É verdade que tinha sido o ministro das Finanças de Sá Carneiro em 1980, e que sem isso nunca teria chegado onde chegou em 1985. Mas achou Sá Carneiro “demasiado impulsivo e irrequieto”. Dele, Cavaco procurou herdar sobretudo a aura de autoridade, a reputação de quem era capaz de decidir e não temia desagradar. Só que, em vez de liderar um movimento de bipolarização, preferiu chefiar um governo que fosse uma espécie de comité executivo dos “pactos de regime”.
(...)
Cavaco, tal como Eanes, criticou muito os “políticos”, tanto em nome da moral, como da competência. Mas nunca criticou o “sistema”, os valores e os procedimentos consagrados nas instituições. Queixou-se do Tribunal Constitucional e das suas interpretações restritivas da Constituição, mas ao contrário de Sá Carneiro nunca pôs em causa a Constituição. Queixou-se de Soares, mas não quis disputar-lhe a presidência. Sá Carneiro não renegara a classe política, mas combatera o sistema. Cavaco confrontou a classe política, mas aceitou o sistema. Procurou sempre fazer sentir que nada de essencial no regime estava em causa. Queria apenas “credibilizar” a democracia, provando que era governável. Insistiu nos consensos, sem tirar consequências do facto de, como se queixou em 1995, o PS ter votado contra 70% das suas leis de “reforma estrutural”. Quis fazer reformas evadindo a questão de saber se havia condições políticas para fazer reformas. E evadiu essa questão porque a luta contra o sistema, necessariamente bipolarizadora, representava um risco demasiado grande. Era um risco para ele, porque sabia que “era pouco provável que sobrevivesse como líder do PSD em caso de derrota”. E era um risco também para os chefes do PSD. Em 1979, o partido tinha sido mobilizado por Sá Carneiro contra o sistema. Desde 1980, sempre no poder, em Lisboa e na maioria dos municípios, acabara por se confundir com o sistema. Segundo uma revista da época, a percentagem de militantes do PSD entre os gestores do sector público de transportes e comunicações era de 44% em 1985. Com Cavaco, subiu para 66% em 1989. Desde que se mantivesse no poder, eles estariam com ele.
Há quem saliente a "coincidência" entre os atentados e cimeira do G8. A mim impressiona-me mais a "coincidência" com o "Live 8", esse peditório feito em tom arrogante, como quem se aproxima dum milionário exigindo a devolução do dinheiro que roubou às suas pobres vítimas.
Histórias como a relatada acontecem todos os dias aos cidadãos deste país no seu relacionamento com os serviços da administração pública (central ou municipal). No entanto, nunca é demais dá-las a conhecer para que não se tenha por preconceito ultra-neo-qualquer-coisa-liberal a ideia que o estado se tornou um monstro regulamentador e autofágico, servido (muitas vezes) por funcionários pouco prestáveis. Leia-se, pois, o relato que faz uma jornalista da SIC sobre os serviços de "(des)informação" da câmara municipal de Cascais.
Já agora, e à atenção do Gabriel e do AAA, serve também como um "destaque doutrinalmente pouco fundamentado" para o jornalismo nacional.
San Borja, Lima.- En un hecho sin precedentes, la Directora Administrativa de la Facultad de Economía de dicha casa de estudios, Gaby Cortez Cortez, vetó ayer la realización de la conferencia del escritor liberal Carlos Alberto Montaner, organizada por el movimiento estudiantil Vanguardia Liberal y el Instituto de Libre Empresa, a pesar de contar con el apoyo organizativo del director del Instituto de Investigaciones Económicas, Enrique Palacios y el visto bueno del Tercio Estudiantil de la facultad.###
"En una actitud totalmente intolerable y moralmente condenable de las autoridades, nos han privado a los estudiantes san marquinos de la oportunidad de escuchar una alternativa distinta al pensamiento único marxista y socialista que se nos impone por la fuerza en los cursos y conferencias", afirmó Renzo Cánepa, líder de la agrupación estudiantil Vanguardia Liberal.
Se as intenções resultassem em concretizações, desde já haveria que dar os parabéns a este senhores. Mas o cepticismo obriga a que se espere e que por enquanto se saudem apenas as intenções (D.D.):
O G8 apelou à «eliminação de todas as formas de subvenção à exportação» sobre os produtos agrícolas numa «data razoável», segundo um comunicado aprovado esta sexta-feira na cimeira de Gleneagles, na Escócia.
Vamos a ver como decorrem as negociações no âmbito da organização mundial do comércio. Não vai ser fácil a Bush diminuir as ajudas agrícolas, por exemplo na produção de algodão, apesar de na Escócia ter proposto o fim dos subsídios agrícolas até 2010. Por outro lado temos Chirac, que continuará a defender a PAC enquanto propõe um "imposto internacional de solidariedade". À espera temos os que são afectados por mecanismos de preços subsidiados ou tarifas proteccionistas: os consumidores europeus e as populações agrícolas dos países menos desenvolvidos.
Portugal não pode correr o risco de se transformar num país periférico. As acessibilidades são fundamentais. Para a circulação de pessoas e mercadorias. A opção do TGV é fundamental para se conseguir este objectivo.
Fundamental? Porquê? Não existem alternativas? Ficaremos "encerrados" nas nossas fronteiras sem o TGV?
Num momento em que todos os países mais desenvolvidos da Europa têm uma rede de alta velocidade e com interligações mútuas, Portugal não pode ficar afastado desta rede.
O velho "argumento da manada". O imperativo do "não pode" ultrapassa o meu entendimento. Mas eu nunca fui Ministro... Será que é economicamente viável? Consta que o Estado terá de subsidiar os prejuízo operacionais.
É essencial para o desenvolvimento do País, dos nossos portos, das nossas empresas e para o turismo.
Será que o TGV irá sózinho propiciar o desenvolvimento económico? Como? Qual o impacto nas empresas, turismo e portos? Infelizmente JC não explica. Tenho poucas duvidas que se o montante necessário (para o investimento) não fosse retirado pelo Estado aos privados o crescimento económico seria muito superior.
Sem o TGV, seria acentuada a nossa condição periférica. Física e económica. Precisamos, para o nosso desenvolvimento, de atrair as dezenas de milhões de cidadãos que a alta velocidade vai trazer até nós.
Dezenas de milhões? Onde é que estão esses estudos? Nalguns estudos que têm sido revelados estimam-se taxas de utilização muito baixas. E com tarifas subsidiadas!
