9.7.05

A propósito do caminho para a servidão

Alegro ma non troppo

A autópsia do Cavaquismo

É verdade que tinha sido o ministro das Finanças de Sá Carneiro em 1980, e que sem isso nunca teria chegado onde chegou em 1985. Mas achou Sá Carneiro “demasiado impulsivo e irrequieto”. Dele, Cavaco procurou herdar sobretudo a aura de autoridade, a reputação de quem era capaz de decidir e não temia desagradar. Só que, em vez de liderar um movimento de bipolarização, preferiu chefiar um governo que fosse uma espécie de comité executivo dos “pactos de regime”.

(...)

Cavaco, tal como Eanes, criticou muito os “políticos”, tanto em nome da moral, como da competência. Mas nunca criticou o “sistema”, os valores e os procedimentos consagrados nas instituições. Queixou-se do Tribunal Constitucional e das suas interpretações restritivas da Constituição, mas ao contrário de Sá Carneiro nunca pôs em causa a Constituição. Queixou-se de Soares, mas não quis disputar-lhe a presidência. Sá Carneiro não renegara a classe política, mas combatera o sistema. Cavaco confrontou a classe política, mas aceitou o sistema. Procurou sempre fazer sentir que nada de essencial no regime estava em causa. Queria apenas “credibilizar” a democracia, provando que era governável. Insistiu nos consensos, sem tirar consequências do facto de, como se queixou em 1995, o PS ter votado contra 70% das suas leis de “reforma estrutural”. Quis fazer reformas evadindo a questão de saber se havia condições políticas para fazer reformas. E evadiu essa questão porque a luta contra o sistema, necessariamente bipolarizadora, representava um risco demasiado grande. Era um risco para ele, porque sabia que “era pouco provável que sobrevivesse como líder do PSD em caso de derrota”. E era um risco também para os chefes do PSD. Em 1979, o partido tinha sido mobilizado por Sá Carneiro contra o sistema. Desde 1980, sempre no poder, em Lisboa e na maioria dos municípios, acabara por se confundir com o sistema. Segundo uma revista da época, a percentagem de militantes do PSD entre os gestores do sector público de transportes e comunicações era de 44% em 1985. Com Cavaco, subiu para 66% em 1989. Desde que se mantivesse no poder, eles estariam com ele.

8.7.05

Contra o terrorismo e o relativismo

Há quem saliente a "coincidência" entre os atentados e cimeira do G8. A mim impressiona-me mais a "coincidência" com o "Live 8", esse peditório feito em tom arrogante, como quem se aproxima dum milionário exigindo a devolução do dinheiro que roubou às suas pobres vítimas.

A ler (e a ver...)

A liberdade assusta, também no Peru

5 de julio de 2005

San Borja, Lima.- En un hecho sin precedentes, la Directora Administrativa de la Facultad de Economía de dicha casa de estudios, Gaby Cortez Cortez, vetó ayer la realización de la conferencia del escritor liberal Carlos Alberto Montaner, organizada por el movimiento estudiantil Vanguardia Liberal y el Instituto de Libre Empresa, a pesar de contar con el apoyo organizativo del director del Instituto de Investigaciones Económicas, Enrique Palacios y el visto bueno del Tercio Estudiantil de la facultad.###

"En una actitud totalmente intolerable y moralmente condenable de las autoridades, nos han privado a los estudiantes san marquinos de la oportunidad de escuchar una alternativa distinta al pensamiento único marxista y socialista que se nos impone por la fuerza en los cursos y conferencias", afirmó Renzo Cánepa, líder de la agrupación estudiantil Vanguardia Liberal.

Boas intenções

O G8 apelou à «eliminação de todas as formas de subvenção à exportação» sobre os produtos agrícolas numa «data razoável», segundo um comunicado aprovado esta sexta-feira na cimeira de Gleneagles, na Escócia.
Vamos a ver como decorrem as negociações no âmbito da organização mundial do comércio. Não vai ser fácil a Bush diminuir as ajudas agrícolas, por exemplo na produção de algodão, apesar de na Escócia ter proposto o fim dos subsídios agrícolas até 2010. Por outro lado temos Chirac, que continuará a defender a PAC enquanto propõe um "imposto internacional de solidariedade".
À espera temos os que são afectados por mecanismos de preços subsidiados ou tarifas proteccionistas: os consumidores europeus e as populações agrícolas dos países menos desenvolvidos.

