3.12.05

Vooooom

A questão dos voos da CIA e de prisões utilizadas por esta agência americana no território de países membros da UE e de países candidatos é séria. Muito séria.



No Conselho, Jack Straw foi pressionado por outros MNEs para enviar uma carta ao Governo americano a pedir esclarecimentos. A carta poderá ainda não ter chegado, mas os EUA parecem ter já percebido que as preocupações são sérias (...)



De tudo isto resulta que o assunto é sério. Mesmo muito sério. E não está de modo nenhum encerrado. E, sobretudo, não deve ser menosprezado, como alguns parecem tender a fazê-lo em Portugal. [bold meu]

Será que algum dia vamos aprender?

"In South America, most intellectuals are still prone to populist, nationalist and socialist ideas. We lost decades of progress due to those romantically rooted beliefs. Against all evidences, the intellectuals from this part of the world insist in their old-fashioned views that generate nothing but misery, poverty, hunger and crocodile tears.
(...)
As ideas have consequences, the political effects are clear: Hugo Chávez in Venezuela, Lula da Silva in Brazil, Nestor Kirchner in Argentina, Tabaré Vazquez in Uruguay and... maybe Michelle Bachelet in Chile and Evo Morales in Bolivia?"

Claudio Téllez, "We still have so much to learn from them"

(via Claudio Tellez)

Leituras Austríacas (II)

Leituras Austríacas (I)

On initial reflection, Marx's work on value and Hayek's work on order not only appear to be different projects, they seem to be grounded in different philosophical and methodological pespectives.

(...)

The similarities between Marx and Hayek in terms of philosophy and method, and of their central projects become partially obscured, and are thereby apt to be overlooked.

(...)

When these similarities are made visible, the way is open for a dialogue between Austrians and Marxists.


Steve Fleetwood, "Critical Realism" in Willem Keizer, Bert Tieben e Rudy van Zijp (eds.) Austrian Economics in Debate (Londres: Routledge. 1997) 127-150.

Fico chateado, pois claro que fico chateado

Vítor Baía è stato votato miglior portiere dell'Europa. Stefano Tacconi, mitico ex-portiere della Juventus e della Nazionale, consegnerà a Vítor Baía, portiere del FC Porto, il prestigiosissimo Premio Saracinesca d’Oro. Il portiere portoghese non sa piu che fare con tanti trofei, ma forse l'ideale sarebbe metterlo sulle corna dall’allenatore Scolari e da tutti Anti-Baía bastardi.

Liberdade para a Bielorrússia

2.12.05

Terremoto no Japão

"Um forte tremor de 6,4 graus na escala Richter atingiu nesta sexta-feira o norte do Japão. Não houve registro de vítimas nem danos materiais, mas o abalo foi suficientemente forte para fazer tremer os arranha-céus do centro de Tóquio."

Tremor de 6,4 graus na escala Richter abala Japão

(AFP via Terra)

Podemos supor que a culpa também é de Bush? Afinal de contas, ele negou-se (oh! horror!) a ratificar o Protocolo de Kyoto...

Lord Smaug vs Ms Lizzard

Lord Smaug vs Lizzard King

Sobre os perigos omnipresentes da hegemonia continental

As semelhanças da Europa nestes dias negros que se seguiram a Austerlitz com a Europa dos dias em que Hitler, já senhor de quase todo o continente, se tornou uma ameaça semelhante para o Reino Unido (e para países como Portugal) são evidentes. Das duas vezes, duas tiranias sanguinárias quiseram criar na Europa uma "ordem nova" que não era compatível com as independências e autonomias históricas. Das duas vezes Portugal teve a sorte de ser governado por estadistas que percebiam claramente que a sobrevivência da nossa autonomia era ameaçada pela hegemonia continental que se impunha na ponta das baionetas ou nas lagartas dos tanques e que, pesasse embora a necessária procura de não nos envolvermos directamente nas hostilidades, os nossos interesses estavam com os do Reino Unido (e, depois, da potência marítima que o substituiu, os Estados Unidos).

Terrorismo islâmico

Fábula do Senhor de La Palisse

Sunk costs

Voters today are making mental calculations about costs and benefits. The politicians are, too. The voters look at the death toll. The politicians look at the opinion polls.

The death toll will rise. This is the central, unchallengeable fact of all wars. So, every politician who takes his country into a war had better have a long-term strategy to offset the inescapable political reality of the death toll.

(...)

The voting public thinks: "All those troops have died. We dare not lose. This would turn those deaths into a gigantic meaningless sacrifice."

This argument works to one side's advantage in every war. Before it finally ceases to be believed by the other side's supporters, it works until the public finally recognizes the meaning of the doctrine of sunk costs: the past is past. The past cannot be changed.

In economics, this principle of analysis applies to losses already sustained by an investor. The investor – emotionally unwilling to acknowledge the finality of his bad judgment – clings to the hope that he can "get even" by sticking with this bad investment. He stays the course. If it rises, he imagines, his decision to buy will be vindicated. This is all nonsense, says the economist. Had the investor waited to buy at today's lower price, he could have bought in cheaper. There is no escape from the economic fact of the loss.

(...)

It is exactly the same in every war for at least one side. The voters hang on to their belief that going to war was a good idea, that all those deaths were not in vain. But eventually they realize that more deaths cannot resurrect the dead troops. They know this in theory from the beginning, but they do not know it emotionally.
Contagem (à hora deste post):
  • Mortos - 2.123

  • Feridos - 15.704
Fonte: Antiwar.com

Parabens!

