Democracy must be something more than two wolves and a sheep voting on what to have for dinner. - James Bovard
30.7.05
Desobediência civil
Durante este fim-de-semana, jovens do Bloco de Esquerda vão frequentar, na Serra da Estrela, um curioso workshop (meu destaque):
José Soeiro do Bloco de Esquerda explicou ao PortugalDiário que esta actividade «consiste basicamente em ensinar as técnicas de desobediência civil». Aprender a fazer «boicotes», «ocupação de espaços públicos», «como se comportar numa manifestação» e «como resistir a uma agressão policial» serão alguns dos temas abordados. E necessários para os dias de contestação que correm.
A desobediência civil é «uma forma de luta utilizada desde o tempo de Ghandi», diz José Soeiro, e recorda que em Portugal tem sido utilizada pelos jovens universitários, nomeadamente «no combate às propinas, quando os estudantes invadiram vários senados nas universidades».
Para começar, o bloquista José Soeiro usa o nome de Ghandi mas "esqueceu-se" de referir o autor que inspirou o indiano:
In 1890, Henry Salt published a collection of Thoreau’s political essays, including “Civil Disobedience.” The book profoundly influenced a young lawyer in South Africa who was protesting that government’s treatment of immigrant workers from India. The lawyer was Mohandas K. Gandhi. Gandhi found in Thoreau the techniques he would use in the subsequent struggle for Indian independence. Years later, he thanked the American people for Thoreau, saying,
You have given me a teacher in Thoreau, who furnished me through his essay on the “Duty of Civil Disobedience” scientific confirmation of what I was doing in South Africa.
Será que este ensaio escrito em 1849 é leitura obrigatória no referido workshop? A julgar pelo seguinte excerto, certamente que não.
The opening sentence of Civil Disobedience sets the tone by endorsing Thomas Jefferson’s much quoted sentiment on government - “That government is best which governs least.” Then Thoreau carries Jefferson’s logic one step further:
Carried out, it finally amounts to this, which also I believe, - “That government is best which governs not at all;” and when men are prepared for it, that will be the kind of government which they will have. Government is at best but an expedient....
After what appears to be a call for anarchism, Thoreau pulls back and dissociates himself from “no-government men.” Speaking in practical terms and “as a citizen,” he states, “I ask for, not at once no government, but at once a better government.”
Tanto Thoreau como Gandhi lutaram contra o autoritarismo do Estado, em nome da liberdade. Hoje, o Bloco de Esquerda subverte tal ideal tentanto usar a desobediência civil para conseguir a influência política que o eleitorado não lhe concedeu. Mas Thoreau é claro sobre o propósito da desobediência civil:
Civil Disobedience does not espouse a duty to seek out the state for confrontation, to protest a wrong done to your neighbor, or even to resist the state in matters that do not violate conscience, such as buying a postage stamp.
The only political duty of a man is to correct any injustice he directly causes and to deny his cooperation to other injustice. This is the conclusion at which Civil Disobedience arrives.
If I have unjustly wrested a plank from a drowning man, I must restore it to him though I drown myself....
... If I devote myself to other pursuits and contemplations, I must first see, at least, that I do not pursue them sitting upon another man’s shoulders. I must get off him first, that he may pursue his contemplations too.
In short, Thoreau believed the state should never rank above the individual conscience or the business of living. But if the state demands a person’s first allegiance by asking him to violate his conscience and participate in an injustice, the person should disobey - not through violence but by removing his cooperation.
Esta é, afinal, a lição que o bloco-campista terá de aprender quando, a partir da próxima segunda-feira, voltar a sentar-se em frente ao computador: com a desobediência civil, o indivíduo nega cooperação com o Estado no que julga ser uma injustiça sem, contudo, o fazer à custa da liberdade de outros.
Nota: podem ler o ensaio de Thoreau, "Civil Disobedience", no Wikisource.
Manuel Pinho, ministro da Economia, tenta escrever no semanário Expresso um artigo de opinião em resposta às críticas aos investimentos públicos incluídas no manifesto dos 13 economistas. Espalhou-se ao comprido. Leiam o exaustivo comentário do Manuel, na Grande Loja do Queijo Limiano (via LA-C).
One upon a time, I believed this idea, which is often called the "starve the beast" theory. The premise is that there is some level of the deficit that is "too big," beyond which irresistible political pressure will be brought to bear on Congress to cut spending. Therefore, the "conservative" strategy is to cut taxes any way possible so long as federal revenues go down. The increase in the deficit will force down spending, thus leading to smaller government.###
(...)
In the 1970s and 1980s, I think this theory worked to some extent. Big deficits did put downward pressure on spending -- but not very much, because it also put on pressure to raise taxes. Virtually all of the deficit reduction from the dozen budget deals between 1982 and 1993 came from higher revenues. To the extent that spending was cut, it was simply reprogrammed into higher spending elsewhere.
Today, I see zero evidence that deficits are putting any downward pressure on spending. This fact is documented in research by economist William Niskanen, chairman of the libertarian Cato Institute. In his words, "Acceptance of the 'starve the beast' position has led too many conservatives and libertarians to be casual about the sustained political discipline necessary to control federal spending directly and to succumb to the fantasy that tax cuts will solve the problem."
Today, Congress cuts taxes and raises spending, too, with complete indifference to the impact on the deficit. And President Bush refuses to veto anything, preferring rhetoric to action on the deficit. Shockingly, he is the first president since John Quincy Adams to serve a full term without a single veto.
The starve-the-beast theory now has effectively been turned on its head. Instead of tax cuts setting in motion forces that will lead to spending cuts, the tax cuts have become a substitute for spending cuts. Tax cuts are spending cuts in the minds of many Republicans these days.
«Vejam só o que preciso para ter a porra do carro á porta de casa ou em qualquer rua lá do bairro. Para além do que consta do regulamento também estão pedindo a última declaração do IRS. Se ao menos a CML constituisse as putas de Lisboa em Empresa Municipal, e me nomeasse Presidente do Conselho de Administração, ainda vá que não vá.»
Considerações sobre Manuel Pinho, actual ministro da Economia:
Há duas coisas que [o ex-ministro da Economia, Carlos Tavares] nunca percebeu da pátria que governou: que Portugal apenas precisa de ser um país normal; que isso só acontece com a simplificação. Ele só complicou. E este [ministro] segue o mesmo caminho. Com um enorme inconveniente acrescido: não gosta de fazer contas.
Se vencer, herda uma autarquia com uma situação financeira complicada. Como se propõe gerar dinheiro na câmara?
[Manuel Maria Carrilho]: A situação financeira é gravíssima. Durante a presidência de Carmona Rodrigues, a dívida da câmara a fornecedores duplicou face à de Santana Lopes e, hoje, já deve ascender aos 500 milhões de euros. Mesmo assim, Carmona insiste em fazer o projecto megalómano do Parque Mayer, que custará mais de 350 milhões de euros. E continua a gastar em propaganda da câmara milhões de euros, em cartazes, em folhetos, em painéis, em encartes, sem que isso nada beneficie os munícipes e a cidade. Se a câmara fosse uma empresa, certamente que Carmona Rodrigues há muito que tinha sido despedido.
Caro MMC, se a câmara fosse uma empresa o candidato à presidência seria um gestor, não um filósofo!
O Presidente da República, Jorge Sampaio, dedica esta sexta-feira ao conhecimento da situação da área já ardida em Portugal Continental, em 2005, sobrevoando muitas das zonas do País recentemente atingidas pelos incêndios florestais.
O Governo pretende criar um sistema de identificação electrónica para veículos, arrancando ainda este ano com o concurso para a escolha da tecnologia a utilizar, anunciou, na quarta-feira, o secretário de Estado Adjunto e das Obras Públicas, Paulo Campos.
Parece ser um sistema semelhante à Via Verde só que nesta temos a opção de não aderir ao sistema da Brisa. Mais um caminho para a servidão?
Nota: provavelmente esta foi a alternativa mais barata para, no futuro, se implementar a cobrança de portagens nas SCUTs...
O Governo defendeu hoje no Parlamento o congelamento das carreiras na Administração Pública, justificando a medida com a situação das contas públicas e adiantando que esta vai permitir poupar 140 milhões de euros num ano, noticiou a Lusa. (...) «Não é verdade que não haja progressão automática na Administração Pública. O que a realidade afirma é que nos últimos anos o número de funcionários que obtinham a classificação máxima na avaliação de desempenho é na ordem dos 99,3%», referiu João Figueiredo [secretário de Estado da Administração Pública].