O Milagre do TGV segundo S.Jorge Coelho

Portugal não pode correr o risco de se transformar num país periférico. As acessibilidades são fundamentais. Para a circulação de pessoas e mercadorias. A opção do TGV é fundamental para se conseguir este objectivo.

Fundamental? Porquê? Não existem alternativas? Ficaremos "encerrados" nas nossas fronteiras sem o TGV?
Num momento em que todos os países mais desenvolvidos da Europa têm uma rede de alta velocidade e com interligações mútuas, Portugal não pode ficar afastado desta rede.

O velho "argumento da manada". O imperativo do "não pode" ultrapassa o meu entendimento. Mas eu nunca fui Ministro... Será que é economicamente viável? Consta que o Estado terá de subsidiar os prejuízo operacionais.
É essencial para o desenvolvimento do País, dos nossos portos, das nossas empresas e para o turismo.

Será que o TGV irá sózinho propiciar o desenvolvimento económico? Como? Qual o impacto nas empresas, turismo e portos? Infelizmente JC não explica. Tenho poucas duvidas que se o montante necessário (para o investimento) não fosse retirado pelo Estado aos privados o crescimento económico seria muito superior.
Sem o TGV, seria acentuada a nossa condição periférica. Física e económica. Precisamos, para o nosso desenvolvimento, de atrair as dezenas de milhões de cidadãos que a alta velocidade vai trazer até nós.

Dezenas de milhões? Onde é que estão esses estudos? Nalguns estudos que têm sido revelados estimam-se taxas de utilização muito baixas. E com tarifas subsidiadas!

A política e a economia do terrorismo

O naufrágio de Lula

Dois anos e meio após ter sido eleito, a grande esperança da esquerda mundial, o líder que falava ao coração do povo, o torneiro mecânico que ascendeu à presidência de um dos maiores países do planeta, encontra--se envolvido num escândalo que está a destruir o capital de honestidade do PT e a colocar em perigo a sua reeleição. Os mais crédulos ainda se atrevem a defender Lula, garantindo que não, que ele não podia saber que o seu partido andava a comprar deputados para votarem a favor das propostas do Governo. Mas, neste momento, nem um índio enfiado no mais recôndito buraco da Amazónia pode acreditar que Lula não sabia. Citando o colunista da Veja, e besta negra petista, Diogo Mainardi "Eu sabia. O leitor sabia. Todo mundo sabia. O único que não sabia era seu maior beneficiário: Lula." De facto, não dá para acreditar.

(...) Foi sempre de boca aberta que assisti ao entusiasmo planetário pela eleição de Lula, como se ele fosse o mais iluminado dos políticos, o verdadeiro, o último puro. Afinal, não era. A esquerda pode começar a fazer o luto Lula da Silva é mais uma utopia que morreu.

Executado por "veredicto divino"

«Nosotros, la Organización Al Qaida en Mesopotamia, hemos aplicado el veredicto divino contra el embajador de los apóstatas, el embajador de Egipto. El embajador de los infieles ha realizado confesiones que demuestran que el régimen al que sirve es infiel, y que él mismo está aliado con los judíos y los cruzados.»

London returns to work

Mário Soares e o terrorismo transnacional

Soares surge, uma vez mais, do lado errado da barricada, salientando como causas do terrorismo transnacional factores que, na verdade, não o são. (...)

O terrorismo transnacional não tem nada que ver com desigualdades económicas, ou com a pobreza.

O terrorismo transnacional tem como inspiração central uma batalha de cariz ideológico contra os regimes democráticos e os seus valores. Nada mais.

O vácuo presidencial

O Presidente da República, Jorge Sampaio, defendeu quinta-feira a necessidade de privilegiar «o diálogo, a cooperação e o multilateralismo», assente nas Nações Unidas, como a via mais eficaz para responder às ameaças com que o Mundo se confronta.