Um ataque terrorista como o ocorrido ontem em Londres tem efeitos económicos. Se esses efeitos económicos forem compreendidos e antecipados pelos terroristas, então poderão dar uma boa indicação sobre as suas intenções futuras.
As explosões de Londres prestam-se a uma de duas interpretações: um erro “táctico” dos terroristas islâmicos ou uma alteração da estratégia. Não acredito na primeira hipótese e a segunda é de tal modo preocupante que pasmo com a ligeireza circunstancial de algumas declarações políticas.
Não acredito na primeira hipótese. Os actos mais importantes da responsabilidade de terroristas islâmicos (Nova Iorque, Bali, Madrid, Londres) revelam um planeamento meticuloso, uma execução coordenada e precisa e uma escolha cuidadosa do momento em função da envolvente política. A segunda hipótese é extremamente preocupante porque aponta para a possibilidade de um futuro atentado de grandes dimensões. ### Objectivos O terrorista islâmico apresenta alguns factores de risco específicos: uma percepção maniqueísta de envolvimento numa luta contra o “Mal”; imaginar que obedece a “ordens divinas”—o que anula a examinação moral dos actos de violência; acreditar que está “para além das leis seculares”—um dos principais objectivos é precisamente inviabilizar a organização social com base nos princípios do estado de direito; e um estado geral de dissociação social, onde a integração numa comunidade política é rejeitada a favor de visões de “purificação” e de um “apocalipse redentor.
Mas o terrorismo islâmico não é conceptualmente diferente doutros terrorismos. Em particular, as motivaçõesnão têm nada a ver com a pobreza, com a “desigualdade” económica, ou com o “ódio anti-americano”. O terrorismo islâmico surgiu em e é financiado por países com elevados níveis de rendimento médio, como a Arábia Saudita, mas que tendem a encarar o mecanismo de trocas económicas como um jogo de soma nula: a causa do seu insucesso relativo é atribuída ao sucesso relativo das economias mais desenvolvidas. O “descontentamento com o mercado” observável nos países islâmicos é semelhante a fenómenos históricos observados na Europa, especialmente desde a segunda metade do séc. XVIII em diante: reacções violentas contra a democracia liberal baseada na economia de mercado, normalmente associadas a um forte anti-semitismo.
Outra imagem inconsistente com a evidência empírica disponível é a caracterização dos jihadistas como predominantemente “incultos” ou mesmo analfabetos, o mito do terrorista enquanto “pobre diabo”. Pelo contrário, os jihadistas são sobretudo indivíduos com níveis de escolaridade e rendimentos médios ou elevados, dispostos a integrar uma contra-elite política e não têm uma motivação primordialmente religiosa: a religião funciona essencialmente como “cobertura ideológica”. Os objectivos são bem definidos e de natureza política. O objectivo fundamental do terrorismo islâmico é a restauração de uma estrutura social sustentadora de uma distribuição do poder político, interno e internacional, favorável aos patrocinadores da causa jihadista: a restauração do Califado e a aniquilação do estado de Israel.
Estratégia A estratégia do terrorismo islâmico obedece a um princípio fundamental: conseguir a maior perturbação possível, e, no limite, o colapso dos mercados económicos e financeiros, através do aumento do risco geoestratégico. É em função deste objectivo que os ataques de ontem devem ser analisados e as indicações são preocupantes. Para perceber porquê é preciso olhar para outro lado—em termos geográficos e em termos de mercados.
O terrorismo no Iraque não pretende apenas impedir uma vida civil normal: pretende também impedir o retomar da exploração e comercialização do petróleo iraquiano, de forma a evitar que este chegue em quantidades significativas aos mercados internacionais. Se tal acontecesse, haveria uma significativa expansão da oferta que tenderia a baixar o preço por barril. Até recentemente, o aumento drástico e permanente do preço do petróleo era um elemento essencial da estratégia do terrorismo jihadista. Esperavam desse modo provocar uma grave crise económica nas sociedades ocidentais. Em diversas ocasiões, Bin Laden (directamente e indirectamente) apelou ao ataque a instalações petrolíferas no Iraque e no restante Golfo Pérsico.
O risco geopolítico adiciona um prémio de risco ao preço do barril de petróleo. As estimativas são bastante divergentes, mas é perfeitamente possível que o prémio de risco seja de 15 dólares por barril. O aumento dos ataques terroristas a instalações petrolíferas podia fazer com que o preço do petróleo subisse substancialmente e num curto espaço de tempo: teríamos “picos de preço”, que poderiam atingir valores acima dos 100 dólares por barril se houvesse perturbações sérias de um dos maiores produtores. Bin Laden apontou diversas vezes para o valor “psicologicamente saliente” dos 100 dólares como o objectivo estratégico a atingir. Do ponto de vista logístico, preparar e executar um ataque a um pipeline ou a outras instalações petrolíferas não é mais difícil do que um ataque em Londres.
Os ataques terroristas de ontem apontam para uma alteração de estratégia dos jihadistas,passando de uma estratégia concentrada no aumento do risco geopolítico do lado da oferta e portanto sectorialmente focada no mercado do petróleo, para uma estratégia de desestabilização global, eventualmente destinada a provocar uma recessão económica generalizada.
Futuro Será um enorme erro se, uma vez mais, se subestimar a capacidade e a inteligência dos terroristas. O impacto das acções terroristas é tanto maior quanto mais frágeis forem as economias nacionais e maiores forem os problemas económicos globais. Os sinais de recessão económica no Reino Unido avolumam-se. A União Europeia está enredada nos problemas causados pela utopia federalista. A ocorrência da cimeira G8 poderá ter determinado o “quando”, mas certamente que as condições económicas influenciaram decisivamente o “onde”. Os efeitos imediatos não são muito significativos, são recuperáveis e essencialmente redistributivos, entre sectores de actividade e entre emissores de moeda, através de realinhamentos cambiais.
Mas os efeitos a longo prazo podem ser graves e a situação da maior economia mundial é muito complicada: os EUA têm enormes desequilíbrios nas contas públicas e na conta corrente. Estes desequilíbrios surgiram depois da política fiscal expansionista usada pelo governo norte-americano após o 9/11, conjugada com a redução das taxas de juro pelo FED. Não se pode “disparar a mesma bala duas vezes” e os EUA estão hoje numa situação de enorme e perigosa vulnerabilidade económica. O consumo privado disparou em larga medida à custa de uma bolha especulativa no sector imobiliário. Um novo ataque de grandes proporções aos EUA poderá desencadear uma recessão económica profunda nos EUA e, por contágio, uma recessão global.
Se for esse o “cálculo racional” dos terroristas, ontem poderá ter começado a contagem decrescente para um novo ataque de grandes proporções aos EUA.
