"Bobo" da corte ou corte de bobos?
Democracy must be something more than two wolves and a sheep voting on what to have for dinner.
- James Bovard
"No seu discurso de tomada de posse, o Presidente americano acentuou a importância da agenda democrática na política externa da sua administração. (...) Tina Hassel, jornalista no Tagesthemen, o programa televisivo de notícias mais visto na Alemanha, ficou horrorizada com o discurso de George W. Bush e disse: "Muitas pessoas olham para a promessa de liberdade como uma ameaça." No jornal de negócios alemão Handelsblatt, uma caricatura mostrava a Estátua da Liberdade a cobrir a cara de vergonha ao mesmo tempo que o Presidente americano, vestido de bobo, proferia o seu discurso."
in "A Velha Europa e a Liberdade", por Miguel Monjardino, Sábado, nº 44, 04-03-2005.
por FCG @ 3/05/2005 05:20:00 da tarde
Comprei-o agora, o capítulo dos negócios estrangeiros do programa de governo. Foi publicado há cerca de dois anos. Autor? Freitas do Amaral. Título? “Do 11 de Setembro à Crise do Iraque”. Transcrevo o prefácio:Este livro contém cerca de uma dezena de artigos de opinião publicados entre 11 se Setembro de 2001 e 30 de Novembro de 2002, incluindo o texto de uma entrevista radiofónica realizada no mesmo período, bem como extractos de um depoimento escrito a publicar no início de 2003.###
Nenhum dos trabalhos aqui publicado é inédito – salvo o prefácio e a conclusão.
Pareceu útil, no entanto, reuni-los todos em livro e dá-los à estampa, quer porque tratam todos da situação de crise internacional em que temos vivido desde o 11 de Setembro de 2001 e por causa dele, quer porque a abordagem do assunto contém alguma originalidade.
Na verdade, entre a direita pró-americana que aplaude incondicionalmente a política externa e de segurança nacional do presidente Bush, e a esquerda antiamericana que condena irremediavelmente tudo quanto a América faz ou deixa de fazer, tenho-me situado numa linha intermédia (quiçá, centrista) que se caracteriza por dois elementos fundamentais:
– Um sentimento básico, estrutural, permanente, de amizade e admiração pelos EUA;
– Uma atitude crítica bastante forte, na conjuntura actual, contra a política externa e de segurança nacional do Presidente George W. Bush.
Com efeito, pode ser-se estruturalmente pró-americano e conjunturalmente anti-Bush. Pretender, como têm dito alguns dos meus críticos, que rejeitar a política externa e de segurança nacional de Bush é ser antiamericano é uma atitude mental muito próxima daqueles que, durante o Estado Novo, afirmavam que quem era anti-salazarista era necessariamente antipatriota ou mau português.
A verdade é que, em Democracia, pode ser-se, no plano interno, contra um Presidente ou contra um Governo sem se ser antipatriota; e, no plano das relações internacionais, pode discordar-se de certas políticas seguidas por determinados governos sem se ser inimigo ou mau amigo do respectivo país.
O direito à crítica, fruto da liberdade de opinião, e o direito à oposição, corolário da liberdade de posicionamento político, são direitos que não existem em ditadura, mas que fazem parte essencial das liberdades democráticas. É tão legítimo, numa democracia, ser a favor do Governo como ser a favor da oposição: ambas as atitudes são legítimas e contribuem para o bem comum. Ninguém exprime melhor essa filosofia do que os ingleses, que falam em Her Majesty’s Government e na Her Majesty’s Oposition. O que quer dizer que Governo e oposição, como elementos essenciais da democracia, são ambos acolhidos e legitimados como servidores da Coroa, expressão e símbolo da unidade nacional.
O mesmo se passa, mutatis mutandis, no plano internacional. Qualquer pessoa pode criticar a política externa do Presidente norte-americano sem que isso permita dizer, automaticamente, que essa pessoa é antiamericana; não é por se criticar, por hipótese, o liberalismo conservador do Governo francês que se é, necessariamente, antifrancês; nem é ser antigermânico criticar a política europeia do chanceler alemão.
Pode-se gostar muito de um país, do seu povo, da sua história, das suas instituições, dos seus êxitos e vitórias contra a adversidade, e no entanto discordar desta ou daquela política de um ou outro dos seus governos.
A não ser assim, se um europeu que critica a política externa e de segurança nacional do Presidente Bush é necessariamente antiamericano, então isso significará que já estaremos, hélas!, a resvalar para uma situação em que a Europa tem a sua «soberania limitada» pela hegemonia dos EUA, tal e qual como a Polónia, a Hungria, a Checoslováquia e os restantes países do «Pacto de Varsóvia» foram declarados pelo Presidente soviético Brejnev como «países de soberania limitada», que não tinham o direito de criticar a União Soviética, por esta ser o país líder do bloco soviético antiocidental, nem de seguir uma linha política diferente da aprovada por Moscovo.
Pessoalmente, considero que ainda não somos – nós, países europeus – países de soberania limitada, colocados sob a tutela e superintendência dos Estados Unidos da América. Nem queremos ser. Pelo menos, eu não quero. Quero que a Europa, unida e forte, seja amiga e aliada da América – mas não seja seguidista, possa criticar e critique o que achar mal nas posições internacionais assumidas pela América, e tenha o direito de dizer «não» quando estiver em desacordo.
Desejo uma aliança entre iguais, não uma parceria com um sócio dominante e sócios minoritários obrigados a segui-lo. O Presidente Bush disse há dias, na cimeira de Praga, que «se decidisse desencadear uma guerra contra o Iraque, consultaria os seus aliados e esperava que eles o acompanhassem».
Ora isso não é uma parceria entre iguais. Sê-lo-ia se, antes de tomar as suas decisões mais graves, o Presidente norte-americano consultasse os seus aliados europeus para todos decidirem, em conjunto, o que fazer a seguir. Mas o Presidente Bush já se permite olhar para nós, europeus, «de cima para baixo». O que ele diz é: nós decidimos sozinhos; depois informaremos os nossos aliados; pressioná-los-emos a seguirem connosco o nosso caminho; se não aceitarem, avançaremos sozinhos.
É isto uma parceria? É isto uma aliança entre iguais? É isto respeitar o princípio da igualdade de direitos dos Estados? A meu ver, não é.
Podem retorquir-me que a América é mais forte, não precisa para nada dos europeus e, portanto, tem o direito de decidir sozinha as suas políticas e de as executar sem os aliados, se estes não aceitarem a liderança americana.
Respondo que essa [sic] é o ponto de vista preconizado pelo actual Presidente americano e pela maioria da sua administração; mas não é a concepção que mais interessa à Europa e ao resto do mundo.
Os EUA podem ter ambição desmedida de querer mandar nos seus aliados; estes é que devem ter a coragem e a espinha dorsal suficientes para não se sujeitarem a ser mandados.
Infelizmente, a época actual conjuga uma América muito forte, mas errada nas suas opções internacionais, com uma Europa muito fraca, que apenas esboça tímidas críticas mas não é capaz de dizer «não» quando chega a hora da verdade. É assim que se começa, normalmente, a descer o plano inclinado da conciliação ao seguidismo, deste ao servilismo, e deste último à servidão.
O Presidente Chirac discorda, em nome da França, da ideia americana de um ataque imediato ao Iraque: passa a ser, por isso, um homem de esquerda?
O papa João Paulo II apela ao mundo (quer dizer: aos EUA) para que procurem evitar mais uma dolorosa guerra no Médio Oriente: passa a ser considerado, por isso, um Papa esquerdista?
O General Bent Scowcroft, um conservador americano que foi assessor e amigo muito próximo do Presidente Bush-pai, critica abertamente a linha política seguida no plano internacional pelo presidente Bush-filho. Tornou-se esquerdista? Mudou do Partido Republicano para o Partido Democrata. [sic] O general De Gaule, quando criticava a política externa norte-americana, passava a ser um homem de esquerda? Começava logo a ser atacado pela direita e louvado pela esquerda? Santa ingenuidade…
De Gaulle criticava os EUA em nome do nacionalismo francês – no que era coerente com as suas opções de direita.
Hoje, muitos conservadores e liberais europeus criticam a política externa americana em nome da autonomia soberana dos seus países e da Europa unida – no que são coerentes com as suas opções ideológicas, que nada têm a ver com o socialismo ou o marxismo.
É preciso sofrer de grande miopia política para não perceber que a dicotomia «direita/esquerda» tem a ver com problemas internos de política económico-social, e não com grandes questões da política externa, sobretudo a partir do momento em que o mundo deixou de estar dividido em dois grandes blocos ideológicos.
Não fiz essa afirmação de ânimo leve, mas muito de caso pensado: é que, quando vivi durante um ano em Nova Iorque, como Presidente da Assembleia Geral da ONU, apercebi-me (sem margem para dúvidas) de que havia uma extrema-direita legal na América, a qual correspondia, essencialmente, à ala mais radical do Partido Republicano. Agora, essa facção ganhou a Presidência dos EUA, no ano 2000, e domina maioritariamente o governo americano: são seus principais representantes, além do próprio Bush-filho, o Vice-Presidente Dick Cheney, o Secretário da Defesa Donald Rumsfeld e a Secretária Nacional de Segurança Condoleeza Rice. Do outro lado, quase sozinho como moderado, está apenas Colin Powell.
Porque é que eu chamo àquele grupo de pessoas «políticos de extrema-direita»? Por várias razões.
Primeira razão: são nacionalistas exacerbados, que advogam não dever o seu país respeitar o Direito Internacional, do qual só extraem direitos para os EUA e deveres para o resto do mundo. O mesmo pensavam e faziam o fascismo italiano e o nazismo alemão, na primeira metade do século XX.
Segunda razão: acreditam sinceramente que a missão história do seu país, no século XXI, é controlar e dominar o mundo, espalhando e impondo por toda a parte o american way of life. O mesmo pensava e tentou Hitler, embora por razões racistas, com a sua Deutschland über alles!
Terceira razão: desprezam em absoluto a ONU, que não consideram uma organização supranacional destinada a (tentar) garantir a paz e a segurança internacionais, mas uma estrutura que só interessa, e só deve ser apoiada e financiada, na medida em que funcionar como instrumento ao serviço dos objectivos da política externa americana. Desenvolvem uma campanha muito ampla, generosamente financiada, para denegrir a imagem da ONU perante a opinião pública, ameaçando abandonar a Organização se esta continuar a aprovar resoluções contrárias aos EUA. O mesmo pensava e dizia o doutor Salazar, que nunca reconheceu à ONU o direito de se pronunciar sobre a descolonização do Ultramar português, e desencadeou uma campanha de opinião sem precedentes para tentar denegrir a desacreditar a ONU, ameaçando mesmo que Portugal estaria «entre os primeiros países a abandoná-la».
