Há "democratas" para quem o pluralismo é uma mosca na sopa. É um mal-estar perfeitamente compreensível: a demagogia da extrema esquerda nunca se deu bem com o debate racional.
When the Nazis annexed Austria in March of 1938, one of the first stops made by the Gestapo in Vienna was the apartment of Ludwig von Mises. Finding it unoccupied, they packed Mises’s belongings into 38 crates and carted them away.
Mises was no secret agent, war planner, or armament designer, but an economist. The Nazis took special interest in him because he was widely-known in Europe as a foremost intellectual enemy of collectivism in both its socialist and fascist forms. In 1922, he had demonstrated, in his path-breaking book, Socialism, that government planners could not run an advanced, capitalist economy. Instead of a workers’ paradise, socialism would end in retrogression, poverty, and death. So great was the force of Mises’s work that it converted many European intellectuals, including the future Nobel Laureate in economics F.A. von Hayek, from socialism to free markets. Hayek’s famous argument in his popular 1944 book, The Road to Serfdom, that fascism was the twin of its collectivist brother socialism, he held with Mises.
(...)
Not content with having seized his library and papers in Vienna, the Nazis began to pressure the Swiss for the man himself. As pressure mounted, Mises and his newlywed bride fled Geneva for freedom in America, taking a harrowing, overland journey to Lisbon and then a much calmer sea voyage to New York City.
REASON: Are there any particular books or authors or economists that have been influential in terms of your intellectual development?
REAGAN: Oh, it would be hard for me to pinpoint anything in that category. I’m an inveterate reader. Bastiat and von Mises, and Hayek and Hazlitt–I’m one for the classical economists....
REASON: What about Rand or Rothbard?
REAGAN: No. I haven’t read Ayn Rand since The Fountainhead. I haven’t read Atlas Shrugged. The last few years, I must say, have been a little rough on me for doing that kind of reading–for eight years I found that when I finished reading the memorandums and reports and so forth, then I found myself digging into nonfiction, economists and so forth, for help on the problems that were confronting me.
O Manuel Pinheiro não gosta de "Ayn Rand, Mises, Rothbard & respectivos seguidores".
O Manuel Pinheiro acha que basta "ler um pouco o website Mises ou o Ayn Rand Institute para perceber o fenómeno e fugir dele o mais rapidamente possível".
O Manuel Pinheiro acha que a Escola Austríaca não é uma escola.
O Manuel Pinheiro acha que a Public Choice não é uma escola ou corrente autónoma porque James Buchanan a considerava primariamente um programa de pesquisa.
O Manuel Pinheiro admira uma parte substancial da obra de Keynes.
O Manuel Pinheiro está convencido que o liberalismo dele "é mais do que suficiente para entrar na Mont [Pelerin] Society, e o suficiente para ser apelidado de socialista no Mises".
Do processo de corrupção em que são arguidos militares da GNR, saíu a notícia de que existia uma circular de 1986 em que o comando da GNR exemptava de multas alguns cidadãos. Lê-se no Correio da Manhã:
Durante 16 anos (1986-2002), o documento livrou de condenação um número ainda indeterminado de políticos, magistrados, diplomatas, e agentes de forças de segurança, que pelas infracções de trânsito que cometeram foram apenas alvo de participações por escrito aos respectivos superiores hierárquicos.(...)A missiva foi distribuída ao dispositivo territorial e à Brigada de Trânsito da GNR, ordenando que todos os condutores infractores cujas qualificações profissionais ‘encaixassem’ nesta directiva fossem apenas identificados e alvo de uma participação aos respectivos superiores hierárquicos. A norma previa infracções cometidas ao volante de carros do Estado e viaturas particulares.
Como é possível num estado de direito que esta circular tenha estado em vigor durante tantos anos, tendo terminado só quando a Judiciária começou a fazer detenções na BT? Como é possível que os órgãos fiscalizadores do funcionamento do estado e da justiça não tenham dado por ela? A resposta poderá parecer óbvia, mas não quero crer que houvesse uma tão alargada conivência. Não quero crer.
Comentando o assunto, o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses afirma:
Qualquer tratamento de excepção, que até pode ser bem intencionado, é manifestamente ilegal. Ninguém está acima da lei.
O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público lembra (tal como tinha feito o presidente da ASJP) a possibilidade de os beneficiados desconhecerem que o eram. O presidente da Comissão Parlamentar de Ética descansa-nos sobre a igualdade perante a lei:
Fora do que está previsto na lei e de tudo o que diz respeito aos cargos políticos, os deputados são apenas cidadãos.
Finalmente, o comandante da GNR que redigiu a circular, que vigorou durante 16 anos, comenta:
Tratou-se de uma circular feita por um órgão de soberania, a GNR, em atenção a outros órgãos de soberania. A participação feita em sequência à infracção nunca implicou o perdão automático da multa.
1. São órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais.
2. A formação, a composição, a competência e o funcionamento dos órgãos de soberania são os definidos na Constituição.
O respeito pela lei e a sua aplicação pelos agentes e tribunais deveria ser uma das poucas coisas onde o Estado deveria aplicar os recursos que colecta aos contribuintes.
Baseando-se no relatório do Comando da Polícia de Segurança Pública de Lisboa e no testemunho de um filho de um membro da Assembleia Municipal de Lisboa, que obrigavam a uma "análise à luz de novas informações", a deputada Ana Drago afirmou que "não houve "arrastão", houve talvez furtos, mas o que aconteceu foi uma fuga de jovens de uma carga policial indiscriminada".
Mesmo relegado para a oposição, o PSD continuar a padecer do mesmo mal que o afectou durante os últimos três anos: a incapacidade de adoptar medidas verdadeiramente reformistas. Chega mesmo ao cúmulo de criticar medidas do governo PS que anteriormente defendia aliando-se à esquerda mais retrograda.
Esta semana em Palmela Marques Mendes criticou o aumento de impostos sugerindo em alternativa o recurso a receitas extraordinárias.
Aparentemente correcta (tal como sugeriu António Borges num artigo de opinião), MM peca por não criticar o cerne do problema: a dimensão do Estado e o respectivo volume da despesa.
No mesmo discurso MM chegou ao cúmulo de emular Carvalho da Silva ou Jerónimo Sousa ao criticar o governo por "atacar os funcionários públicos".
No dia seguinte, e parecendo corrigir o "tiro", na AR MM propõe a redução do tamanho do Estado.