Não é com discursos políticos emocionados, solidariedades de circunstância nem com medidas avulsas de legislação que se lida com um problema desta dimensão. É preciso assumir a guerra, levá-la ao inimigo e desorganizá-lo, mantendo presente que o inimigo é uma entidade fluida, quase imune às medidas convencionais e não derrotável no sentido militar. É preciso tratar os cidadãos como aliados e não como suspeitos até prova em contrário. Em suma: é preciso prosseguir com determinação o exemplo corajoso de países como a Austrália, que não se deixou intimidar pelo terror.
Ontem ouvi muitas comparações entre o discurso de Blair e os famosos discursos de Churchill. Churchill conhecia e reverenciava os valores políticos pelos quais se batia com uma convicção que não deixava dúvidas; unia e ia até onde fosse preciso (disse certa vez que se Hitler tivesse invadido o Inferno ele próprio faria uma menção elogiosa ao Diabo na Câmara dos Comuns). Precisamos de líderes políticos capazes, não de incompetentes que desculpabilizem crimes com “fome e miséria”.
Deram Tony Blair como “politicamente morto”. Por ironia do destino e no espaço de poucas semanas o mundo livre olha uma vez mais com esperança para o chefe do governo britânico e espera que esta seja, de facto, a sua finest hour.
Dois anos e meio após ter sido eleito, a grande esperança da esquerda mundial, o líder que falava ao coração do povo, o torneiro mecânico que ascendeu à presidência de um dos maiores países do planeta, encontra--se envolvido num escândalo que está a destruir o capital de honestidade do PT e a colocar em perigo a sua reeleição. Os mais crédulos ainda se atrevem a defender Lula, garantindo que não, que ele não podia saber que o seu partido andava a comprar deputados para votarem a favor das propostas do Governo. Mas, neste momento, nem um índio enfiado no mais recôndito buraco da Amazónia pode acreditar que Lula não sabia. Citando o colunista da Veja, e besta negra petista, Diogo Mainardi "Eu sabia. O leitor sabia. Todo mundo sabia. O único que não sabia era seu maior beneficiário: Lula." De facto, não dá para acreditar.
(...) Foi sempre de boca aberta que assisti ao entusiasmo planetário pela eleição de Lula, como se ele fosse o mais iluminado dos políticos, o verdadeiro, o último puro. Afinal, não era. A esquerda pode começar a fazer o luto Lula da Silva é mais uma utopia que morreu.
O embaixador do Egipto no Iraque foi raptado e depois executado. As razões dos terroristas no ABC:
«Nosotros, la Organización Al Qaida en Mesopotamia, hemos aplicado el veredicto divino contra el embajador de los apóstatas, el embajador de Egipto. El embajador de los infieles ha realizado confesiones que demuestran que el régimen al que sirve es infiel, y que él mismo está aliado con los judíos y los cruzados.»
Esta é uma das características que mais aprecio nos ingleses. Podem-lhe chamar fleuma, desprezo pelos inimigos ou até mesmo coragem. As autoridades britânicas pediram que ninguém fosse trabalhar, mas eles lá vão para viver o dia-a-dia.
Soares surge, uma vez mais, do lado errado da barricada, salientando como causas do terrorismo transnacional factores que, na verdade, não o são. (...)
O terrorismo transnacional não tem nada que ver com desigualdades económicas, ou com a pobreza.
O terrorismo transnacional tem como inspiração central uma batalha de cariz ideológico contra os regimes democráticos e os seus valores. Nada mais.
O Presidente da República, Jorge Sampaio, defendeu quinta-feira a necessidade de privilegiar «o diálogo, a cooperação e o multilateralismo», assente nas Nações Unidas, como a via mais eficaz para responder às ameaças com que o Mundo se confronta.
"O Sr. Blair teve agora o mesmo que o Sr. Aznar". Esta afirmação inacreditável foi feita pelo "senador" Mário Soares (cuja inimputabilidade é bem conhecida e mesmo completamente reconhecida).
Esta afirmação é quase idêntica às declarações de Abdelilah Suisse (que dá aulas na FLUP) que, também na SIC-N, disse que o atentado era consequência das políticas inglesas.
Bem, esta linha de argumentação é, no fundo, tentar justificar o injustificável. A responsabilidade primeira por este atentado de Londres é exclusivamente dos seus autores e mais ninguém.
A Al-Qaeda tem uma visão de mundo em que vê o Ocidente e a sua democracia como inimigos. Ela pretende destruir-nos, não importa como, porque nós somos os infiéis. E quer impor um novo Califado. Quem não compreendeu isso, não compreendeu nada e vai inventando novos "Muniques" até à derrota final.
O Iraque, a Palestina, etc., etc. são apenas argumentos tácticos que estas organizações terroristas vão utilizando para justificar os seus ataques. Quando aconteceu o 11 de Setembro não havia nenhum ataque a países islâmicos. Mesmo que os americanos e aliados saíssem amanhã do Iraque e do Afeganistão, os atentados terroristas não acabariam.
É tempo de acabar com a culpabilização do Ocidente por aquilo que é culpa exclusiva dos seus autores: um terrorismo bárbaro e selvagem que não conhece limites na sua tentativa de alcançar a supremacia.
Opiniões como as destes dois senhores apontam para o acessório, desviando-se do essencial do problema. Assim, nunca se chegará a lado nenhum e o que eles dizem são apenas palavras...
Por parte da comunidade árabe britância, receios de xenofobia e a promessa de ajuda a encontrar os autores do atentado:
The attacks threatens the safety of the Muslim community in UK, Muslim Association of Britain president Ahmed Sheikh said, adding that women wearing Hijab, or Islamic headscarves might be in particular danger. (...) "These terrorists, these evil people want to demoralize us [british people] as a nation and divide us.
"All of must unite in helping the police to hunt these murderers down." "There may well be elements who want to exploit this tragedy and incite hatred".
Na Rua da Judiaria, o Nuno Guerreiro publica excertos de uma entrevista do jornalista do Público, Paulo Moura, em Abril de 2004 a Omar Bakri Mohammed, um sheik que se autoproclamava "líder do Londonistão" e "Teórico da Al-Qaeda na Europa", publicada na revista Pública. Nela, Omar Bakri fala de "inevitáveis" atentados terroristas em Londres...
What the fuck do you think you're doing? This is London. We've dealt with your sort before. You don't try and pull this on us.
Do you have any idea how many times our city has been attacked? Whatever you're trying to do, it's not going to work.