Por um maior laicismo toponímico

Mais 16 "jobs" para entes pouco laicos

Eis que avançam os Controladores (um em cada ministério), essa figura que assegurará que os outros nomeados políticos irão respeitar o OE. No fundo, será alguém bastante íntegro e zeloso cumpridor das suas responsabilidades de vigilância. Será aquilo que todos os ministros, secretários de estado, sub-secretários, directores-gerais... que até hoje foram responsáveis pela gestão cuidadosa e responsável do dinheiro que os contribuintes entregam ao Estado, nunca conseguiram ser.
No fundo, reconhece-se que os gestores da coisa pública (políticos eleitos ou gestores de carreira na Admnistração Pública), sujeitam as suas decisões a considerações outras que não a da melhor razoabilidade dentro do estimado pelo OE. Reconhece-se a tendência para satisfazer clientelas políticas ou de outra índole, para colocar interesses sectoriais à frente das limitações do financiamento fiscal.
Como solução recorre-se à figura do Controlador Financeiro (comum na maior parte das empresas com maior dimensão ou nas multinacionais). Só que esta função, nos moldes em que se espera que funcione no Estado, só pode vir a ser cumprida por quem tenha uma omnisciência comprovada (como analisar atempadamente a informação financeira de cada ministério, instituto, directoria-geral?) e uma omnipotência demonstrável (como intervir com autoridade para assegurar alterações efectivas de comportamentos ou de decisões?).
Creio bem que o processo de recrutamento e selecção deste "ser" servirá de prova aos que procuram demonstrar que em Portugal não há um estado laico...

Para que não restem dúvidas

Viena não é Chicago

Recomendação qualificada

O promissor futuro da democracia palestiniana

Jailed Palestinian uprising leader Marwan Barghouti and other younger activists swept Fatah primaries, signaling a change of generations that could make the corruption-tainted ruling party more attractive to voters in Jan. 25 parliament elections, according to preliminary results released Saturday.

(...)

Two fugitives from Fatah's violent offshoot, the Al Aqsa Martyrs' Brigades, also secured high positions. The Jenin winner, Jamal Abu Rob, who gave himself the nickname "Hitler," is wanted for killing several suspected informers with Israel. The Nablus candidate, Jamal Jumaa, is a leader of Al Aqsa in the West Bank's largest city.
(via LGF)

1.12.05

Liberalismo revolucionário?

Facts must yield to ideas. Peaceably and patiently if possible. Violently if not.
- Lord Acton

Soares entre a arrogância e o desalento

Menos mal

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou ontem na SIC Notícias que a retirada dos crucifixos de todas as escolas, como recomenda um parecer de Menéres Pimentel de 1999, “não seria uma iniciativa sensata”, pois criaria “divisões”.

Cá estaremos para ver se o Ministério da Educação rejeitará mesmo, como decorre das afirmações da ministra, ser instrumentalizado por uma minoria radical de fanáticos anti-cristãos.

Caso de sucesso multicultural

Authorities have identified a woman who carried out a suicide attack against a U.S. patrol in Iraq as a 38-year-old Belgian who had two marriages to radical Muslim men.

Muriel Degauque, who grew up near the industrial city of Charleroi, entered Iraq from Syria last month and detonated explosives strapped to her body in a failed attack against U.S. troops.

Her mother, Liliane Degauque, told Belgian TV networks that her daughter was "so nice" — but began to change when she married an Algerian man and turned to Islamic fundamentalism.

Cristofobia em 8 lições

"Christophobia" is part of a massive rewriting of a historical past, which includes the editing out of unruly realities that contradict the secularist interpretation of history.
Eu diria que é possível idenificar os factores 1, 2, 5, 6 e 7 em vários blogs da Lusosfera todos os dias da semana (excepto aos Domingos porque é o dia do Senhor).###

The first factor is the "20th century experience of the holocaust," as if the Shoah resulted from a Christian-based anti-Semitism.

Second is "the 1968 mindset" that many leaders of that generation took with them as they rose to important positions in government, the universities, and the media. These aging veterans of the spirit of '68 can echo the Ecrasez l'infame (Crush the infamous thing!) of Voltaire in the 18th century, the infamy being Christ and his Church.

Third among the components of Christophobia, and more particular to Europe, is "a psychological and ideological backlash to the Revolution of 1989 in Central and Eastern Europe; strangely enough, because the Revolution was largely fueled by Christians reacting against communism as the "embodiment" of secularism, psychological denial followed."

Fourth on the list...is "continuing resentment of the dominant role once played by Christian Democratic Parties in post-war Europe … in the creation of the Common Market, then the European Community and so forth."

...

The fifth point is "Europe's tendency to parse everything right/left — and then identify Christianity with the right, which is the party (as the left sees it) of xenophobia, racism, intolerance, bigotry, narrowness, nationalism, and everything else Europe must not be."

...Next Weigel lists resentment toward Pope John Paul II (now transferred to Benedict XVI) among both secularists and Catholic dissidents. The popes and the Church are accused of being pre-modern, but as Weigel sagely points out, "The alternative possibility — that John Paul II was a thoroughly modern man with an alternative, and perhaps more penetrating reading of modernity — simply cannot be entertained."

Seventh among the conditions conducive to Christophobia is that Europeans have been "fed by distorted teaching about European history that stresses the Enlightenment's roots of the democratic project to the virtual exclusion of democracy's historical cultural roots in the Christian soil of pre-Enlightenment Europe. Nothing new here. Since the "Whig" historians began propagating their view of the progress of human history flowing out of both the Reformation and the Enlightenment, mainstream historians have basically shrugged off the so called "Dark Ages" and Middle Ages as obscure wasted centuries full of Papist superstition and barbarian warfare.

For the eighth element in Christophobia, Weigel conveys Weiler's suggestion "that the aging children of 1968, now middle-aged and soon to be retired, are upset that, in some cases, their children have become Christian believers."...The proof of its accuracy will be the presence in 2030 of many Catholic lovers of Christ seriously influencing the culture of a newly reborn Europe.

[Fonte]

[Mais sobre Cristofobia]

Mais retratos do Brasil...

"O ataque a um ônibus levou terror ao subúrbio do Rio na noite de terça-feira, deixando cinco passageiros mortos e 14 feridos. Uma menina de 1 ano e sua mãe morreram carbonizadas.
(...)
traficantes do Morro da Fé, na Penha, teriam ateado fogo no veículo em represaria (sic) à morte de um comparsa numa operação da PM [Polícia Militar]
(...)
o bando agrediu o motorista, jogou gasolina e uma bomba do tipo coquetel molotov no veículo, antes que os passageiros pudessem fugir. Ainda de acordo com o relato de testemunhas, pessoas desesperadas saíram pelas janelas com os corpos em chamas."