De acordo com dados referentes ao primeiro semestre deste ano, [a Ryanair] transportou 100 mil passageiros. As projecções indicam que este número deverá aumentar no segundo semestre.
Estes dados transformam o aeroporto do Porto num caso especial, onde uma companhia de baixos custos ("low cost") deverá ocupar o primeiro lugar entre as companhias aéreas estrangeiras.
Poderá Lisboa/OTA competir com o Porto/Sá Carneiro?
Há nos Simpsons toda uma sabedoria que escapa aos jacobinos politicamente incorrectos. Toda uma visão do mundo. Há quem, nos momentos de apuro ou de dúvida, recorra à Bíblia. Eu recorro aos Simpsons.
O Governo parece ter perdido definitivamente o chamado estado de graça, com primeiro-ministro e Executivo a caírem no índice da popularidade: depois dos já negativos 47% de opiniões positivas em Junho, o Governo socialista não vai além dos 43%, em Julho. No entanto, pior é ainda o desempenho de José Sócrates. A conclusão surge expressa no Barómetro DN/TSF/Marktest relativo ao presente mês, no qual nem sequer o líder do Executivo escapa à queda nas intenções de voto: o secretário-geral socialista cai, relativamente a Junho, 16 pontos percentuais, surgindo, pela primeira vez, com mais opiniões negativas do que positivas (-5%).
Comemoram-se hoje os 200 anos do nascimento de Alexis Tocqueville. Agora que o socialista e anti-americano Mário Soares se prepara para se candidatar (com os votos de uma ampla plataforma de esquerda) presidente de todos nós é bom lembrar aquele amigo francês.
Para o Soares socialista:
Democracy and socialism have nothing in common but one word: equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude.
Para o Soares que considera estarem os EUA entregue ao fanatismo religioso:
In the end, the state of the Union comes down to the character of the people. ... I sought for the greatness and genius of America in her commodious harbors, her ample rivers, and it was not there. I sought for it in the fertile fields, and boundless prairies, and it was not there. I sought it in her rich mines, and vast world commerce, and it was not there. Not until I went into the churches of America and heard her pulpits aflame with righteousness did I understand the secret of her genius and power.
Quando metade da economia e dos cidadãos dependem directamente do Estado, estamos já (literalmente) a meio-caminho daquela tirania demo-socialista definida por Schumpeter. O que começa a ter reflexos políticos, com a escolha eleitoral a reduzir-se cada vez mais a uma decisão sobre gestionários dos gigantescos meios públicos, incapazes de promover reformas que libertem a nossa sociedade e lhe permitam voltar a gerar uma prosperidade que, a cada dia que passa, nos escapa um pouco mais.
We need intellectual leaders who are willing to work for an ideal, however small may be the prospects of its early realization. They must be men who are willing to stick to principles and to fight for their full realization, however remote. The practical compromises they must leave to the politicians. Free trade and freedom of opportunity are ideals which still may arouse the imaginations of large numbers, but a mere "reasonable freedom of trade" or a mere "relaxation of controls" is neither intellectually respectable nor likely to inspire any enthusiasm.
There can be no compromise between a property owner and a burglar; offering the burglar a single teaspoon of one’s silverware would not be a compromise, but a total surrender - the recognition of his right to one’s property.
There can be no compromise between freedom and government controls; to accept “just a few controls” is to surrender the principle of inalienable individual rights and to substitute for it the principle of the government’s unlimited arbitrary power, thus delivering one self into gradual enslavement.
Os que por aqui escrevem não são decisores ou politicos profissionais, não estão no mercado dos votos, estão no mercado das ideias. Temos uma ideia sobre o que é publico e o que é privado, qual o papel do estado, do individuo e das instituições da sociedade civil e essa ideia não admite compromissos. Escreveu o Henrique Raposo: “Lealdade e coragem.” Lealdade à ideia de Liberdade e coragem de não abdicar da sua defesa e dos seus principios. Discuta-se, argumente-se, mas uma ideia não é “assim-assim”, “mais ou menos” ou “aproximadamente”, so ha um Liberalismo e não pode haver compromissos.
No Telegraph de hoje aparece um artigo de opinião e uma notícia que me parecem poder ser relacionados e contribuir compreender como os valores tradicionais ingleses podem ajudar à existência em solo de Sua Magestade daqueles que pretendem a destruição dos mesmos.
O artigo de opinião foi escrito por Danny Kruger. Este foi candidato pelo partido conservador na mesma "constituency" que Tony Blair. Quando defendeu a "destruição creativa dos serviços públicos", o Guardian escreveu sobre o assunto e o líder conservador achou que não tinha sido politicamente sensato usar tal conceito - poderia assustar o eleitorado. Acabou por ser afastado da candidatura. No artigo de hoje, ele procura em George Orwell um contributo para definir "Englishness". Pretende-se perceber quais os tradicionais valores ingleses e se estes ainda são relevantes, porque resultou surpreendente que fossem jovens criados em Inglaterra os autores dos atentados de Londres. O tema é corrente na imprensa inglesa. A dada altura, Kruger escreve:
In all this bile - the rich are parasites, the Left are traitors, the poor smell - we see the distinctive, fastidious Britishness of Orwell: he loved his neighbours best at a distance.
No mesmo jornal surge a notícia das buscas que a polícia efectuou no apartamento de um dos suspeitos das tentativas de atentado da semana passada. Os vizinhos do bombista comentam:
Three separate neighbours of the couple whose flat was raided said their neighbour was the man pictured on the latest CCTV picture. Jose Monteiro, 32, from Portugal, who lives opposite the raided flat said that he recognised the man. Mr Monteiro said: "I am 100 per cent, no 110 per cent sure that he is my neighbour." Ana Christina Fernandes, 29, another neighbour, said: "That's definitely him. I'm really scared now."
Temos uma sociedade que respeita a privacidade de cada um ("A man's house is his castle") e dos seus hábitos, procurando que estes não interfiram na vida dos outros. Assim encontramos portugueses a viverem no mesmo edíficio que os bombistas sem se terem apercebido que no recesso do seu lar, estes preparavam as bombas. É nesta sociedade, que respeita a liberdade e os direitos individuais, que os que pretendem a sua destruição passam despercebidos e são até protegidos no respeito pela diferença cultural. Mas esse respeito não é mútuo, como se viu no caso do assassinato de Theo van Gogh e das declarações do assassino após o julgamento: voltaria a fazer o mesmo. Os bombistas de Londres, provavelmente, também. O dilema está em como se poderá proteger essa sociedade sem destruir os valores que a significam.
Por muito que dele se diga, devo reconhecer em Mário Soares praticamente o único político “schmittiano” português. Nenhum outro sabe tão bem como ele que, tal como Carl Schmitt dizia, a política é sobretudo a arte da definição do “inimigo”. A carreira de Soares é a luta perpétua contra os seus “inimigos”: Soares já foi anti-fascista, anti-spinolista, anti-comunista (altura em que também se tornou pró-spinolista), anti-sá carneirista, anti-socialista, anti-capitalista (altura em que se tornou pró-socialista), anti-eanista, anti-cavaquista (altura em que se tornou pró-eanista), anti-globalização, anti-neoliberal... tudo o que for possível imaginar.
Esta atitude schmittiana tem sido essencialmente posta ao serviço da sua elefantesca vaidade pessoal: Soares faz tudo (mas tudo) para vencer. O inimigo de ontem pode ser o amigo de hoje, desde que isso sirva para ganhar ao inimigo de hoje. Ao longo dos últimos 30 anos, através desta actividade, Soares manipulou a sociedade portuguesa apenas com o objectivo de se engrandecer pessoalmente. Por vezes, isso correspondeu a estar de um lado benéfico para essa sociedade (sobretudo em dois momentos: em 75 - na fase final do PREC - e no primeiro mandato de Cavaco). Noutras (a maior parte), muito pelo contrário.
Se ele se candidatar, está na altura de a sociedade portuguesa o tratar com o desprezo com que ele a tem tratado em nome da sua vaidade. Está na altura de também a sociedade portuguesa adoptar uma atitude “schmittiana”, sabendo quem é verdadeiramente o seu “inimigo”, pagando-lhe na mesma moeda: a casa da praia do Vau espara-o para uma reforma descansada.
O Canadá não é um país que eu muito admire (quem quiser pode verificar aqui, aqui e aqui).