All you've done is end some of our lives, and ruin some more. How is that going to help you? You don't get rewarded for this kind of crap.
And if, as your MO indicates, you're an al-Qaeda group, then you're out of your tiny minds.
Because if this is a message to Tony Blair, we've got news for you. We don't much like our government ourselves, or what they do in our name. But, listen very clearly. We'll deal with that ourselves. We're London, and we've got our own way of doing things, and it doesn't involve tossing bombs around where innocent people are going about their lives.
And that's because we're better than you. Everyone is better than you. Our city works. We rather like it. And we're going to go about our lives. We're going to take care of the lives you ruined. And then we're going to work. And we're going down the pub.
So you can pack up your bombs, put them in your arseholes, and get the fuck out of our city.
A cidade de Londres sobreviveu com galhardia ao blitz, em 1940; ultrapassará sem grande dificuldade os problemas causados pelo terrorismo islâmico:
Veremos se o que resta das old liberties of the land sobreviverá igualmente à fúria reguladora do New Labour, que certamente aproveitará o "aumento do risco" para passar nova e perigosa legislação.
A insegurança favoreceu sempre a expansão dos poderes públicos. Os principais conflitos do séc. XX conferiram um substancial impulso ao abuso do poder de despesa e tributação por parte dos Estados—os grandes aumentos de impostos vieram com as guerras. Justificados como medidas "temporárias" e "excepcionais", uma vez aprovadas, tornaram-se quase sempre permanentes. Desde o início do séc. XX que raramente, se alguma vez, o fim de um grave conflito permitiu a recuperação das liberdades temporariamente limitadas em nome da defesa e da segurança.
Por isso não ficaria surpreendido se nos próximos tempos o governo trabalhista aprovasse, em nome da segurança, mais restrições arbitrárias à liberdade de circulação, mais video-vigilância nos espaços públicos, menor exigência nos fundamentos necessários à detenção e aos inquéritos policiais, ou um alargamento dos "métodos aceitáveis de obtenção de confissões". Tais medidas aumentarão o despotismo dos burocratas—esse enorme exército de "pequenos tiranos" encarregues de exercer o poder por delegação.
O terrorismo pode ser uma ameaça muito conveniente.
O comunicado do PCP, lido por Jerónimo de Sousa, fala "[d]a política de agressão imperialista e as suas guerras de ocupação, em si mesmo factores de alimento do fundamentalismo e do terrorismo".
Desta vez, até o BE (que se limitou a condenar o atentado e a exigir a punição dos responsáveis) foi mais comedido que o PCP.
- National Rail services are now being resumed and major terminals are re-opening - Bus services are expected to be running by 1600hrs - Docklands Light Railway services are being resumed - London Underground will be closed for the rest of the day and will resume service tomorrow morning.
The war on terror goes on. I was most impressed by the resolve of all the leaders in the room. Their resolve is as strong as my resolve. And that is we will not yield to these people, will not yield to the terrorists. We will find them, we will bring them to justice, and at the same time, we will spread an ideology of hope and compassion that will overwhelm their ideology of hate.
O futuro dirá se o atentado de hoje, em Londres, não terá sido um erro estratégico da Al-Qaeda. A Inglaterra não é a Espanha. Blair não é Zapatero.
No próximo dia 12, o blog Blasfémias organiza no Porto (no Café Guarany) um debate com este sugestivo título "Por que é que a Direita quando chega ao poder não é liberal?" Diante da linguagem deste Governo, também nos podemos interrogar sobre as razões que levam Sócrates a ter de ser mais liberal do que alguma vez pensou o seu próprio partido. Responder a isso era uma lição importante.
George Galloway, deputado trabalhista inglês que alegadamente terá recebido dinheiro de Saddam Hussein através do programa "Oil for Food" acusa o governo inglês de ser o responsável pelos atentados e incita-o a seguir o exemplo dos espanhois e retirar do Iraque.
O Der Spiegel publica a declaração, via internet, dos supostos autores dos atentados em Londres, autodenominados "Organização Secreta - Al-Qaeda na Europa). Vou tentar reproduzir o texto a partir do alemão (tradução da minha responsabilidade): "Regozijai-vos, comunidade Muçulmana. Os heróicos Mudschahidin produziram hoje um ataque em Londres. Nós avisámos o governo britânico e o povo britânico uma e outra vez. Mantivémos a nossa promessa de pôr uma operação militar em marcha. Avisamos também os governos da Dinamarca e da Itália e de outros governos cruzados (cristãos)"
O jornal acrescenta que a declaração pede que todos os estados retirem as suas tropas do Afeganistão e do Iraque.
(...) never give in, never give in, never, never, never, never-in nothing, great or small, large or petty - never give in except to convictions of honour and good sense. Never yield to force; never yield to the apparently overwhelming might of the enemy.
Nos EUA, o Departamento de Segurança Nacional pediu às autoridades das principais cidades americanas um aumento da vigilância. Situação confirmada pelo Luís.
Sky News: grupo ligado à al Qaeda reclama autoria dos atentados.
Reuters: nos EUA, o Departamento de Segurança Nacional não tem qualquer indicação de ataques similares e, por enquanto, não vai subir o nível de alerta de ameaça terrorista.
"It's particularly barbaric that these attacks are designed to coincide with the G8 summit.
"It's important however that those engaged in terrorism realise that our determination to defend our values and way of life is greater than their determination to cause death and destruction to innocent people."
Segundo o site isrealita Arutz Sheva, no hotel próximo da estação de metro onde ocorreu a primeira explosão (Liverpool Station) estava programado uma conferência económica onde iria participar o Ministro das Finanças de Israel, Binyamin Netanyahu.
O mesmo site diz que a Scotland Yard avisou a embaixada de Israel de um possível atentado e esta aconselhou o ministro a permanecer no seu hotel.
O Governo Regional da Madeira considerou, na quarta-feira, em comunicado, terem surgido «interpretações abusivas» e «descontextualizadas» das declarações do seu presidente, Alberto João Jardim, sobre os imigrantes chineses, garantindo que na região prevalece o espírito de «respeito e tolerância por todos».
É fascinante como Domingos Amaral consegue combinar velhas e desacreditadas ideias socialistas numa proposta de "política industrial nova". De salientar também a absoluta perversão do conceito de lei, ao nível do mais fanático positivismo jurídico.
Como perceberam o Marquês de Pombal, Fontes Pereira de Melo, Salazar, Duarte Pacheco ou até, em certos momentos, Cavaco Silva, só o poder do Estado pode “desenvolver” o país. Não à antiga, com megalómanos projectos industriais ou de construção civil, mas com a mais poderosa arma que lhe resta: a lei.