Cinco pessoas morrem carbonizadas em ônibus incendiado no subúrbio (via O Globo)

Homofoárabes

"Homens homossexuais presos durante uma festa nos Emirados Árabes Unidos serão submetidos a uma terapia hormonal"
(...)
'Eles receberão tratamento psicológico e médico. Para alguns, serão ministrados hormônios masculinos porque atualmente tomam hormônios femininos', disse Sayar [coronel Najm al-Sayar]. 'Esse tipo de comportamento é imoral na nossa sociedade, então temos que tratar do assunto.'"

Emirados Árabes ordenam terapia hormonal para gays presos

(Reuters via Terra)

Medical malpractice (The Times)

We Don't Trust Antitrust

Rage against the machine

30.11.05

Thomas Sowell...

(...)We are so much more rational about sports than we are about politics. No one considers it "unfair" that Tiger Woods does so much better than the average golfer, or resents him for it, or accuses him of "gouging" when he collects big bucks.
(...)
British Prime Minister Margaret Thatcher gave the best definition of "consensus": Lack of leadership.
(...)
Since neither the creationists nor the evolutionists were there when the world began, why are our schools teaching either set of beliefs, when there are so many hard facts that the schools are failing to teach?

O Townhall é um site mais conservador que Liberal, mas tanto Sowell como Walter E Williams (dois economistas negros) escrevem também no Atlasphere (registo necessario), inspirado em Atlas Shrugged de Ayn Rand. Donde se prova...o quê? Nada provavelmente. So que Sowell escreveu varios livros optimos para leigos em Economia como eu, e destacaria Basic Economics – A Citizen’s Guide to the Economy, Applied Economics – Thinking Beyond Stage One e The Vision of the Anointed.
Outro colunista que vale a pena ler é o Ben Shapiro, uma boa imitação do nosso Bruno Alves.

Laicismo, ateísmo e positivismo

A propósito do segundo aniversário do blog dos devotos ateísta

Dois anos de luta contra dois milénios de obscurantismo.
Se dúvidas houvesse, são os próprios membros do Diário Ateísta a confirmar que, mais do que ateístas, são anti-cristãos. Ou isso ou a ignorância é ainda maior do que a que se pode constatar na maioria dos restantes posts.

Cavaco, o nacional-intervencionista

Leitura sugerida

Mercado de futuros = informação

Lingua de Trapos

Dança das cadeiras

O supra-Camões

A analogia é absoluta. Temos, primeiro, a nota principal da completa nacionalidade e novidade do movimento. Temos, depois, o caso de se tratar de uma corrente literária contendo poetas de indiscutível valor. E note-se - para o caso de se argumentar que nenhum Shakespeare nem Vítor Hugo apareceu ainda na corrente literária portuguesa - que esta corrente vai ainda no princípio do seu princípio, gradualmente, porém, tornando-se mais firme, mais nítida, mais complexa. E isto leva a crer que deve estar para muito breve o inevitável aparecimento do poeta ou poetas supremos, desta corrente, e da nossa terra, porque fatalmente o Grande Poeta, que este movimento gerará, deslocará para segundo plano a figura, até agora primacial, de Camões. Quem sabe se não estará para um futuro muito próximo a ruidosa confirmação deste deduzidíssimo asserto? [...]
Pode objectar-se, além de muita coisa desdenhável num artigo que tem de não ser longo, que o actual momento político não parece de ordem a gerar génios poéticos supremos, de reles e mesquinho que é. Mas é precisamente por isso que mais concluível se nos afigura o próximo aparecer de um supra-Camões na nossa terra. [...] Porque a corrente literária, como vimos, precede sempre a corrente social nas épocas sublimes de uma nação. Que admira que não vejamos sinal de renascença na vida pública, se a analogia nos manda que vejamos apenas uma, duas ou três gerações depois do auge da corrente literária?
É óbvio que Pessoa não afirma que seria ele o "supra-Camões", mas, a posteriori, quase que podemos dizer que estava a desenhar um fato à sua medida. Interessante é também a parte final deste conjunto de artigos:
Tirem-se, rapidamente, as tónicas conclusões finais. São três. A primeira é que para Portugal se prepara um ressurgimento assombroso, um período de criação literária e social como poucos o mundo tem tido. Durante o nosso raciocínio deve o leitor ter reparado que a analogia do nosso período é mais com o grande período inglês do que com o francês. Tudo indica, portanto, que o nosso será, como aquele, maximamente criador. Paralelamente se conclui o breve aparecimento na nossa terra do tal supra-Camões. Supra-Camões? A frase é humilde e acanhada. A analogia impõe mais- Diga-se «de um Shakespeare» e dê-se por testemunha o raciocínio, já que não é citável o futuro. A segunda conclusão é que, tendo o movimento literário português nascido e acompanhado o movimento republicano, é dentro do republicanismo, e pelo republicanismo, que está, e será, o glorioso futuro deduzido. São duas faces do mesmo fenómeno criador. Fixemos isto: ser monárquico é, hoje, em Portugal, ser traidor à alma nacional e ao futuro da Pátria Portuguesa. A terceira conclusão é que o republicanismo que fará a glória da nossa terra e por quem novos elementos civilizacionais serão criados, não é o actual, desnacionalizado, idiota e corrupto, do tripartido republicano. De modo que é bom fixar isto, também: que ser monárquico é ser traidor à alma nacional, ser correligionário do Sr. Afonso Costa, do Sr. Brito Camacho , ou do Sr. António José de Almeida, assim como de vária horrorosa subgente sindicalista, socialista e outras coisas, representa paralela e equivalente traição. O espírito de tudo isso é absolutamente contrário do espírito da nova corrente literária. Tudo ali é improtado do estrangeiro, tudo é sem elevação nem grandeza, popular com o que há de mais Mouraria na popularidade. Para nada de morte lhes faltar, nem antitradicionais são: herdaram cuidadosamente os métodos de despotismo, de corrupção e de mentira que a monarquia tão como seus amou. [...]
Fernando Pessoa nunca gostou particularmente da 1.ª República nem dos seus principais protagonistas. O futuro glorioso de Portugal prognosticado por Pessoa ainda não aconteceu, mas o brilho da obra que produziu, esse ninguém o pode tirar.