Agora, depois de ler isto, digam-me lá se os Canadá é ou não dirigido por uns bastardos politicamente correctos e se não é uma ditadura disfarçada de democracia. O conceito de liberdade de expressão é qualquuer coisa de completamente desconhecido no Canadá.
Há democracias ocidentais que têm uma tendência terrível para, em nome do politicamente correcto, eliminarem o direito que os cidadãos têm de se expressar livremente. O Canadá, país que pensa que tem que ser o pais mais multicultural do mundo (como se isso por si só fosse uma grande coisa), é dos países que mais tem limitado este direito aos seus cidadãos.
A democracia ateniense, com todos os seus defeitos, permitia aos que eram seus cidadãos três direitos fundamentais: a isonomia ("igualdade de direitos" ou perante a lei), a isegoria (igualdade no falar" a actual liberdade de expressão) e isocracia ("igualdade de poder", ou seja, no acesso aos cargos).
No que se refere à isegoria, diz José Ribeiro Ferreira (in A democracia na Grécia Antiga, Minerva, 1990, p. 175):
Nenhuma democracia moderna, por mais aberta que seja, concede uma liberdade de expressão tão ampla como a que se vivia em Atenas.
É lógico que eu não acredito em liberdades irrestritas e que a liberdade de expressão tem limites. Mas estabelecer esses limites é algo verdadeiramente difícil e é algo que não vousa neste momento. Mas, neste caso canadiano específico, trata-se apenas um caso de "delito de opinião". Pôr na janela de casa "Marriage = 1 man + 1 woman" não é ofensivo seja para quem for. Quem assim o pensar apenas quer eliminar o debate e não passa de um candidato a ditador totalitário (que é o que o politicamente correcto e seus sequazes são).
Numa democracia não pode haver debate sem incomodar os outros, sem mesmo por vezes os ofender (para a malta do politicamente correcto, quando os artistas se metem com a Igreja Católica isso é liberdade de expressão, quando mandam piadas aos gays é homofobia). A divergência de opiniões é inevitável e quando isso não contecer numa democracia, então deixará de ser uma democracia.
Costuma-se dizer, muitas vezes, que "o disparate é livre". Pelo vistos, no Canadá, nem isso, se por acaso algum desse disparate afectar as vacas sagradas dos lóbis LGBT, étnicos, religiosos (sobretudo se forem os muçulmanos, pois no Canadá o Catolicismo é visto como inimigo pela classe política e o sistema judicial), diversidade, multiculturalismo, etc. etc.
O Governo reduz as margens de lucro de empresas privadas devido à necessidade de baixar as despesas do estado. Agora são os medicamentos, depois a fruta, as bebidas e mais cedo ou mais tarde o Comité de Controlo de Preços do Estado (CCPE) estara a determinar a espessura, textura, cor e preço do papel higiénico...Ja faltou mais.
Descobriram-no, finalmente. Ainda não sabemos bem como foi. Em Blade Runner, Harrison Ford utilizava um questionário complicado. Mas as técnicas de detecção devem ter mudado nos últimos vinte anos. Seja como fôr, a notícia parece boa: o ser não-humano que se havia infiltrado no nosso governo foi identificado, e posto na rua. Na quinta-feira, o Dr. Mesquita Machado, o autarca-mór do PS, explicou: o suspeito era “tecnicamente competente”, mas “falhava na parte humana”, “não tinha sensibilidade para o problema das pessoas”. Houve quem, ao princípio, se tivesse deixado iludir. Não foi o caso do arguto autarca. O Prof. Campos e Cunha nunca o enganou.###
Eis como os cruzados do Estado Social gostam de pôr as coisas. A política, para eles, é um confronto entre humanos e não-humanos. Os humanos são eles, os não-humanos são os outros, os descrentes e infiéis do Estado Social – como seria o caso, em segredo, do ex-ministro.
(...)
O mercado gera desigualdades? O Estado Social também. O mercado favorece os mais fortes? O Estado Social também. No Estado Social, é o poder político que, em última instância, decide da alocação dos recursos. Isso não elimina a competição entre grupos e indivíduos. Apenas a desloca de um domínio para outro: do domínio da inovação e da produtividade para o domínio da política, do lóbi, e da acção sindical. O sistema favorece quem tem meios para pressionar o poder, intrigar nos bastidores, e manifestar-se nas ruas. E não são, como é óbvio, os verdadeiramente “mais desfavorecidos” quem tem esses meios.
Onde está, portanto, a superioridade moral? Seria bom que os beatos do Estado Social renunciassem a esse deselegante costume de olhar de cima para quem não pensa como eles. O debate poderia, assim, prosseguir a níveis mais civilizados e interessantes. Perceberíamos que estão em confronto dois modelos sociais, um que assenta na decisão centralizada do poder político, e outro que deixa as decisões aos indivíduos.
(...)há cerca de 2 anos que defendo o regresso do velho senhor à presidência(...)Essa opção estratégica tem a ver com o estado de desorientação das elites de imitação sobre o futuro de Portugal.(...)
É minha firme convicção que ele trará força,determinação e ideias de futuro para Portugal e para a esquerda em geral.
O Metropolitano de Lisboa E.P, empresa pública tutelada pelo MOPTC de Mário Lino, tem em estudo o seguinte investimento:
na Linha Vermelha os prolongamentos para Oeste, a partir da estação de São Sebastião em direcção a Campo de Ourique, com 3 novas estações e cerca de 3 km e para Norte, a partir da estação de Oriente está em estudo uma bifurcação, seguindo um dos ramos em direcção a Aeroporto também com 3 novas estações e cerca de 3 km e o outro em direcção a Sacavém com cerca de 2 km e 2 estações.
Mas o aeroporto da Portela vai-se manter activo quando o da Ota abrir? O administrador da TAP pensa que deve ser encerrado. Ou será que é a antiga proposta de Jorge Coelho (lembram-se deste ministro de Guterres?), para transformar a Portela em estação para o TGV, que justifica o bom senso do investimento (público) do Metropolitano?
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, reagiu ao manifesto hoje publicado no DN. Via TSF:
Sobre o documento, o ministro Mário Lino afirma que «economistas reputados merecem sempre atenção, mas nesta matéria o que me parece é que dizem coisas óbvias, de bom senso, em que temos que estar de acordo». O texto não refere em concreto os projectos da OTA e o TGV. O ministro diz que a estratégia do Executivo não colide com o manifesto, ainda mais porque o aeroporto da OTA não será um investimento público e o comboio de alta velocidade é um acordo com Espanha que terá de ser cumprido.
Se não é um investimento público, então presumo que dos 650 milhões de euros ("primeira fase") previstos no PIIP, nem um centavo será financiado por impostos. Só não entendo é porque fala o ministro em expropriações. Serão isto coisas óbvias que o meu pobre bom senso não percebe?
Serei talvez ingénuo, mas confesso que tenho alguma esperança que Manuel Alegre não se preste a esta triste e indigna figura, contrariamente ao que aqui se sugere: Alegre prepara apoio a Mário Soares
The metamorphosis of Che Guevara into a capitalist brand is not new, but the brand has been enjoying a revival of late—an especially remarkable revival, since it comes years after the political and ideological collapse of all that Guevara represented.###
(...)
It is customary for followers of a cult not to know the real life story of their hero, the historical truth. (Many Rastafarians would renounce Haile Selassie if they had any notion of who he really was.) It is not surprising that Guevara’s contemporary followers, his new post-communist admirers, also delude themselves by clinging to a myth—except the young Argentines who have come up with an expression that rhymes perfectly in Spanish: "Tengo una remera del Che y no sé por qué," or "I have a Che T-shirt and I don’t know why."
(...)
Guevara might have been enamored of his own death, but he was much more enamored of other people’s deaths. In April 1967, speaking from experience, he summed up his homicidal idea of justice in his "Message to the Tricontinental": "hatred as an element of struggle; unbending hatred for the enemy, which pushes a human being beyond his natural limitations, making him into an effective, violent, selective, and cold-blooded killing machine."
(...)
Che’s lust for power had other ways of expressing itself besides murder. The contradiction between his passion for travel—a protest of sorts against the constraints of the —and his impulse to become himself an enslaving state over others is poignant. In writing about Pedro Valdivia, the conquistador of Chile, Guevara reflected: "He belonged to that special class of men the species produces every so often, in whom a craving for limitless power is so extreme that any suffering to achieve it seems natural." He might have been describing himself. At every stage of his adult life, his megalomania manifested itself in the predatory urge to take over other people’s lives and property, and to abolish their free will.