Só uma nova política “industrial”, conduzida e imposta pela lei dos Estados, pode salvar a Europa ou Portugal. Das novas tecnologias às antigas, da energia eólica ao biodiesel, do ambiente ao turismo, do desporto ao mar, tem de ser o Estado a promover, a impôr, e a liderar as novas políticas industriais do século XXI.
Saliento em particular o apelo final. Era bom que, sem deixar de marcar diferenças quando elas existem, não se transformassem divergências políticas em conflitos pessoais. Um pouco de pragmatismo, bom senso e moderação é o que se recomenda.
O Estado Social criou um mundo em que todos podemos ser como o pai de Stuart Mill, que amava a humanidade em geral, e era indiferente a cada ser humano em particular. Oscar Wilde previu isso. Em ‘The Soul of Man under Socialism’, Wilde louvou o sistema socialista como um meio de nos dispensarmos de pensar nos outros: os poderes públicos encarregar-se-iam disso. O recibo do IRS funciona como uma espécie de amnistia moral, libertando o nosso egoísmo de todas as responsabilidades. E à indiferença comprada pelos contribuintes, corresponde o impudor dos enxames ansiosos por se apropriarem, através do Estado, da riqueza criada por outros. Todos podemos ser mais egoístas: uns ao dar, outros ao receber.
No âmbito do Estado Social, a liberdade do cidadão foi concebida como uma liberdade em relação às consequências das suas acções, e dos seus deveres para com os outros. Liberdade tornou-se equivalente de irresponsabilidade. Assim, o verdadeiro fundamento do Estado Social não é a solidariedade, mas a corrupção moral, porque nada corrompe tanto como a irresponsabilidade, essa característica dos escravos. O projecto político que pode ser derivado das tradições liberais não consiste no solipsismo ou no desprezo dos fortes pelos fracos, mas na responsabilização individual dos cidadãos por si próprios e pelos outros. Sem essa responsabilidade, nunca existirá aquela autonomia pessoal, aquela vida moral íntima, em cuja possibilidade apostaram as tradições liberais. É por isso que essas tradições contêm a mais profunda reflexão sobre associações voluntárias e participação política. Ao entregar, uma vez saciado o fisco, todas as responsabilidades ao Estado, o actual “modelo social” subverte a autonomia pessoal, reduzindo-a a um mero egoísmo. Contra o “modelo social”, as tradições liberais sugerem a hipótese de um “modelo cívico”, fundado numa nova cidadania, mais exigente, de indivíduos que nunca darão a resposta de Caim.
Suponhamos que uma região suburbana é totalmente pertença de privados, e que não existe nenhuma entidade reguladora, estatal ou outra, que controle aquilo que cada privado pode fazer na sua propriedade. É certo e sabido que a catástrofe decorrerá. Cada privado construirá no seu terreno um prédio, o mais alto possível, e no fim não restará terreno para fazer ruas, nem parques, nem hospitais, nem nada - para além de que cada prédio estará emparedado pelos prédios ao seu lado.###
Suponhamos que uma floresta está dividida em pequenas propriedades, pertencentes a privados, e que cada proprietário faz na sua parcela o que deseja, descontroladamente. Uns plantam eucaliptos (árvore cómoda, cresce depressa e abafa as silvas), outros deixam crescer as acácias, outros são absentistas e deixam o mato à vontade. Ninguém vai doar o seu terreno para construir os necessários corta-fogos, plantar as necessárias folhosas, etc, porque isso seria prescindir de um rendimento. O resultado, certo e sabido, será que um fogo varrerá, mais tarde ou mais cedo, tudo aquilo.
Se os baldios podem ser uma tragédia, a propriedade irrestritamente privada pode ser outra não menor.
A Forbes dá conta da apresentação do PIIP por José Sócrates:
Socrates ruled out the construction of a nuclear power station in response to Portugal's reliance on expensive oil and gas imports, and said the government will prioritise the wind farm sector, for which it hopes to develop a cluster of equipment manufacturers, according to reports.
The head of the Portuguese unit of Iberdrola SA said the Spanish power company is ready to invest in the government's wind farm programme(...)
O presidente da Iberdrola Portugal é Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças de António Guterres.
Fui ontem às ‘Noites à Direita’, uma excelente iniciativa do Paulo Pinto Mascarenhas e de outras pessoas que admiro e leio há muito, entre elas o Luciano Amaral (desde o Independente) e o Rui Ramos. Acredito que haja quem no CDS o queira aproximar do liberalismo. Acredito e louvo a intenção. O futuro de um partido de direita está em, mesmo não conseguindo ser liberal, se aproximar dos seus valores e princípios.
Já ontem escrevi que liberalismos são muitos e é impossível um homem só arrogar-se detentor único de todas as suas correntes. É contudo possível dizer o que não é o liberalismo.
O liberalismo não é querer manter-se um Estado social, com menos despesas e menores receitas. Isto é socialismo, social-democracia, democracia-cristã, o que quiserem, mas não é liberalismo. Uma política liberal pode conter políticas públicas, mas quando se aplica num Estado social, ela visa o seu fim. Ora, esta realidade assusta muita gente.
Pelo que pude assistir, no ‘Noites à Direita’, assusta muitas das pessoas que lá estavam. Foram muitos os que se definiram de liberais, mas poucos (ou nenhuns) os que o conseguiram concretizar. Ouvi Pires de Lima defender o liberalismo para logo acrescentar que o Estado social não pode ser desmantelado. Ouvi falar em direito de escolha da segurança social, mas pouco, muito pouco, sobre o que quer dizer exactamente. Pires de Lima afirmou, ainda, que é preciso ser liberal, mas não perder a consciência que um partido que defenda um programa liberal em eleições (como as anteriores), as perde facilmente.
Há algo de confuso nesta discussão. Um governo liberal governa contra o Estado. Um programa liberal precisa de políticos que não esperam o poder por si só, mas para o usar como forma de conter o poder do Estado. Um governo liberal nunca nomeará boys para as empresas públicas pela simples razão de não existirem empresas públicas. Com um governo liberal não haverá TAP pública, nem CP, PT, RTP, EDP e CTT públicos. Um governo liberal não adopta qualquer tipo de políticas proteccionistas, nem entre países civilizados, menos ainda para se proteger de países incivilizados. Um liberal, aliás, não faz esta dicotomia.