[fonte: Diário Digital]

Parole parole soltanto parole

7.7.05

Atentado em Londres (XXVIII)

The attacks threatens the safety of the Muslim community in UK, Muslim Association of Britain president Ahmed Sheikh said, adding that women wearing Hijab, or Islamic headscarves might be in particular danger.
(...)
"These terrorists, these evil people want to demoralize us [british people] as a nation and divide us.

"All of must unite in helping the police to hunt these murderers down."
"There may well be elements who want to exploit this tragedy and incite hatred".

(in Aljazeera)
Os terroristas podem ser árabes mas os árabes não são, certamente, terroristas. Uma sociedade livre deve conseguir perceber a diferença.

Atentado em Londres (XXVII)

Atentado em Londres (XXVI)

  • 8:51 - explosão numa carruagem do metro que circulava entre as estações Aldgate e Liverpool Street (linha Circle)

  • 8:56 - explosão no metro que circulava entre as estações Russel Square e King's Cross (linha Piccadilly)

  • 9:17 - explosão no metro que acabava de sair da estação de Edgware Road (linha Circle)

  • 9:47 - explosão num autocarro de dois andares, na Tavistock Square

Nota: no Quinto dos Impérios o relato do dia do FA.

O espírito britânico

What the fuck do you think you're doing? This is London. We've dealt with your sort before. You don't try and pull this on us.
Do you have any idea how many times our city has been attacked? Whatever you're trying to do, it's not going to work.

All you've done is end some of our lives, and ruin some more. How is that going to help you? You don't get rewarded for this kind of crap.

And if, as your MO indicates, you're an al-Qaeda group, then you're out of your tiny minds.

Because if this is a message to Tony Blair, we've got news for you. We don't much like our government ourselves, or what they do in our name. But, listen very clearly. We'll deal with that ourselves. We're London, and we've got our own way of doing things, and it doesn't involve tossing bombs around where innocent people are going about their lives.

And that's because we're better than you. Everyone is better than you. Our city works. We rather like it. And we're going to go about our lives. We're going to take care of the lives you ruined. And then we're going to work. And we're going down the pub.

So you can pack up your bombs, put them in your arseholes, and get the fuck out of our city.


Carta publicada no London News Review

[via Andrew Sullivan]

Londres já viu muito pior


Veremos se o que resta das old liberties of the land sobreviverá igualmente à fúria reguladora do New Labour, que certamente aproveitará o "aumento do risco" para passar nova e perigosa legislação.

A insegurança favoreceu sempre a expansão dos poderes públicos. Os principais conflitos do séc. XX conferiram um substancial impulso ao abuso do poder de despesa e tributação por parte dos Estados—os grandes aumentos de impostos vieram com as guerras. Justificados como medidas "temporárias" e "excepcionais", uma vez aprovadas, tornaram-se quase sempre permanentes. Desde o início do séc. XX que raramente, se alguma vez, o fim de um grave conflito permitiu a recuperação das liberdades temporariamente limitadas em nome da defesa e da segurança.

Por isso não ficaria surpreendido se nos próximos tempos o governo trabalhista aprovasse, em nome da segurança, mais restrições arbitrárias à liberdade de circulação, mais video-vigilância nos espaços públicos, menor exigência nos fundamentos necessários à detenção e aos inquéritos policiais, ou um alargamento dos "métodos aceitáveis de obtenção de confissões". Tais medidas aumentarão o despotismo dos burocratas—esse enorme exército de "pequenos tiranos" encarregues de exercer o poder por delegação.

O terrorismo pode ser uma ameaça muito conveniente.

Só agora?

a Europa tem agora de assumir que a ameaça terrorista é ainda mais grave do que se temia
.

E o 11 de Setembro e o 11 de Março não serviram para nada?

Reacções europeias

Ver ao longe

O idiota do costume

Atentado em Londres (XXV)

Life must go on

A quem interessar

Atentado em Londres (XXIV)

The war on terror goes on. I was most impressed by the resolve of all the leaders in the room. Their resolve is as strong as my resolve. And that is we will not yield to these people, will not yield to the terrorists. We will find them, we will bring them to justice, and at the same time, we will spread an ideology of hope and compassion that will overwhelm their ideology of hate.