Contrariamente ao que o título da notícia prometia "PSD promete proposta para redução do tamanho do Estado" o corpo acaba com todas as ilusões.
Para MM o Estado "a mais" são apenas os "serviços duplicados" (o que não se afasta muito das propostas do BE). A medida visa ainda a "reforma dos sectores administrativos". Qualquer debate sobre quais devem ser as funções do Estado são assim evitadas.
Sabendo que MM não pretende "atacar os funcionários públicos" fico sem saber o que pretende fazer ao pessoal excedentário.
Por muito que custe admitir, neste momento o PS apresenta um maior espírito reformista que o PSD sendo que os socialistas conseguem estar, por vezes, à direita dos sociais-democratas.
Acabei de ouvir o deputado-coordenador político do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, acusar o primeiro ministro de hoje ir ao Parlamento falar de assuntos internos quando devia discutir, também, o resultado da última cimeira europeia.
A indústria do açucar na Europa está a ficar agitada com o aproximar do fim dos subsídios. Mas quanto valem e como funcionam esses subsídios? (BBC)
European sugar beet farmers currently get about 1.7bn euros a year from the European Commission, a sum which maintains the EU price for sugar at about three times the world market price. Although the system encourages overproduction, it also awards export subsidies to keep the excess off the European market so as to keep the prices high. And the EU also imposes high import tariffs on most countries wanting to sell their own sugar into the EU.
Como sempre, o fim dos subsídios, melhora os rendimentos de quem os paga e de terceiros, num impacto que normalmente não se tem em conta, diminuindo os rendimentos dos que os recebem. Neste caso estão os produtores europeus de beterraba e os países do grupo ACP, que têm acesso a quotas e a preços subsidiados (BBC):
Under current EU sugar policies, 18 former European colonies in the African, Caribbean and Pacific (ACP) group benefit from preferential terms, sending 1.3 million tonnes of raw sugar at fixed prices to EU countries every year. By way of compensation, the EU has pledged an eight-year programme of assistance for ACP countries dependent on income from sugar exports, including $40m (£21m) of support next year.
Então, acabar com estes subsídios (que existem também nos EUA e no Japão) poderia não ser uma boa ideia?(The Economist, premium)
In 1999, Brent Borrell, of the Centre for International Economics, an Australian research institution, and David Pearce, now of University College, London, calculated that unhindered and unsubsidised trade in sugar wouldimprove the world's lot by the equivalent of $4.7 billion each year. And according to Donald Mitchell, of the World Bank, net imports by Japan, Europe, America and Indonesia would increase by 15m tonnes a year, creating almost 1m jobs in poor countries. In western Europe, sugar prices would fall by 40%.
Afinal, talvez seja uma boa ideia a Comissão Europeia implementar a decisão da WTO, resultante da queixa do Brasil, Tailândia e Austrália, reduzindo o quinhão da PAC destinado a esta indústria.
Contráriamente ao voto de confiança do AAA no comunitarista João Galamba, confesso que estou algo consternado com o rumo seguido pelo nosso crítico Manuel Pinheiro.
É ainda de arrepiar a confissão da sua admiração por Keynes (lê isto, pá!).
Congratulo-me que ainda existam partes do "seu liberalismo" que "toca[m]" em Hayek (vá lá...) e "chega[m]" a Friedman (menos mal...). Esperemos que estas partes prevaleçam...
O PREC está de volta. A nova lei do arrendamento configura um grave atentado ao direito de propriedade.
Pelos vistos, aos proprietários não pode ser confiado o direito de disporem dos seu património imobiliário. O governo acha que sabe, melhor que estes, qual o destino que lhe devem dar (através da penalizações na contribuição autarquica a quem tiver casa desocupadas) e qual o preço que deve ser cobrado nos contratos de aluguer (com aumentos em valor absoluto fixos por lei!!).
Os senhores nos gabinetes ministriais pensam saber melhor que todos nós e que é o seu destino histórico guiar-nos. Isto, apesar de todas as anteriores intervenções no sector terem tido resultados desastrosos.
Por principio e formação nunca fiz nem faria greve. Quem esta mal mude-se. Dito isto, custa-me um bocado a perceber que se peça aos professores que façam greve (um direito que têm e deve manter-se) sem prejudicar os exames dos alunos. Num pais em que o mal esta nas estruturas culpam-se as pessoas individualmente pelo mau funcionamento do sistema, quando a unica responsabilidade que têm é da cegueira. São condicionadas à mediocridade pela estrutura*, agradecem e pedem mais.
1. Os sindicatos deviam assumir desde o inicio que o objectivo era prejudicar o calendario normal dos exames e no que me diz respeito muito bem, senão a greve seria perfeitamente inutil; 2. Não ha almoços gratis. Querem fazer greves, façam mas não se chorem e não tenham medo das consequências, porque senão mais vale estarem quietos. Como diria o “Casal”: “aguente-se!”; 3. Com motivos para estarem em greve permanente ( alguns andam ha quase vinte anos a saltitar de Tras-os Montes para o Alentejo, a correr de concurso em concurso e a não conseguir colocação) decidem fazê-lo ao ser posto em causa um sistema de promoções que é no minimo uma filha da putice para quem trabalha e um premio para os piores; 4. Como outras corporações, imputam a responsabilidade dos problemas da educação e deles proprios aos Governos e ao Estado e não concluem nada dai.
Quem acha que o dever dos professores é defender os direitos dos alunos e que é sequer possivel tal coisa não se põe no lugar deles. O unico dever que têm é defender os seus proprios interesses, que é precisamente o que não fazem ao pactuarem com um sistema corrompido, prepotente e falido e ao permitirem que sejam os piores, os unicos que são recompensados. Um professor dedicado e com qualidade não pode sujeitar-se a ser confundido com outros que não valem a palha que comem.Como qualquer profissional que se preze.
*a proposito disto, ou seja, “structure produces behaviour”, aconselho o “Beer Game”. Tem a versão politicamente correcta chamada “Tea Game”.
E se o Estado confiscar a tua casa para a ceder a uma empresa imobiliária?
A divided Supreme Court ruled Thursday that local governments may seize people's homes and businesses against their will for private development in a decision anxiously awaited in communities where economic growth often is at war with individual property rights.
A Casa Real de Windsor apresentou ontem o relatório de contas referente ao periodo de 1 de Abril de 2004 a 31 de Março de 2005. Tal como no ano anterior, as despesas com dinheiros públicos da Casa Real Britânica chega à justa para que um dos nossos ministros da República (Açores ou Madeira) se governe durante um mísero trimestre.