O liberalismo é liberdade, liberdade não condicionada. O que podemos discutir é o que entendem os liberais por liberdade. O tema do debate era ‘A Direita e a Liberdade’. Falou-se pouco de uma e de outra coisa. Na verdade, Pires de Lima, falou mais da esquerda que da direita. Não sei porquê, mas foi precisamente o contrário do que se passou com Vicente Jorge Silva que falou da direita e das suas lacunas. O convidado da esquerda foi, aliás, o homem mais pertinente que interveio naquele encontro.
Conto assistir aos próximos debates e espero que ontem tenha sido o começo de uma longa caminhada. Aguardo o ‘abanão’ que possam provocar as futuras intervenções de Luciano Amaral e Rui Ramos, entre outros. Quero ver então se haverá tanto consenso.
The term is now used with a variety of meanings which have little in common beyond describing an openness to new ideas, including some which are directly opposed to those which are originally designated by it during the nineteenth and the earlier parts of the twentieth centuries. What will alone be considered here is that broad stream of political ideals which during that period under the name of liberalism operated as one of the most influential intellectual forces guiding developments in western and central Europe. This movement derives, however, from two distinct sources, and the two traditions to which they gave rise, though generally mixed to various degrees, coexisted only in an uneasy partnership and must be clearly distinguished if the development of the liberal movement is to be understood.
###
The one tradition, much older than the name 'liberalism', traces back to classical antiquity and took its modern form during the late seventeenth and the eighteenth centuries as the political doctrines of the English Whigs. It provided the model of political institutions which most of the European nineteenth‑century liberalism followed. It was the individual liberty which a 'government under the law' had secured to the citizens of Great Britain which inspired the movement for liberty in the countries of the Continent in which absolutism had destroyed most of the medieval liberties which had been largely preserved in Britain. These institutions were, however, interpreted on the Continent in the light of a philosophical tradition very different from the evolutionary conceptions predominant in Britain, namely of it rationalist or constructivistic view which demanded a deliberate reconstruction of the whole of society in accordance with principles of reason. This approach derived from the new rationalist philosophy developed above all by René Descartes (but also by Thomas Hobbes in Britain) and gained its greatest influence in the eighteenth century through the philosophers of the French Enlightenment. Voltaire and J.‑J. Rousseau were the two most influential figures of the intellectual movement that culminated in the French Revolution and from which the Continental or constructivistic type of liberalism derives. The core of this movement, unlike the British tradition, was not so much a definite political doctrine as a general mental attitude, a demand for an emancipation from all prejudice and all beliefs which could not be rationally justified, and for an escape from the authority of 'priests and kings'. Its best expression is probably B. de Spinoza's statement that 'he is a free man who lives according to the dictates of reason alone'
"INTRODUCTION: I. The different concepts of liberalism" in F.A. Hayek "Liberalism";
É díficil pensar fora da "caixa". Espero que as próximas sessões sejam mais viradas para o futuro do que preocupadas em encontrar pontes que liguem as "Noites à Direita" com o passado político recente e menos recente. Vicente Jorge Silva foi um bom "agente provocador".
Actual ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu em 1997 que a decisão da Administração Central de impedir o corte dos sobreiros era ilegal, violadora do princípio da «boa fé» e «atentatória da autonomia local»
Como é óbvio, qualquer país rico que seguisse metade das políticas sugeridas pelos manifestantes, rapidamente passaria de membro do G8 para objectivo do Live 8.
O Café Blasfémias é um espaço de debate livre e aberto que terá lugar no Guarany, um dos cafés mais emblemáticos da cidade do Porto. A primeira edição realiza-se no próximo dia 12 de Julho, terça-feira, com início ás 21.30.
(...)
O tema em debate será: "Porque é que a direita quando chega ao poder não é liberal?". Os presentes serão convidados a discutir as razões pelas quais a direita nacional quando chega ao poder não é capaz de defender ou implementar políticas liberais. Serão certamente abordadas questões relacionadas com a própria natureza da direita portuguesa, o sistema eleitoral, a constituição, a natureza da democracia, a estatização e a governamentalização da sociedade portuguesa e o domínio das ideias de esquerda nas universidades, na cultura e nos media. A discussão estará aberta a todos os presentes e será moderada por um dos blasfemos.
Os Verdes vão avançar com uma proposta para que os investimentos no abastecimento de água e saneamento básico sejam excluídos do limite de endividamento das autarquias.
Se o "investimento na água" é assim tão importante por certo que as autarquias não se importarão de "cortar" noutras rubricas. Ou não?
Napolitano: I am a great admirer of the work of [Austrian economist] Ludwig von Mises. He was a true believer that the engine of freedom will make us safer, happier, more culturally admirable, and ultimately give us the freedom to go to heaven. I am a greater admirer of St. Josemaria Escriva de Balaguer, the founder of Opus Dei. He taught that any human being by his personal behavior can aspire to sainthood.
Reason: How do you feel about Bush’s likely appointments to the Supreme Court?
Napolitano: I am optimistic about President Bush’s appointments because I agree with some of the deep libertarian strains of his favorite justice, Justice Scalia. When the government told the court earlier this year that the president could lock up an American and throw away the key, that the military could take people to Guantanamo Bay and do what it wanted with them there because the Constitution didn’t apply, the Court rejected those notions by a vote of 8 to 1. The strongest pro-liberty argument, the strongest argument against this extraconstitutional behavior, was written by the most conservative justice, Antonin Scalia. So there is hope, I think, that people of like mind [will be appointed to] the Court.###
Reason: Who would you like to see on the Supreme Court?
Napolitano: I would like to see people who believe that the Constitution means what it says and take rights seriously. Jay Michael Luttig is a judge in the United States Court of Appeals for the 4th Circuit, a former clerk for Justice Scalia. He believes the Fourth Amendment means what it says; the First Amendment means what it says.
Chama-se Programa de Investimento em Infra-estruturas Prioritárias (PIIP) e foi hoje apresentado pelo governo. Nele se prevê a criação de 120.000 novos empregos (que é feito dos 150.000?).
Na sessão de apresentação do PIIP - que prevê um investimento global de 25 mil milhões de euros -, Manuel Pinho referiu que 11,652 mil milhões de euros (correspondentes a 46,6 por cento do total) serão assegurados pelo investimento público e 13.348 milhões de euros pelo sector privado, o que contempla 5895 milhões de euros de parcerias público-privadas.
Eu ainda não percebi bem uma coisa nestas parcerias: os "privados" só investem se o estado comparticipar? Mas isso não se chamam subsídios?
Internacionalismo socialista em acção: o exemplo da política fiscal
É notável a solidariedade com o regime zapateirista manifestada pelo governo socialista português. É certo que a política fiscal do executivo português tem um forte impacto negativo na economia nacional e mesmo (ironia suprema) na sustentabilidade a médio prazo das contas públicas do nosso país, mas levará certamente a um aumento das receitas tributárias em Espanha.
