor. Se tudo correr bem, daqui a uns meses estará disponível a minha modesta contribuição para o estudo e divulgação das filosofias políticas de Hayek e Buchanan.
Há duas forças grandes que fazem girar o mundo. Uma é o «politicamente correcto» - PC. Outra é a «dor de cotovelo» - DDC. Em certa perspectiva, elas até estão relacionadas. O PC existe como forma de ultrapassar certa DDC - de não poder soltar a língua como (por exemplo) o VPV. [Note-se que é condição necessária para haver PC que haja consciência: por isso as «vituperices» da velhice aguda não contam].
O PC dita que a cocaína da Kate Moss é maldita. A DDC dita que ela é «magra», ou melhor - e mais fashion - que é «magrééérrima» (que horror). Pois enganem-se: a menina de «magrérrima» não tem nada. As meninas é que são umas invejosas (consequentemente) relativistas. Ela é magra no sentido objectivo do termo, mas não pejorativo. Melhor falar em inglês, para a gente se entender: ela é «slim» (elegante) mas não «skinny» (escanzelada).###
(...)
Parece que se celebrou há dias o dia da saúde, ou da obesidade. Gosto da expressão "obesidade mórbida", talvez por me recordar o brilhante "Seven". Imagino aqueles gordos enormes a rebentarem pelas costuras assim que ouço a palavra "mórbida". Os gordos têm direito a ser gordos e, claro, têm direito à vida. Mas, caros, não esqueçamos a origem das coisas: quando o homem era apenas um («bom» ou «mau», escolha o leitor) selvagem, mero caçador e recolector, não havia cá dessas coisas. Os gordos vieram com a civilização e o famigerado "bem-estar". Muito bem. Nada de paternalismos. Mas nada de vitimizações também. Aguentem-se.
E, mais pó branco menos pó branco, viva a Kate Moss.
No caso da literatura, é mais do que evidente. Muitas vezes, o Nobel dá voz ou agradece o papel desempenhado por escritores; estão nesse caso nomes muito diversos, desde Vicente Aleixandre ou Brodsky, Elytis ou Pasternak. Cito estes nomes porque são autores de que gosto, independentemente das suas opções políticas. Mas Saramago não foi apenas escolhido pelas suas ideias políticas, tal como o não foram Isaac Bashevis Singer ou Czeslaw Milosz. É interessante reunir o vasto conjunto de teorias da conspiração sobre a atribuição do Nobel. Certamente, pelo que se lê e se sabe, há uma inclinação política na atribuição do Nobel, o que o desvaloriza crescentemente. Mas também em matéria literária ele perde interesse e valor; só assim se justifica que tenha sido atribuído a Jelinek e não a Philip Roth ou Hugo Claus; que tenha ido parar às mãos de Dario Fo e não a Mailer, Cees Noteboom ou Vargas Llosa; e que tenha sido atribuído a Harry Martinson e não a Jorge Luis Borges. Essa é a questão mais importante.
Sobre o Nobel da Literatura ler aqui e encerro a minha participação, mesmo que me digam que o Sol gira à volta da Terra. Aqui encima passa às vezes isto:
All that is necessary for the triumph of evil is that good men do nothing.
Amanhã dia 18 a Transparency International publica o indice de corrupção em 159 paises. O indice de 2004 pode ser encontrado aqui. Curiosa a posição do Chile num Continente devastado pela corrupção. Encontra-se em 20° e o pais Sul-Americano melhor classificado a seguir é o Brasil em 59°. Portugal é o 27°.
Correcção: Uruguay - 28º Suriname - 49º Obrigado ao leitor gpn pela correcção.
Robert Novak sobre os últimos desenvolvimentos no caso Harriet Miers:
In choosing Kenneth Starr to vouch for the social conservative credentials of Supreme Court nominee Harriet Miers, Dr. James Dobson picked a man who 24 years ago as a Justice Department official did the same for Justice Sandra Day O'Connor.###
Former Whitewater prosecutor Starr, now law school dean of Pepperdine University, appeared on conservative activist Dobson's radio program Wednesday. Starr called Miers "a very, very strong Christian [who] should be a source of great comfort and assistance to people in the households of faith around the country." In 1981, Starr advised President Ronald Reagan of O'Connor's pro-life stance and ignored her pro-choice record in the Arizona Senate.
Ninguém é mais útil aos socialistas do que aqueles que, embora reclamando a pertença a outro espaço político, têm como maior ambição serem aceites na esfera do politicamente correcto. Há infelizmente quem se preste a tudo por umas migalhas.