Quarta razão: levaram os EUA a retirar-se da lista dos Estados que aceitam a jurisdição do Tribunal Internacional da Haia, com o argumento de que a América nunca deverá aceitar nenhuma decisão de qualquer organismo internacional que condene, reprove ou obrigue os EUA a fazer ou não fazer o que o Executivo ou Legislativo americanos não acharem bem. Assim pensaram e pensam, assim agiram e agem, todos os ditadores e extremistas que colocam a soberania nacional acima do Direito Internacional.
Quinta razão: recusam dar aos talibãs e guerreiros da Al-Qaeda o estatuto de «prisioneiros de guerra», que as Convenções de Genebra lhes garantem, com o argumento de que esses perigosos terroristas não são seres humanos, mas autênticos animais. O mesmo pensava Hitler dos judeus, dos ciganos, dos polacos, dos homossexuais e dos deficientes mentais ou físicos que mandou matar nas câmaras de gás.
Sexta razão: aconselharam o Presidente Bush a criar, por decreto do Poder Executivo (e não por lei do Congresso), tribunais especiais criados de propósito, após o 11 de Setembro, para julgar (e condenar) os indivíduos, americanos ou estrangeiros, acusados de serem terroristas, suspeitos da prática de actos de terrorismo, ou meramente auxiliares, directos ou indirectos, de qualquer acusado de ser terrorista. Assim pensava e agiu o Doutor Salazar, criando os tristemente célebres «tribunais plenários» para julgar (e condenar) os portugueses acusados ou suspeitos de serem comunistas ou de lhes darem apoio ou abrigo.
Sétima razão: apesar de a Constituição americana (a mais antiga do mundo, já com 225 anos de vida) estabelecer, de forma clara e firme, o princípio da separação entre as igrejas e o Estado, fazendo deste um Estado laico, eles pretendem voltar a impor que em todas as salas de aula das escolas oficiais haja na parede um crucifixo e seja rezada diariamente uma oração de inspiração cristã. O mesmo pensava e fez o Generalíssimo Franco, em Espanha, reeditando com dois séculos de atraso a antiga aliança pré-liberal entre «o trono e o altar».
Oitava razão: contra o disposto na Constituição americana, que garante como nenhuma outra, em termos praticamente ilimitados, a liberdade de expressão (free speech), levaram o Presidente Bush a pressionar – sabe-se lá por que meios – a imprensa de referência e os principais canais de televisão e [sic] não publicarem mensagens de Bin Laden, ou outros suspeitos de ligação a organizações terroristas, e a aceitar a censura prévia dessas mensagens por razões de segurança nacional. Assim pensavam e fizerem todos os ditadores nacionalistas europeus quando os seus países entravam em guerra, ou faziam campanhas de histeria colectiva contra um invisível «inimigo externo».
Nona razão: conduzem e orientam sempre a política orçamental do seu país no sentido de aliviar a pressão fiscal sobre os ricos, porque produzem riqueza e criam postos de trabalho, diminuindo significativamente as despesas sociais do Estado benéficas para os pobres, porque Cristo terá dito que «pobres sempre os tereis convosco» e porque as estatísticas demonstram, segundo eles, que todos os auxílios, ajudas, subsídios e pensões pagos aos pobres são gastos inúteis, uma vez que os utilizarão logo em álcool, tabaco, jogo ou drogas. Assim pensavam e fizeram todos os ditadores de extrema-direita que exerceram o poder, com particular destaque para Pinochet, aliás apoiado política e financeiramente pela referida ala mais radical do Partido Republicano.
Décima razão: porque estes homens e mulheres, em pleno século XXI, se consideram – e orgulhosamente o proclamam – como os herdeiros directos de [sic] melhor tradição «conservadora» americana, que não via mal nenhum na escravatura, que foi contra a sua abolição, que fez uma guerra civil em nome do direito à manutenção da escravatura nos Estados do Sul, que prolongou o seu racismo congénito em mil e um esquemas mais ou menos «legais» de segregação racial, que combateu Martin Luther King e os seus esforços não-violentos de consecução da igualdade racial, que esteve por trás da acção violenta e racista do Ku-Klux-Klan, e que ainda hoje, nos círculos judiciais que influencia, absolve polícias brancos que matam indivíduos de raça negra, mas condena com penas severas os negros apanhados a roubar fruta ou peças de vestuário barato em minimercados populares.
Como democrata que sou, não posso deixar de reconhecer a quem pensa da maneira acima exposta o direito de pensar como pensa e de livremente exprimir as suas ideias. Mas penaliza-me verificar que, após dois séculos de tolerância e moderação, a política americana caiu nas mãos dessa facção e se orienta hoje pela intolerância e pelo radicalismo.
Como escreveu recentemente Emmanuel Todd, com grande lucidez, «os Estados Unidos, até há bem pouco tempo factor de ordem internacional, surgem, cada vez com maior nitidez, como um elemento de desordem. (…) Os Estados Unidos estão em vias de se tornar um problema para o mundo. Estávamos mais habituados a vê-los como uma solução» (in Após o Império, Lisboa, Edições 70, 2002, pp. 9-11).
Não partilho da visão catastrófica deste autor, nem do seu (actual) antiamericanismo. Acho que os EUA se libertarão, mais depressa do que poderemos pensar, da influência governamental da sua «extrema-direita legal», tal como se libertaram do pesadelo do Vietname ou do Watergate. A juventude irreverente das universidades e a imprensa livre farão o seu trabalho – e melhores dias virão.
Mas lá que a conjuntura actual é particularmente perigosa, é. Conviria que os europeus relessem a História, recordassem os seus valores fundamentais, e fizessem da Europa unida um pólo de civilização exemplar, capaz de enfrentar e resistir aos riscos do radicalismo que hoje domina a política externa e de segurança nacional norte-americana.
Foi neste espírito, e com as convicções e ideias básicas antes expostas, que escrevi os dez textos agora publicados. Espero que se tornem ainda mais compreensíveis à luz do que digo neste prefácio.
Novembro de 2002
Diogo Freitas do Amaral
por Manuel Menezes de Sequeira @ 3/05/2005 03:37:00 da tarde
por André Azevedo Alves @ 3/05/2005 03:19:00 da tarde
Começam hoje. Foi necessário um período de nojo, irracional, para abandonar o Picuinhices. Aliás, não para abandonar, mas para o pôr em estado de hibernação mais ou menos permanente. Eis-me, pois, insurgente convicto e modesto colaborador deste blogue.
por Manuel Menezes de Sequeira @ 3/05/2005 12:56:00 da tarde
Artigo de Rui Machete, no Diário de Notícias de hoje. Excertos (destaques adicionados):É necessário começar por observar que não é adequado nem tem lógica proceder à eleição do PR por sufrágio universal e directo de todos os cidadãos eleitores para, depois, remeter o eleito para um papel predominantemente cerimonial, e para o exercício de competências estritamente vinculadas. (...)
Mas, mesmo que se revisse o sistema de voto e se adoptasse um sufrágio maioritário, seria imprudente confiar excessivamente nos partidos e perder a válvula de segurança que representa um Chefe de Estado autónomo, deles completamente independente.
Menos aconselhável será ainda restringir os poderes do Presidente da República, quando os partidos políticos carecem de reformas profundas e os seus militantes devem elevar os níveis de exigência moral e profissional a serem satisfeitos pelos titulares dos mais altos cargos político-partidários. Neste domínio, só a elevação da cultura cívica possibilitará as mudanças necessárias e urgentes, e estamos ainda longe de o conseguir.
Por tudo isto, também, a escolha do próximo Presidente da República assume, no presente contexto nacional, uma importância decisiva.
por FCG @ 3/05/2005 12:35:00 da tarde
A blogosfera é um "Portugal instantâneo": o benefício da dúvida durou um minuto e as "primeiras pedras" lançadas ao recém anunciado governo socialista saíram precisamente de algumas das "mãos" que acham que a legislatura deve durar quatro anos e que a comunicação social "queima" qualquer governo. Afinal, para a crítica enviesada e "selectiva" não é necessária "escola", "ideologia" e "militância". Basta a oportunidade de escrever e publicar.
por FCG @ 3/05/2005 09:32:00 da manhã
Não seja Freitas.
(com a devida vénia à Miss Pearls)
por André Azevedo Alves @ 3/04/2005 10:28:00 da tarde
Freitas do Amaral será o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros.
por André Azevedo Alves @ 3/04/2005 10:21:00 da tarde
Freitas do Amaral será o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros.
por André Azevedo Alves @ 3/04/2005 10:19:00 da tarde
Freitas do Amaral será o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros.
por André Azevedo Alves @ 3/04/2005 10:16:00 da tarde
O insurgente FCG deposita esperanças na prestação de Luís Campos e Cunha nas Finanças. Pela minha parte, tenho algumas expectativas positivas relativamente à prestação de Correia de Campos na Saúde.
Dado o meu pessimismo natural, temo que mesmo as escolhas mais promissoras se afundem num retorno do guterrismo, desta feita com tons socráticos. Oxalá esteja enganado...
por André Azevedo Alves @ 3/04/2005 10:10:00 da tarde
A composição do governo anunciada por José Sócrates envolve algumas escolhas que, a esta hora, já estarão por certo a ser alvo de comentários depreciativos. Limito-me a comentar uma escolha em particular: o nome indicado para a pasta crucial das Finanças.
A escolha de Luís Campos e Cunha é uma excelente escolha. Espero e desejo muito sinceramente que seja bem sucedido. Quem achar que se trata de um voto farisaico é porque não me conhece. Para esses dou-lhes uma razão simplicíssima: o preço de um eventual fracasso do Ministro das Finanças na contenção e redução da despesa pública será, como é óbvio, fiscalmente partilhado por todos os "accionistas forçados" do Estado. Entre os quais me incluo.