Rodrigo Moita de Deus assume finalmente o seu posicionamento na esquerda blogosférica e, provavelmente em consequência, até já escreve o nome da Firma com "k" minúsculo.
No momento em que aos portugueses são exigidos inúmeros sacrifícios para tentar resolver o desgoverno das contas públicas, o mínimo que se pedia a este governo socialista era que não fosse a correr infantilmente gastar tudo em cromos e gelados.(...)[O] que a economia portuguesa necessita (...) [é] redução dos impostos e do peso do Estado. Arrecadar o dinheiro dos contribuintes e vir anunciar despesas em TGV's e Aeroportos é uma criancice. Porque é que desta vez Jorge Sampaio se cala?
Uma das acusações mais frequentes a quem se assume liberal é a de querer monopolizar o conceito de liberalismo. Que apenas a sua concepção do liberalismo é a verdadeira. Contudo esta acusação é errada. Não há uma ideia única do que é o liberalismo, mas várias. São inúmeras as concepções liberais. Existem, entre muitos, um liberalismo escocês, americano, um inglês e outro francês. Os caminhos para a modernidade (no dizer de Gertrude Himmelfarb) foram vários, diversos. Na verdade, foi um caminho marcado pelo pluralismo de ideias.
Por todas estas razões, jamais um liberal definiu o liberalismo pelo que é, mas pelo que ele não pode ser. Nós vivemos num Estado e numa sociedade socialista. Sempre que um governo toma medidas impopulares que visam defender o Estado social, é ele acusado de seguir políticas neo-liberais. Ora, é aqui que chegamos ao cerne da questão. Uma política liberal não sobe, mas desce os impostos, na exacta medida em que reduz a despesa pública. Uma política liberal não tenta manter o status-quo estatal, mas visa ferir o incomensurável poder do Estado. Uma política liberal não dá preferência ao papel do Estado sobre os direitos dos indivíduos. Uma política liberal não descentraliza o poder criando dezenas de centros de decisão espalhados pelo país. Estas são medidas socialistas. Um liberal não tem medo do poder de decisão dos indivíduos. Caso tivesse era socialista.
Em poucas palavras, se quem nos governa quer apostar no «capital humano», talvez fosse bem pensado deixar que os humanos que aqui trabalham possam conservar o seu capital.
The motives for voting “the wrong way” were kaleidoscopic, but two major ones stand out. One was the idea, encouraged by the authors of the document and the media which assisted its birth with loud applause, that a modern constitution is above all a list of what people have a “right” to get from their government (and never mind where the government gets them from in order to give them to the people). Despite the mouth-watering list of good things promised them in the “Charter of Fundamental Rights” which forms the most extravagant part of the document, the people were still disappointed: there were not enough “social” promises of levelling upward. The list was not rich enough. “Europe” was not going to be sufficiently insulated from “inhuman”, “blind” market forces. On the contrary, it was to be liberal or, as is critics insist, “ultra-liberal”, enshrining rules of free competition and thus undermining even the present level of “workers’ rights”. In particular, it does not require all member states, notably the ten new East-Central European ones, to raise their taxes and social welfare entitlements to the Franco-German level, thus allowing free rein to “social dumping” and the luring of productive business and employment from West to East.
It is sometimes forgotten that the purpose of the Declaration of Independence was not only to declare independence from Great Britain, but to justify that political separation. To the colonists, it was not enough that the British had violated their rights. Every government violates the rights of the people from time to time and this was not thought sufficient to justify separation. Rather, it was that "a long train of abuses" led to the conclusion that the British government was engaged in something like a continued conspiracy to violate the rights of the colonists. But they felt they had to make out this case, which they did in the form of the Declaration.
Durante décadas, as empresas públicas de transporte de passageiros acumularam dívidas porque o preço dos bilhetes era demasiado baixo para cobrir os custos. Os bancos concederam crédito porque as empresas são estatais e, logo, havia um aval (explícito ou não) do Estado. Esta acumulação de dívida não é contabilizada no Orçamento de Estado [OE] e, portanto, não entra nas contas do défice.
Agora, o Estado decidiu assumir o montante (quase 9 mil milhões de euros - uns 6% do PIB) e emitir Dívida Pública para o efeito. Mas esta operação continua a não ser contabilizada no OE - logo a previsão do défice mantém-se. Os impostos para pagar a Dívida, esses, são uma certeza.
Tal como nas SCUT, os contribuintes que não viajam de Metro, Carris, STCP ou CP é que pagam.
Eu não estava em Carcavelos - e suponho que [Daniel] Oliveira também não. Mas estava a minha filha e um grupo de amigos ao pé da bola do Nívea. E o resultado que fazem do que aconteceu - e dos roubos e tentativas de que foram vítimas - não bate certo de todo com a benigna visão do que aconteceu que têm os bloquistas Ana Drago e Daniel Oliveira, sempre muito politicamente correctos.
Hoje, comemoram-se os 229 anos da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América (imagem). Aqui fica um importante excerto:
We hold these Truths to be self-evident, that all Men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty, and the Pursuit of Happiness – That to secure these Rights, Governments are instituted among Men, deriving their just Powers from the Consent of the Governed, that whenever any Form of Government becomes destructive of these Ends, it is in the Right of the People to alter or abolish it, and to institute new Governments, laying its Foundation on such Principles, and organizing its Powers in such Form, as to them shall seem most likely to effect their Safety and Happiness. Prudence indeed, will dictate that Governments long established should not be changed for light and transient Causes; and accordingly all Experience hath shewn, that Mankind are more disposed to suffer, while Evils are sufferable, than to right themselves by abolishing the Forms to which they are accustomed. But when a long Train of Abuses and Usurpations, pursuing invariably the same Object, evinces a Design to reduce them under absolute Despotism, it is their Right, it is their Duty, to throw off such Government, and to provide new Guards for their future Security.
O condenável discurso de Alberto João Jardim já o ouvi da boca de tantos outros cidadãos portugueses. Estes usam frases politicamente correctas mas o pensamento é comum.
Nos últimos meses tem sido recorrente a perseguição a cidadãos chineses subscrita, de forma dissimulada, pelos órgãos de comunicação social. A ênfase de jornais, televisões, rádios e comentadores sobre a importação de produtos "Made in China" (mais baratos) foi dada ao perigo de desemprego no sector do vestuário. Raramente (se alguma vez) falaram dos benefícios para os consumidores.