Nota: os "reis" das nossas ilhas não apresentam contas aos seus "súbditos"!
Uma amiga minha teve a infelicidade de lhe ter surgido um cancro da mama. Aparentemente foi salva porque sendo médica, o tumor estava operado quatro dias depois de ter sido descoberto. A companheira de quarto no hospital, também ela operada a tumor idêntico, teve que esperar cinco meses por vaga para a operação. Lamenta-se a minha amiga, que o sistema não funciona e que um cancro pode alastrar em cinco meses até ao ponto de inviabilizar o sucesso da operação, condenando o doente a morte prematura.
«A acção do Martim Moniz, no passado sábado, estava envolta numa perigosa nuvem de racismo e xenofobia e exigem-se explicações do Governo sobre a inacção que se verifica a que se mantenham sítios na net difusores de ideias e valores que atentam contra a Constituição da República», refere o grupo de trabalho do PCP para a imigração e minorias étnicas em comunicado.
Para os comunistas, «não pode haver tolerância para com ideias racistas e xenófobas».
Primeiro, as "ideias racistas e xenófobas" não deixarão de existir porque é banido um ou outro site. E, segundo, o site não atenta contra a Constituição da República Portuguesa. Aliás, é o próprio PCP que o quer fazer. Da Constituição:
Artigo 37.º (Liberdade de expressão e informação)
1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.
2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
Assim começam o caminho para a servidão: com "boas" intenções!
Ao distinguir entre as escolas Austríaca, de Chicago e da Virginia, e reconhecer o papel fundamental em algumas áreas das três, o João Galamba coloca-se também já num patamar superior ao de alguns seguidores da Escola de Chicago.
Governante disse que decisão do tribunal dos Açores não diz respeito à República Portuguesa. Fenprof fala em «desorientação». Associação de juízes pede intervenção de Sampaio. Assessor do PR diz que «não há nada para comentar». E secretário de Estado fala em interpretação abusiva.
O nosso assíduo comentador e habitual polemista João Galamba já distingue entre as escolas Austríaca, de Chicago e da Virginia e chega ao extremo (indiciando uma preocupante condescendência com essa estranha entidade que é o neoliberalismo) de reconhecer até "o papel fundamental que tiveram, nomeadamente na área de economia e em algumas correntes de ciência política". Termina prometendo "publicar uns posts mais ponderados sobre o assunto". Ficamos à espera.
No discurso de Blair, hoje, no Parlamento Europeu, retiro uma parte a que a esquerda portuguesa deveria dar um pouco mais de atenção:
The purpose of our social model should be to enhance our ability to compete, to help our people cope with globalisation, to let them embrace its opportunities and avoid its dangers. Of course we need a social Europe. But it must be a social Europe that works.
And we've been told how to do it. The Kok report in 2004 shows the way. Investment in knowledge, in skills, in active labour market policies, in science parks and innovation, in higher education, in urban regeneration, in help for small businesses. This is modern social policy, not regulation and job protection that may save some jobs for a time at the expense of many jobs in the future.
Outra dirigida, creio eu, a Chirac:
Only one thing I ask: don't let us kid ourselves that this debate is unnecessary; that if only we assume 'business as usual', people will sooner or later relent and acquiesce in Europe as it is, not as they want it to be. In my time as Prime Minister, I have found that the hard part is not taking the decision, it is spotting when it has to be taken. It is understanding the difference between the challenges that have to be managed and those that have to be confronted and overcome. This is such a moment of decision for Europe.
The people of Europe are speaking to us. They are posing the questions. They are wanting our leadership. It is time we gave it to them.
While progress on reducing support levels may be painfully slow, most governments have managed to reduce the more distorting kinds of protections. Instead of subsidies tied to production levels, which were responsible for the infamous mountains of butter and lakes of wine that used to plague European agriculture officials, countries are slowly moving towards compensation based on acreage or historical support levels. In 1986-88, the majority of OECD countries had 90% or more of their support programmes linked to either current outputs or inputs; that number has now fallen below 75% in most of Europe, though it remains above 90% in Japan and South Korea.
But agricultural policies in rich countries still distort markets at home and abroad. Worse, they hurt the poor. Price-support mechanisms make domestic consumers pay more for their food, hitting low-income families the hardest. And for farmers in poor countries, OECD agricultural policies are disastrous. If those farmers aren’t being kept out of export markets by quotas or tariffs, they are being undercut in domestic markets by heavily subsidised produce from the developed world. While some have argued that rich-world subsidies are a net boon to poor countries because they provide cheap food to the masses, in those countries the poorest are often rural farmers, whose lives would be improved by higher prices for their products.
Even where distortions have been reduced, legislators have passed up the opportunity to tailor supports to specific beneficiaries or policy goals, such as environmental protection. Instead, new programmes have mostly been drawn along broad lines, the better to maintain the political support of farmers. Payments for acres of land or head of cattle may be better than compensation based on bushels of wheat or gallons of milk, but they still distort the economy, and give farmers incentive to cultivate marginal land.
2. O MOVE congratula-se, igualmente, pelo facto de a APF ter abandonado o tom caceteiro que a tem caracaterizado no último mês, insultando a torto e a direito, acusando pessoas que nem conhece de serem de "extrema-direita", "ultra-conservadores", etc., e acusando pessoas e jornais de serem mentirosos. Fica agora visto que é a APF quem tem vindo a mentir, a desconversar, a confundir, etc., numa tentativa vã de baralhar os pais portugueses. Afinal os manuais estão onde o Expresso dizia (recomendados num documento oficial assinado por dois ministérios) e tem os conteúdos que o Expresso indicava como cada um pode verificar por si no site do MOVE, e como agora vem a APF reconhecer.
3. O MOVE aproveita ainda este súbito ataque de honestidade da APF para lhe pedir que esclareça os pais portugueses sobre aquilo que realmente os preocupa: porque foram recomendados na bibliografia comentada das "Linhas Orientadoras" manuais que, no dizer do ME, incluem "exercícios patéticos"?
4. Dado que a maioria desses manuais patéticos são escritos por colaboradores da APF e/ou pelos seus inspiradores/orientadores, exigimos à APF que: a) explique aos pais portugueses quais são os manuais e livros que a APF usa nas acções de formação frequentadas pelos professores dos nossos filhos (recordamos que já fizeram formação a mais de 10 mil professores);
b) nos informe das razões que levam a APF a não usar nas suas acções de formação os manuais patéticos que em parte escreveu e que decidiu incluir nas Linhas Orientadoras. Se os materiais são bons, porque não os usam? E se são maus, porque os escreveram e envolveram dois ministérios na sua publicitação? 5. Recordamos uma vez mais o desafio que está colocado ao Ministério da Educação, à APF e à sua apoiante CONFAP: qual é o contexto em que aquelas actividades patéticas podem ser compreendidas/aceites?