Por isso, e uma vez mais, os meus votos de muito boa sorte para o próximo Ministro das Finanças.
por FCG @ 3/04/2005 09:24:00 da tarde
(ouvido na rádio)
16 Ministros
1º ministro: Sócrates
Ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros: Freitas
Estado e Administração Interna: António Costa
Finanças: Luís Campos e Cunha
Ministro da Presidência: Silva Pereira
Ministro da Justiça: Alberto Costa
Trabalho e solidariedade: Vieira da Silva
Economia: Manuel Pinho
Defesa: Luís Amado
Ambiente?: Jaime Silva
Obras Públicas: Mário Lino
Saúde: Correia de Campos
Educação: Maria de Lurdes Rodrigues
Ciência e inovação: Mariano Gago
Cultura: Isabel Pires de Lima
Assuntos parlamentares: Augusto Santos Silva
Secretário de Estado da PCM: Jorge Lacão
(falharam-me alguns)
VITORINO DE FORA
COELHO DE FORA
GAMA DE FORA
UPDATE: do comentador UCP Lion:
"Disse Manuel Pinho em Janeiro de 2002, numa entrevista ao expresso:
“É preciso deixar de tremer perante a ideia de fazer reformas estruturais” “No ciclo socialista, as reformas estruturais foram sendo sucessivamente adiadas” “Desde 1998 temos andado, essencialmente, a perder tempo”“ Passámos os últimos anos a usufruir dos benefícios a que o euro dá direito, sem dar a devida atenção às obrigações que lhe estão associadas” “Em minha opinião, a filosofia orçamental não tem sido a mais adequada desde 1995”
por Joao @ 3/04/2005 08:01:00 da tarde
A jornalista italiana Giuliana Sgrena, raptada a 4 de Fevereiro no Iraque, foi libertada hoje. Ao que parece, a caravana automóvel que a levada foi atacada por engano por um blindado americano. A jornalista Teresa Canto de Noronha, ao relatar estes acontecimentos, na SIC-N, disse a certa altura que a jornalista que escreve para um jornal de esquerda, Il Manifesto, sempre se tinha oposto à intervenção militar contra o Iraque, pelo que o seu rapto não fazia sentido (embora ressalvando logo a seguir que nenhum rapto fazia sentido) porque ela "sempre defendeu os interesses do povo iraquiano".
Que formulação extraordinária! Não conhecendo eu tudo o que a jornalista escreveu sobre o assunto, fico com a ideia de que o facto de ela se ter oposto à intervenção militar contra Saddam é defender os interesses iraquianos.
É só pena que os iraquianos não comunguem desta opinião, como se viu com as eleições de 30 de Janeiro (o que também se compreende, afinal Saddam eliminava dezenas de milhares de pessoas por ano).
Enfim. Há ideias que custam a passar.
por Rui Oliveira @ 3/04/2005 07:40:00 da tarde
Leitura deste 'post' do Mário Chainho. O Mário pode não o ser mas, demonstra uma enorme sensibilidade liberal.
por André Abrantes Amaral @ 3/04/2005 07:16:00 da tarde
Boris Johnson, deputado conservador britânico e editor da Spectator também aderiu aos blogs.
ADENDA: Esqueci-me de mencionar que a fonte desta notícia foi o João Vacas.
por Miguel Noronha @ 3/04/2005 04:33:00 da tarde
"...free-marketeers may now have the last laugh. One of their most cherished policy ideas—the flat tax—is fast gaining ground in Europe. To its proponents, the flat tax is the ultimate in fiscal simplification. If all corporate and personal income is taxed at a single flat rate, that slashes red tape and improves incentives. But flat-tax opponents have always countered that it is unjust not to have higher marginal rates for the rich...
...Estonia...become the first in Europe to introduce a flat tax, of 26%...Latvia and Lithuania, the two other Baltic countries, swiftly followed suit, but nothing much happened for a while after that.
Then in 2001 Russia, facing widespread tax evasion, moved to a flat tax of 13% on personal income. Over the next two years Serbia and Ukraine followed, with rates of 14% and 13%...Georgia, fresh from a democratic revolution, introduced the lowest flat tax yet: 12%.
...the flat-tax experiment that has attracted most attention in the EU has been in Slovakia, where a 19% rate for all personal, corporate and sales taxes was introduced in 2003...Slovakia's fiscal innovation helped to spur foreign investment and economic growth, while actually leading to a slight increase in tax revenues...Romania, which is supposed to join the EU in 2007, has just introduced a flat tax of 16%. The centre-right opposition parties in Poland and the Czech Republic are both now pushing the idea of flat taxes set at 15%.
...the flat-tax movement in Europe will be imitated around the world, rather like the Thatcher-Reagan cuts in income-tax rates and Ireland's cuts in corporate tax.
...the Dutch finance minister...is considering a flat tax for the Netherlands, albeit at the high rate of over 30%...advisers to left-of-centre governments in Spain and Germany have also done serious feasibility studies on flat taxes...
So far, the preferred response of the Germans and French is to press for an EU-wide ban on “fiscal dumping” and to push the EU towards tax harmonisation. The trouble is that EU decisions on tax are taken by unanimity—and there is no way that the Slovaks and others are going to surrender their freedom to set their own taxes.
The Economist, Mar 3rd 2005
por Joao @ 3/04/2005 04:32:00 da tarde
Aproveito para esclarecer o Luís que monopólios mantidos por beneplácito estatal (como é o caso da EDP) podem ser muita coisa mas "liberais" não são certamente.
por Miguel Noronha @ 3/04/2005 04:29:00 da tarde
O magnífico post O que é, para mim, ser católico hoje, de RAF, no Blasfémias.Enquanto o mundo Racional idealizava modelo utópicos, sem que o seu ópio fosse suficiente para aliviar a dor, antes conduzindo à destruição e à morte de povos inteiros e de culturas centenárias, o Cristianismo, na sua menoridade intelectual e na incongruência dos seus dogmas, disseminou-se, a partir de esforços individuais e colectivos, na construção de um mundo melhor, movido pela bondade que existe no coração dos homens.
por André Azevedo Alves @ 3/04/2005 03:03:00 da tarde
Vale a pena ler o comentário de Luciano Amaral ao post Voltar a Cavaco?, de André Abrantes Amaral.
por André Azevedo Alves @ 3/04/2005 02:59:00 da tarde
Junto-me ao Miguel no voto de boas vindas ao insurgente Pintoff.
Entretanto, se alguém vir por aí o Prof. Picuinhas é favor indicarem-lhe o sentido desta casa. A gerência agradece. ;-)
por André Azevedo Alves @ 3/04/2005 02:50:00 da tarde
A jornalista Maria Caetano assina hoje n'A Capital um artigo intitulado "1500 Soldados Caídos no Iraque", onde se mostra incrédula com o facto de uma maioria de americanos manifestarem uma opinião favorável (e crescentemente favorável) relativamente aos esforços de estabilização desenvolvidos pelos EUA no Iraque. Não me surpreende que a jornalista e o respectivo jornal não percebam o apoio que Bush tem entre os americanos: nunca perceberam nem hão-de perceber porque se recusam ideologicamente a um tal exercício. Ainda assim, há coisas que me conseguem espantar:
1. Que a jornalista ache o número de 1500 soldados americanos mortos no Iraque "grande". Comparado com o quê? Certamente que não é quando comparado com os 25000 a 30000 mortos que as "benignas" políticas de "contenção" aplicadas durante a presidência Clinton causaram por ano na sociedade iraquiana. Relativismo ético ou ignorância?
2. Que não tenha chamado a atenção da imprensa de esquerda portuguesa e d'A Capital em particular este estudo do Project for Research of Islamist Movements, que contém dados extremamente interessantes sobre o jihadismo no Iraque: dos 154 jihadistas árabes mortos no Iraque nos últimos seis meses, 94 (61%) eram sauditas, 16 (10%) eram sírios. Apenas 13 (8%) eram iraquianos.
Mas definitivamente o aspecto mais extraordinário da referida "notícia" é a foto escolhida pela jornalista para a ilustrar (não disponível na edição on-line): um poster de George W. Bush, cuidadosamente editado de forma a não se ler o topo: DRAG & HANG. A escolha é ainda mais reveladora da atitude da jornalista se se atentar na origem da foto: é que nada tem a ver com o Iraque, nem sequer com o Médio Oriente. Trata-se de um cartaz empunhado pelos manifestantes pró-Abu Bakar Ba'asyir, um fanático religioso geralmente apontado como o líder da organização terrorista Jemaah Islamiyah. Ba'asyir foi esta semana julgado e considerado culpado pelos tribunais indonésios de conspiração no atentado terrorista de 2002, em Bali, que causou a morte a 202 pessoas e ilibado da acusação de terrorismo noutro atentado ao Marriott em Jakarta, cuja condenação lhe valeria a pena de morte. Durante o julgamento, grupos de apoiantes manifestaram-se no exterior do local onde este decorria, empunhando o cartaz de Bush que a jornalista d'A Capital escolheu para "ilustração". Eis duas imagens do cartaz:
por FCG @ 3/04/2005 02:50:00 da tarde
O Voz do Deserto comemora hoje o seu segundo aniversário. Parabéns Tiago!
PS: Que tal isto como prenda?
por Miguel Noronha @ 3/04/2005 02:29:00 da tarde
...mais valia que não cumprissem.
P.S. Post estilo Anacleto.
por Joao @ 3/04/2005 02:18:00 da tarde
Venho, por este meio, dar as boas-vindas a mais um colaborador. Depois desta estreia fica apenas a faltar um insurgente para fazermos o pleno. Começo, no entanto, a suspeitar que o homem emigrou depois daquele trágico dia de Fevereiro...
por Miguel Noronha @ 3/04/2005 01:47:00 da tarde
UGT desafiou o próximo Governo a apresentar à Assembleia da República um programa com dimensão social. A UGT defende que o programa do Governo tem de apostar no emprego, no crescimento económico, na protecção social, numa política de rendimentos justa e solidária e no reforço da contratação colectiva.
Como já vem sendo hábito as propostas das centrais sindicais são uma mistura de conceitosO que é que eles entendem por política de rendimentos justa? Para mim, justo, era eu ganhar mais que toda a gente. e objectivosComo é que se consegue compatibilizar o objectivo do "crescimento económico" com os restantes? ambíguos. O pior é que acho que o Governo do PS lhe vai fazer a vontade. Há que pagar as promessas...
por Miguel Noronha @ 3/04/2005 12:56:00 da tarde
Um dia um homem voltou-se para o Cavaco e disse-lhe: 'Sabe porque é que o seu partido perdeu as eleições em Outubro de 1995? Porque o senhor obrigava os portugueses a pedalarem e, ao fim de dez anos, eles já estavam cansados; queriam sentar-se à sombra da bananeira'
Aqueles 10 anos foram, de facto, estafantes. E nessa altura a etapa era sempre a descer...
Aníbal Cavaco Silva
Diário de Notícias, 24 de Maio de 2000
por Joao @ 3/04/2005 11:54:00 da manhã
Declaração do Cardeal Patriarca:D. José Policarpo questiona o tipo de projecto educativo que a sociedade de hoje oferece aos jovens e mostra-se surpreendido com os resultados do estudo da Sociedade Portuguesa de Ginecologia.
E agora, algo completamente diferente:
O que me surpreendeu foi em termos de números e o que isso significa como problema básico nacional. Para já, o que isso significa como projecto educativo, isto é, temos um país que não comunica uma forma de valores e de preparação para o amor.
Contaram-me ontem à hora do almoço que num colégio da zona de Lisboa, duas colegas tinham organizado uma sessão fotográfica. Como tem estado muito calor, as alunas aparecem nas fotos sem qualquer peça de roupa. Essas fotos foram depois circuladas entre os colegas através de telemóvel.
Por coincidência, ao final do dia contaram-me que calor sufocante que se tem feito sentir tinha também produzido os seus efeitos num colégio da zona de Cascais. Neste caso, ao menos, a responsável pela divulgação das fotos foi expulsa.