O futuro dirá se o atentado de hoje, em Londres, não terá sido um erro estratégico da Al-Qaeda. A Inglaterra não é a Espanha. Blair não é Zapatero.

Interrogações de um liberal à moda antiga

No próximo dia 12, o blog Blasfémias organiza no Porto (no Café Guarany) um debate com este sugestivo título "Por que é que a Direita quando chega ao poder não é liberal?" Diante da linguagem deste Governo, também nos podemos interrogar sobre as razões que levam Sócrates a ter de ser mais liberal do que alguma vez pensou o seu próprio partido. Responder a isso era uma lição importante.

Começou

Contagem decrescente

Atentado em Londres (XXIII)

Declaração dos supostos autores

Atentado em Londres (XXII)

Atentado em Londres (XXI)

Atentado em Londres (XX)

Atentado em Londres (XIX)

(...) never give in, never give in, never, never, never, never-in nothing, great or small, large or petty - never give in except to convictions of honour and good sense. Never yield to force; never yield to the apparently overwhelming might of the enemy.

Winston Churchill, 29 de Outubro de 1941, discurso proferido na Harrow School.

Atentado em Londres (XVIII)

Atentado em Londres (XVII)

Atentado em Londres (XVI)

Atentado em Londres (XV)

Atentado em Londres (XIV)

Atentado em Londres (XIII)

Bloody terrorism

Atentado em Londres (XII)

Atentado em Londres (XI)

Atentado em Londres (X)

"It's particularly barbaric that these attacks are designed to coincide with the G8 summit.

"It's important however that those engaged in terrorism realise that our determination to defend our values and way of life is greater than their determination to cause death and destruction to innocent people."

Atentado em Londres (IX)

Atentado em Londres (VIII)

Atentado em Londres (VII)

Atentado em Londres (VI)

Atentado em Londres (V)

Atentado em Londres (IV)

Atentado em Londres (III)

Atentado em Londres (II)

Two people are believed to have been killed in the Tube incidents and doctors say at least 90 people were injured at Aldgate Station


[fonte: Sky News]

Atentado em Londres

Pois... (II)

Pois...

O Governo Regional da Madeira considerou, na quarta-feira, em comunicado, terem surgido «interpretações abusivas» e «descontextualizadas» das declarações do seu presidente, Alberto João Jardim, sobre os imigrantes chineses, garantindo que na região prevalece o espírito de «respeito e tolerância por todos».


[fonte: Diário Digital]

Política industrial velha

Como perceberam o Marquês de Pombal, Fontes Pereira de Melo, Salazar, Duarte Pacheco ou até, em certos momentos, Cavaco Silva, só o poder do Estado pode “desenvolver” o país. Não à antiga, com megalómanos projectos industriais ou de construção civil, mas com a mais poderosa arma que lhe resta: a lei.

Só uma nova política “industrial”, conduzida e imposta pela lei dos Estados, pode salvar a Europa ou Portugal. Das novas tecnologias às antigas, da energia eólica ao biodiesel, do ambiente ao turismo, do desporto ao mar, tem de ser o Estado a promover, a impôr, e a liderar as novas políticas industriais do século XXI.

Relato das «Noites à Direita»

6.7.05

Em forma

Vital Moreira e Lula

Uma nova cidadania

O Estado Social criou um mundo em que todos podemos ser como o pai de Stuart Mill, que amava a humanidade em geral, e era indiferente a cada ser humano em particular. Oscar Wilde previu isso. Em ‘The Soul of Man under Socialism’, Wilde louvou o sistema socialista como um meio de nos dispensarmos de pensar nos outros: os poderes públicos encarregar-se-iam disso. O recibo do IRS funciona como uma espécie de amnistia moral, libertando o nosso egoísmo de todas as responsabilidades. E à indiferença comprada pelos contribuintes, corresponde o impudor dos enxames ansiosos por se apropriarem, através do Estado, da riqueza criada por outros. Todos podemos ser mais egoístas: uns ao dar, outros ao receber.

