Democracy must be something more than two wolves and a sheep voting on what to have for dinner. - James Bovard
7.5.05
Carvalho da Silva Liberal?
Hoje dei por mim a concordar com Carvalho da Silva (CGTP) contra Francisco Vanzeller (CIP) embora sejam os dois farinha do mesmo saco. O segundo quer que o estado regulamente a flexibilidade laboral que ja se pratica nas empresas – trabalho ao Sabado, adaptação a volume de encomendas, etc., o primeiro acha que não ha necessidade de meter o estado no assunto e que os trabalhadores e os empregadores são perfeitamente capazes de entender-se sem intervenção do Moloch (copyright da Joana). Nasceu mais um Liberal?
P.S. Claro que não, Carvalho da Silva teve um instante de lucidez e por motivos absurdos.
Com a economia “possível”, queremos manter um Estado “impossível”. O aumento previsível da riqueza, na próxima década, não suportará o ritmo do agravamento actual das despesas públicas. Continuando “tudo”, como no período de 1995 a 2004, precisaríamos de atingir, em 2015, um “nível de fiscalidade” de 50%. Ou de crescer economicamente, durante uma década completa, à taxa real e anual média de 4,5%. Nem os mais optimistas esperam tanto.
Definindo o movimento como «uma força socialista, popular e moderna», João Teixeira Lopes afirmou que «hoje já ninguém tem dúvidas de que o Bloco veio para ficar», depois do reforço eleitoral nas legislativas, em que passou de três para oito deputados eleitos. (...) Numa intervenção dirigida para o interior do partido, Teixeira Lopes justificou a necessidade de mudança de estratégia do BE, para «crescer e alargar a influência social».
De Molotov-Ribbentrop a Stalin-Churchill-Roosevelt
Não concordo com a totalidade do discurso do Presidente Bush mas, só pela parte que abaixo se transcreve, já merece uma avaliação fortemente positiva:
RIGA, Latvia - President Bush said Saturday the Soviet domination of central and eastern Europe after World War II will be remembered as "one of the greatest wrongs of history" and acknowledged that the United States played a significant role in the division of the continent.
Bush said the agreement in 1945 at Yalta among President Franklin D. Roosevelt, Soviet leader Josef Stalin and British Prime Minister Winston Churchill "followed in the unjust tradition of Munich and the Molotov-Ribbentrop pact." The decisions at Yalta led to the division of eastern Europe and creation of the Soviet bloc.
Entretanto, aguardam-se para breve novos desenvolvimentos em Minsk...
Nesta minha entrada referi o novo filme de Ridley Scott e algumas das suas incongruências detectadas por aqueles que já o foram ver (o que não é o meu caso).
Hoje, dei de caras com uma crítica de uma britânica convertida ao islamismo (não que isso em si sirva para desqualificar a sua opinião) que não está nada contente com o filme, que acha que o filme é apenas o propagandista de uma visão do "american dream", que o retrato bondoso que aí é feito de Saladino é apenas uma espécie de "índio bom" que também aparecia nos filmes de western e por aí fora.
Mas o mais extraordinário desta senhora é o seguinte:
The liberal humanism that modernised Europe, and to which Ridley Scott is perhaps making diffuse reference, was learned and acquired from Muslim philosophy. It is what we do not know or acknowledge of historic context that so bedevils relations between Muslims and the West today, denying an informed common basis for debate and dialogue.
Sem querer ser etnocêntrico, a única coisa que posso dizer é que esta senhora não se enxerga e é completamente ignorante da história da Europa e do Próximo Oriente dos últimos três mil anos.
Que a civilização muçulmana era mais refinada do que a europeia (ocidental) durante grande parte da Idade Média é verdade. Mas não é verdade para toda a Europa. Se querem provas, olhem para o Império Bizantino que manteve sempre até ao fim uma civilização muito avançada. Dificilmente os muçulmanos se pode considerar a civilização muçulmana mais avançada do que a bizantina.
Por outro lado esquece que a civilização europeia é filha da Antiguidade clássica e da civilização judaico-cristã. Na construção daquilo que é a identidade europeia a componente muçulmana, embora não ausente, é bastante reduzida.