De facto, as declarações do P. Serras Pereira são escandalosas.
...quem semeia ventos colhe tempestades...
por Joao @ 3/04/2005 11:39:00 da manhã
Declarações do Cardeal Patriarca:O texto que li é exagerado, porque uma atitude pastoral da Igreja não se pode definir assim. Uma coisa é a condenação moral de certos comportamentos graves, outra coisa é o tratamento pastoral das pessoas que porventura tenham incorrido nesses comportamentos...Espero que todos percebam que aquela posição não é a posição oficial da Igreja, que não é a posição da hierarquia...é uma atitude pessoal
Ou seja, ao contrário do que se podia ler ontem o mal-estar provocado pelas declarações do P. Serras Pereira junto de alguns Bispos nada teve a ver com o preço do anúncio, com o facto de o anúncio entrar em "em matéria de autoridade episcopal" ou com eventuais erros doutrinais (os comportamentos descritos são de facto moralmente condenáveis). O problema é sobretudo pastoral (cada caso é um caso?).
Um pouco mais longe vai o Superior Provincial dos Franciscanos OFM:...preferi[mos] a caridade ao direito, a misericórdia à moral, a comunhão à excomunhão.
E que todo este episódio tenha sido para a maior glória de Deus.
P.S. Esta Quaresma tem sido uma verdadeira Via Sacra....Excelente.
por Joao @ 3/04/2005 11:19:00 da manhã
Tendo já reparado que alguns dos insurgentes são do Vitória de Setúbal, achei pertinente lembrar que até podem estar nas meias-finais e muito satisfeitos com isso mas, a taça será do Benfica. Cada um no seu campeonato, está bem?
por André Abrantes Amaral @ 3/04/2005 10:37:00 da manhã
Tem sido muito discutida, na blogosfera, a necessidade de uma profunda reforma da direita. A grande maioria parece concluir que está chegada a hora para se começarem a defender, nos partidos, políticas liberais. Mas se olharmos à nossa volta o cenário é muito pouco animador. O FCG lembrou aqui que existe um entrave chamado Constituição. O Rui Albuquerque chamou a atenção para o que representa a candidatura de Marques Mendes. Se observarmos o que se passa no CDS (onde ninguém usa candidatar-se) concluímos que o futuro é negro. Há quem acalente a esperança que (eu acredito que possa vir a acontecer, mas não a vejo com bons olhos), com Cavaco na presidência, à mínima instabilidade, a Assembleia será dissolvida e os partidos de direita poderão regressar. Ora, esta expectativa tem três contras. Primeiro, Cavaco não dissolve sabendo que a direita não é alternativa. Segundo, é uma magra consolação se um PSD social-democrata voltar ao poder. Terceiro, tenho dificuldades em aceitar que Cavaco dissolva um parlamento com maioria socialista, correndo o risco de assistir à vitória de um partido liberal.
Na minha opinião, ainda vamos ter todos de esperar. Quando Reagan chegou à presidência, fê-lo depois de muitos anos de combate ideológico na sociedade americana. O mesmo poderemos dizer quanto a Thatcher, no Reino Unido. Ambos surpreenderam e revolucionaram. É certo. Mas, nos dois casos, a sociedade estava à espera deles e, embora atordoada, aceitou-os. Se só hoje nos começámos a mentalizar da necessidade em mudar profundamente, só daqui a algum tempo estaremos aptos a colher os frutos. Vai ser preciso paciência.
por André Abrantes Amaral @ 3/04/2005 09:55:00 da manhã
"O país está tranquilo. Ainda não temos governo. A estabilidade regressou."
Francisco José Viegas no Aviz
por Miguel Noronha @ 3/04/2005 09:38:00 da manhã
Leio quase sempre; quase nunca recomendo, porque não é preciso. Mas hoje é uma excepção. Vasco Pulido Valente faz a antestreia do "neo-blairismo" lusitano, com a sua inimitável lucidez. A justificação sociológica daquela que se adivinha a grande "reforma" de Sócrates — a regionalização, essa centralização intermédia, que dividirá o território continental em várias "Madeiras" e que inviabilizará uma genuína descentralização; e o patrocínio político e orçamental das "boas causas", para satisfazer, na fabulosa expressão de Pulido Valente, "o gosto de oprimir do fidelíssimo exército do "correcto" ". Se nem as touradas escaparem (o equivalente lusitano da saxónica caça à raposa), pelo menos o Campo Pequeno já está a preparar-se para receber outros espectáculos. Mas se Vasco Pulido Valente estiver certo, será difícil competir com o espectáculo do "socialismo que há-de vir".
por FCG @ 3/04/2005 09:01:00 da manhã
THE JESSICA FLETCHERS "Less Sophistication"
Um dos melhores discos de 2004. Não tráz nada de novo, é verdade. E depois?
por Miguel Noronha @ 3/03/2005 10:11:00 da tarde
O TÍTULO: "33% das adolescentes já usaram a pílula do dia seguinte"
O TEXTO: "Uma em cada seis jovens entre os 15 e os 19 anos tem uma vida sexual activa sem utilizar qualquer contraceptivo. E, dessas, 33% já recorreram à utilização da pílula do dia seguinte".
1/6*33%=5.5%
CORRECÇÃO DO TÍTULO: "5.5% das jovens entre os 15 e os 19 anos inquiridas neste estudo já usaram a pílula do dia seguinte"
por Joao @ 3/03/2005 09:06:00 da tarde
Uma breve nota dirigida ao CAA: a escola austríaca não é uma versão do liberalismo económico.
por André Azevedo Alves @ 3/03/2005 08:17:00 da tarde
Uma breve nota dirigida ao João Miranda: acreditar em coisas inacreditáveis é, por definição, impossível.
por André Azevedo Alves @ 3/03/2005 08:15:00 da tarde
Através deste post do FCG, deparei-me com esta expressão de JPP, inserida numa descrição do cavaquismo:uma governação liberal para a sociedade e keynesiana para o Estado (não, não é contraditório)
Mais do que ser contraditória (que admito possa não ser para JPP), a expressão afigura-se-me, isso sim, como incompreensível.
por André Azevedo Alves @ 3/03/2005 04:24:00 da tarde
Nos últimos dias dei comigo a pensar sobre como inverter a situação, sobre o que pode ser feito para que os problemas sejam enfentados e não arrastem até ao ponto de quase ruptura. Tive muita dificuldade em encontrar resposta adequada. Como sou defensor da estabilidade governativa, não posso dizer: mude-se o Governo....
Os jornalistas e o grandes empresários ?!?!?!?!?
Sendo assim, tem de ser o actual Governo, que ainda tem 3 anos e meio de vida à sua frente, a enfrentar as dificuldades...
É, portanto, urgente convencer o Governo a mudar de comportamento e a passar efectivamente a governar. Mas como consegui-lo? ...
Penso que só uma forte pressão vinda de alguém que imponha respeito e seja escutado pelo Governo pode levá-lo a mudar...
Talvez só existam hoje dois grupos na nossa sociedade com força e capacidade para persuadir o Governo a mudar de comportamento: os jornalistas e os grandes empresários...
Aníbal Cavaco Silva,
Diário de Notícias, 24 de Maio de 2000
Back to the drawing board...
por Joao @ 3/03/2005 03:32:00 da tarde
A declaração do P. Serras Pereira provocou uma avalanche de críticas (aqui p.ex.) e os habituais artigos tendenciosos (aqui p.ex.).
Quanto ao conteúdo da declaração, os comportamente descritos são condenados pela Igreja (Vd. estas secções do Catecismo e também esta, estas instruções aos confessores, a recente carta do Cd. Ratzinger aos Bispos Americanos e as recentíssimas declarações do Prefeito da Congregação para o Culto Divino).
Os comportamentos descritos na declaração do P. Serras Pereira são ‘matéria grave’ e quando praticados voluntariamente e com o suficiente discernimento constituem pecados mortais e impedem a Comunhão.
Convirá esclarecer que a recusa em dar a Comunhão a quem pratica os comportamentos descritos na declaração é uma manifestação de caridade pelos pecadores e um convite à conversão.
De facto, quem comunga carregando na sua consciência um pecado mortal arrisca a perdição. Como refere S. Paulo:”…todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Portanto, examine-se cada um a si próprio e só então coma deste pão e beba deste vinho; pois aquele que come e bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. Por isso, há entre vós muitos débeis e enfermos e muitos morrem.” (1 Cor 11, 27-30)
Mas para além desta questão estritamente religiosa, deve-se igualmente sublinhar o erro daqueles que consideram que a doutrina da Igreja pode de alguma forma constituir uma ameaça à liberdade individual.
Numa democracia liberal os comportamentos listados na declaração do P. Serras Pereira podem ser livremente praticados desde que não violem a Lei. Só o Estado exerce o monopólio da força e só este conseguiria impor determinados comportamentos.
A doutrina e a moral Católicas obrigam apenas aqueles que voluntariamente decidiram aderir à Igreja de Cristo. Ninguém é obrigado a ser Católico, mas aqueles que o são devem aceitar a doutrina e a moral Católicas.