No âmbito do Estado Social, a liberdade do cidadão foi concebida como uma liberdade em relação às consequências das suas acções, e dos seus deveres para com os outros. Liberdade tornou-se equivalente de irresponsabilidade. Assim, o verdadeiro fundamento do Estado Social não é a solidariedade, mas a corrupção moral, porque nada corrompe tanto como a irresponsabilidade, essa característica dos escravos. O projecto político que pode ser derivado das tradições liberais não consiste no solipsismo ou no desprezo dos fortes pelos fracos, mas na responsabilização individual dos cidadãos por si próprios e pelos outros. Sem essa responsabilidade, nunca existirá aquela autonomia pessoal, aquela vida moral íntima, em cuja possibilidade apostaram as tradições liberais. É por isso que essas tradições contêm a mais profunda reflexão sobre associações voluntárias e participação política. Ao entregar, uma vez saciado o fisco, todas as responsabilidades ao Estado, o actual “modelo social” subverte a autonomia pessoal, reduzindo-a a um mero egoísmo. Contra o “modelo social”, as tradições liberais sugerem a hipótese de um “modelo cívico”, fundado numa nova cidadania, mais exigente, de indivíduos que nunca darão a resposta de Caim.

Quem lê o quê?

Sem comentários

Suponhamos que uma região suburbana é totalmente pertença de privados, e que não existe nenhuma entidade reguladora, estatal ou outra, que controle aquilo que cada privado pode fazer na sua propriedade. É certo e sabido que a catástrofe decorrerá. Cada privado construirá no seu terreno um prédio, o mais alto possível, e no fim não restará terreno para fazer ruas, nem parques, nem hospitais, nem nada - para além de que cada prédio estará emparedado pelos prédios ao seu lado.###

Suponhamos que uma floresta está dividida em pequenas propriedades, pertencentes a privados, e que cada proprietário faz na sua parcela o que deseja, descontroladamente. Uns plantam eucaliptos (árvore cómoda, cresce depressa e abafa as silvas), outros deixam crescer as acácias, outros são absentistas e deixam o mato à vontade. Ninguém vai doar o seu terreno para construir os necessários corta-fogos, plantar as necessárias folhosas, etc, porque isso seria prescindir de um rendimento. O resultado, certo e sabido, será que um fogo varrerá, mais tarde ou mais cedo, tudo aquilo.

Se os baldios podem ser uma tragédia, a propriedade irrestritamente privada pode ser outra não menor.

That's what friends are for

Socrates ruled out the construction of a nuclear power station in response to Portugal's reliance on expensive oil and gas imports, and said the government will prioritise the wind farm sector, for which it hopes to develop a cluster of equipment manufacturers, according to reports.

The head of the Portuguese unit of Iberdrola SA said the Spanish power company is ready to invest in the government's wind farm programme(...)
O presidente da Iberdrola Portugal é Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças de António Guterres.

O que não é o liberalismo

Liberalismo(s)

The term is now used with a variety of meanings which have little in common beyond describing an openness to new ideas, including some which are directly opposed to those which are originally designated by it during the nineteenth and the earlier parts of the twentieth centuries. What will alone be considered here is that broad stream of political ideals which during that period under the name of liberalism operated as one of the most influential intellectual forces guiding developments in western and central Europe. This movement derives, however, from two distinct sources, and the two traditions to which they gave rise, though generally mixed to various degrees, coexisted only in an uneasy partnership and must be clearly distinguished if the development of the liberal movement is to be understood.
###
The one tradition, much older than the name 'liberalism', traces back to classical antiquity and took its modern form during the late seventeenth and the eighteenth centuries as the political doctrines of the English Whigs. It provided the model of political institutions which most of the European nineteenth‑century liberalism followed. It was the individual liberty which a 'government under the law' had secured to the citizens of Great Britain which inspired the movement for liberty in the countries of the Continent in which absolutism had destroyed most of the medieval liberties which had been largely preserved in Britain. These institutions were, however, interpreted on the Continent in the light of a philosophical tradition very different from the evolutionary conceptions predominant in Britain, namely of it rationalist or constructivistic view which demanded a deliberate reconstruction of the whole of society in accordance with principles of reason. This approach derived from the new rationalist philosophy developed above all by René Descartes (but also by Thomas Hobbes in Britain) and gained its greatest influence in the eighteenth century through the philosophers of the French Enlightenment. Voltaire and J.‑J. Rousseau were the two most influential figures of the intellectual movement that culminated in the French Revolution and from which the Continental or constructivistic type of liberalism derives. The core of this movement, unlike the British tradition, was not so much a definite political doctrine as a general mental attitude, a demand for an emancipation from all prejudice and all beliefs which could not be rationally justified, and for an escape from the authority of 'priests and kings'. Its best expression is probably B. de Spinoza's statement that 'he is a free man who lives according to the dictates of reason alone'