(...)
Guevara distanced himself from the Soviet Union in the last years of his life. He did so for the wrong reasons, blaming Moscow for being too soft ideologically and diplomatically, for making too many concessions—unlike Maoist China, which he came to see as a haven of orthodoxy. In October 1964, a memo written by Oleg Daroussenkov, a Soviet official close to him, quotes Guevara as saying: “We asked the Czechoslovaks for arms; they turned us down. Then we asked the Chinese; they said yes in a few days, and did not even charge us, stating that one does not sell arms to a friend.” In fact, Guevara resented the fact that Moscow was asking other members of the communist bloc, including Cuba, for something in return for its colossal aid and political support. His final attack on Moscow came in Algiers, in February 1965, at an international conference, where he accused the Soviets of adopting the “law of value,” that is, capitalism. His break with the Soviets, in sum, was not a cry for independence. It was an Enver Hoxha–like howl for the total subordination of reality to blind ideological orthodoxy.
The great revolutionary had a chance to put into practice his economic vision—his idea of social justice—as head of the National Bank of Cuba and of the Department of Industry of the National Institute of Agrarian Reform at the end of 1959, and, starting in early 1961, as minister of industry. The period in which Guevara was in charge of most of the Cuban economy saw the near-collapse of sugar production, the failure of industrialization, and the introduction of rationing—all this in what had been one of Latin America’s four most economically successful countries since before the Batista dictatorship.
His stint as head of the National Bank, during which he printed bills signed “Che,” has been summarized by his deputy, Ernesto Betancourt: “[He] was ignorant of the most elementary economic principles.” Guevara’s powers of perception regarding the world economy were famously expressed in 1961, at a hemispheric conference in Uruguay, where he predicted a 10 percent rate of growth for Cuba “without the slightest fear,” and, by 1980, a per capita income greater than that of “the U.S. today.” In fact, by 1997, the thirtieth anniversary of his death, Cubans were dieting on a ration of five pounds of rice and one pound of beans per month; four ounces of meat twice a year; four ounces of soybean paste per week; and four eggs per month.
Não concordo com a obrigatoriedade de nenhum desses testes para acesso à profissão, mas recomendo a leitura do post "Lisboetês", por VM.
Por minha parte parece-me igualmente importante um teste de pronúncia para os profissionais dos meios audiovisuais, incluindo os publicitários. De facto, é cada vez mais irritante o domínio avassalador da pronúncia corrente de Lisboa, que outrora já designei por "Lisboetês". Já cansa ouvir por exemplo "fachínio" (em vez de fascínio), "fachículo" (em vez de fascículo), ou "seichentos" (em vez de seiscentos); pior ainda é ouvir "chèção" (em vez de excepção), "chèsso" (em vez de excesso), "cherto" (em vez de excerto), etc. Há pouco na televisão um anúncio exaltava a capacidade do Euromilhões para criar "chêntricos" (em vez de "excêntricos"...).###
Que os leigos usem tal pronúncia, entende-se --, mesmo quando seria de exigir melhor da sua condição (há tempos um membro do Governo asseverava que "nó-chomos um paí-chuberano", querendo dizer "nós somos um país soberano"). Agora que muitos profissionais incorram nas mesmas deficiências, isso é inaceitável, sobretudo quando se trata de emissões de âmbito nacional, visto que aquela pronúncia é pelo menos exótica na maior parte do país. Lamentavelmente a colonização lisboeta nos "media" vai vulgarizando o modo de falar lisboeta por esse país fora.
Os defensores do investimento público defendem que há o bom e há o mau investimento público. O que não explicam é porque é que os governantes escolhem mais vezes o mau do que o bom.
Além de todas as desvantagens em ter Cavaco Silva como Presidente, a candidatura de Mário Soares é uma oportunidade de ouro para, votando contra ele, lhe infligir uma derrota eleitoral, a primeira depois das várias com que Sá Carneiro o obrigou a viver. Derrotado, Soares deixa de ser o pai da democracia, o homem consensual e desce ao lugar de todos os outros.
Soares, ao decidir candidatar-se à presidência da república, criou um problema complicado à direita, principalmente à direita liberal. Ao dizer-se pronto para repetir um novo mandato de Presidente, Soares une a esquerda de forma a obrigar Cavaco a correr contra si.
Sucede que Cavaco Silva, em Belém, não é o melhor que pode suceder a quem anseie a adopção de políticas liberais no nosso país. Com Cavaco em Belém será difícil a eleição de um governo de direita e bastante complicada (senão impossível) uma maior liberalização da sociedade. Serão dez anos de espera, com o senão de ficar a ideia que, nem com um Presidente de direita, ter sido possível fazer as necessárias reformas.
Mas há uma consequência ainda mais grave para os liberais. Uma democracia liberal precisa de ordem, mas dispensa a autoridade. Uma democracia liberal precisa de pessoas, mas um indivíduo por si só, é dispensável. Ora, é precisamente o contrário disto que os partidos políticos da direita portuguesa esperam de Cavaco. Eles querem estabilidade (que virá da natural autoridade do ex-primeiro-ministro) e acreditam que a salvação pode vir de um homem só. Este dogma, em que a direita tantas vezes caiu e a atraiçoou, pode estar prestes a repetir-se de novo.
Ao acontecer, a ideia de uma sociedade mais liberal, porque mais livre, ficará hipotecada por mais uns anos, senão mesmo por mais uma geração que corre o risco de ser forçada a desistir.
Um grupo de treze economistas publica hoje no Diário de Notícias um maifesto contra a concretização dos projectos da Ota e do TGV. Entre os signatários encontram-se António Carrapatoso, António Nogueira Leite, Augusto Mateus, Henrique Medina Carreira, José Silva Lopes, José Ferreira e João Salgueiro.
Embora não concorde com o tudo o que é dito (nomeadamente a sua inquebrantável crença - ainda que menor que o presente governo - no dirigismo económico) partilho o repúdio que estes dirigem aos "elefantes brancos" que se anunciam. O manifesto é transcrito na integra.
Tem sido por demais reconhecido que Portugal vive uma profunda crise. Face à sua capacidade de gerar riqueza, a economia tem um excesso de despesa, quer ao nível das finanças públicas, quer ao nível da sociedade em geral. Tais excessos estão traduzidos, nomeadamente, nos persistentes défices das contas do Estado e das contas externas do País. Por outro lado, é notória a perda de capacidade competitiva da economia portuguesa, tal como dão conta o défice externo, o crescimento medíocre dos últimos cinco anos (e perspectivas para os próximos) e o crescente desemprego.
Este preocupante cenário requer uma urgente e dedicada concentração de esforços visando apropriadas medidas de contenção orçamental (com uma estrita selectividade das despesas públicas), de incentivo económico a favor dos sectores produtores de bens transaccionáveis, de promoção da eficiência económica (nomeadamente através da redução das ineficiências geradas pelo próprio Estado) e de uma moderação da despesa colectiva. Mas face a tal cenário parece ter emergido uma corrente de pensamento que acredita que a superação da crise pode estar no investimento em obras públicas, sobretudo se envolvendo grandiosos projectos convenientemente apelidados de estruturantes.###
Porque a situação é séria e o País não pode, sem pesados custos, embarcar em mais experiências fantasistas, importa dizer, de forma muito clara, que essa ideia é errada e a sua eventual concretização poderá ser desastrosa para o País. O investimento público pode ter virtudes e pode ser um importante elemento estimulador do desenvolvimento. Mas não é, nas presentes circunstâncias da economia e das finanças públicas, o caso do investimento físico, sobretudo se dirigido a obras cujo mérito não tenha sequer sido devidamente demonstrado por estudos publicamente divulgados, credíveis e contraditáveis.
Primeiro, porque, numa situação de excesso de despesa, mais investimento em obras públicas irá favorecer sobretudo as economias de onde importamos, sem efeito sensível na capacidade produtiva da economia portuguesa, agravando o défice externo (pois só há financiamento parcial de fundos comunitários). Segundo, porque o tipo de emprego mobilizado pela construção pouco efeito terá na absorção do desemprego fabril gerado pela perda de competitividade da nossa indústria e mobilizará sobretudo a imigração. Terceiro, porque tais investimentos irão agravar ainda mais o desequilíbrio das contas públicas, seja pela despesa directa, seja pelos custos de exploração futura, seja, como aconteceu nas SCUTS, pelas inevitáveis garantias para assegurar a mobilização do sector privado. Pelo menos! Por fim, porque os portugueses não poderão compreender que lhes estejam a ser pedidos sacrifícios com impacto no seu nível de vida, quando o Estado se dispõe a gastar dinheiro em projectos sem comprovada rendibilidade económica e social.