por Joao @ 3/03/2005 03:19:00 da tarde
Em diversos textos e comentários relacionados com o texto “A barreira constitucional” notei várias confusões: a) quanto a escolhas; b) entre objectivos políticos; c) na distinção entre meios e objectivos. 1. Escolhas e factos. O Prof. Cavaco Silva não é uma “escolha” ou uma “preferência” pessoal: é, de acordo com todos os dados empíricos conhecidos, a única candidatura presidencial que poderá derrotar as candidaturas do Eng.º Guterres ou do Prof. Freitas do Amaral na eleição de 2006. Confrontado com estas “hipóteses” não tenho dúvidas a quem darei o meu voto. Nunca fui “cavaquista” e parece-me tarde para começar. Pacheco Pereira assina hoje um texto no Público onde descreve o cavaquismo “ao povo e às crianças” (destaques adicionados): “Como é tradicional no PSD o cavaquismo como teoria é mais um "programa não escrito" do que qualquer outra coisa. Significa um grupo de percepções centradas em várias ideias que Cavaco Silva materializou e que incluem: uma preocupação com a governabilidade do sistema político português, de que a procura de maiorias absolutas de um só partido e a tendência para a bipolarização são uma expressão, entre outras; uma ideia sobre a indispensabilidade da cada vez maior integração na União Europeia como instrumento exógeno de pressão para mudanças endógenas; uma governação liberal para a sociedade e keynesiana para o Estado (não, não é contraditório); uma afirmação obsessiva da autonomia do Estado face aos interesses; racionalização "modernizadora" do Estado; utilização dos fundos comunitários em obras estruturais. Foram estas políticas (...) que materializaram uma política de centro, entre a esquerda e direita moderadas. Na realidade o cavaquismo é o mais próximo do programa social-democrata "à portuguesa" definido por Sá Carneiro. Agora que o cavaquismo se tornou uma espécie de anátema, aqui está o que dele pode ser útil para o futuro.” Se é este o “programa político” do cavaquismo, então pouco ou nada me interessa. Mas não discuto “nomes”. O que proponho é que a direita discuta o que pretende politicamente do próximo presidente e não quem pretende como o próximo presidente. 2. Objectivos políticos. Qualquer candidato a PR que se apresente ao eleitorado afirmando que “se compromete a não dissolver a Assembleia” abdica à partida de uma competência presidencial quanto a outros órgãos, consagrada na Constituição. Embora o ponto essencial do texto fosse precisamente definir o impulso presidencial à revisão constitucional como o “mandato político” que a direita deve conferir a qualquer candidato a PR que pretenda os seus votos não é este aspecto em particular que entendo que necessite de revisão. Consequentemente, um PR eleito nesta base seria um presidente injustificadamente diminuído nas suas competências. Só um candidato a PR apoiado pelo PS é que pode credivelmente assumir o “compromisso” de não dissolução. Conforme sublinhou o Prof. Rui Ramos em artigo recente, a dissolução da Assembleia da República decidida pelo Presidente Sampaio, quando existia uma maioria absoluta de deputados que apoiavam o executivo constitui uma ruptura com uma “tradição constitucional” que funcionava como garantia não escrita contra a ocorrência de actos semelhantes. A garantia futura só poderá vir da eleição de um PR da área política que conferiu a maioria absoluta ao PS nas recentes eleições legislativas. Quem considera que a completude da legislatura que agora se inicia é um “valor supremo” do ponto de vista do regime político, só pode ser consequente com esse juízo normativo contribuindo para a eleição de um candidato presidencial da área socialista. Qualquer outro candidato poderá anunciar o “compromisso de não dissolução”, mas, em linguagem estratégica, o anúncio tem um problema de “inconsistência temporal”, ou seja: não é credível. 3. Objectivos e meios. A maior dificuldade consiste em tentar evitar que “Cavaco PR” se torne numa reedição indesejável de Eanes, tentando governar a partir de Belém. A minha resposta, certa ou errada, tem pelo menos uma vantagem: é clara. Um PR eleito com os votos do centro direita deve contribuir para que esta possa, no final da legislatura, apresentar-se ao eleitorado com um programa genuinamente reformista, o que pressupõe a remoção dos constrangimentos constitucionais que impedem a aplicação de medidas que reduzam claramente o peso do Estado na economia, ou seja: que permitam a redução drástica da despesa pública corrente. Isto é impossível com a actual Constituição: leia-se a Parte I (Título II, Capítulo III e todo o Título III) e, sobretudo, a Parte II. Entendo que o principal contributo que um PR eleito ao centro direita pode dar para melhorar a qualidade da governação é não abdicar da sua influência política para persuadir o PS a aceitar uma verdadeira revisão constitucional. Esse é o objectivo. A possibilidade de dissolução é um meio (e é apenas isso) que considero legítimo ser invocado para esse fim. Pode-se concordar ou não, mas é totalmente claro. O que não é claro é que se pense conferir um mandato presidencial seja a quem for sem explicitar o que se espera do candidato uma vez eleito, mesmo que isso possa render mais alguns votos. Caso o Prof. Cavaco Silva se candidate e vença as próximas eleições presidenciais terá uma oportunidade excelente para criar as condições constitucionais propícias ao aparecimento de projectos políticos genuinamente diferenciados. Ironicamente esse seria o fim dos “cavaquismos”, dos projectos políticos de “compromisso”, do “centrão” ciclicamente convertido em “pântano”. Pessoalmente acho a ideia interessante.
por FCG @ 3/03/2005 03:12:00 da tarde
Rodrigo Moita de Deus, no Acidental:Se metade dos "comentadores" das políticas do Vaticano fossem à missa, precisavamos de construir mais Igrejas.
por André Azevedo Alves @ 3/03/2005 02:54:00 da tarde
De acordo com o Haaretz, a Rússia, grande aliada da Síria desde a Guerra dos 6 Dias, já apoia a retirada dos 14 mil soldados que aquele país tem no Líbano.
Perdendo o controlo do Líbano, o regime de Bashar al-Assad poderá cair. Daí à democratização da Síria, pode ser um passo. A história no Médio Oriente está por um fio. Se os regimes totalitários caírem que nem baralhos de cartas, eu gostaria que alguém perguntasse a um dos líderes políticos da nossa querida esquerda, se não entendem ter sido a intervenção militar no Iraque o motor de todos estes desenvolvimentos e, se ainda a consideram como tendo sido um erro.
Tudo pode correr mal, mas se tudo acabar em bem, como vai a esquerda explicar-se no futuro?
por André Abrantes Amaral @ 3/03/2005 02:30:00 da tarde
Notícia no Toronto Star.U.S. Federal Reserve Board chairman Alan Greenspan issued one of his toughest warnings yet to Congress yesterday about the danger of letting the country's giant budget deficits persist, saying "the consequences for the U.S. economy of doing nothing could be severe."
Testifying before the House budget committee, Greenspan endorsed the creation of private retirement accounts within Social Security, saying he favours a "significant personal accounts component." Greenspan said Congress must act to overhaul Social Security "sooner rather than later" because of the impending surge in retirements.
"I fear that we may have already committed more physical resources to the baby-boom generation in its retirement years than our economy has the capacity to deliver," Greenspan said.
"If existing promises need to be changed, those changes should be made sooner rather than later," Greenspan said.
Greenspan said worries about the budget are clouding the economic outlook, "especially in the longer run." Without "major deficit-reducing actions" by Congress, he said, the budget isn't likely to shrink much in the next few years.
por Miguel Noronha @ 3/03/2005 01:26:00 da tarde
"Resumo do caso Lusomundo" de João Miranda no Blasfémias.
por Miguel Noronha @ 3/03/2005 12:28:00 da tarde
Interessante, no mínimo, este artigo no Le Figaro de ontem, sobre o sucesso da inovação e pesquisa nos Estados Unidos.
No decurso de uma conferência no Institut français des relations internationales, Charles Wessner, director do programa de tecnologia e inovação da National Academy of Sciences, desmentiu que nos Estados Unidos o sucesso da inovação fosse derivado de um plano federal racional, referindo que não existe qualquer plano, pois seundo um outro responsável, Jim Turner, conselheiro dos democratas para questões científicas na Câmara dos Representantes, nos EUA "l'innovation n'est pas tirée par les programmes fédéraux, mais par le dynamisme des universités et des petites entreprises" e que para "favoriser l'innovation dans les années 80, le gouvernement a agi pour débloquer les aspects qui empêchaient le système de bien fonctionner."
Segundo ainda Turner o sucesso americano baseia-se em três pontos:a) la loi Bayh-Dole en 1980, qui permit aux chercheurs des petites entreprises et des universités de conserver les brevets de leurs découvertes, même quand celles-ci étaient financées par des fonds fédéraux,
Wessner, por seu lado, referiu que:
b) la révision de la loi antitrust en 1984 permit aux entreprises de mener des recherches en commun avec les universités, sans la crainte de coûteuses plaintes en justice,
c) l'implication croissante des universités dans la recherche et l'innovation fut soutenue par un assouplissement des règles d'immigration pour les chercheurs étrangers.Les raisons du succès aux Etats-Unis tiennent à mon avis plus à des facteurs culturels comme la tolérance de l'échec et la capacité à la création d'entreprises qu'à des facteurs structurels comme le niveau de dépenses en recherche et développement par rapport au PIB (...) La France aurait tort de se focaliser sur l'objectif de 3% du PIB pour les dépenses de R&D. Ce 3% est un chiffre totalement arbitraire qui ne promet aucune avancée pour l'innovation. La Suède, dont les dépenses de R&D relatives au PIB dépassent celles des Etats-Unis, se demande pourquoi elle n'a créé aucune grande entreprise technologique depuis 1970.
Para finalizar, Kathleen Kingscott, directora da inovação da IBM, referiu também:l'accélération de l'innovation dans le monde nous oblige à renforcer nos collaborations avec des petites entreprises et des laboratoires universitaires. Ce sont ces petites structures qui apportent la plupart des idées nouvelles.
Talvez isto fizesse pensar os nossos centralistas.
por Rui Oliveira @ 3/03/2005 11:01:00 da manhã
Imaginemos uma pequena empresa familiar que, por sinal, é real. Um restaurante em Lisboa que precisa de ter empregados. Os que se candidatam são poucos e, quase todos, brasileiros. Vão-se embora à menor contrariedade ou, sempre que arranjam algo um pouco melhor. Os donos do restaurante não querem celebrar contratos de trabalho sem termo. Só a termo certo. Porquê? Muito simplesmente porque, caso alguma coisa corra mal (muitas vezes corre) não os podem despedir. A dificuldade é tal que, por vezes, o melhor é mesmo deixar andar. O resultado são contratos a termo certo, com duração de um ano para se aproveitar o máximo de três anos e depois o adeus. Venha outro. Nenhum, nem mesmo os melhores, conseguem almejar um contrato de trabalho que lhe dê mais segurança e estabilidade. Paga o santo pelo pecador.
A esquerda entende que, com leis laborais duras e rígidas, defende os trabalhadores. Pura ilusão de quem não sai dos seus gabinetes. Do seu mundo. Uma pequena incursão na realidade das pequenas empresas dá para perceber o sufoco em que se encontram empregados e patrões. Uma lei laboral mais flexível permite mais e melhor contratação. Estimula quem trabalha e incentiva quem contrata. Normalmente, tendemos a pensar que leis que ajudam são as que contêm a actividade económica, a regulamentam em demasia. As que, teoricamente, impedem a exploração do mais fraco pelo mais forte. Não é assim. O que sucede é que ambos, trabalhadores e patrões, acabam vencidos pelo elo mais forte: O Estado.
por André Abrantes Amaral @ 3/03/2005 10:46:00 da manhã
Na sequência do resultado do jogo de ontem contra o Sporting de Braga e da passagem do glorioso Vitória Futebol Clube às meias-finais da Taça de Portugal nasceu um blog vitoriano: o Bonfim
por Miguel Noronha @ 3/03/2005 10:09:00 da manhã
A reconstrução do Partido Democrata, depois da deriva esquerdista que o conduziu a uma desastrosa série de derrotas nos últimos anos, deveria passar por um regresso às suas raízes jefforsonianas e de defesa do governo limitado e dos direitos individuais.
Infelizmente (ou felizmente para quem se reveja no actual GOP...), Terry Michael parece ser uma voz relativamente isolada num partido em que Howard Dean, Hillary Clinton e Michael Moore são vistos como modelos do que a esquerda moderna deve ser.Rebuilding the Democratic Party brand - Back to the future with a return to liberalism's Jeffersonian roots
Born in the agrarian era of its founder, Thomas Jefferson, the Democratic Party's original story was of a small central government serving self-sufficient "little people" (farmers, shop keepers, frontiersmen), prizing and preserving individual liberty -- juxtaposed against the elitist federalists, and their monarchical, big central government ambition.