Post scriptum: As citações do artigo de Pessoa publicado in A Águia, foram retiradas do livro de António Quadros, Textos de Intervenção Social e Cultural - A Ficção dos heterónimos, Europa-América.

Ó tempo volta pra trás...

"longe de ser a vitória de um Estado neutro em matéria religiosa e de uma igualdade de situação entre as confissões, a famosa "laicidade" triunfante em 1911 (na sequência da mudança de regime em 1910) foi a imposição da "religião cívica" do partido republicano ao conjunto da sociedade, com um controlo político e administrativo sobre as restantes realidades (sobretudo a numericamente mais relevante, a Igreja Católica) muito mais pesado e intenso do que durante a monarquia constitucional foi alguma vez imposto a qualquer confissão, tanto a "oficial" (por sinal, bastante vigiada pelo poder civil a coberto da tradição regalista) quanto as "outras".
P.S. Afinal, quem é que conservador e reaccionário?

Liberdade crucificada

Leituras à esquerda

A metadona do intolerante laicismo substitui o ópio do povo?

  • No Manifesto Fundador da Associação República e Laicidade pode ler-se:
    A percentagem de casamentos civis sem cerimónia religiosa em 2001 foi de 37.5%, um nítido progresso relativamente a 2000 (35.2%), e que mais que duplica a percentagem de 1973 (17.8%).
    Pergunto eu: porque razão é que numa República Laica é um progresso a diminuição da percentagem de casamentos religiosos ? Esta é uma estranha noção de neutralidade.

    E porque razão é que na lista de links que se encontram na página da associação só se encontram associação ateístas, humanistas/livre pensadoras e cépticas/racionalistas ? Afinal, o manifesto fundador afirma que o movimento república e laicidade deverá dar voz aqueles que concordam com os objectivos da associação "independentemente de se identificarem ou não com qualquer confissão religiosa".###

  • Entretanto, ainda ninguém me explicou porque razão a bandeira nacional, o calendário e as nossas notas e moedas não são inconstitucionais. (Existem muitos mais exemplos divertidos).

  • Aguardam-se também os estudos sobre o sofrimento psicológico dos alunos cristãos resultante da retirada das crucifixos das escolas. Não estará o estado a tentar transmitir de forma pouco subtil uma determinada mensagem e a impor uma determinada doutrina às criancinhas?

    Em simultâneo, podiam ser publicados os estudos sobre os efeitos psicológicos nefastos da presença dos crucifixos nas aulas e, em anexo, a extensa lista de queixas apresentadas nas últimas décadas por alunos e pais sobre esta matéria.

  • E que mal é que faz estarem os crucifixos nas paredes? Se Deus não existe, se não possível conhecê-lo ou se Cristo não é Deus, tando faz lá estar o Crucifixo como não estar. É um adereço, uma decoração de parede, um cabide. Ou será que ateus, agnósticos e membros das outras religiões têm dúvidas ? Pelo contrário, para os alunos cristãos, que ainda vão sendo muitos, o crucifixo recorda-lhes a presença de Deus, a Paixão de Cristo, a Redenção, o amor que Deus tem pelas suas criaturas, recorda-lhes que não há maior amor do que dar a vida pelos amigos, recorda-lhes o Céu. Enfim, mal não fará...
P.S. Para saber o que é a realmente a separação entre o Estado e a Igreja, leia-se este post:

- É não identificar a lei religiosa com a civil. A existência de crucifixos nas escolas é uma forma de identificar a lei religiosa com a lei civil ? Não é.

- É pretender que o Estado não se intrometa, não exija ou não impeça os actos especificamente religiosos (profissão da fé, prática dos actos de culto e dos sacramentos, doutrinas teológicas, comunicação recíproca entre as autoridades religiosas e os fiéis, etc.), a menos que a ordem pública assim o exija. A existência de crucifixos nas escolas é uma forma exigir a prática de actos espeficificamente religiosos ? Não é.

- É pretender que o reconhecimento dos direitos civis e políticos e a realização de serviços públicos não esteja condicionada a convicções ou prestações de natureza religiosa da parte dos cidadãos. A existência de crucifixos nas escolas nega algum direito civil ou político ou a prestação de algum serviço público? Não.

Leitura recomendada

Pedagógico

Se não podem vencer pelo argumento...

O senhor da morte

"A noted expert in calculating the number of deaths caused by authoritarian regimes says the late Chinese communist leader Mao Tse-tung's policies and actions led to the deaths of nearly 77 million of his countrymen, surpassing those killed by Nazi Party founder Adolf Hitler and Soviet Premier Josef Stalin."

Jon Dougherty, "Mao more lethal than Hitler, Stalin"

(via WorldNetDaily)

Faz falta uma esquerda liberal

O discurso multiculturalista é apenas uma das manifestações de um movimento mais geral de culturalização da política que culmina na tentativa de despolitização das escolhas sociais.

(...)

Toda esta argumentação tem um pequeno problema. É que o individualismo e a democracia liberal, enquanto modelos de referência, só são ocidentais porque, no Ocidente, venceram o combate às tradições anti-individualistas e iliberais. No limite, as tradições referidas por Malaquias são, enquanto tradições, tão africanas ou chinesas quanto europeias.

Novos artigos no site da Causa Liberal

Novos artigos no site da Causa Liberal:

Elementos de doutrina neocartista, por Luís Aguiar Santos.

Voar Baixinho - As Falácias dos Estudos da Ota, por João Caetano Dias.