Porque o momento é grave; porque continuar com tergiversações à volta do essencial (onde se inclui a reforma do próprio Estado), apenas ajudará o País a afundar-se numa senda de definhamento; e porque é altura de a própria sociedade civil se deixar dos brandos costumes do conformismo e dizer o que tem que ser dito; os signatários entendem dar este seu contributo à reflexão da sociedade e dos poderes políticos.
Os preguiçosos podem "saltar" directamente para pag 23 e ler a conclusão: "How Libertarianism Differs From Conservatism".
Unlike moral or religious theorist, libertarians qua libertarians, are not seeking a universal and comprehensive answer to the question of how people ought to behave. Rather, libertatrians seek a universal answer to the question of when the use of force is justified. Libertarians qua libertarians, do not deny the political claim that immorality, standing alone, is an inadequate justification for the use of force by one person against another. (...) Libertarian seek a political theory that could be accepted by people of diverse approaches to morality living together and interecting in what Hayek called the Great Society.
Este indice, uma iniciativa da Foreign Policy e do Fund for Peace, mede a probabilidade de uma país se tornar um "failed state". Podem ver os rankings aqui.
Durão Barroso celebra um ano de presidência da Comissão Europeia. Parece que foi há mais tempo, vista a catadupa de acontecimentos que tal opção desencadeou. O Financial Times (via Portugal Diário) faz um balanço:
A year after he was confirmed in the job, Mr Barroso's stock has fallen sharply. The knives are out in some of Europe's main capitals, and his own team is becoming restless.(...)
Mr Barroso also faces an unprecedented additional problem: he is the first person to have secured his job without the full support of France and Germany.
Instead his appointment crystallised Europe's ideological divide: Mr Chirac and Mr Schröder favoured Guy Verhofstadt, their Belgian ally, who shared their scepticism towards the US and "Anglo-Saxon" capitalism.
ADENDA: Recordo que, ao contrários do que indicavam os principais oráculos, não se vericou nenhum cataclismo, nem a propagação de epidemias após o encerramento da Livraria Francesa ou da Rádio Luna.
O Centro de Catastrofes Culturais (CCC) está ainda a monitorizar os efeitos do extição do Ballet Gulbenkian. Os sismografos não acusam nada até agora.
Sobre a referida "perda de terreno em relação a Espanha", invocada pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, em defesa da construção do TGV, há que considerar quanto seria o ganho para os portugueses (em relação a nuestros hermanos) se, em alternativa, cada cidadão não tivesse de pagar pela obra 1.000 a 1.500 euros.
O Sr. bispo coadjutor da Guarda, D. Manuel Felício, propõe que o estado trate de controlar as tendências despesistas dos portugueses, dado o crescente endividamento destes. Diz ele que "falta coragem da parte das entidades públicas para disciplinarem os cidadãos".
Indo de encontro às preocupações do Sr. bispo, já em 2001 o estado criou o Observatório do Endividamento dos Consumidores com o objectivo de investigar a "problemática do endividamento e do sobreendividamento dos consumidores". Ou seja, o estado pretende, depois de analisar a "problemática", agir sobre a maneira como as famílias decidem afectar o seu orçamento. Não bastando fazê-lo através dos impostos (restringindo esse orçamento), o estado organiza-se para controlar as decisões privadas.
Se não se pode confiar no estado para ser contido e criterioso na gestão do OE, porquê pedir-lhe que interfira nos orçamentos das famílias? Apenas se pode compreender isto se entendermos que toda a sociedade portuguesa (Igreja incluida) assume como natural a presença constante do estado proteccionista e paternalista. Este, para tal, planifica e orçamenta para depois gastar da maneira e com os resultados que todos conhecemos. Interessante seria avaliar até que ponto a presença deste estado, das práticas dos seus agentes, não favorece a criação de uma cultura de desresponsabilização. Os que governam um estado gastador, causadores do crescimento da dívida pública e dos impostos, não são certamente os melhores conselheiros de gestão do orçamento das famílias.
Numa conferência organizada pela Ordem dos Economistas, Manuel Pinho aludiu à necessidade de não se perder tempo, nem terreno, em relação a Espanha e disse que estas obras Ota e TGV são compatíveis com as medidas de rigor orçamental.
Se o Sr. ministro expõe os seus argumentos "Pró" a tão magna e avaliadora assembleia, é porque está completamente convicto do impacto positivo que terão no futuro do país.
Sempre que se fala de liberalismo, de se ser liberal, vem à conversa a moral. A teoria resume-se a uma ideia muito simples: Se alguém é liberal na economia e na política, deverá sê-lo também em matérias morais. É claro que este raciocínio comum está errado. Um liberal é a favor da liberdade, mas de uma liberdade que não prejudique terceiros. Na minha forma de ver, é nesta perspectiva que qualquer discussão sobre os ‘costumes’, sobre o que é moralmente aceite, o que deve e não dever ser permitido, pode ser feita. O problema, muitas vezes, está na politização destes assuntos que, antes de serem políticos, são humanos.
Tomemos a título de exemplo o direito ao casamento dos homossexuais. É partindo daquele pressuposto que sou favorável ao casamento (numa definição jurídica diferente da que existe para o casamento de casais heterossexuais) de casais homossexuais. O assumir de qualquer responsabilidade que decorra da legalização da relação entre dois seres humanos, não diz respeito, nem interfere com mais ninguém. O mesmo já não sucede com a adopção de crianças por parte desses mesmos casais homossexuais, na medida em que, ao permiti-lo, estaríamos a marcar o futuro de uma pessoa. ### As ditas questões morais são várias. A legalização do aborto, do consumo de drogas, da eutanásia e até mesmo do suicídio. A primeira é, de todas, a mais complexa. Por princípio apenas posso ser contra. Existem, no entanto, algumas vezes em que, creio, a solução que é o abortar pode ser aceite. São sempre situações muito concretas que nenhuma lei geral e abstracta pode prever. Esta apenas poderá antever a possibilidade de, em certos casos, o juiz ter poderes para julgar de uma forma equitativa.
De qualquer forma, o ser-se liberal em assuntos morais pouco tem que ver com o liberalismo. Não sou mais nem menos liberal que outros, apenas por ter as opiniões que tenho. Se assim fosse, Francisco Louçã seria um liberal em potência, o que todos sabemos não ser verdade. De resto, o liberalismo, para incredulidade de muitos, assenta bem mais nos valores que qualquer outra teoria ou regime dito conservador e, porque não, socialista.
Mário Soares encara a sua (re)candidatura à Presidência da República como «um acto cívico e pedagógico», uma vez que já tinha dado por encerrado o seu ciclo de vida política activa.
Confome havia prometido, Hugo Chavez lançou um canal de televisão para combater o "imperialismo cultural" dos EUA e da Europa [!!!].
Um projecto idêntico acarinhado pelo PR francês (mas que desta feita visava apenas combater o imperialismo cultural anglo-saxonico) está a "marinar" por falta de fundos.
Por cá, ainda a semana passada, Freitas do Amaral queixava-se que o problema deste governo eram as "dificuldades de comunicação".
Recentemente comprei um livro intitulado Da Língua e do Discurso, org. por Fátima Oliveira e Isabel Margarida Duarte. Este livro é resultante de um colóquio de linguistas em homenagem ao Prof. Joaquim Fonseca. Este professor foi o primeiro, na FLUP, já em pleno 3.º ano, a fazer-me gostar de linguística (a culpa não será propriamente dos professores dos 1.º e 2.º anos, os programas é que não ajudavam muito e, de qualquer modo, deram base fundamentais). Depois de estruturalismos e gramáticas generativas, depois de Saussure, Jakobson ou Chomsky, depois fonética, fonologia, morfologia, etc... foi bom estudar uma linguística que abordasse também o discurso (não vou agora discorrer sobre definição deste...).