Não é, por isso, surpresa que surgissem exigências de políticas proteccionistas. Mas, proteccionismo - além de um imposto aos consumidores portugueses - é, também, uma forma de xenofobia. Defender taxas aduaneiras é, afinal, considerar que o produto do trabalhador chinês não merece o mesmo respeito que o de um trabalhador português.
Ter um mês extra de "férias", de quatro em quatro anos, totalmente remunerado pela entidade patronal, está ao alcance de qualquer trabalhador português, seja ele do sector público ou do privado. Este é um direito garantido pela Lei Eleitoral das Autárquias Locais (Lei Orgânica nº1/2001 de 14 de Agosto), decorrente dos direitos constitucionais de participação na vida pública e acesso a cargos públicos (artigos 48º e 50º da constituição).###
São trinta dias de dispensa anteriores à data das eleições, cem por cento remunerados (subsídio de almoço incluído, contando, também, esse tempo como serviço efectivo - ou seja, este mês conta para a reforma) -, que a lei garante a qualquer trabalhador que se inscreva, como efectivo ou suplente, numa qualquer lista, de um qualquer partido ou de um grupo de cidadãos independentes.
Entre 250 e 500 mil "dispensados"
Ninguém sabe ao certo quantos trabalhadores foram dispensados à boleia desta lei que foi aprovada na Assembleia da República, em 2001, com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD e votos contra dos restantes partidos com assento parlamentar. A contabilidade é difícil de fazer, porque esses dados são do domínio dos Tribunais de Comarca onde os candidatos efectivos ou suplentes formalizam a sua inscrição nas listas eleitorais.
O Quid orgulha-se de apresentar a primeira foto-novela da blogosfera directamente da fronteira gringo-mexicana, o drama de uma rapariga rica da cidade do México - Lupita - que de férias em Ensenada descobre o segredo que seu pai - Carlos Gustavo - há muito escondia: o seu irmão gémeo pobre e transexual - Pepito aka Maribel - de Tijuana que sonha emigrar para os E.U.A. para entrar no Big Brother.
São recorrentes os pedidos da esquerda nacional para que se apeie o Dr. Alberto João Jardim do poder. Felizmente para nós que a continuidade dos governantes é assegurada pelos eleitores e não por uns quantos déspotas (supostamente) iluminados.
Ontem, o Dr Jardim aproveitou uma festa popular para comunicar que não quer chineses na sua ilha. Felizmente, para nós, que não é o Dr. Jardim que determina quem pode e não pode entrar na Madeira. Infelizmente, para nós, que ainda existe quem o possa fazer em Portugal.
Os escritos e opiniões de cariz liberal tornaram-se um habitué, não só na blogosfera, mas também nos jornais e nas conversas do dia-a-dia. Há um fenómeno novo. Os liberais hoje são mais ouvidos que no passado, quando eram encarados como uns tipos com umas ideias estranhas, (e isto é muito importante) irrealizáveis e em nada adaptáveis à realidade portuguesa, que a esquerda (tal qual a direita antes o 25 de Abril) sempre definiu como sendo específica.
Tenho esperança de ver os partidos adoptarem políticas liberais que se traduzam numa redução substancial do estado. Espero ver o CDS, o PSD e até mesmo o PS (numa perspectiva de esquerda, porque não?) a seguir o liberalismo. Não seja, no entanto e como o alerta o Rui Albuquerque, uma máscara para que, atingido o poder, não haja coragem em reformar.
Eu gostava de ver o CDS, ou o PSD, a defenderem o fim da obrigatoriedade da segurança social. Estarão eles, de futuro, dispostos a isso? A liberdade de escolha, não só do estabelecimento de ensino, mas também do programa escolar. A desregulamentação da actividade económica. O fim do IRC. A redução do IVA. O fim da sujeição ao um sistema nacional de saúde caduco e ineficaz. A profunda alteração da Constituição, deixando esta de ter um cariz ideológico e propagandista. O fim da televisão pública. O dizer adeus ao Ministério da Cultura e aos inúmeros subsídios que em nome desta são distribuídos. A abertura, ao Domingo à tarde, das grandes superfícies comerciais. O fim de todo e qualquer tipo de proteccionismo económico. A redução de pessoal na função pública. São apenas alguns exemplos. Estão os liberais do CDS e do PSD dispostos a tudo isto? Estão os políticos preparados em fazer verdadeira política?
O Estado deve primordialmente aplicar a Justiça, tratar da representação externa do país, cuidar da segurança interna e da sua defesa externa. Estão os políticos que pretendem aplicar medidas liberais à altura deste desafio? Se sim, podem começar já que há muito a ser feito.
Before the establishment of the welfare state in Western societies, it was possible to unify a nation without causing undue tensions. In the empires of old, for instance, very different cultures and traditions could live together, and the relations between them were usually relaxed, since the areas subject to public decisions were restricted. But the logic of the social-democratic state radically changed this circumstance.###
Today, state agencies manage health, social security, research and charity, and they thus benefit some groups and damage others. The basic unfairness of redistribution can be accepted ? as it happens in the nation-states ? only if it is impossible to ascertain who exactly are the taxpayers (the victims) and who are the tax-consumers (the exploiters).
In Europe, however, we know reasonably well which nations are benefiting from the budget and regulatory arrangements, and which are paying for them. These latter (especially United Kingdom) are opposed to repeating the mistakes of the past. The British desire to cut the budget shows that Euro-skeptic forces have more influence than they did a few years ago. In such conditions, only a reconceptualization of Europe as an ?open space? (as opposed to a ?superstate?) can satisfy all the member states and open a new future to European institutions.
(...)
The French and Dutch votes show that the membership of new countries and the ratification of a Constitution cannot continue. Embracing poor and culturally different countries, and endowing Brussels with more powers are two mutually exclusive endeavors.
Nota: o facto de Keynes ter (correctamente) defendido o comércio livre não implica (como certamente o próprio Manuel Pinheiro reconhecerá) que devamos concordar com o resto das suas posições.
Queixa-se o Pedro Guedes que O Insurgente não está acessível a quem utiliza o Safari. Agradeço a chamada de atenção e procurarei que a competente equipa de técnicos informáticos insurgentes resolva o problema assim que possível.
(...) o acampamento dos jovens do Bloco promoverá um workshop sobre Desobediência Civil na Serra da Estrela. (...) entre montanhas, ribeiros e cabritos, o bando resistirá estoicamente a fascismos e torturas imaginários. Alguns audazes poderão mesmo baixar à clandestinidade na Covilhã ou adquirir um queijinho proibido.