"INTRODUCTION: I. The different concepts of liberalism" in F.A. Hayek "Liberalism";

Para mais informações consultar:
(1) Causa Liberal
(2) Hayek Links

Uma primeira análise - II

Freitas e os sobreiros

Actual ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu em 1997 que a decisão da Administração Central de impedir o corte dos sobreiros era ilegal, violadora do princípio da «boa fé» e «atentatória da autonomia local»

Uma primeira análise

Do G8 ao Live 8

Como é óbvio, qualquer país rico que seguisse metade das políticas sugeridas pelos manifestantes, rapidamente passaria de membro do G8 para objectivo do Live 8.

Mais um espaço de discussão

O Café Blasfémias é um espaço de debate livre e aberto que terá lugar no Guarany, um dos cafés mais emblemáticos da cidade do Porto. A primeira edição realiza-se no próximo dia 12 de Julho, terça-feira, com início ás 21.30.

(...)

O tema em debate será: "Porque é que a direita quando chega ao poder não é liberal?". Os presentes serão convidados a discutir as razões pelas quais a direita nacional quando chega ao poder não é capaz de defender ou implementar políticas liberais. Serão certamente abordadas questões relacionadas com a própria natureza da direita portuguesa, o sistema eleitoral, a constituição, a natureza da democracia, a estatização e a governamentalização da sociedade portuguesa e o domínio das ideias de esquerda nas universidades, na cultura e nos media. A discussão estará aberta a todos os presentes e será moderada por um dos blasfemos.

Há quem lhe custe a perceber a noção de "endividamento"

Os Verdes vão avançar com uma proposta para que os investimentos no abastecimento de água e saneamento básico sejam excluídos do limite de endividamento das autarquias.


Se o "investimento na água" é assim tão importante por certo que as autarquias não se importarão de "cortar" noutras rubricas. Ou não?

5.7.05

Por falar em juízes... (2)

Reason: Besides Thomas More, who are your heroes?

Napolitano: I am a great admirer of the work of [Austrian economist] Ludwig von Mises. He was a true believer that the engine of freedom will make us safer, happier, more culturally admirable, and ultimately give us the freedom to go to heaven. I am a greater admirer of St. Josemaria Escriva de Balaguer, the founder of Opus Dei. He taught that any human being by his personal behavior can aspire to sainthood.

Por falar em juízes...

Reason: How do you feel about Bush’s likely appointments to the Supreme Court?

Napolitano: I am optimistic about President Bush’s appointments because I agree with some of the deep libertarian strains of his favorite justice, Justice Scalia. When the government told the court earlier this year that the president could lock up an American and throw away the key, that the military could take people to Guantanamo Bay and do what it wanted with them there because the Constitution didn’t apply, the Court rejected those notions by a vote of 8 to 1. The strongest pro-liberty argument, the strongest argument against this extraconstitutional behavior, was written by the most conservative justice, Antonin Scalia. So there is hope, I think, that people of like mind [will be appointed to] the Court.###

Reason: Who would you like to see on the Supreme Court?

Napolitano: I would like to see people who believe that the Constitution means what it says and take rights seriously. Jay Michael Luttig is a judge in the United States Court of Appeals for the 4th Circuit, a former clerk for Justice Scalia. He believes the Fourth Amendment means what it says; the First Amendment means what it says.