Cheiro a Weimar, por Luciano Amaral.

Novos artigos no site da Causa Liberal:

Elementos de doutrina neocartista, por Luís Aguiar Santos.

Voar Baixinho - As Falácias dos Estudos da Ota, por João Caetano Dias.

Cheiro a Weimar, por Luciano Amaral.

29.11.05

O Estado instrumentalizado pelo laicismo radical

Voooooom

Tempos difíceis para a liberdade na América Latina

Discriminação nos órgãos de soberania

O número de mulheres na magistratura portuguesa está a aumentar de forma imparável. São, desde 2004, maioritárias nos tribunais de primeira instância e aproximam- -se já da meia centena nos tribunais da Relação. Mas é na escola que selecciona e prepara os licenciados em Direito para o exercício da magistratura - o Centro de Estudos Judiciais (CEJ) - que nos últimos dez anos esta tendência tem vindo a acentuar-se para este ano lectivo 2005- -2006 entraram quase 80% de auditoras, para apenas 20% de auditores. Uma relação de quatro mulheres para cada homem - sendo que a história do CEJ mostra que elas têm uma taxa de sucesso ligeiramente superior à dos homens.

(Diário de Notícias)
Aguardo suas palavras de indignação.

Impostos municipais

O secretário de Estado da Administração Local garantiu hoje que o Governo não pretende criar novos impostos ao nível das autarquias, apesar de ter pedido ao Parlamento uma autorização para legislar sobre um regime geral de taxas municipais.

No debate parlamentar na especialidade sobre o Orçamento de Estado para 2006, o secretário de Estado da Administração Local, Eduardo Cabrita, disse que no primeiro semestre de 2006 o Governo vai discutir com os partidos «novas propostas» sobre a revisão da Lei das Finanças Locais, «sem a criação de novos impostos».

(Diário Digital)
A incapacidade das câmaras municipais criarem/gerirem os impostos dos seus munícipes premeia os autarcas mais ineficientes. Mas, sobre esta forma de cartel, a Autoridade da Concorrência não se pronuncia...

Sobre conflitos de interesses na blogosfera

Dai ao Insurgente o que é de César...

O primeiro plano tecnológico

José Sócrates sabe bem que não basta dar dinheiro ou instrumentos aos portugueses, às universidades e às empresas para que a tecnologia dê frutos. Eu lembro-me (como José Sócrates se lembra) do magnífico Macintosh preto que António Guterres tinha em cima da sua secretária no gabinete de primeiro-ministro. Estava lá, ao dispor de Guterres, com um belíssimo ‘hardware’ e cheio de aplicações ‘user friendly’. Mas apesar de estar todo o dia com o computador a poucos centímetros de si, muitos anos depois António Guterres ainda não sabia o que era um “@”. Sabia, é claro, quantos quilos tinha uma arroba de lenha mas não sabia o que era a “nova arroba”.

José Sócrates sabe porque é que eu conto este episódio. Porque foi ele que ofereceu o Macintosh a António Guterres. Foi o seu primeiro Plano Tecnológico e falhou.
Ricardo Costa, no Diário Económico (via A Arte da Fuga)

The Myth of the Scandinavian Model

Politicians must realize that economic growth is not brought about by fiscally punishing productive citizens, nor by collective impoverishment and social welfare cuts, but by cutting taxes and bureaucracy.

"Façam-no, a única coisa que têm a perder é a vossa pobreza"

Steve Forbes, presidente e administrador do grupo editorial da Forbes Magazine, aconselhou hoje Portugal a reduzir impostos e a criar o imposto único, como soluções chave para o relançamento da economia nacional.

(...)

Forbes deixou ainda cinco ideias chave para o relançamento da economia portuguesa, a qual reconheceu estar com grandes problemas. A reforma da justiça, que considerou morosa; a redução de impostos; a estabilidade da moeda; facilitar o estabelecimento de negócios legais no país e a remoção das barreiras comerciais.


[fonte: Dinheiro Digital]

Bearing gifts

Avião da CIA estacionado nas Lajes
Esta ideia de pedir para entregarem os nossos cabazes de Natal lá no meio do Atlântico não me parece nada feliz...

Índico Global

O Insurgente feito pelos seus leitores

Caro Insurgente,

Sou uma cidadã republicana, socialista e laica. Aqui na repartição querem obrigar-me a ficar em casa no dia 25 de Dezembro de 2005. Por outro lado, impedem a minha entrada nas instalações aos Domingos.

Estas normas internas violam o meu direito ao trabalho e colocam em causa a separação entre a Igreja e o Estado.

O que devo fazer?

Ass.

Maria da Graça Salvador Encarnação do Espírito Santo


P.S. Quando fico doente fazem questão de me internar no hospital de S. MARIA e recusam-se a levar-me para o Júlio de Matos. Estou a ficar desesperada.
Cara Maria da Graça, o Insurgente está a pensar lançar uma grande campanha nacional para promover a efectiva separação entre a Igreja e o calendário. De facto, os próprios nomes dos dias violam o princípio da separação entre a Igreja e o Estado: Domingo - Domine Dei; Sábado - Sabath; segunda, terça, quarta, quinta e sexta são referências ao primeiro dia da semana - o Dia do Senhor. Para uma cidadão laico, o simples passar dos dias é uma verdadeira via sacra.

O gabinete de estudos do Insurgente está a estudar várias hipóteses. Estamos a pensar recuperar o calendário Francês pós-1789: cada mês dividido em 3 décades que ,por sua vez, são sconstituidos por 9 dias de trabalho e 1 dia de descanso.

Mau sinal (II)

Separação entre a campanha presidencial e a Igreja

Funcionários públicos ateus exigem fim imediato do subsídio de Natal

Calipígias...

A culpa é do Bush e dos neoliberais neoconservadores fundamentalistas religiosos

What Latin America needs

The biggest surprise of all at the recent Summit of the Americas in Argentina was not the anti-Bush demonstrations, the anti-American rhetoric, or the refusal of delegates to move forward with the proposed Free Trade Area of the Americas, but that there were no real surprises.