Entre as 31 comunicações que compõem o livro houve uma, a de Isabel Margarida Duarte (docente na FLUP), que me chamou a atenção. A comunicação tem o título "A citação no discurso de imprensa: uma «amostra» do caso moderna" e deveria ser lido por todos os aspirantes a jornalistas e mesmos por os actuais jornalistas. A comunicação analisa em concreto um texto (uma "notícia") publicado no jornal Público, em 17 de Março de 2003, assinado por Isabel Braga e intitulava-se "A mais amnésica das testemunhas da Moderna".###
Logo na introdução, Isabel Margarida Duarte diz o seguinte (destaques meus):
Tentarei mostrar [...] de que modo o jogo das citações num texto de imprensa releva, sobretudo, das intenções comunicativas do autor do texto, isto é, de que modo consiste numa estratégia argumentativa ao seu dispor. A orientação argumentativa, a actividade avaliativa do locutor citador (L1) é visível na forma como cita ourelata palavras do locutor citado (L2). Ao citar, o jornalista está frequentemente a levar a cabo uma imposição subreptícia de avaliações. Mesmo quando, na aparência, é discreta, a voz do discurso citador faz-se ouvir, mais ou menos indirectamente.
No desenvolvimento da comunicação, a autora vai desmonstrar como a jornalista vai tentar descredibilizar a testemunha (o artigo é sobre o depoimento de Jorge de Sá durante o julgamento do caso Moderna) através de vários processos (em que a citação é uma delas), ao mesmo tempo que finge objectividade (através dessa mesma citação das palavras da testemunha). Como diz a autora, o uso da citação serve para (destaques meus):
... fingir que a palavra é o espelho da realidade, que existe objectividade total, quando, como sabemos, estamos perante uma construção fictiva da realidade. A objectividade dos fragmentos citados em directo é aparente, uma vez que a selecção das citações e a respectiva inserção no texto citador revelam a atitude e a subjectividade do jornalista.
Os exemplos acumulam-se, como por exemplo o modo como a jornalista caracteriza Jorge de Sá, com um perfil profissional que chama atenção para os seus cargos na Dinensino, confrontado-o com o seu depoimento, em que alega nada saber. O tipo de verbos que utilizados e comentários valorativos (do género "ainda mais amnésica do que as outras [...], o que não é dizer pouco") também contribuem para essa descredibilização. Outros processos que criam uma aparente objectividade são também analisados.
Como conclusão, Isabel Margarida Duarte refere o seguinte (destaques meus):
A utilização de mecanismos de autentificação ou de aparente objectividade por parte do jornalista, como é o caso da citação em DD [discurso directo], ou de outro qualquer modo de relato de palavras do locutor citado, talvez faça parte da cultura jornalística, da necessidade que o jornalista tem de se defender por trás das palavras dos outros, parecendo estar a ser objectivo. Mas relatar palavras dos outros pode ter muitas intenções além desta. Aquela de que dei conta, neste texto, é a que consiste em mostrar, através das palavras do locutor citado, como esse locutor é completamente indigno do nosso crédito. E no "nosso", incluem, cumplicemente, L1, o jornalista e os leitores do jornal, cuja apreciação ética, se o texto do primeiro foi eficaz, argumentativamente, não pode deixar de ser coincidente. Em resumo, o relato de discurso está ao dispor, nos textos de imprensa como nos de ficção, da intencionalidade comunicativa e argumentativa do relator. [...]O relato de discurso consiste pois, não numa forma de tornar objectiva e real uma narrativa (jornalística ou literária), mas, pelo contrário, numa forma de fingir que ela é objectiva e real, ou seja, num modo de, criando instrumentos de verosimilhança, a ficcionalizar
. Um texto muito interessante de análise de um texto jornalístico com que muita gente seria capaz de aprender algo e a ler as notícias de outra maneira. Recomendo a sua leitura integral.
O Bicho Carpinteiro cita algumas opiniões sobre a venda de acções da Media Capital à espanhola Prisa por parte de Paes de Amaral, presidente e maior accionista da empresa proprietária do canal de televisão TVI. Destaco a seguinte:
Paes do Amaral confirma-se como um mero investidor financeiro apátrida no sector dos «media». Bem pode mudar o seu título para Conde de Anadia ... e Vasconcelos.
(Nicolau Santos in "Cem por Cento", Expresso, 23 de Julho 2005)
A memória selectiva de Nicolau Santos (entre outros) não lhe permite lembrar - quando do investimento de Paes de Amaral - da situação de falência técnica da TVI. Hoje, o canal é líder de audiências. Brilhante reviravolta para um "mero investidor financeiro".
«Napoleão Bonaparte, durante as suas batalhas usava sempre uma camisa de cor vermelha. Para ele era importante porque, se fosse ferido, na sua camisa vermelha não se notaria o sangue e os seus soldados não se preocupariam e também não deixariam de lutar. Toda uma prova de honra e valor.»
Duzentos anos mais tarde, Sócrates usa sempre calças castanhas.
Ainda sobre o, segundo o ministro Mário Lino, congestionado aeroporto da Portela, convém ler o seguinte relato:
Depois da massacrante viagem, lá cheguei ao Aeroporto da Portela. Como habitualmente, não assisti a nenhuma fila de aviões para aterrar ou descolar, nem vi uma multidão acotovelar-se para recolher a bagagem, como sucede nos grandes aeroportos do mundo. Será que daqui a 10 anos a situação será tão diferente que justifique os milhões que serão gastos na OTA?
O Governo português não tem hipóteses para avançar, simultaneamente, com os projectos do novo aeroporto na OTA e do TGV. Ou escolhe, ou o "rating" da dívida nacional é revisto em baixa, o que aumentaria as taxas de juro dos empréstimos feitos pelo Estado. Chris Price, analista da agência de rating Fitch, diz que «Portugal pode eventualmente suportar uma das obras mas dificilmente tem capacidade financeira para concretizar as duas». Uma opinião partilhada por Trevor Cullinan, da agência de ratings Standard & Poors, que referiu que vão «continuar a acompanhar de perto o cumprimento, ou incumprimento, das medidas do Pacto de Estabilidade e Crescimento, com especial atenção para as despesas»
O ministro das Obras Públicas frisou que "a continuação da Portela é inviável", até porque este aeroporto já tem hoje graves limitações por não cumprir o estabelecido nas normas da União Europeia em matéria de níveis de ruído. Estas limitações implicam que a Portela não possa, já hoje, funcionar durante a noite, pois o ruído afecta actualmente cerca de 150 mil pessoas. Para além disso, o actual aeroporto está já a recusar diariamente cerca de 84 voos, por falta de capacidade de resposta. A Portela corre ainda o sério risco de ser "desqualificada" como aeroporto europeu, num prazo de dez anos, precisamente por causa dos seus constrangimentos ambientais.
For with his nomination of John Roberts to the Supreme Court, the president consciously chose to avoid battle with the Left. As he did not want a fight, Bush named a conservative without a single scar from the culture wars and no record of having served. He chose an establishment-conservative, not a warrior-conservative.###
(...)
Faced with questions such as whether Roe v Wade was wrongly decided, will Roberts confirm "settled law"? Or has he the convictions of an Antonin Scalia, a William Rehnquist or a Clarence Thomas, to re-examine and reverse settled law that violates the Constitution? Will he look to precedent or back beyond precedent to the original intent of the Founding Fathers?
We do not know. For neither Roberts' resume nor his brilliant career provides conclusive evidence. For there is simply no record of his having ever, in 30 years in the law, rolled up his sleeves and plunged into any social or ideological brawl over issues like affirmative action or religious rights.
(...)
President Bush must know that his legacy is at stake in how Roberts votes. Whether he succeeds in reshaping the court -- where Ike, Nixon, Ford, Reagan and his own father all failed -- now depends on Roberts. If he joins the Scalia-Thomas-Rehnquist wing, conservatives will praise the Bush nomination forever. If Roberts goes wobbly, as O'Connor and Anthony Kennedy did, the president will be seen as having failed.
For Bush the stakes could not be higher. For even with O'Connor's departure, Chief Justice Rehnquist at 80 and ailing, and Justice Stevens at 85, he is not likely to get more than three nominations before his time is up. To remake the court, all three must be in the Scalia-Thomas mold. One mistake and all is lost.
As "trampolinadas" do primeiro-ministro José Sócrates foram um duro golpe na credibilidade do Partido Socialista. Agora, com as eleições autárquicas a pouco mais de dois meses de distância, há que ser criativo:
O candidato do PS à Câmara de Coimbra, Victor Baptista, anunciou hoje que, caso vença as próximas autárquicas, tenciona criar um órgão para verificar o cumprimento das suas próprias promessas eleitorais.