(...)
Believe what you will about each message -- the Republican story has clarity going for it. The Democratic narrative sounds like a John Kerry speech -- a little of this, a little of that.
(...)
We need a new story. Here's rough cut: "Government: Assure liberty by staying as far away as possible from our bank accounts, our bedrooms and our bodies. Spread pluralistic democracy and free markets by example, not by force. Restore the moral authority of the mid-20th century civil rights movement, by fashioning public policy around individuals, not tribal identity groups."
por André Azevedo Alves @ 3/03/2005 12:47:00 da manhã
Duas leituras interessantes:
MACP (Movimento de Apoio Cavaco à Presidência)?, no Acidental.
A razão por que não apoio – nem voto – no senhor Silva, no Sítio do Ruvasa.
por André Azevedo Alves @ 3/03/2005 12:30:00 da manhã
Discordo em muitas matérias de VM, e também por isso não posso deixar de enaltecer que, relativamente aos referendos sobre a despenalização do aborto e a Constituição Europeia, mantém uma posição coerente e de princípio, não cedendo às tentações que a folgada vitória do PS parece estar a provocar em muita gente de esquerda:Há um compromisso eleitoral quanto aos dois mencionados referendos. Por isso, são devidos. Uma das principais causas do pouco crédito dos políticos e dos partidos é o incumprimento dos compromissos eleitorais.
Um exemplo a seguir, a bem da democracia e da credibilidade do actual sistema político.
por André Azevedo Alves @ 3/02/2005 07:46:00 da tarde
(via Catallarchy)
Um excelente artigo de Donald J. Boudreaux, da George Mason University:The fact is that slavery disappeared only as industrial capitalism emerged. And it disappeared first where industrial capitalism appeared first: Great Britain. This was no coincidence. Slavery was destroyed by capitalism.
To begin with, the ethical and political principles that support capitalism are inconsistent with slavery. As we Americans discovered, a belief in the universal dignity of human beings, their equality before the law, and their right to govern their own lives cannot long coexist with an institution that condemns some people to bondage merely because of their identity.
But even on purely economic grounds, capitalism rejects slavery because slaves are productive only when doing very simple tasks that can easily be monitored. It's easy to tell if a slave is moving too slowly when picking cotton. And it's easy to speed him up. Also, there's very little damage he can do if he chooses to sabotage the cotton-picking operation.
por André Azevedo Alves @ 3/02/2005 07:23:00 da tarde
Público V Privado; Liberalismo V Socialismo, por RAF, com quem me solidarizo, até porque também eu já estive em situação de desterro (sem ofensa para os lisboetas) semelhante...
por André Azevedo Alves @ 3/02/2005 06:45:00 da tarde
Isto passa-se num país da UE, dos mais avançados segundo dizem. Há certamente que se lembre da estreia em Portugal do Je vous salue, Marie (1985) de Jean-Luc Godard. Houve um padre que apelou aos portugueses para não irem mais ao cinema Nimas (salvo erro). Mas isto passou no Portugal de há 20 anos atrás ...
Agora o caso é muito mais grave. Através da invocação da blasfémia, estes muçulmanos querem impedir que visões diferentes da sua sobre o Islão sejam feitas num país livre. Se o Ocidente se curvar aos comunitarismos, em nome de relativismos culturais incompreensíveis e ideologicamente comprometidos (até pelo ódio que têm às sociedades ocidentais), não sei onde vamos parar.
Até porque a democracia, ao contrário do que se pensa, não é um dado adquirido... nunca sabemos o que o futuro nos reserva.
por Rui Oliveira @ 3/02/2005 05:59:00 da tarde
No contexto actual, não me parece necessariamente algo de negativo (confesso que ainda não tenho opinião formada sobre o assunto), mas constato com (alguma) surpresa que o lobby cavaquista está a ganhar força no Insurgente. Avizinham-se sem dúvida tempos interessantes...
por André Azevedo Alves @ 3/02/2005 05:53:00 da tarde
Como parte de negociações comérciais entre a China e a Austrália foi elaborado um estudo. Entre outras coisas este demonstrou que o maior beneficiário da eliminação da barreiras à entrada de produtos agrícolas na China seria... a própria China. Discordando desta conclusão os negociadores chineses recusaram a publicação do referido estudo.
por Miguel Noronha @ 3/02/2005 03:43:00 da tarde
Leio no ‘The Public Interest’, um artigo de Gertrude Himmelfarb, do qual ressalto este parágrafo (ver o link na parte de baixo da página do site):
"Tocqueville, visiting America half a century later, found that a democracy, even more than a republic, is threatened by an egalitarianism that undermines liberty and an individualism that saps "the spring of public virtues." America's saving grace was the proliferation of the "voluntary associations" that mitigate the worst effects of democracy and maintain a sense of public virtue. And among the most important of these associations were the churches. "The religious atmosphere of the country," Tocqueville wrote, "was the first thing that struck me on arrival in the United States." Unlike France, where the Enlightenment had seen to it that religion and freedom were "almost always marching in opposite directions," in America they were "intimately linked together in joint reign over the same land." It was religion in the service of virtue that made freedom possible. And American religion was uniquely able to do this because it was not an established religion. Americans cherished the idea of religious freedom, the separation of church and state, as much as they cherished their particular church or sect.”
Podemos não concordar com Gertrude Himmelfarb. Para ser mais específico, podemos concordar com ela, mas ter receio de alguns resultados daquilo em que acredita. A religião, qualquer delas e não apenas a cristã, coloca problemas de se saber quais as suas fronteiras com a sociedade civil e a vida em comunidade. Os moralismos em excesso são um perigo à liberdade. No entanto, e numa atitude um pouco oportunista que julgo ficar mais bem compreendida adiante, as religiões resolvem várias dificuldades. Uma das maravilhas da sociedade liberal é o ser dada às pessoas a possibilidade de estas decidirem como realizarem os seus projectos individuais de vida. O que coloca problemas. O maior de todos é o passarmos a depender, cada vez mais, uns dos outros. Por isso falei, no meu primeiro ‘post’, da necessidade da confiança que parte da inevitabilidade de cada um se esforçar por ser cada vez melhor. São equilíbrios deste género que têm de ser encontrados. Todos os dias. Por esta razão, uma sociedade liberal, mais que uma sociedade de pendor socialista que confie no Estado muitas das obrigações que deveriam caber às pessoas, está sempre na corda bamba. No fio da Navalha. São os custos da liberdade. Mas, são custos que fazem a vida valer a pena.
Continua Gertrude Himmelfarb, ajudando-me a explicar melhor o que eu (que por não acreditar no catolicismo não praticante, não me posso considerar católico) quis dizer com a atitude oportunista que podemos ter para com a religião:
“Tocqueville anticipated the objection commonly heard today that this view of religion is demeaning, even irreligious, because it is concerned more with the utility of religion than with its spirituality. "I do not know," he admitted, "if all Americans have faith in their religion–for who can read the secrets of the heart?–but I am sure that they think it necessary for the maintenance of republican institutions." Every religion, he noted, has two dimensions: one that elevates the soul above the material and sensory world, and the other that imposes upon each man an obligation to mankind. These are complementary functions, and both are essential for the self-government that is at the heart of democracy.”
Todo este tema é demasiado complicado, requerendo uma delicadeza e cuidados extremos na forma como o encaramos. Espero ter-me feito entender de forma minimamente clara. É um assunto que não pode ser posto de parte e deveria ser discutido. Um debate sério sobre esta matéria seria importante. As opiniões, todas as opiniões, são bem vindas.
por André Abrantes Amaral @ 3/02/2005 12:11:00 da tarde 4 comentários
"É irrealista pensar que, nos países da União Europeia, uma melhoria na distribuição do rendimento pode ser alcançada no futuro através do mecanismo tradicional de impostos progressivos e transferências sociais.
Não seria difícil pensar numa reforma das áreas sociais suportada neste tipo de argumentação.
...
Os programas de assistência pública e os sistemas de segurança social vigentes nalguns países da UE têm de ser reformados. Essas reformas não são necessariamente anti-justiça social. A eficácia do combate à pobreza pode ser melhorada confinando os programas de assistência àqueles que dela verdadeiramente precisam. Por outro lado, uma reforma da segurança social, de modo a incentivar os indivíduos a procurarem emprego e a melhorarem a sua empregabilidade, também não é adversa à justiça social. Pelo contrário, pode criar o espaço orçamental indispensável para promover medidas mais eficazes de redução das desigualdades e de combate ao desenmprego.
Dadas as restrições que a união monetária impõe aos Governos dos países da UE, é muito provável que o financiamento dos incentivos à criação de emprego e da valorização dos recursos humanos dos grupos de baixos rendimentos requeira uma alteração da composiçao da despesa pública e um maior recurso à cobrança de taxas aos utentes de alguns serviços públicos"
Aníbal Cavaco Silva
Linz, Áustria, 30 de Agosto de 2001
por Joao @ 3/02/2005 11:53:00 da manhã
"Há quem diga que o país terá de chegar perto de uma situação de quase ruptura para que os eleitores sejam receptivos às mudanças que são efectivamente necessárias. Já foi assim noutras ocasiões e, depois, com um outro poder político, o País ganhou um novo vigor e entrou numa rota de progresso e aproximação aos níveis de desenvolvimento da Europa. Temos que acreditar que será assim outra vez"
Aníbal Cavaco Silva
Porto, 18 de Maio de 2001
por Joao @ 3/02/2005 11:49:00 da manhã
Os governantes que substituírem os actuais terão de tomar decisões díficeis e, provavelmente impopulares. Já não é possível dominar o «monstro» sem dor...
P.S. Recordemos que o Prof. Cavaco é um keynesiano empedernido que acha que o PSD se deve situar no centro-esquerda.
- quem tem a coragem para cortar nos benefícios dos sistemas de segurança social e da saúde, incluindo da função pública?
- quem tem coragem para enfrentar os grupos de interesse associados ao descontrolo das despesas no sector da saúde?
...
- quem tem coragem para impor a transferência de competências para as autarquias locais, sem a correspondente transferência de verbas orçamentais?
- quem tem coragem para impor mais produtividade às escolas e aos professores e controlo da qualidade do ensino?
...
- quem tem coragem para extinguir institutos públicos que foram criados só para empregar boys e girls partidários e pagar-lhes melhor?
...
- quem tem coragem para voltar a criar um quadro de excedentes da função pública...?
- quem tem coragem para impor feroz disciplina financeira nas empresas públicas, sorvedouros sem fundo de dinheiros públicos, e promover a privatização de parte da RTP?