Apropriado

«Noites à Direita»

PIIP ou um programa de subsídios

Na sessão de apresentação do PIIP - que prevê um investimento global de 25 mil milhões de euros -, Manuel Pinho referiu que 11,652 mil milhões de euros (correspondentes a 46,6 por cento do total) serão assegurados pelo investimento público e 13.348 milhões de euros pelo sector privado, o que contempla 5895 milhões de euros de parcerias público-privadas.
Eu ainda não percebi bem uma coisa nestas parcerias: os "privados" só investem se o estado comparticipar? Mas isso não se chamam subsídios?

Disclaimer

Internacionalismo socialista em acção: o exemplo da política fiscal

Eurodespesismo

Don't worry. Bota betadine que passa.

Balanço a meio do ano

Café

Esquerda blogosférica admira templates capitalistas

Só dois?

Infantilidades

No momento em que aos portugueses são exigidos inúmeros sacrifícios para tentar resolver o desgoverno das contas públicas, o mínimo que se pedia a este governo socialista era que não fosse a correr infantilmente gastar tudo em cromos e gelados.(...)[O] que a economia portuguesa necessita (...) [é] redução dos impostos e do peso do Estado. Arrecadar o dinheiro dos contribuintes e vir anunciar despesas em TGV's e Aeroportos é uma criancice. Porque é que desta vez Jorge Sampaio se cala?

Ser ou não ser

Leitura recomendada

Em poucas palavras, se quem nos governa quer apostar no «capital humano», talvez fosse bem pensado deixar que os humanos que aqui trabalham possam conservar o seu capital.

What Now for "Europe"? Why the People Failed Their Masters

The motives for voting “the wrong way” were kaleidoscopic, but two major ones stand out. One was the idea, encouraged by the authors of the document and the media which assisted its birth with loud applause, that a modern constitution is above all a list of what people have a “right” to get from their government (and never mind where the government gets them from in order to give them to the people). Despite the mouth-watering list of good things promised them in the “Charter of Fundamental Rights” which forms the most extravagant part of the document, the people were still disappointed: there were not enough “social” promises of levelling upward. The list was not rich enough. “Europe” was not going to be sufficiently insulated from “inhuman”, “blind” market forces. On the contrary, it was to be liberal or, as is critics insist, “ultra-liberal”, enshrining rules of free competition and thus undermining even the present level of “workers’ rights”. In particular, it does not require all member states, notably the ten new East-Central European ones, to raise their taxes and social welfare entitlements to the Franco-German level, thus allowing free rein to “social dumping” and the luring of productive business and employment from West to East.

4.7.05

The Declaration of Independence as a Legal Document

It is sometimes forgotten that the purpose of the Declaration of Independence was not only to declare independence from Great Britain, but to justify that political separation. To the colonists, it was not enough that the British had violated their rights. Every government violates the rights of the people from time to time and this was not thought sufficient to justify separation. Rather, it was that "a long train of abuses" led to the conclusion that the British government was engaged in something like a continued conspiracy to violate the rights of the colonists. But they felt they had to make out this case, which they did in the form of the Declaration.

SCUTeiros?

Liberalismo social e liberalismo clássico

Assim prega Frei Tomás...

Falta de aderência à realidade

Eu não estava em Carcavelos - e suponho que [Daniel] Oliveira também não. Mas estava a minha filha e um grupo de amigos ao pé da bola do Nívea. E o resultado que fazem do que aconteceu - e dos roubos e tentativas de que foram vítimas - não bate certo de todo com a benigna visão do que aconteceu que têm os bloquistas Ana Drago e Daniel Oliveira, sempre muito politicamente correctos.

("A verdadeira face do BE", de Nicolau Santos)
Leitura recomendada (link via tomarpartido).