Caro Victor Baptista, o referido órgão já existe. Chamam-se eleitores!
Deve, sim, prometer o que pode cumprir e cumprir o que prometeu.
O grupo parlamentar do Partido Comunista Português (PCP) entregou hoje na Assembleia da República um projecto-lei que visa a isenção do pagamento de portagens nas auto- estradas que estão a ser alvo de obras de reparação.
Pela mesma lógica socialista, espera-se um projecto-lei em que seja obrigatório a subida do valor das portagens quando são finalizadas as respectivas obras de beneficiação.
Os utentes das auto-estradas têm sempre a opção de recorrer a outros vias rodoviárias e/ou meios de transporte. Se não o fazem é porque continuam, em relação às alternativas, a avaliar os benefícios desta como sendo superiores ao custo incorrido.
Aliás, as dificuldades de tráfego numa via em obras podem ser minizadas pelo dissuasor preço da portagem. A isenção de pagamento apenas aumentaria a procura.
O líder do PS/Porto, Francisco Assis, considerou hoje que a Presidência da República passaria a ser «factor de instabilidade permanente» e virava «sede da oposição» caso Cavaco Silva fosse eleito Presidente da República.
Factor de instabilidade? Mas onde já se viu um presidente ser "oposição" a um governo de maioria absoluta...
China to abolish export tariffs on 17 textile products on August 1
China will abolish export tariffs on 17 textile products from the beginning of next month, the Ministry of Finance said Monday.
"From August 1, 2005, export tariffs will be abolished for the 17 categories of textile products that have been subjected under the import quota limits imposed by the European Union since July 20," the finance ministry said in a statement on its website.
Boas notícias para os consumidores. prevê-se o reinício da guerra de palavras.
Pode-se também encontrar recortes de imprensa dedicados ao assunto (até 2002...). No mais recente (de Abril, 2002) há uma entrevista ao Sr. José Carlos Morais, da Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho de Alenquer, onde se referia que a comissão de avaliação do EPIA da Ota apelava à "elaboração de estudos complementares" o que parecia não ter sido feito. Será a estes estudos em falta a que ele se refere agora?
(...)o presidente da companhia aérea Portugália, em entrevista à Renascença, lança sérias dúvidas à opção escolhida. Ribeiro da Fonseca vai mais longe e diz mesmo que a futura localização do aeroporto de Lisboa vai fazer com que o nosso país perca competitividade. Ainda nesta entrevista, o presidente da Portugália acusa o Governo de esconder os estudos sobre a necessidade de um novo aeroporto.
"Nunca vi um estudo a justificar a Ota. Nem eu, nem ninguém na Associação Portuguesa de Transportadoras Aérea (Aportar)", disse ao DN Fernando Pinto, administrador-delegado da TAP, que considera ainda que a Ota "é longe"(...)O gestor salienta, no entanto, que face à dimensão de Portugal a nova infra-estrutura "não deve ficar longe da sua cidade principal". E considera mesmo que a Portela é a melhor localização.
Não consegui encontrar declarações de uma companhia aérea "Pró". Será que existe algum acesso restrito e preferencial aos "estudos realizados"? É que pela certeza das afirmações do ministro, esses estudos (económicos e ambientais) existem mesmo:
«O aeroporto da Portela tem os dias contados do ponto de vista da capacidade e dificilmente ultrapassará os anos de 2014/2016», afirmou o ministro, acrescentando que para funcionar até essa data vai ter de receber «vultosos investimentos». Segundo o ministro das Obras, Transportes e Comunicações, o aeroporto da Portela vai receber 12 milhões de passageiros este ano e prevê-se que 16 a 17 milhões em 2015, rejeitando actualmente 84 slots (espaço e horário de aterragem de aviões) por dia. «Por isso, tomamos a decisão de construir um novo aeroporto na Ota para estar a funcionar dentro de 10 a 12 anos», afirmou. Mário Lino garantiu que há financiamentos europeus para a construção da Ota - que considerou a localização mais vantajosa - que será um projecto «fundamentalmente privado».
Francisco Ferreira adianta que a Ota é, a partir dos estudos realizados, a única "solução viável", pelo que a organização ecologista apoia a escolha do Executivo.
José Carlos Morais lembra que o projecto ainda está "no vazio", não existindo estudos de acessibilidades ou aeronáuticos. Mas ainda mais grave é o Primeiro-ministro anunciar um aeroporto para a Ota sem sequer ter sido iniciada a elaboração de um estudo de impacto ambiental, estudo esse que tem valor vinculativo segundo a legislação em vigor, argumenta José Carlos Morais.
Será que existe algum acesso restrito e preferencial aos "estudos realizados"?
Há 15 anos atrás houve quem tivesse a ideia de um "colectivo LA's" e conseguisse excelentes resultados. Dá que pensar qual seria a sonoridade de um agrupamento constituido por LAm, LA e também LA-C. Talvez se possa vir a engendrar algo como "The Real LA's"...
O Governo russo pretende criar em 2006 até uma dúzia de zonas económicas especiais e parques tecnológicos para diversificar a economia, atrair investimentos e desenvolver tecnologias de produção avançadas. (...) A nova lei prevê a criação a partir de 2006 de zonas especiais industriais e de zonas especiais tecnológicas, que deverão atrair investimento russo e exterior através da concessão de benefícios fiscais e de exigências burocráticas mínimas para constituir uma empresa.
O ministro da Economia e Finanças espanhol, Pedro Solbes, afirmou que a economia espanhola está a crescer a um nível de 3,3% ao ano, e que não há qualquer indicação que esta vá desacelerar, devendo mesmo aumentar o ritmo de crescimento do PIB.
A expectativa do aumento de crescimento do PIB deve ser consequência do aumento do IVA em Portugal.
Um representante de empresários que desconhece o funcionamento de mercados concorrenciais:
O projecto do novo aeroporto da Ota só é viável, na opinião do presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) [Rocha de Matos], se a ANA - Aeroportos de Portugal for privatizada e os aeroportos do Continente, ou seja, Lisboa, Porto e Faro, forem concessionados a privados.
Precisamente o contrário. Maior concorrência inviabiliza (ainda mais) o aeroporto da Ota.
Os Lib Dems nunca primaram pela consistência mas, numa altura em que a confusão parece continuar a reinar entre os Tories, este é pelo menos um bom sinal: Lib Dems call for pro-market move
The Orange Book: Reclaiming Liberalism features a series of essays by frontbench spokesmen and would-be MPs.
They call for choice and private sector innovation in public services and the "repatriation" of some EU powers.
Welcomed by leader Charles Kennedy, the book is being seen by some as a move to the right to attract Tory voters.###
(...)
In the book he says his party must revisit and reclaim "some of the traditional building blocks of Liberalism" if they are to play a "creative and constructive role" in British politics.
"It is time to consider whether the Liberal Democrat Party of today is true to its Liberal traditions, and, if not, what we should be doing about it," he says.
The Lib Dems, he argues, have defended civil liberties against "a succession of illiberal home secretaries", but they have rarely defended liberalism "against the nanny state".
(...)
Mr Laws also calls for more competition and choice in public services such as health.
He says some Liberals wrongly shunned economic liberalism when Margaret Thatcher embraced a free market approach because they no longer thought it compatible with a "social liberal agenda".
On the European Union, Mr Laws says the party's commitment to internationalism has overridden its commitment to decentralised government.
Em entrevista conjunta ao «Público» e à «Rádio Renascença», o [professor de economia da Universidade de Nova Iorque, Luís Cabral,] revela que «segundo as contas que fiz, no caso do TGV, e considerando apenas o custo de investimento, sem custos de operação adicionais, mas apenas o custo de construção, estamos a falar entre mil e mil e quinhentos euros por cidadão. Numa família de pai, mãe e dois filhos, estamos a falar entre quatro mil e seis mil de investimentos iniciais.»
E acrescenta, «é útil pensarmos nisto: valerá a pena investir nos próximos 10 a 15 anos quatro mil a seis mil euros por família para melhor a velocidade de Lisboa Porto?.»
A OTA significa, face à Portela, mais uma hora a hora e meia em cada sentido. Põe-nos já a mais de quatro horas do centro da Europa, o suficiente para inviabilizar as viagens de um dia características do mundo dos negócios actual e para dificultar o turismo de fim-de-semana, segmento muito importante para o futuro do nosso turismo.
###
Aliás, não há nenhum agente económico a favor do novo aeroporto. Nem as empresas, nem as companhias aéreas, os agentes de viagens ou os hotéis.