Em resposta às críticas alemãs (via Die Welt), Tony Blair reafirma o seu compromisso com a "Europa social", ressalvando que tem de ser uma Europa enquadrada no mundo actual, procurando "saber porque é que algumas economias europeias criam empregos e outras não". Aproveita também para refutar a responsabilidade sobre o fracasso na última cimeira, voltando a falar da actual estrutura de gastos do orçamento. Diz ele que não pretende "uma comunidade que gasta 7 vezes mais na agricultura que em investigação e desenvolvimento, ciência, tecnologia, educação e inovação todas juntas" (pergunto eu: e qual deveria ser a intervenção e financiamento dos estados e da UE nas áreas citadas pelo PM trabalhista?). O Die Welt acrescenta que hoje, 43% dos 106 mil milhões de euros do orçamento comunitário destinam-se à agricultura, onde trabalham menos de 5% da população.
Decididamente os próximos 6 meses de presidência britânica vão ser interessantes. Se existirem eleições na Alemanha (o que não é líquido, dadas as restrições constitucionais à convocação de eleições antecipadas), o chanceler Schröder poderá extremar as suas posições de defesa do modelo social europeu e do papel protector de rendimentos que a UE representa através da PAC. Para isso terá o apoio de Chirac, também ele pronto a apontar os ataques "neo-liberais" dos que querem destruir as políticas europeias de coesão, como razão dos males que afligem o continente. Deviam era procurar responder à pergunta de Blair: porque é que há economias que criam emprego e outras desemprego? Qual a relação com o estado social que a Europa incorpora nas suas políticas e no seu orçamento?
Few social experiments have caught the imagination of politicians and students of political economy like the ‘Swedish model’. To successive generations of the centre-left Sweden was something of a paradise. In the report -Sweden after the Swedish Model from Tutorial State to Enabling State, the renowned economic-historian Mauricio Rojas tells us the story of the rise and fall of the old Swedish model and introduces a debate over the present quest for a welfare society that combines fairness with freedom.
Prime Minister Tony Blair has recently expressed an intention to bring the European Social Model up for discussion, so when Great Britain takes over the chairmanship of the European Union on July 1st, these questions will be a top priority.
– The future organisation of the welfare society will depend, to a great extent, on how new problems are tackled. In the end, just like every other product of history, the Welfare State was incompatible with the development of the society, which created it and therefore, it now belongs in the world of myths and memories, says Mauricio Rojas
Já está disponível o novo catálogo do Liberty Fund. Destaco a edição da colecção com as obras de Arthur Seldon e a re-edição de Theory and History, uma das mais importantes (mas menos estudadas) obras de Ludwig von Mises fora do âmbito da ciência económica.
But there is more than this in the study of history. It not only provides knowledge indispensable to preparing political decisions. It opens the mind toward an understanding of human nature and destiny. It increases wisdom. It is the very essence of that much miss-interpreted concept, a liberal education. It is the fore-most approach to humanism, the lore of the specifically human concerns that distinguish man from other living beings.###
The newborn child has inherited from his ancestors the physiological features of the species. He does not inherit the ideological characteristics of human existence, the desire for learning and knowing. What distinguishes civilized man from a barbarian must be acquired by every individual anew. Protracted strenuous exertion is needed to take possession of man's spiritual legacy.
Depois do homícidio de milhões e da miséria de mais milhões ainda, ainda há quem escreva coisas destas:
Os comunistas não estiveram do lado errado da história. Marcaram o século XX e, depois dele, qualquer assalariado vive infinitamente melhor do que vivia. Na política e na história, a derrota é só o epílogo de muitas vitórias.
Qual foi a única "grande fraqueza" de Álvaro Cunhal?
Apesar da sua absoluta superioridade intelectual, cercou-se de mediocridade.
Não ter prestado a devida atenção a Daniel Oliveira. Não há heróis perfeitos. Naturalmente.
A este meu ‘post’, o Gabriel fez um comentário demonstrativo da ânsia, de muitos anglófilos, em terem uma Europa ‘à inglesa’. Por sua vez, este texto do Henrique Raposo é também um pouco isso, com a pequena diferença de ligeiramente mais realista, ou seja, acreditar que essa transformação na Europa, em resultado da qual todo um continente olharia para a Inglaterra e veria nela o futuro, nunca vai acontecer.
Já aqui mencionei o Spectator de 4 de Junho. Nele se pode ler uma certa euforia inglesa com a crise francesa e a ideia que o assalto final à Europa está próximo. Também já o disse: A Europa pós-Revolução Francesa pode estar a terminar. Devo acrescentar que gostava que assim fosse, mas que não acredito que assim venha a ser.
O problema não é só a Europa (diga-se o continente) se irritar com a Inglaterra. É mais que isso. É a Inglaterra (e peço desculpa pela expressão) se borrifar para a Europa. A Inglaterra está na UE porque tem de ser. Para ela é uma maçada. Os ingleses não querem converter a Europa. Pretendem, isso sim, que ela não os chateie, nem os aborreça. A Inglaterra tem outros interesses, como uma relação privilegiada com os cowboys que há cem anos conduziam manadas de vacas e agora lideram o mundo e aqueles filhos de presidiários que habitam uma terra simpática chamada Austrália. Além disso, ainda mantêm inúmeras ligações com países africanos e asiáticos causando inveja a todo e qualquer europeu que se preze. Um inglês, o que deseja (e quem negocie e trabalhe com ingleses pode comprová-lo) é ter um bom relacionamento com estes países. Com o resto do mundo. É com eles que faz os seus negócios. Que partilha os seus ideais e se sente bem.
A Inglaterra, por ela, mandava a Europa às urtigas e fazia um mercado comum com as suas ex-colónias. Fazia-o e ficava lindamente. Convencer a Europa do quer que seja, a Inglaterra nunca o fez nem vai ser agora que o vai tentar.