Elefante branco

Confiar na tanga

Declaração de independência

We hold these Truths to be self-evident, that all Men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty, and the Pursuit of Happiness – That to secure these Rights, Governments are instituted among Men, deriving their just Powers from the Consent of the Governed, that whenever any Form of Government becomes destructive of these Ends, it is in the Right of the People to alter or abolish it, and to institute new Governments, laying its Foundation on such Principles, and organizing its Powers in such Form, as to them shall seem most likely to effect their Safety and Happiness. Prudence indeed, will dictate that Governments long established should not be changed for light and transient Causes; and accordingly all Experience hath shewn, that Mankind are more disposed to suffer, while Evils are sufferable, than to right themselves by abolishing the Forms to which they are accustomed. But when a long Train of Abuses and Usurpations, pursuing invariably the same Object, evinces a Design to reduce them under absolute Despotism, it is their Right, it is their Duty, to throw off such Government, and to provide new Guards for their future Security.
Verdadeiros insurgentes! Texto completo aqui.

Xenofobia e proteccionismo (2)

Xenofobia e proteccionismo

A propósito do liberalismo em terras lusitanas

Mais um "direito" adquirido a defender em nome da (social) democracia

Ter um mês extra de "férias", de quatro em quatro anos, totalmente remunerado pela entidade patronal, está ao alcance de qualquer trabalhador português, seja ele do sector público ou do privado. Este é um direito garantido pela Lei Eleitoral das Autárquias Locais (Lei Orgânica nº1/2001 de 14 de Agosto), decorrente dos direitos constitucionais de participação na vida pública e acesso a cargos públicos (artigos 48º e 50º da constituição).###

São trinta dias de dispensa anteriores à data das eleições, cem por cento remunerados (subsídio de almoço incluído, contando, também, esse tempo como serviço efectivo - ou seja, este mês conta para a reforma) -, que a lei garante a qualquer trabalhador que se inscreva, como efectivo ou suplente, numa qualquer lista, de um qualquer partido ou de um grupo de cidadãos independentes.

Entre 250 e 500 mil "dispensados"

Ninguém sabe ao certo quantos trabalhadores foram dispensados à boleia desta lei que foi aprovada na Assembleia da República, em 2001, com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD e votos contra dos restantes partidos com assento parlamentar. A contabilidade é difícil de fazer, porque esses dados são do domínio dos Tribunais de Comarca onde os candidatos efectivos ou suplentes formalizam a sua inscrição nas listas eleitorais.

QuidNovela

O Quid orgulha-se de apresentar a primeira foto-novela da blogosfera directamente da fronteira gringo-mexicana, o drama de uma rapariga rica da cidade do México - Lupita - que de férias em Ensenada descobre o segredo que seu pai - Carlos Gustavo - há muito escondia: o seu irmão gémeo pobre e transexual - Pepito aka Maribel - de Tijuana que sonha emigrar para os E.U.A. para entrar no Big Brother.

Aforismos & Afins

Intolerâncias

Estão preparados para a verdadeira política?

Mais um aniversário

Brave New Government (III)

4 de Julho

Tony Blair e o rumo da União Europeia

Before the establishment of the welfare state in Western societies, it was possible to unify a nation without causing undue tensions. In the empires of old, for instance, very different cultures and traditions could live together, and the relations between them were usually relaxed, since the areas subject to public decisions were restricted. But the logic of the social-democratic state radically changed this circumstance.###

Today, state agencies manage health, social security, research and charity, and they thus benefit some groups and damage others. The basic unfairness of redistribution can be accepted ? as it happens in the nation-states ? only if it is impossible to ascertain who exactly are the taxpayers (the victims) and who are the tax-consumers (the exploiters).

In Europe, however, we know reasonably well which nations are benefiting from the budget and regulatory arrangements, and which are paying for them. These latter (especially United Kingdom) are opposed to repeating the mistakes of the past. The British desire to cut the budget shows that Euro-skeptic forces have more influence than they did a few years ago. In such conditions, only a reconceptualization of Europe as an ?open space? (as opposed to a ?superstate?) can satisfy all the member states and open a new future to European institutions.

(...)

The French and Dutch votes show that the membership of new countries and the ratification of a Constitution cannot continue. Embracing poor and culturally different countries, and endowing Brussels with more powers are two mutually exclusive endeavors.

3.7.05

Keynes sobre o comércio livre e o proteccionismo

Queixa anotada

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