Aníbal Cavaco Silva
Porto, 18 de Maio de 2001
por Joao @ 3/02/2005 11:36:00 da manhã
A direita portuguesa saiu das últimas eleições convencida que precisava de mudar. O assunto já foi abordado em vários textos no Sinédrio, no Acidental e aqui pelo André Amaral. No entanto e embora mencionem várias questões fundamentais, não creio que identifiquem claramente a principal causa do insucesso dos dois governos PSD/CDS-PP. É verdade que a direita não sabe qual é a sua voz política. É evidente que a direita portuguesa só poderá ter sucesso se recusar claramente o papel de "corrector cíclico e permanente" da esquerda e assumir sem equívocos um projecto de reforma. Mas para que isso seja possível terá primeiro de exigir um "jogo limpo" democrático, que lhe permita aplicar um programa claramente diferente dos programas socialistas e social-democratas.
A esquerda defende ciosamente o "monopólio da virtude política" por todos os meios ao seu alcance, desde a simples propaganda até ao controlo estatal da educação. Mas de todos os entraves, há um que constitui uma barreira impeditiva da apresentação de projectos políticos de direita em condições de sucesso eleitoral: a constituição.
Para que seja possível aplicar em Portugal um verdadeiro programa reformista de direita, há necessariamente que alterar a constituição, definidora das regras do jogo. Sem isso, não poderão nascer projectos políticos alternativos aos "socialismos". Mas com o equilíbrio de representação política saído das últimas eleições legislativas, o PSD é "irrelevante" do ponto de vista da reforma constitucional e obviamente não será a esquerda a tomar tal iniciativa. O PS só viabilizará uma reforma constitucional se não lhe restar outra hipótese. A direita tem duas alternativas: aguardar quatro anos para voltar onde estava há dois anos atrás, ou perceber a importância crucial de eleger Cavaco Silva em 2006.
Graças à dissolução da Assembleia "a pedido" existe agora um precedente interessante. Luciano Amaral, entre outros, já percebeu a importância estratégica do facto, mas faz uma interpretação estritamente "pessimista" do acto presidencial, ao considerar apenas a possibilidade de uma futura dissolução enfraquecer (ainda mais) o regime político (ver "O Precidente", no Acidental). No entanto, o próximo presidente a eleger terá um novo argumento estratégico: a ameaça de dissolução. O futuro presidente não precisa necessariamente de dissolver a Assembleia, pode usar a ameaça credível de o fazer para pressionar o PS a aceitar medidas políticas que de outro modo jamais aceitaria na presente legislatura.
À cabeça dessas medidas está a revisão constitucional. Sem promover uma reforma constitucional será quase impossível pôr fim ao "monopólio da esquerda" sobre o poder político. No entanto, basta que o governo socialista se apresente daqui a dois anos claramente enfraquecido no apoio popular medido na "tele-democracia" para que o futuro presidente tenha um argumento político para interromper a legislatura. Se essa ameaça for credível (e com Cavaco Silva na presidência sê-lo-á certamente) o PS poderá muito bem não ter por onde escolher. Ou aceita a contragosto uma revisão constitucional para "comprar" tempo político de governação, ou bebe o cálice de "cicuta presidencial" que Sampaio amavelmente ofereceu ao governo de Santana Lopes. A direita bem pode agradecer ao Dr. Sampaio por, inadvertidamente, lhe ter proporcionado a melhor possibilidade de uma revisão constitucional a curto prazo.
por FCG @ 3/02/2005 10:58:00 da manhã
A esquerda sempre se auto-representou como a força política da transformação social. Era o "motor" do “progresso”, da “mudança” e nos casos limites da “revolução”, à qual conferiu o sentido moderno de ruptura violenta e irreversível (para os antigos a “revolução” era apenas tumulto e instabilidade cíclica). A mudança, violenta ou não, tem no discurso da esquerda um carácter de “desejabilidade”, de superioridade moral. A esquerda representa os interesses "bons”; age em nome dos “oprimidos”, dos privados de "voz política”, dos "pobres", dos “excluídos”, etc. A esquerda criou e atribuiu a si própria o "monopólio da virtude política".
Esta representação ideológica, inventada e protegida pela esquerda, deixa à direita o eterno papel de contraponto: a força “reactiva” que visa impedir a mudança, que pretende preservar os privilégios de alguns, manter a "opressão" e o “obscurantismo”. O mecanismo implícito é de teor marxista: uma dualidade social conjugada com a certeza quanto à “bondade” moral da causa esquerdista e a correlativa identificação da direita com as forças tenebrosas que “exploram”, “oprimem” e que se opõem à mudança. Esta representação da direita é mais do que conveniente: é absolutamente necessária à esquerda. É o fundamento ideológico da "ilegitimidade" de qualquer projecto político da direita. A legitimidade "moral" da esquerda sobrepõe-se a todas as outras "legitimidades", incluindo a democrática. Mesmo quando a direita recolhe uma maioria (ou uma pluralidade) de votos, isso é sempre encarado pela esquerda como um “desvio” temporário, um “erro do juízo popular”: o povo é soberano mas não é infalível e por vezes pode não interpretar “correctamente” o sentido da história.
Em poucos contextos contemporâneos esta raiz intolerante da esquerda é tão visível como no quadro da política norte-americana. A primeira eleição de G W Bush desencadeou (dentro e fora dos EUA) uma onda de contestação da esquerda como nunca se tinha visto. Foi uma guerrilha política que começou imediatamente após a eleição de 2000, quando o partido democrata declarou que o presidente americano era “ilegítimo” porque tinha tido menos de 50% do voto popular e que atingiu o paroxismo nos meses que antecederam a reeleição de Bush. O estado de "incredulidade" limite da esquerda americana no "day after" era bem revelador. Em 2000 o "povo" tinha-se enganado e tinha sido "enganado", mas em 2004 a repetição do "erro" popular era inconcebível.
G W Bush está longe de ser um caso isolado de ódio esquerdista: Reagan e Thatcher são outros dois notórios exemplos e ambos foram democraticamente eleitos e reeleitos. Os governos Thatcher ainda hoje são "recordados" com ódio pela esquerda. As políticas prosseguidas foram claramente reformistas e Thatcher fez algo que a esquerda não admite: inverteu as "regras do jogo". Assumiu-se como força dinâmica e reformista da sociedade, remetendo a esquerda à condição de força defensora do imobilismo, dos interesses corporativos entranhados num estado "extenso" e disfuncional, dos proteccionismos, ou seja: contestou o "monopólio da virtude" da esquerda.
Qualquer projecto político de direita, para ter sucesso, terá necessariamente de fazer o mesmo. Mas em Portugal, as dificuldades são bem maiores que nos países saxónicos. Há uma barreira inultrapassável: a barreira constitucional.
por FCG @ 3/02/2005 10:57:00 da manhã
Artigo no Eu Business.Some 100 Danish truck drivers demonstrated outside parliament in Copenhagen on Tuesday against a new Europe-wide directive blocking them from working more than 48 hours a week.
The drivers, all members of a group called "Det Tavse Flertall 48", or the Silent Majority 48, circled Christianborg Castle, the seat of parliament with their trucks in protest against the new EU rule, which they claimed would significantly reduce their pay checks.
"We are used to working up to 60 hours a week without putting motorists at risk," protest spokesman Allan Christiansen told reporters, as demonstrators waved banners saying "No to the loss of our liberty".
por Miguel Noronha @ 3/02/2005 10:27:00 da manhã
Segundo uma notícia publicada a 21/02/05 no diário canadiano "La Presse" de Montreal (que gentilmente nos foi enviada por um leitor), o nosso futuro PM pode ser um agente infiltrado a soldo dos castelhanos. A propósito do resultado das recentes legislativas e a acompanhar a fotografia acima apresentada diz a referida publicação que: "Le Chef du Parti socialiste espagnol, José Socrates, afichait um air triumphant..."
Nota: Já não é a primeira vez que são levantadas dúvidas acerca da identidade de JS. Acho que por “razões que todos conhecemos" o PR não pode ignorar estas suspeições!
por Miguel Noronha @ 3/02/2005 08:45:00 da manhã
Pelas simpáticas referências ao Insurgente: ao Xanel Cinco, Eclético, Blasfémias, Sinédrio, A Arte da Fuga, Lóbi do Chá, Von Freud, Último Reduto, BdE, O Porta Bandeira, A Razão das Coisas, Jaquinzinhos, Office Lounging, O Acidental, Elba Everywhere, O Idealista, Contra a Corrente, Aviz, Impertinências, Pula Pula Pulga, Miniscente, O Impecável, O Insubmisso, Tomar Partido, Fumaças, Tugir, Generalidades e Culatras, Causa Nossa, Desesperada Esperança, No Quinto dos Impérios e Adufe.
A todos, o nosso muito obrigado.
Lista em permanente actualização na medida em que as capacidades de observação dos insurgentes o possibilitem e o Technorati (que ultimamente anda muito temperamental) colabore...
por André Azevedo Alves @ 3/01/2005 07:25:00 da tarde 12 comentários
Recomendo a leitura do artigo: Schism would be better than giving way to intolerance (obrigado ao insurgente FCG pela dica). Um artigo interessante para quem se interessa por matérias religiosas por essencialmente duas razões: a discussão do papel dos bispos como uma estrutura burocrática intermediária (uma abordagem que me parece limitativa mas ainda assim mercedora de reflexão) e a constatação de que o progressismo anglicano (relativamente ao qual o autor do artigo mostra alguma simpatia) tem sido acompanhado de uma quebra sustentada do número de fiéis. É provável, até atendendo à sua história, que engolir "biblical scholarship" não seja um problema para a Igreja Anglicana; mas o que é certo é que também não parece ser a solução para nada.
À atenção de todos os progressistas...The Church of England represents a minority of worshippers in modern Britain. Others are clear. Roman Catholics will have no truck with women priests at all, or sexually active men for that matter. Nonconformist denominations are liberal-minded. So if the Church of England breaks into two over gay clergy, so what? It broke into two at the Reformation in the 16th century and it broke into two with the rise of Methodism in the 18th. Its numbers are steadily declining.
(...)
When the Church allowed clergy to marry, and then to be women, they had to swallow a deal of biblical scholarship. They can surely do so again. This cannot be a problem.
por André Azevedo Alves @ 3/01/2005 07:18:00 da tarde
Um grande amigo meu (que votou CDS nas últimas eleições) trabalha para uma empresa de um amigo comum (que é do PS). Após a vitória de Sócrates, dei por mim a presenciar uma conversa entre os dois sobre política. O empregado defendia políticas liberais. O patrão, políticas socialistas. Já não é o não chover no Inverno. O mundo está mesmo virado ao contrário.
por André Abrantes Amaral @ 3/01/2005 06:58:00 da tarde 1 comentários
Quanto mais leio e ouço os dirigentes bloquistas, mais esta imagem do Porta-Bandeira me parece adequada.