Para além da sua já bem conhecida (e repetidas vezes demonstrada) admiração por João Carlos Espada, o masson manifesta agora também o seu entusiasmo pela obra do meu amigo João Miranda. Não é certo que alguma vez venhamos a ter o privilégio de contemplar o esplendor da ordem a partir do (relativo) caos das memórias e ideias do nosso atento masson. Ainda assim, a vontade de aperfeiçoamento é sempre de louvar. Aqui lhe deixamos pois genuínas saudações fraternas.
(...)agricultural policies in rich countries still distort markets at home and abroad. Worse, they hurt the poor. Price-support mechanisms make domestic consumers pay more for their food, hitting low-income families the hardest. And for farmers in poor countries, OECD agricultural policies are disastrous. If those farmers aren’t being kept out of export markets by quotas or tariffs, they are being undercut in domestic markets by heavily subsidised produce from the developed world. While some have argued that rich-world subsidies are a net boon to poor countries because they provide cheap food to the masses, in those countries the poorest are often rural farmers, whose lives would be improved by higher prices for their products.
(...)the EU’s common agricultural policy (CAP) accounts for nearly half of its overall budget, even though only 4% of its population still works the land.
Será que isto será explicado por Bob Geldof durante o Live 8?
Segundo a TSF o PR mostrou-se surpreendido com a reacção irada dos responsáveis de alguns bancos às suas declarações de ontem. Consta que nunca pensou que alguém lhe respondesse.
O Dr Jorge Sampaio ja ha muito que passou o limiar da hipocrisia e parece apostado em descer mais baixo ainda. No Publico:
"não há iniciativa privada suficiente em Portugal", porque as empresas ainda estão "demasiado encostadas ao Estado"
Dando de barato que é verdade que o grau de feminilidade e aversão ao risco* em Portugal é elevado, teria que perguntar-se de quem é a responsabilidade das actuais dificuldades e dessa falta de “iniciativa privada”. O que aconteceu com o “Ha vida além do défice.”? Porque razão o português médio sonha com um emprego na Função Publica, um T2 em Sto Antonio dos Cavaleiros, um Renault Megane e 7 noites por ano em Salvador da Baia? Este estado keynesiano/marxista que desde sempre esta apostado em controlar tudo e em tudo intervir que alternativas deixa às PME’s? Aumentam os impostos e taxas, o sistema fiscal esta em permanente mudança, empurram-se a boas empresas para fora de Portugal, a Justiça não funciona decentemente e como consequência é facil não cumprir contratos, a burocracia é incrivel, a educação é miseravel, o mercado de trabalho é asfixiante e este “analista de risco” aponta as baterias às empresas e à Banca! Queixa-se de haver estado a mais? Onde é que as PME's estão encostadas ao estado? Ja escrevi algures por aqui que a maior dificuldade para as pequenas empresas neste momento é tesouraria e recebimentos. O atraso médio nos pagamentos é de 42 dias (o suficiente para fazer falir uma pequena empresa); com a facilidade que existe em não cumprir contratos e adiar pagamentos indefinidamente, porque razão o Dr Jorge Sampaio não se dirige à ineficiência da Justiça com esta veemência e indignação? Ou aos burocratas e legisladores?
"Há oposição da banca no que respeita a arriscar alguma coisa para as empresas que querem inovar. Naturalmente que se quiserem um automovelzinho, a banca está disposta a fazer umas prestações”, afirmou Jorge Sampaio, classificando esta atitude de “embuste”.
Além de ser mentira, de repente e em ultima analise a responsabilidade da crise financeira em que se encontra o estado, - que por responsabilidade sua aumenta as dificuldades das empresas - é do unico sector em Portugal aparentemente competitivo e das empresas, como se fossem estas a gastar mais do que ganham. “...embuste.” é esta conversa de um dos responsaveis do descalabro do estado e da falta de credibilidade a que chegamos. Comparar o capital de risco e o financiamento às empresas ao credito automovel, so vindo de alguém declaradamente perturbado, o que parece ser o caso deste “gestor de risco” a julgar pela crescente indignação com que se dirige às pessoas e as comprovadas semelhanças com o Chanceler Palpatine.
Na mesma intervenção o PR acusou as empresas privadas de se "encostarem" excessivamente ao Estado. Sendo Sampaio um ardente defensor do intervencionismo estatal parece-me que ele apenas se está a queixar do sucesso das suas ideias.
Em mais episódio da saga "os bancos são o anti-cristo" o PR acusou-os de apostarem pouco em capital de risco. Gostava de ver Jorge Sampaio a dar o exemplo. Ora vamos lá abrir os cordões à bolsa sr. Presidente que eu tenho aqui umas ideizitas...
Ou antes, o Galo Europeu, aqui no Purgatório. Apenas um excerto para aguçar o apetite:
De forma simplista, alguns admitem agora que a Europa está em crise baseados apenas na rejeição do tratado constitucional pela França e pela Holanda e pelas dificuldades em aprovar o orçamento comunitário. Como se isto não fossem apenas os sintomas de uma doença terminal. Claro que a simples rejeição do tratado em referendo não é, só por si, boa ou má. Mas o contexto em que tudo aconteceu, a chantagem que havia meses pairava no ar, com ameaças de expulsão de países em caso de rejeição do tratado e depois a forma emocional, meio histérica como foram recebidas as rejeições mostram uma debilidade gritante.
O chanceler alemão Gerhard Schröder distanciou-se de Blair, defendendo que "seria um erro entender a Europa de um ponto de vista puramente económico". Para Schröder, o modelo social, que tem funcionado "satisfatoriamente no continente Europeu", tem de ser absolutamente conservado. Acrescentou ainda que "aqueles que queiram destruir o modelo por egoismo nacional ou populismo", pecam contra as próximas gerações. Por outro lado, os lideres da CDU e do FDP apoiaram as propostas de Blair para reduzir os subsídios agrícolas da PAC (via Die Welt).
Será que os 5 milhões de desempregados alemães são prova do funcionamento "satisfatório" do modelo continental?
O Bruno lembra a inexistência política do nosso Parlamento. Pois é. Mas, Bruno, em Portugal um parlamentar não é eleito pelo povo (que não sabe em que deputado vota), mas escolhido pela máquina partidária. O que, comparado com o sistema inglês, faz toda a diferença.
Tony Blair pretende usar a presidência inglesa da UE para promover a necessidade de reformas das finanças da UE, admitindo que o famoso "cheque inglês" é uma anomalia que tem de desaparecer durante esse processo. O PM sueco apoia as pretensões inglesas quanto à revisão da PAC (Telegraph).