With few exceptions, Latin Americans have reverted to feel-good nationalistic populism, while rejecting free-market growth strategies: They can feel good while doing poorly.

The Summit of the Americas was preprogrammed for failure, just as the region's many free market-oriented reforms of the past decades were, despite their soundness.

The real problem in Latin America is that, with few exceptions, the rule of law -- particularly on private property rights -- doesn't exist as we know it. Decisionmaking is marred by corruption and cronyism and mired in bureaucracy.

(...)

If the U.S. government and multilateral institutions refocused their attention on reforms promoting the rule of law and protecting private property, future Summits of the America might look quite different. Instead of wasting time, Latin American leaders might embrace the kind of policies that would help the poorest while promoting democracy and human rights. In such an environment, a Free Trade Area of the Americas would be seen as welcome and mutually beneficial.

De volta

Liberalismo

In the nineteenth century strong and violent opponents of liberalism sprang up who succeeded in wiping out a great part of what had been gained by the liberals. The world today wants to hear no more of liberalism. Outside England the term "liberalism" is frankly proscribed. In England, there are, to be sure, still "liberals," but most of them are so in name only. In fact, they are rather moderate socialists. ### Everywhere today political power is in the hands of the antiliberal parties. The program of antiliberalism unleashed the forces that gave rise to the great World War and, by virtue of import and export quotas, tariffs, migration barriers, and similar measures, has brought the nations of the world to the point of mutual isolation. Within each nation it has led to socialist experiments whose result has been a reduction in the productivity of labor and a concomitant increase in want and misery. Whoever does not deliberately close his eyes to the facts must recognize everywhere the signs of an approaching catastrophe in world economy. Antiliberalism is heading toward a general collapse of civilization.

If one wants to know what liberalism is and what it aims at, one cannot simply turn to history for the information and inquire what the liberal politicians stood for and what they accomplished. For liberalism nowhere succeeded in carrying out its program as it had intended.

Nor can the programs and actions of those parties that today call themselves liberal provide us with any enlightenment concerning the nature of true liberalism. It has already been mentioned that even in England what is understood as liberalism today bears a much greater resemblance to Toryism and socialism than to the old program of the freetraders. If there are liberals who find it compatible with their liberalism to endorse the nationalization of railroads, of mines, and of other enterprises, and even to support protective tariffs, one can easily see that nowadays nothing is left of liberalism but the name.

Nor does it any longer suffice today to form one's idea of liberalism from a study of the writings of its great founders. Liberalism is not a completed doctrine or a fixed dogma. On the contrary: it is the application of the teachings of science to the social life of man. And just as economics, sociology, and philosophy have not stood still since the days of David Hume, Adam Smith, David Ricardo, Jeremy Bentham, and Wilhelm Humboldt, so the doctrine of liberalism is different today from what it was in their day, even though its fundamental principles have remained unchanged. For many years now no one has undertaken to present a concise statement of the essential meaning of that doctrine. This may serve to justify our present attempt at providing just such a work.

-Ludwig von Mises, Liberalism

O radicalismo laicista é socialismo puro e duro (3)

Depois da queixa contra os crucifixos nas escolas públicas, Associação República e Laicidade exige retirada imediata do Cristo-Rei na margem sul do rio Tejo. Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, está a ponderar substituir o símbolo religioso por uma estátua de Mário Soares.

28.11.05

Liberalismo, norma e intencionalidade em F. Hayek

O radicalismo laicista é socialismo puro e duro (2)

3. Actualmente, o Estado português já é laico há muito tempo. O que se pretende agora, segundo parece, é tornar a «laicidade» como religião oficial do Estado e impô-la indistintamente aos cidadãos, não tomando em consideração as suas opções pessoais, isto é, a sua liberdade.###

(...)

8. Num Estado Liberal, a gestão das escolas e a sua inserção nas comunidades onde funcionam, deve obedecer ao princípio da subsidiariedade. As decisões sobre o seu funcionamento e a forma como se ligam aos cidadãos a que se dirigem, devem ser locais, autónomas do poder central e tomadas pelos cidadãos que estão mais próximos dessas instituições: entidades representativas dos alunos e dos pais, órgãos académicos localmente eleitos e não nomeados pelo poder central, etc.

9. Tudo o mais é centralismo, planificação e socialismo. Trate-se de crucifixos ou de outra coisa qualquer.

Rui Mateus sobre Mário Soares

Soares salazarista

Para o ex-presidente da República, existem alguns casos de más privatizações, mas somente deu o exemplo das pousadas nacionais.

«Não gostei muito que privatizassem as pousadas», porque «as pousadas nacionais foram criadas não para dar lucro, mas para dar estímulo ao turismo nacional» (2), afirmou.

«No tempo do Salazar, já eram públicas, porque é que vieram agora privatizar-se?» (3) - questionou, recusando comentar se a venda da Galp é um bom exemplo de privatização.
(1) A lógica é simples. Como o Prof Salazar - em tempos- cortou na despesa pública todos os que defenderem a sua redução são seus discipulos.
(2) Recordo que o turismo é um sector onde a inexistência da iniciativa privada é gritante.
(3) Repara-se na força do argumento.

Democracia mediática II

Gostaria de saber, por exemplo, o que entende exactamente a Marktest por "protagonista". É-se "protagonista" só quando se aparece no écran, ou também quando o pivot fala de nós? É-se "protagonista" quando o foco dos holofotes está sobre um dos nossos apoiantes e ele fala de nós de forma mais ou menos clara? E quando é de forma mais ou menos velada? E quando Soares fala de Cavaco quem é o "protagonista"? O Soares ou o Cavaco? Ou ambos? Quem é o "protagonista" quando as televisões escolhem, entre tudo o que Louçã diz, a frase "Cavaco não diz nada"?