O Acidental fez publicidade enganosa relativamente à inclusão permanente de Rui Ramos no programa "Eixo do Mal", na SIC/Notícias. De facto é pena, até porque no formato actual o programa tem pouco ou nenhum interesse.
Depois desta excitação toda à volta de um simples prémio literário (sobre a minha opinão sobre o Nobel, ver esta entrada no meu blog pessoal, escrita antes de conhecer o laureado), se voltassemos às coisas verdadeiramente importantes?
Independentemente dos méritos ou deméritos da intervenção americana no Iraque, não pensam que o facto dos iraquianos quererem ter demonstrado, através do seu voto, que nunca mais querem o regresso do regime de Saddam e nem sequer apoiam os chamados "insurgentes" (que não são mais do que assassinos do seu próprio povo) é muito mais importante e que este facto passou quase despercebido e até muito mal imformado pelos nossos meios de comunicação social (se calhas estes prefeririam que tivesse havido milhares de mortos durante o referendo)?
Parece-me que os iraquianos quiseram assim dizer ao mundo que não estão ao lado dos terroristas que tão romanticamente são defendidos pelas esquerdas mundiais. Os iraquianos querem viver em paz e não são as forças da coligação que impedem essa paz. São tão somente os terroristas islâmicos mais os seus aliados ocidentais que procuram manter o estado de coisas no Iraque? E ainda têm a lata de organizar manifestações anti-guerra...
"Eu acho que o Protocolo de Kioto tem que ser levado mais a sério, acho que os países poluidores do planeta precisam levar em conta que nós temos que tomar mais cuidado, porque mexe, mexe, mexe, um dia a mãe natureza fica zangada e acontece o tanto de terremoto que está acontecendo, o tanto de furação que está acontecendo e o Pantanal e a Amazônia tendo problema de seca, coisa que eu jamais acreditei." - Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil
O que é que "o tanto de terremoto que está acontecendo" tem a ver com o Protocolo de Kyoto e a controvertida questão do aquecimento global como sendo ou não um fenômeno antropogênico?
Aliás, para os interessados em Kyotagem, recomendo a leitura de um artigo publicado na edição de 1o de fevereiro de 2005 da revista holandesa Natuurwetenschap & Techniek. O texto em inglês pode ser lido em:
"A Venezuela conversou com a Argentina e o Brasil sobre uma possível cooperação internacional para produzir energia nuclear, disse o presidente venezuelano Hugo Chávez neste sábado. (...) Chávez anunciou em maio a intenção de estudar o uso da energia nucler, dizendo que seu governo poderia iniciar negociações com o Irã, bem como com o Brasil e a Argentina."
I read'em I thought I had'em Rand, Llosa and Gabo but the man came and told me You know you cannot have'em the Nobel's all on politics either you like it or you don't So this time's all on Pinter as it's been before on Saramago we'll have it no matter what be it Grass or be it Sartre Gabo got it once but Llosa will never get it even Buck got it, God!
Tou cheio disto! Digam-me la uma coisa, que é o que andamos aqui a postar ha bué: ha ou não ha critérios politicos que determinam a atribuição do Nobel da Literatura? é ou não condição necessaria(embora não suficiente - o caso de Saramago seria a excepção)ser apostolo da esquerdalhada anti-americana, alter-globalizante? F***-se! Se até o Nobelizado o reconhece o que vos custa a vocês? Hã? é dificil c*****o?
aih tão longe com a tua mala de cartão, espero que estejas bem de saude e que os "bifes" se mostrem simpaticos, visto que tão bem os tratamos por ca. Em Albufeira alias, estão como em Leeds, pelo que se me afigura impossivel que não te vejam como um compatriota. Serve no entanto esta missiva para te dar conta da excelente derrota que tivemos esta noite. Excelente sim! Uma derrota com não se via ha muito! Fomos esmagados, feitos em po, por um miseravel colectivo de onze pernetas que mal sabem o nome da mãe. Se lhes pedissem àqueles onze pernetas vestidos de vermelho que dissessem o nome do respectivo pai seria, creio "-Pai? Quéisso? Ah!Aquele gajo que trocava os vês pelos bês?" Mas pronto, temos a extremidade oposta à boca feita num oito e muito devemos ao Co, que deixou aqueles dois rapazes simpaticos, o Harry Potter e o Diego no banco e como de costume achou que no futebol so ha uma baliza. Estou em crer que até agora acha que não perdeu. Então se so ha uma baliza como sera possivel perder? Hã? O Jorge Costa e o Pedro Emanuel na bancada? E então? Resumindo: levamos dois e não foram mais porque tiveram piedade de nos. Um abraço portista
helder P.S. Se o Co se vai embora ou muda de ideias até os comemos. E venha a segunda volta carago!