He added that the EU's huge agricultural budget was "not future oriented" and said resources needed to be better distributed. (...)"I don't think it's fair that a country like Sweden should pay for cohesion policies in a richer country like Ireland or Spain."
Entretanto, o embaixador francês em Londres defende que a PAC já foi reformada vezes suficientes nos últimos vinte anos (três vezes), afirmando que a visão de Blair não era partilhada pela maioria.
Se considerarmos que o embaixador representa a opinião de Chirac, podemos verificar que há uma espécie de proteccionismo francês que tende a desprezar a saúde da UE (pelo menos financeiramente) em favor de assegurar a continuidade do populismo interno do seu presidente. Para isso, apontam o dedo a Blair e às suas pretensões reformistas.
The current plan of George Bush and Tony Blair to send billions more in aid to Africa is futile. History demonstrates that brutal dictatorships and savage tribes engaged in internecine warfare are not transformed by handouts. After all, billions of dollars have already been poured into Africa. What Africa needs is freedom, not welfare. The West should reject the idea that it is our responsibility to lift Africans out of their poverty--and then tell them of the system that enabled the West to gain its current wealth and power: capitalism.
A Comissão Europeia considera que as projecções de receitas para o OE são irrealistas e aconselha o governo a concentrar-se na redução da despesa. Diz não só que as projecções de crescimento são demasiado optimistas mas também que (apesar do que o governo acredita) com aumento de impostos é previsível o aumento da evasão fiscal.
Acontece que, o BE tem entre os seus dirigentes uma senhora (Helena Carmo) condenada pelos tribunais por terrorismo. Não se trata de uma "relação orgânica" mas sim de ex-terroristas no seio do próprio BE. Gostava de saber se, por uma questão de coerência, o senhor Oliveira defende a ilegalização do BE.###
(...)
Por falar em crimes, vejamos o lado bloquista:
- Prática de crime de auxílio à imigração ilegal. Responsáveis bloquistas andaram a explicar aos imigrantes ilegais como deveriam proceder para obstruir a justiça e evitar ser expulsos: Destruir os seus documentos e alegarem ser de países que não têm representação diplomática em Portugal.
- Apologia do crime de aborto e conluio com as mulheres envolvidas na prática do crime. Para o BE aborto não é crime mas para a lei portuguesa é.
- Consumo de droga, haxixe, (e provável tráfico)nas sedes do BE.
- Tiros disparados por diversas vezes das sedes da Associação Olho Vivo contra a polícia. ( A Olho Vivo mantém uma "relação orgânica" com o BE, tendo sido fundada por uma deputada do BE.
- Distúrbios e actos de vandalismo sempre que há manifestações contra a globalização.
As receitas extraordinárias podem signigficar o "emagrecimento" do Estado é o que defende António Borges no Diário económico.
O aumento inexorável da carga fiscal parece ser a consequência directa da nossa incapacidade de gerir bem o Estado. Convém, no entanto, recordar que haveria outras soluções.Se se pretendesse de facto reequilibrar o Orçamento do Estado baixando a despesa pública em percentagem do PIB, então a melhor solução seria recorrer a receitas extraordinárias. Seria possível de forma temporária, obter receitas que trariam o ‘deficit’ para valores razoáveis, travariam o aumento da dívida pública e representariam a continuação do verdadeiro emagrecimento do Estado.
(...)
As receitas extraordinárias mais evidentes são as que resultam da venda de activos não financeiros por parte do Estado. O Estado dispõe de um vasto património, de valor incalculável, muito do qual não tem grande sentido. Das inúmeras e valiosas propriedades que constam da lista de activos reais do Estado, muitas não têm qualquer utilização. (...). A sua venda reduziria a dimensão do Estado e permitiria uma muito mais eficaz utilização de activos por parte do sector privado.
(...)
há ainda muitas privatizações de empresas que estão por fazer ou por concluir. A EDP, a Galp, a REN, a TAP, a ANA e outras já estiveram na lista das empresas a serem privatizadas ou a completarem a sua privatização. Neste caso, as receitas não contam directamente para o Orçamento do Estado, mas não deixam de reduzir a divida pública, baixar a carga com juros e permitir a entrada de fundos que podem ajudar o Estado a financiar, sem ser pelo Orçamento, dotações de capital e outras despesas por vezes bem onerosas.
Para além do democrático apelo à proibição de um partido político, ficamos também a saber que existem "crimes raciais" (definição que, na boa tradição dos hate crimes americanos, só se aplicará obviamente num sentido) e que o Daniel acha que os cadastrados devem perder os seus direitos políticos (para quando a apresentação de uma proposta legislativa nesse sentido pelo Bloco de Esquerda?).
No mesmo comunicado onde acusa o ME de "humilhar" os professores com os "serviços mínimos" a CGTP reclama, orgulhosa, que prejudicou mais alunos do que é admitido pelo ME.
Através do Jaquinzinhos, cheguei a este texto (recomendo a leitura integral) de Alexandre Monteiro no blog No Arame, baseado na sua anterior experiência profissional:
Trabalham 22 horas por semana. Têm um serviço de saúde diferente do comum dos cidadãos, melhor e de muito mais rápido acesso. Quando querem faltar, põem 'artigos'. Fazem formação para subir na 'carreira', não para se formarem. Fazem mestrados para subir de 'escalão', não para serem mestres de alguma coisa.
É pela manutenção deste "status quo" que se bate a FENPROF, independentemente de quem sofre as consequências. É de perguntar porque haverá tantos candidatos a professores ou porque é que os cursos superiores via ensino (ou a que a ele conduzem) têm tanta procura. Será que o prémio por ser integrado na carreira cobre o risco de ficar desempregado?
Caro Rodrigo. O economicismo de que acusas o AAA é absolutamente infundado. Caso não saibas, o "homo economicus" deve mais à herança de Marx que à de Hayek ou Mises.
Os liberais não se opõem à caridade, apenas à coerção.
Sobre Homens com "H", Ludwig von Mises e junk food livresca em geral
Neste excerto de Socialism de Ludwig von Mises, o Rodrigo Moita de Deus conseguiu o notável feito de descobrir uma tese segundo a qual os cristãos seriam, supostamente, socialistas. Notável, porque no texto em questão se procura apenas demonstrar que o socialismo, mesmo quando se reclama cristão, não deixa de ser uma doutrina errada. Um argumento análogo se poderia fazer relativamente aos socialistas que se consideram de direita: pelo mero facto de considerarem que as ideias socialistas que defendem são de direita, elas não deixam de estar erradas (nem, naturalmente, de ser socialistas).