E também pergunto a mim próprio por que motivo foi escolhido o período de tempo que foi. É que desde 22 de Agosto até hoje houve as eleições autárquicas e uma campanha eleitoral (e uma longa pré-campanha) em que os líderes dos partidos se fartaram de aparecer, por inerência de cargo. E adivinhem quem são os líderes partidários que se candidataram a Belém? Nem mais: Louçã e Jerónimo, os dois mais "protagonistas" entre os "protagonistas". Dá-me a sensação de que aqui estamos a comparar coisas que não são comparáveis, o que é capaz de criar enviezamentos no método e, portanto, nos resultados.
No Margens de Erro Pedro Magalhães tenta esclarecer:###
O que significa "notícias protagonizadas por cada personalidade"? Suponho que uma notícia é contada como tal quando os candidatos são explicitamente objecto de notícia, mas não posso estar seguro. Não descobri no site da Marktest a definição operacional desta variável.

(...)

Olhemos, por exemplo, para o que se passou desde a semana 42 (uma semana depois das autárquicas) até à semana 45 (que terminou no dia 13 de Novembro):

Mário Soares: 79 notícias, 215 minutos;
Cavaco Silva: 54 notícias, 163 minutos;
Manuel Alegre: 55 notícias, 147 minutos;
Jerónimo de Sousa: 52 notícias, 139 minutos;
Francisco Louçã: 51 notícias, 139 minutos.

De facto, faz diferença a exclusão do período das autárquicas. Após este período, Mário Soares conseguiu aparecer nas televisões com uma frequência e duração superior à dos restantes candidatos. Cavaco Silva surge em segundo lugar, mas muito por força daquele dia em que as televisões acompanharam o lançamento da sua candidatura, o que levou a notícias com muito longa duração.

Isto mede aquilo que mede. Não mede conteúdo/enviesamento da notícia, não mede o seu posicionamento na hierarquia do alinhamento noticioso, nem deve contar com notícias indirectamente relacionadas com os candidatos. Vale o que vale, como se diz das sondagens...
Apesar da enorme exposição mediática de Mário Soares, este não consegue aproximar-se, nas sondagens, de Cavaco Silva ou destacar-se de Manuel Alegre. Confirmam-se, portanto, as palavras de José António Saraiva, director do semanário Expresso:
O curioso em Mário Soares é que parece indiferente aos sinais do eleitorado.

Não é verdade que, em Fevereiro, ficou claro que as eleições se ganham facilmente falando pouco do que falando muito?

Não é verdade que a crítica mais frequente a Sócrates era não falar, não responder aos jornalistas, não esclarecer o que pensava - e foi assim que obteve a maior maioria alguma vez alcançada por um líder socialista?

Não é verdade que Guterres falava bem, se desdobrava em declarações, irradiava simpatia - e nunca conseguiu chegar à maioria absoluta?

Soares incita Cavaco a falar, desafia-o, provoca-o - mas será que os portugueses gostam dos políticos que falam muito ou, pelo contrário, já não acreditam neles?
Os estrategas da campanha de Soares chegaram a semelhante conclusão. No PortugalDiário:
Mário Soares vai deixar de fazer ataques frequentes a Cavaco Silva, pelo menos no período de pré-campanha das eleições Presidenciais, disse hoje à Lusa um dos principais conselheiros do candidato a Presidente da República apoiado pelo PS.

Segundo o mesmo responsável da candidatura do ex-Presidente da República, «num primeiro momento», os ataques de Mário Soares ao ex-primeiro-ministro do PSD «justificaram-se por terem o objectivo de traçar um quadro de bipolarização na campanha».
Nota: caro Jorge Candeias, obrigado pelo aviso; a "bem da verdade", este não é um blog de "direita" nem existiu qualquer intenção de passar "ao lado" deste assunto.

PS: o arquivo insurgente é um problema que, até agora, não teve ainda resolução.

Graças a Deus pela separação entre Igreja e estado...ou a laicidade correctamente entendida

"...João Paulo II repetidas vezes alertou para os perigos que derivam de qualquer confusão entre esfera religiosa e esfera política. “São extremamente delicadas as situações, em que uma norma especificamente religiosa se torna, ou tende a tornar-se, lei do Estado, sem que se tenha na devida conta a distinção entre as competências da religião e as da sociedade política. Identificar a lei religiosa com a civil pode efectivamente sufocar a liberdade religiosa e até limitar ou negar outros direitos humanos inalienáveis”...os actos especificamente religiosos (profissão da fé, prática dos actos de culto e dos sacramentos, doutrinas teológicas, comunicação recíproca entre as autoridades religiosas e os fiéis, etc.) permanecem fora das competências do Estado, que nem deve intrometer-se neles nem, de forma alguma, exigi-los ou impedi-los, a menos de fundadas exigências de ordem pública. O reconhecimento dos direitos civis e políticos e a realização de serviços públicos não podem estar condicionados a convicções ou prestações de natureza religiosa da parte dos cidadãos."
Curiosamente, em nome da tolerância e da igualdade de direitos, transformam-se os Cristão em cidadãos de segunda, mesmo em termos de debate público:
"Nas sociedades democráticas todas as propostas são discutidas e avaliadas livremente. Aquele que, em nome do respeito da consciência individual, visse no dever moral dos cristãos de ser coerentes com a própria consciência um sinal para desqualificá-los politicamente, negando a sua legitimidade de agir em política de acordo com as próprias convicções relativas ao bem comum, cairia numa espécie de intolerante laicismo."
E assim, em nome da separação entre Igreja e Estado, cria-se uma nova religião de Estado - o ateísmo praticante - com consequências previsiveis:
"...[O intolerante laicismo] pretende negar, não só qualquer relevância política e cultural da fé cristã, mas até a própria possibilidade de uma ética natural. Se assim fosse, abrir-se-ia caminho a uma anarquia moral, que nada e nunca teria a ver com qualquer forma de legítimo pluralismo. A prepotência do mais forte sobre o fraco seria a consequência lógica de uma tal impostação. ...Aliás, a marginalização do Cristianismo não poderia ajudar ao projecto de uma sociedade futura e à concórdia entre os povos; seria, pelo contrário, uma ameaça para os próprios fundamentos espirituais e culturais da civilização."
[Nota doutrinal sobre alguns aspectos da participação dos Católicos na política]

P.S. Este documento é assinado por um tal Cardeal J. Ratzinger.