3. Quanto à necessidade de substituir a Portela, nunca foi apresentado um único relatório que o demonstrasse.
O ministro das Obras Públicas da altura, o eng. João Cravinho, afirmou que a capacidade máxima da Portela era de 12/13 milhões de passageiros, que não era possível levar o metro à Portela, apesar de ir chegar à Gare do Oriente.
O bom funcionamento durante o Euro 2004 demonstrou que afinal, mesmo só com uma pista, daria para muito mais.
O actual ministro, logo quando iniciou funções confessou-se surpreendido por se querer substituir a Portela, que já daria para 22/23 milhões, pela Ota, que não daria para mais de 30 milhões de passageiros.
Talvez para justificar a necessidade do novo aeroporto, a ANA aceitou a desmobilização de terrenos que quase inviabiliza uma segunda pista, com a imediata autorização de construção de habitação nesse terreno, sem isolamento de ruído.
(...)
A falta de publicação de qualquer estudo é, por omissão, indiciadora de que não há argumentos sólidos para substituir a Portela por uma solução pior em termos económicos e operacionais e hipotecar o País com uma dívida externa adicional de largas centenas de milhões, descontados os fundos comunitários que têm utilizações alternativas bem mais adequadas ao aumento da competitividade externa, que o novo aeroporto diminuiria. Está ainda por demonstrar a vantagem económica da Ota versus Lisboa. Será que entre tantos estudos este foi feito?
Hugo Chávez-no-Tejo ou a concretização do sonho latino-americano
Não param as boas notícias para o nosso país! Durante o fim-de-semana, aquilo que não passava de uma anedota de café tornou-se realidade: Mário Soares vai muito provavelmente candidatar-se à Presidência da República. Mário Soares. O feroz crítico da globalização capitalista, da política neo-fascista de George W. Bush, do neo-liberalismo selvagem, o amigo de Lula, o frequentador dos diversos Fóruns Sociais deste planeta, o grande defensor dos programas políticos do BE, o homem que, quando Sá Carneiro o acusou de querer “mexicanizar” o sistema político português algures por volta de 1978-79, lhe respondeu que “formalmente o México é uma democracia pluralista”. Esse mesmo. Vai candidatar-se à Presidência da nossa República. Se era já de recear a “argentinização” da economia portuguesa, passa agora também a ser de recear a “venezuelização” da política portuguesa. O que talvez não passe, afinal, da concretização em Portugal do sonho americano. Neste caso, do sonho latino-americano.
Não sei o que terá levado aqui os mui recomendáveis autores d’O Insurgente a lembrar-se de me convidar a juntar-me a eles, mas a verdade é que a ideia lhes ocorreu. Fiquei honrado com o convite para participar num dos blogs em circulação que mais aprecio. Depois de algumas negociações com a minha anterior entidade empregadora exclusiva, decidi aceitar o convite, passando a distribuir os meus talentos (?) pelos dois fóruns. Por conseguinte, e para citar o defunto Pedro, vou andar por ali, mas também por aqui.
Cavaco quer ser Presidente porque é uma boa forma de continuar a governar. Só por isso ele pondera candidatar-se. Para Soares já é ligeiramente diferente. Soares quer presidir mas, ao contrário do que foi forçado a fazer entre 1985/95, conta também mandar. Basicamente, escolher os chefes de Governo, decidir se dissolve ou não a Assembleia. Presidir, no verdadeiro sentido da palavra, às reuniões. Quaisquer que elas sejam.
Tanto um como outro são, a meu ver, perigosos. Tanto um como outro fazer-se-ão valer das características dúbias do nosso sistema semi-presidencial. Um sistema não muito democrático, porque nunca sabemos o poder, o verdadeiro poder, que estamos a conceder a quem votamos.
Soares tem uma coisa engraçada. Quando se candidatou em ’85 esperava ter o poder de Eanes. Cavaco deu-lhe as voltas e venceu com duas maiorias absolutas categóricas. Agora que Sampaio restaurou o poder presidencial, o ex-presidente (o já intitulado ‘pai da pátria’) não quer perder a oportunidade com que sonhou toda a vida. O de mandar, justificando as suas ordens com um ar bonacheirão. Soares dir-nos-á que está a fazer um serviço, esquecendo-se que ninguém lhe pediu coisa alguma.
Tanto Soares como Cavaco esperam exercer a presidência da República, lidando com o Parlamento e o Governo, como se fossem peças num tabuleiro de xadrez. Tanto Soares como Cavaco são, hoje, fruto do péssimo exemplo de Sampaio que, ao destituir um governo com maioria parlamentar, desautorizou a Assembleia da República e quebrou o frágil equilíbrio que tanto tempo tinha levado para ser alcançado. As candidaturas destes dois homens, são a herança que Sampaio nos lega.
Acrescento apenas que, conhecendo os dois, achei delicioso que o João e o Miguel fossem englobados no colectivo "irmãos Noronha". Algum dia teria de ser...
Reflectindo sobre a designação escolhida para o Mao Zedong Village Cuisine Chinese Harvest Restaurant, Russell Roberts recorda uma pergunta que persiste em não encontrar resposta satisfatória:
Restaurants named after Mao (but not Hitler) illustrate the puzzle raised by Anne Applebaum in her superb book, The Gulag—romanticizing Nazis or their regime is socially unacceptable. Why is it okay to romanticize Communists and Communism?
Pelo que dizes não vês o motivo de toda esta discussão. Tudo bem. Cavaco Silva pode ser liberal, José Sócrates socialista e Francisco Louçã jurar a pés juntos nunca ter sido trotskysta. Se o conteúdo corresponde ou não ao título é matéria de somenos importância.
Ao contrário do que possas supor, nunca nos posicionamos apenas por “oposição a” nem nos sentimos “órfãos” devido à implosão do Barnabé. Esta discussão não acontece por desfastio nem por uma qualquer “clubite”. Se a seguiste posso supor que notaste que se tentavam discutir ideias e não atacar pessoas. Ao questionar o carácter liberal das “Noites à Direita” não estávamos a discutir a vida pessoal dos seus organizadores ou participantes.
Certamente que ninguém é “bacteriologicamente puro”, mas chamar “liberalismo” a algo que contraria os seus fundamentos não passa de uma “impostura intelectual”. Se por as criticar sou considerado fundamentalista, seja. Os conceitos já não são o que eram…
Nota adicional: Descubro pelo teu post que sou “muitíssimo conservador em matéria de costumes” e que apenas existo no colectivo “irmãos Noronha”. Não renego o meu parentesco com o João mas desconhecia partilhar as mesmissimas posições dele. Também não faz mal. Há quem, ao longo de toda a sua vida, tenha desconhecido partilhar os mesmo interesses que a “burguesia” ou o “proletariado”. Se Marx afirmava que partilhavam quem eram eles para o questionar.
1. Na sequência do nosso comunicado do passado dia 30 de Junho em que denunciámos que Albino Almeida, presidente da CONFAP - Confederação Nacional de Associações de Pais, afirmou nesse dia, num canal de televisão, que "temos que assumir, entre todos nós, que os filhos são biologicamente nossos, mas socialmente de toda a comunidade", tentando, assim, justificar que deve ser o Estado a definir o "modelo educativo", restando aos pais o simples papel de "produtores de crianças", recebemos vários emails de pessoas que não acreditavam, e que nos pediam que o provássemos.###
2. De facto, é inacreditável que alguém, e muito menos o presidente do órgão de cúpula das associações de pais, possa proferir tais declarações num Estado democrático. Mas, infelizmente, é mesmo verdade, pelo que anexamos a sua intervenção no programa "Tudo em Família", no canal 2, do passado dia 30 de Junho. Vejam, e ouçam.
3. Nestes termos, o MOVE insiste no seu apelo às associações e federações filiadas na CONFAP que promovam o mais rapidamente possível a substituição de Albino Almeida por uma pessoa que realmente defenda os interesses de todos os pais, nomeadamente o seu direito inalienável de educar os seus filhos..
Num país em que a abundância de estupidez é bem mais preocupante do que a seca, é obrigatório ler este notável post de T. M.: Água e liberalismo, no Aforismos & Afins
Ouvir durante mais de uma hora um admirador de Michael Moore expôr as suas "teorias" sobre os EUA e a situação política internacional. Sem poder responder.
Espero que este tipo de provações conte para alguma coisa no Juízo Final...