Que eu tenha de auto-propalar a minha "gula livresca" é facilmente compreensível pelo tristemente humano impulso que nos leva a propalar as nossas aptidões precisamente nas áreas em que nos sentimos mais inseguros. Uma falha a que nem os Homens com "H" (grupo predestinado em que não me incluo) conseguem escapar, como os textos do meu amigo RMD não raras vezes demonstram.
Isto dito, reafirmo que acho muita graça (com "g") a várias das coisas que o RMD escreve (veja-se este exemplo). Essa é mais uma razão pela qual tenho pena que escreva coisasdestas.
Segundo a polícia, a manifestação "contra a criminalidade" não mobilizou mais de 300 pessoas. Menos que o "arrastão" e tantas como num jogo do Comércio e Indústria (*). Pelos alarmismo com que foi tratada pelos jornais e pela TSF parecia tratar-se de um segundo Rock In Rio.
(*) Equipa de futebol de Setúbal que "milita" na 1ª Divisão Distrital à espera de melhores dias...
LONDRES - Bob Geldof aparece em cena para anunciar o Live 8, megashow a 2 de julho em cinco cidades mundiais, com marcha para a Escócia logo a seguir, onde o G-8 se reúne. Bob Geldof está disposto a salvar África. Mas, perguntam vocês, quem está disposto a salvar África de Bob Geldof? Numa conferência de imprensa puramente imaginária, J.P. Coutinho confronta o famoso "Sir" com duas ou três questões a respeito.
- Olá, Bob. Você está mais magro, rapaz!
- Passo fome, Coutinho. Solidariedade.###
- Ótimo. Eu, não. Escuta, Bob: no próximo dia 2 de julho, em cinco cidades mundiais, haverá concertos rock a favor de África. Você consegue explicar qual a relação entre concerto rock e combate à fome?
- Fácil: nós, músicos, não vivemos de ar e vento. Precisamos de comer. Tocar música é a nossa vida e, depois do concerto, haverá sempre discos, vídeos, merchandising. Quando fizemos o primeiro Live Aid, em 1985, Madonna não comia há duas semanas. "Like a virgin", dizia ela. E eu passava os meus dias com fish'n'chips. Uma nojeira.
[suspiros na sala; o cantor Prince murmura: "You sexy motherfucker..."]
- Sim, mas eu a estava a falar da fome da África, não da sua, malandro [risos].
- [risos] Sei, sei, estava a brincar, Coutinho. É preciso despertar consciências para o drama dos países africanos: o Sudão, a Somália, a Albânia, por aí.
- Bom, geografia não é o seu forte. Nem economia, by the way. Nos últimos cinquenta anos, o mundo enfiou 550 bilhões de libras no continente. Cinquenta anos depois, o continente está mais pobre. O que fazer, Bob?
- Só vejo uma solução: duplicar, triplicar, quadruplicar a ajuda. Temos de ajudar mais e eu quero 50 bilhões de libras nos próximos anos!
[gritos na sala: "Eu também quero! Eu também quero!"]
- Entendo, Bob. Mas não será ao contrário? Sobretudo quando, por cada dólar enviado para África, 80 cêntimos terminam na conta bancária dos seus líderes?
- Oitenta cêntimos? Mas isso é um escândalo. Você consegue viver com 80 cêntimos?
Durante o fim de semana, ouvi um dirigente da FENPROF, em entrevista a uma rádio, dizer (cito de memória) que "quantos mais processos disciplinares e faltas os professores tiverem, mais dignificam a profissão".
Hoje de manhã, numa entrevista a uma televisão, um dirigente da FENPROF foi questionado sobre o impacto nas famílias, nos alunos e pais, de não haver exames hoje. Respondeu o representante do sindicato da CGTP que os pais e os alunos não se deviam preocupar, que hoje ou noutro dia, os exames seriam feitos. Ou seja, para este professor, é irrelevante o impacto da greve na vida dos 110.000 alunos (e nas respectivas famílias), que estarão em exames esta semana.
Não se deve esquecer que a FENPROF está em luta "contra o agravamento das condições de aposentação" e "contra o congelamento das carreiras e o roubo do tempo de serviço". Ou seja, pretendem manter as reformas aos 55 anos* e a progressão automática na carreira, baseada nos créditos obtidos em formações de duvidosa utilidade, não se sujeitando a qualquer avaliação da qualidade do seu trabalho. Sem dúvida mais um passo na credibilização da profissão perante o resto da sociedade.
(*) - Adenda: aplicável aos docentes da educação pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico.
O último Conselho Europeu, decorrido nos passados dias 16 e 17 de Junho, correu muito bem a Jacques Chirac. Digo que correu bem, porque se ficou a falar da crise na Europa pelas razões erradas. Depois do Conselho Europeu, todos concordaram que a crise europeia advém da não aprovação do orçamento comunitário. No entanto, uma análise mais cuidada leva-nos a concluir que ela resulta, não da falta do acordo, mas das razões que impossibilitaram esse mesmo acordo.
E que razões são essas?
Elas são várias e todas provêm do carácter interesseiro e egoísta dos fracos líderes europeus. A pedra de toque deste esquema mental medíocre é Chirac. O instinto de sobrevivência político do presidente francês levou-o a ir ao Conselho, não com o objectivo de aprovar o orçamento comunitário, mas com o intuito de afastar sobre si as atenções que já vinham desde o referendo de 29 de Maio. O único chefe de Estado do Conselho Europeu, lembrou-se do ‘cheque britânico’, fez dele uma questão chave para a sobrevivência da Europa e assobiando para o lado sempre que alguém o lembrava dos benefícios que a França recebe da PAC, atirou a ‘batata quente’ para cima de Blair.
Com tudo isto, a crise europeia já não parece residir no ‘não’ francês (que é uma crise de identidade francesa), mas na inexistência, por culpa inglesa, de um orçamento comunitário. É assim que, para Chirac, esta crise lhe foi bastante benéfica, aliás, foi o melhor que lhe poderia ter acontecido. Com este resultado, Chirac pode ter contribuído com mais uma pequena machadada no projecto europeu, mas garantiu a sua tranquilidade no Eliseu até 2007. Já ninguém fala da sua renúncia e até ao lado dos países do leste europeu, se pode dar ao luxo de colocar, quando estes (não pondo em causa a PAC) sugeriram a hipótese de receberem menos fundos comunitários.