Mas indo ao cerne da questão, dizer que o "liberal humanism that modernised Europe, (...), was learned and acquired from Muslim philosophy" é um disparate do tamanho da Igreja de Santa Sofia. Onde no mundo muçulmano poderemo encontrar um Pico della Mirandolla e um equivalente da sua Oratio quaedam elegantissima siue de hominis dignitate? O humanismo recentrou o homem no universo (mas não esquecendo Deus). Em que é que isto é possível à total submissão a Deus exigida pelo Islão para os seus crentes e o desprezo que este manifesta em relação aos infiéis (os dhimmis seriam sempre cidadãos de segunda nas sociedades islâmicas). O Islão, por exemplo, nunca poderia tolerar o exame crítico das fontes feitas pelo humanistas cristãos do século XV e XVI aos textos da Bíblia. É certo que houve alguns humanistas queimados nas fogueiras apenas por traduzirem para vernáculo a Bíblia, mas o movimento continou e a crítica pode ser exercida. Quando é que isso poderia ser possível no Islão. Ainda hoje, nos países islâmicos, é blasfémia não acreditar que o Corão foi ditado pelo arcanjo Gabriel a Maomé, não aceitando a existência de variantes.
Esta afirmação é perfeitamente gratuita e carece de toda e qualquer fundamentação. Mas repete-se a mentira a ver se pega. É melhor não ir por aí. A civilização muçulmana da Idade Média teve outros méritos, mas o do promover o humanismo liberal não foi de certeza. Afinal, por que é que esse humanismo não se desenvolveu nos países muçulmanos?
O financiamento privado das propinas parece estar a ser testado pelo mercado (meus destaques):
Ana Raquel (...) está no terceiro ano do curso [de Medicina] e foi a primeira aluna a contratar o novo crédito do Santander Totta para universitários. (...) Com um aproveitamento superior a 14 valores, Ana Raquel sabe que o seu contrato a proíbe de chumbar e de ter uma média inferior a 12 valores. Se baixar a fasquia, mas transitar de ano, o financiamento será suspenso até provar que recuperou a média. (...) O Santander Totta disponibiliza-lhe 380 euros durante 10 meses, ou seja 3.800 euros por ano, até acabar a licenciatura (2008) e Ana irá pagar 5% de juros (taxa fixa) sobre o montante da dívida, porque tem média de 14. (...) Se a sua média descer para 12 valores já sabe que irá pagar 7,5% de juros. A variação dos juros depende do mérito. Para pagar ao banco, Ana Raquel tem quatro anos depois de terminar o curso.
No semanário Expresso, um adepto socialista da taxa única de impostos (conteúdo pago):
A diminuição da burocracia e dos custos inerentes à cobrança de impostos, a queda da evasão fiscal e o consequente aumento da receita colocaram na agenda europeia a «flat tax», regime que ganha cada vez mais defensores. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomás, é um apaixonado pelo modelo.
A taxa única pode tornar-se numa armadilha fiscal socialista se o "aumento da receita" for o objectivo principal. Pode ser preferível, conforme meu anterior post, ter taxas de IRS progressivo com máximo de 40%, IRC a 25% e IVA a 19% a, por exemplo, uma taxa única que confisque mais riqueza à economia. Evidência desse perigo são as palavras do fiscalista Rogério M. Fernandes Ferreira no mesmo artigo:
(...) se essa solução fosse a única possível e também viável do ponto de vista orçamental, Fernandes Ferreira sugere que se passasse a aplicar uma «flat tax» idêntica à da taxa geral do IRC, ou seja, 25%.
A prioridade deve ser a redução das despesas públicas (logo, do peso do Estado na economia), não o aumento das receitas fiscais!
Artigo de opinião de Nicolau Santos, subdirector do semanário Expresso (conteúdo pago):
As previsões da Primarevera do Banco de Portugal são inquietantes (...)
É (...) necessário que, para além do Banco de Portugal, alguém com responsabilidades políticas venha lançar avisos à navegação e chamar a atenção dos agentes económicos para os riscos que estamos a correr. O ministro das Finanças é a pessoa indicada para cumprir esta missão. Se não falar já, depois pode ser tarde de mais.
O [Partido Socialista] tem, de facto, a maioria absoluta no país e não apenas na Assembleia. É com essas regras que se realizam eleições. Aqui e em todo o lado. (...) A tese de que os votos dos que não votam contam para alguma coisa levaria à hipótese absurda de podermos ter um governo em Portugal com a seguinte composição: PCP (8 por cento), BE (7) e abstencionistas (35 por cento). Eis um governo, coerente, que representa 50 por cento do país. Fantástico... Um regime em que, verdadeiramente, o peso das minorias não seria «menorizado». Um estado liberal, no entender deste peculiar insurgente.