Espero que ainda se vá a tempo de impedir um incêndio...
por André Azevedo Alves @ 3/01/2005 05:22:00 da tarde
Escreve Nuno Sousa: "O Papa já bebe sozinho por uma palhinha. Os médicos estão em crer que, a partir de amanhã, poderá começar a gatinhar sem amparo alheio. Aguardamos ansiosos.".
Mais do que a graçola inconsequente ou os clichés do pensamento (?)politicamente correcto que se lhe seguem, o que acho mais interesante é a recomendação feita a João Paulo II: "O Papa que abandone o cargo e sofra a decrepitude e decadência do seu corpo longe dos olhares do mundo." Para quem manifesta tanta hostilidade à Igreja Católica, não deixa de ser uma preocupação fascinante.
por André Azevedo Alves @ 3/01/2005 04:50:00 da tarde
Para a compreensão do panorama intelectual e político português: Globalizar a luta em defesa da humanidade, no muito elucidativo resistir.info.A Venezuela emerge hoje, num mundo trágico e caótico, como um fascinante laboratório social no qual se desenvolve uma luta de classes como não se conhecia desde as revoluções russas de 1917. Na pátria de Bolívar e Ezequiel Zamora foi retomado um velho desafio: transformar radicalmente a sociedade e libertá-la da dominação imperialista optando pela via pacífica, isto é, utilizando para o efeito as instituições criadas pela burguesia para servir os seus objectivos, incompatíveis com os do projecto revolucionário.
Os êxitos alcançados por Chavez não devem, porém, levar a uma subestimação das dificuldades que se multiplicam e renascem, inseparáveis da própria dialéctica das vitórias parciais. O desafio é tremendo porque a burguesia, ao fim e ao cabo, não entrega nunca o poder sem luta. Há limites para a via dita pacifica.
- Miguel Urbano Rodrigues, 2005
por André Azevedo Alves @ 3/01/2005 04:27:00 da tarde
A propósito da anunciada compra da Lusomundo pela Controlinvest de Joaquim Oliveira fiquei a saber que:[A] AACS. esclareceu que [vai] anális[ar] (...) [a compra] tendo em conta três quadros legais: a Lei da Concorrência, a Lei de Imprensa e a Lei da Rádio.
Ora vamos lá ver. O Governo restringe artificialmente o acesso dos privados aos media. Hiper-regulamenta a actividade das empresas que têm negócio de comunicação social. Diminui o poder dos accionistas permitindo que um grupo "especial" de empregados (os jornalistas) tenha um poder inusitado na condução da actividade das empresas. Para cúmulo arroga-se o direito de criar ou manter empresas que se regem por regras diferentes.
A principal preocupação é agora garantir que o negócio não vai diminuir o pluralismo na comunicação social.
Resumindo. O mesmo Estado que tenta, por todos os meios, desencorajar a concorrência tenta através de um estranho organismo garantir a pluralidade.
por Miguel Noronha @ 3/01/2005 04:07:00 da tarde
The study suggests that European citizens face widespread obstacles in health care – mainly the lack of coverage by public insurance for health services, administrative and economic complications in accessing services, and difficulties in obtaining medication from other European countries.
The criticism applies mainly to Portugal, Ireland and the UK, while Austria and Greece come out best in this context.
...Specific cases of discrimination against citizens who should normally be covered by health services were monitored in Austria, Finland, France, Germany, Ireland, Sweden, Portugal and the UK.
The study was carried out in the EU-15 member states, and in 39 of the biggest and most important hospitals, institutes and health organisations in Europe last year.
It monitored to which extent health providers respected the Charter of patients’ rights, introduced in 2002. It enlisted fourteen rights currently at risk in the EU due to the financial crisis of national welfare systems.
por Joao @ 3/01/2005 04:01:00 da tarde
ESTÓRIA E MORAL: A dependência da arte independente, no Impertinências.Em tempos o Impertinências acrescentou ao Glossário o termo Teatro independente, definindo-o como o teatro que depende do estado; o teatro a quem o estado diz «toma lá dinheiro e faz qualquer coisa» (A. Feio). Por extensão, o conceito pode aplicar-se a qualquer outra arte «independente» cujo público é um qualquer júri a quem pagam para dar pareceres.
Vale a pena ler o resto.
por André Azevedo Alves @ 3/01/2005 03:29:00 da tarde
A propósito do Movimento Farmácia Livre, recomento a leitura deste post do João Miranda.
por André Azevedo Alves @ 3/01/2005 03:27:00 da tarde
"...internal developments throughout Europe are also playing into the president's hands.
P.S. Curiosamente, o PS não terminará de imediato a ajuda militar portuguesa aos nossos aliados americanos no Iraque.
Tony Blair is winning his election in the U.K. - having trailed for most of last year - because of the increasing success in Iraq. What once doomed him to defeat - cooperation with Bush - now boosts him to re-election.
In France, Jacques Chirac faces the embarrassment of trying to rescind the 35-hour work week, the foremost achievement of his previous four years in office. It is not stimulating employment, as he had hoped, and its repeal is igniting an anti-Chirac sentiment all over France.
German Chancellor Schroeder just got trounced in the local elections...and his failure to push through many of his labor-law reforms is looming larger in domestic German politics.
Russian President Vladimir Putin was upended in Ukraine and has faced an increasingly restive and demonstrating Russian public...
...The statesmen of Old Europe seem to have lost their way in the thicket of self-interest, while Bush is holding out a clarifying lantern of idealism and commitment to democracy."
por Joao @ 3/01/2005 02:47:00 da tarde
O Miguel já o assinalou aqui mas quero reforçar que estão de parabéns os blasfemos pelo 1º aniversário deste nobre empreendimento. Faço votos de que seja o primeiro de muitos aniversários, sempre com sucesso crescente!
por André Azevedo Alves @ 3/01/2005 02:28:00 da tarde
Com o intuito de potênciar o crescimento económico e reduzir a pobreza no seu país o Governo indiano anunciou uma série de medidas que irão constar no próximo Orçamento de Estado. Estão previstas reduções nas tarifas, reduções nas taxas de imposto (tanto aos contribuintes singulares como às empresas) e o aumento da liberdade de circulação de capitais.
Por cá aposta-se no "choque tecnológico"...
por Miguel Noronha @ 3/01/2005 02:09:00 da tarde
A ler a coluna de hoje de Teresa de Sousa no Público. De facto a ineficácia da Europa na promoção de reformas nos países vizinhos que ficam a Sul tem sido gritante. Os últimos desenvolvimentos têm sido conseguidos à custa da administração Bush. A conclusão de Teresa de Sousa é edificante (principalmente vinda de quem vem):O que é que a Europa pretende realmente? Estancar as vagas de imigrantes? Fazer bons negócios com os países da zona? Facilitar as trocas culturais? Ajudar a combater as redes terroristas? Apoiar a integração regional para incentivar o desenvolvimento e a estabilidade? Promover as reformas políticas democráticas? Quer tudo isto, numa ordem aleatória. Mas nunca elegeu, como devia ter feito, a questão da democracia como o objectivo central. As reformas políticas aparecem sistematicamente "dissolvidas" numa vasta e aparentemente ambiciosa lista de objectivos - qualquer coisa entre o abastecimento de água, as medidas contra o terrorismo e a igualdade entre os géneros.###
Quando a Europa perceberá que não pode comprar a sua segurança, que o dinheiro e a conversa fiada apenas são apenas um entretenimento e não a solução?
Isto não acontece por acaso. O pensamento dominante ente os europeus (acompanhado por um certo desdém pelo "primarismo" da abordagem americana) é que muita insistência na democracia acabaria por abrir o caminho para o fundamentalismo islâmico. Não é esta, porventura, a única razão. Há outras, como a velha ideia (profundamente enraizada numa certa cultura de esquerda) de que é preciso respeitar as idiossincrasias culturais desses países e entender que a democracia é um processo de muito longo prazo.
Seja como for, o resultado desta política está à vista: o Processo de Barcelona foi muito pouco eficaz, apesar dos milhões e milhões de euros e apesar dos esforços da Comissão. Isso e o que se está a passar realmente na região deviam levar os europeus a meditar nalgumas coisas. Por exemplo: que apostar no desenvolvimento sem cuidar das reformas políticas não leva muito longe. Ou que o terreno mais fértil para o fundamentalismo não é, certamente, a liberdade política e cívica, mas a ausência dela.
por Rui Oliveira @ 3/01/2005 01:04:00 da tarde
Numa entrevista a um jornal islândes o Professor de Economia Ragnar Árnason refere que a Islândia nada tem a ganhar com a presença no EEE (Espaço Económico Europeu) e muito menos com uma possível admissão à UE.Mr Árnason says the situation has changed very much since the EEA Agreement was accepted by the Icelandic government a decade ago. He says it was probably the right decision to join the EEA at that time but now the EEA Agreement doesn't have the same importance for the interests of Iceland as back then. The Agreement is even in some ways starting to be harmful to Icelandic interests because of the regulations and directives attached to it (Still this is only a part of the total EU regulation burden). Tariffs have been lowered significantly in the world in the last decade and a special international institution, the World Trade Organisation (WTO), has been established to ensure this. Members of it have committed themselves not to raise tariffs. So even if Iceland would dismiss the EEA Agreement the Icelandic government could demand that tariffs on Icelandic export to the EU would not be raised on these grounds. At the same time the regulation burden attached to the EEA Agreement increased every year. Therefore it was time to rethink the situation and see if other options would perhaps secure the interests of Iceland better than the EEA or EU membership.###
(via North Sea Diaries)
Mr Árnason doesn't think EU membership would serve the interests of Iceland. "What is the European Union?" he asks and answers his own question: "It's a customs union. It protects itself from outsiders with walls of tariffs. It is in many ways very reactionary. Those who control everything, the Central European states France, Germany, Spain and Italy, are not the countries of the free market and have never been. Those are countries which have cetralised their economy very much. Their economy is in many ways incomplete with much rigidity in the labour market. They have a very complex and wide-ranging system of subsidies and grants. State interference in the economy is vast. And in many ways the European Union is driven by dreams of past greatness; dreams of keeping Europe as a superpower. The result of all this is that growth in the EU is rather small compared to America and Asia."
Mr Árnason says the question is why Iceland, which has more growth than the EU, higher average income and enjoys certain independence and freedom, should want to join this company? What is to gain? To him the only argument would be that Iceland would have a little more influence on the regulations and directives it has to adopt through the EEA Agreement. He nevertheless says he has always found those arguments quite naive since it is not likely that much would change concerning that. The influence of Iceland would hardly be much within the EU. Mr Árnason points out that it ought to be remembered that the influence of each memberstate of the EU as such was in decrease but the impact of population and size was on the other hand increasing. This tendency was very much present today in the proposed EU Constitution and it was clear that this evolution would continue.
por Miguel Noronha @ 3/01/2005 11:13:00 da manhã