Mau sinal

P.S.

  • Como é que numa República existem duas Vilas REAIS?

  • Na fachada do tribunal do trabalho de Almada está uma placa com a foice & martelo. Todas as religiões são iguais...

  • E para quando a abolição dos feriados religiosos ? O povo português, durante séculos oprimido pela Igreja, exige a imediata e completa extinção dos feriados religiosos que violam de forma escandalosa a liberdade de religião em Portugal.

República e Laicidade (II)

"Os pontos dentro das quinas representam as 5 chagas de CRISTO. Diz-se que na batalha de Ourique, JESUS CRISTO crucificado apareceu a D. Afonso Henriques, e disse: "Com este sinal, vencerás!". Contando as chagas e duplicando as chagas da quina do meio, perfaz-se a soma de 30, representando os 30 dinheiros que Judas recebeu por ter traído CRISTO."
Já agora, os 5 escudos estão dispostos em CRUZ.




P.S. E isto também não é nada politicamente correcto e é até perigoso nos tempos que correm: "Os 7 castelos simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso Henriques conquistou aos Mouros."À atenção do Sr. B. Laden.

República e Laicidade (I)

O radicalismo laicista é socialismo puro e duro

Ao invés do que uma observação linear e básica poderá sugerir, a atitude liberal perante o Estado, a religião e a laicidade não é exactamente esta de mandar retirar os crucifixos das escolas ou dos locais públicos (sustentados por dinheiro dos contribuintes), como está a acontecer agora em Portugal.

(...)

O Estado deverá ser, segundo o liberalismo, nessas e noutras matérias, efectivamente neutro. Aplicar, por via governamental, uma única decisão nesta matéria não demonstra imparcialidade. Ao impor a laicidade, o Estado não está a ser neutro, mas a tomar partido por um dos pólos da questão, desrespeitando outras opções dos cidadãos e das comunidades.
É socialismo puro e duro e, por isso, o liberalismo deverá opor-lhe resistência. [bold meu]

O Tabu

“…mais importante que saber como é que o mundo deve ser é saber como ele funciona.”

E o André nesta citação de Mário Vargas Llosa.
liberalism is not an ideology, that is, a dogmatic lay religion, but rather an open, evolving doctrine that yields to reality instead of trying to force reality to do the yielding

Não vou aconselhar leituras, senão ainda me mandam ler Marx ou Negri e não me apetece mesmo nada. Aconselho antes um pouco mais de humor e boa disposição que entre outras coisas evita rugas prematuras.
E agora tenho outro químico à minha espera.

Não pode ser

A idiotice do dia

Francisco Louçã considera que o Presidente da República «tem a obrigação de vetar» a alteração à lei eleitoral que vai aprovar os círculos uninominais. O candidato a chefe de Estado acha que essa alteração vai instituir normas de paridade que levam à exclusão das mulheres na vida política.


[fonte: Diário Digital]

A regulação anti-liberal (II)

The bus industry receives much less attention from politicians and economists than the rail industry, even though the former is important in most areas of the country. In this important historical and economic analysis, John Hibbs shows how the bus industry gradually had its commercial freedom restrained by politicians until it became totally accountable to them. This had predictable consequences, leading to what Hibbs terms the 'strange suicide of the British bus industry'.

Hibbs developed much of the intellectual case for the 1985 Transport Act, which, as he shows, liberated the bus industry to serve passengers rather than politicians. Huge benefits flowed from the Act, but the current government, backed up by the European Union, is allowing local authorities to pursue, by stealth, a policy of promoting franchise - or competition for monopoly.

Esquizofrenia e falta de humildade

Because liberalism is not an ideology, that is, a dogmatic lay religion, but rather an open, evolving doctrine that yields to reality instead of trying to force reality to do the yielding, there are diverse tendencies and profound discrepancies among liberals. [bold meu]


E qual é a opinião do Tiago Mendes sobre este texto onde se afirma explicitamente que o liberalismo não é uma ideologia?
Segundo os comentários no excelente A Arte da Fuga, a opinião do Tiago é favorável e não consta que na altura se tenha referido à revelação de novos segredos de Fátima.

Deixo ao Tiago a simplificação para um esquema analítico apropriado deste comportamento aparentemente esquizofrénico e ao João a investigação sobre as causas emocionais profundas.

No caso do Tiago Mendes, acredito que tenha sido induzido a este exercício aparentemente esquizofrénico pelas circunstâncias e pela sua inclinação para as definições esquemáticas e os silogismos mas já no caso do João Galamba custa-me sinceramente a crer que ele não esteja a par da longa controvérsia em torno do conceito de ideologia que, à direita, desde há muito se desenrola. Um pouco de humildade é quanto basta para evitar fazer figuras tristes e quando isso não é possível não há nada melhor do que sermos confrontados com as nossas próprias limitações.

Pela minha parte, porque não tenho a paciência do João Miranda (todos temos os nossos defeitos e este é um dos meus), está tudo dito relativamente a esta matéria. Ficam os donos do apito com a última palavra. Que lhes faça bom proveito.

Because.

Em destaque

A regulação anti-liberal

27.11.05

Mundo Moderno

Negri e os camaleões marxistas

La sociedad civil como Pueblo de Dios

A filosofia da história de Kant transita por dois caminhos discursivos qualitati­va­mente distintos: o da legalidade, impulsionado mecanicamente pela insociável sociabi­li­da­de dos homens, e o da moralidade, impulsionado livremente pela ilustração. O con­ceito kantiano de “sociedade ético-civil como Povo de Deus” culmina o caminho teórico conducente a uma integração limpa desses dois caminhos, ao mesmo tempo que constitui um conceito teórico útil para uma análise crítica e equilibrada das tendências lai­ci­zantes da sociedade europeia dos nossos dias.