Na verdade, Chirac conseguiu levar por diante a sua brilhante jogada de a todos fazer crer que o que estava em causa naquele Conselho era, não a sua sobrevivência política, mas o futuro da Europa.
LEWIS: (...) The great bulk of the evidence about education came from competent multinational corporations of any nationality. Showing they could go virtually anywhere in the world and take the local workforce and train it to come close to home country productivity.
And then, sort of the clinching evidence was we then looked at some other industries. We compared the construction industry in the US to construction in Brazil and found that in Houston, the US industry was using Mexican agriculture workers who were illiterate and didn't speak English. So they were not any different than the agricultural workers who were building similar high rises say in Sao Palo. And yet they were working at four times the productivity.
SCHULZ: Wow.
LEWIS: Just because people are not educated does not mean that they are incapable, which is a mistake educated people in the West often make -- and not just the West but probably in Japan as well. These people can be trained on the job to accomplish quite high skill levels and quite high levels of productivity. And that's basically good news because if the World Bank and everybody else had to wait until we revamp the educational institutions of all the poor countries and then put a cohort or two of workers through it, we are talking about another 50 years before anything happens. That's not acceptable and it's not necessary, thank God.
O livro vai já para a lista de compras.
Entretanto, sobre o "arrastão" de Carcavelos, lembrei-me desta notícia no Expresso (conteúdo pago):
Na primeira linha de integração social surge a escola. De início valorizada como meio de promoção social pelos grupos minoritários e culturalmente desfavorecidos, estes rapidamente desinvestem dos estudos quando recebem avaliações negativas. «Sabemos de várias fontes que estes jovens apresentam menor sucesso escolar, o que é de novo confirmado [no estudo elaborado pelo Observatório Permanente da Juventude]. A reprovação faz parte da história da vida escolar de 79% dos inquiridos», ascrescenta Jorge Vala [coordenador do referido estudo]
Conforme a citação de William Lewis acima transcrita, há, felizmente, uma segunda "linha de integração social": as empresas. Aqueles jovens podem aprender no local de trabalho as capacidades necessárias à realização de tarefas de grande produtividade.
Mas o Estado impede-os de seguir esta via (por sinal, mais eficiente que a via escolar). As leis de escolaridade obrigatória, proibição de trabalho infantil e obrigação de pagamento de um salário mínimo são, para estes jovens, poderosas barreiras à entrada no mercado de trabalho. Esta forma de exclusão deixa-lhes, assim, apenas uma alternativa: aprenderem "profissões" onde não se respeita a propriedade privada dos outros cidadãos. E não estou a falar da classe política....
Leitura recomendada: Sem aulas, por Gabriel Silva.
Atraso nas matérias escolares, provável prolongamento do ano escolar (ou nem isso?), famílias a terem de faltar ao trabalho, total desarranjo social, incumprimento dos deveres do Estado para com as famílias/alunos e o que é que preocupa os professores, o ministério e a comunicação social? A existência ou não da obrigatoriedade de serviços mínimos no sistema educativo público.....
Julgo que nem recorrendo a este registo o Timshel perceberá, mas ainda assim dou-me ao trabalho de devolver a questão: Timshel, pensas que é preferível promover a miséria, a criminalidade e a desagregação da família e das instituições intermédias ou acabar com o Estado providência?
Confesso que não percebi o que pretendia PPM que o ministro da Administração Interna, António Costa, tivesse feito no caso em análise. Independentemente da avaliação que façamos das razões e ideologia(s) dos presentes, não vejo com que fundamento poderia ter sido proibida a manifestação de Sábado contra a criminalidade.
Por outro lado, noto também com alguma estranheza que manifestações em que são orgulhosamente exibidos símbolos comunistas não parecem causar desconforto comparável ao PPM.
Não deixe que a realidade interfira com o socialismo
Na linha desta abordagem do Público e dos empenhados esforços do Correio da Manhã, estou certo que em breve nos explicarão que o arrastão não passou de uma alucinação colectiva.
Com o país imerso numa crise orçamental, não parece no entanto haver falta de verbas para desperdiçar a nível autárquico. A título de exemplo, aqui fica o caso da Junta de Freguesia do Bonfim, no Concelho do Porto.
Certamente com o nobre objectivo de combater os efeitos da depressão, o respectivo Presidente (Armindo Luís Teixeira), achou por bem que a Junta de Freguesia do Bonfim apoiasse com recursos públicos a realização de nada menos que doze (12) "bailes sanjoaninos" ao longo de Junho.
A adesão popular, como seria de esperar em tempos em que a iniciativa privada oferece múltiplas alternativas de entretenimento, tem sido diminuta, mas pelo menos o intenso ruído a perturbar o descanso dos moradores da zona não tem faltado.
O Comércio do Porto (link para a notícia não disponível), dá conta também de desacatos na sequência de um desses "bailes" de interesse público, com "um grupo de cerca de 30 jovens, armados com paus, ferros e facas" a evidenciar não só a utilidade dos ditos bailes mas também o sucesso incontestável das políticas de inclusão social que absorvem boa parte dos recursos dos contribuintes portugueses. Uma iniciativa plena de sucesso, portanto.
O Presidente Armindo Luís Teixeira dá assim mais um triste exemplo (entre muitos que certamente se multiplicam por todo o país) de populismo, má gestão e desperdício.
De pequenos episódios como este se faz o atraso de um país a pão e circo.
José Luis Rodríguez Zapatero tiene el dudoso honor de ser el primer presidente de la democracia capaz de reunir en su contra y en sólo quince días tres manifestaciones gigantescas, que han congregado a más de dos millones de personas: el 6 de junio en Madrid, la de la Asociación de Víctimas del Terrorismo contra la negociación con ETA; el 11 de Junio en Salamanca para protestar contra la amputación del archivo de la Guerra Civil; y el 18 de Junio, de nuevo en Madrid, la del Foro de la Familia para protestar contra la liquidación de la institución del matrimonio, quizás la más antigua de todas las civilizaciones.
Ascenso Simões, secretário de Estado da Administração Interna, exigiu, esta semana, que fosse retirada uma edição completa do "Jornal de Notícias de Vila Real", ao qual terá concedido uma entrevista de três páginas, pouco tempo depois de a edição estar à venda nas bancas.
Segundo o JN apurou, o governante não gostou que o trabalho do semanário regional fosse publicado sem o ter lido previamente, pelo que terá mandado recolher os 2750 exemplares. Depois de ter lido a entrevista e feito as emendas que pretenderia, obrigou à dispendiosa reimpressão de 12 páginas (metade do jornal).