O jmf comete dois erros:
1. O PS tem, de facto, maioria absoluta apenas na Assembleia da República! Este obteve 29,3% dos votos possíveis, suficientes para eleger a maioria dos deputados. Essas são as "regras" de uma democracia. Ninguém pode concluir sobre a côr partidária dos 35% dos eleitores que não votaram. Faze-lo seria hipocrisia.
2. "Estado liberal" é um contra-senso! Alías, no exemplo de jmf continuaria a haver necessidade de respeitar as minorias que votaram PS, PSD, CDS/PP ou branco/nulo.
No "entender deste peculiar insurgente", um partido eleito para governar deve tratar de forma igual todos os cidadãos, independentemente das opções de voto destes. Assim está estipulado na Constituição da República Portuguesa:
Artigo 13.° (Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
Mas Igualdade é um conceito amplamente usado por políticos (e bloggers) que - na hora de defender os interesses do seu partido - o facilmente esquecem...
Sou muito crítico em relação ao blogues cujos autores não se identificam. Nenhuma coisa que lá se diz me merece credibilidade
Uma vez que tal opinião é-me (indirectamente) dirigida, julgo que, além do comentário do Miguel, haver necessidade de esclarecimento pessoal.
Uso o nome BrainstormZ por várias razões:
colocar no fim do post o meu verdadeiro nome não altera, como por magia, a opinião publicada;
um visitante racional só poderá ser convencido pelo poder dos meus argumentos, nunca pelo meu verdadeiro nome;
na blogosfera, até quem posta com o verdadeiro nome é "anónimo";
quando criei o Tempestade Cerebral, o meu verdadeiro nome não era conhecido o suficiente para conseguir captar a atenção da blogosfera e comunicação social;
ao contrário do meu verdadeiro nome, este é de minha autoria!
Dúvida: que credibilidade terá o nome JPP para um internauta brasileiro?
O Insurgente também é citado na reportagem que hoje aparece no Público. Não temos direito a "caixa" mas também não nos "ligam" com nenhum partido. Das cercas de 30 linhas que enviei aproveitaram duas mas pelo menos citam-me correctamente. E até aparece o nosso URL!!! (*)
Ainda não tive tempo para o ler por inteiro mas o Carlos chamou-me a atenção para a questão do anonimato dos bloggers, que é mal visto tanto pelo José Pacheco Pereira como pelo Daniel Oliveira. O JPP permite-se mesmo dizer que: "Sou muito crítico em relação ao blogues cujos autores não se identificam. Nenhuma coisa que lá se diz me merece credibilidade" o que se me afigura estranho dado que em tempos idos até elogiou o meu extinto blog apenas sabendo que assinava um tal "Miguel". Presumo que mesmo agora o meu nome não lhe diga grande coisa. A minha resposta (não publicada) à mesma questão foi:
Não vislumbro, à priori, qualquer problema no anonimato do blogger. Em muitos casos, e mesmo no caso de alguns dos blogs mais conhecidos , o nome do autor nada diz àqueles que o lêem. A credibilidade do blogger constrói-se a prazo e não depende do seu nome.
Há certas declarações que apenas se podem atribuir à vaidade...
(*) malta,afinal aqueles dois hits a mais não foram por engano.
O Filipe não gosta do sistema eleitoral britânico. Basicamente a sua crítica (como a maioria das críticas) baseia-se na ideia de inexistência de representatividade dos eleitores. Mas será mesmo assim? Creio que não. A visão dos críticos, como o Filipe, peca por ser bastante simplista.
É preciso ter em conta que todos os membros da Casa dos Comuns são, nos seus círculos uninominais, directamente eleitos. Digo directamente eleitos, no sentido que cada voto é para cada um dos diversos candidatos e não para uma salganhada deles. O mesmo não sucede no nosso conhecido sistema de representação proporcional, onde a maioria dos deputados são escolhidos pelos dirigentes partidários, razão pela qual nunca elegemos um Parlamento, mas um governo. O resultado é uma Assembleia da República com um poder totalmente nulo e inexistente. Apenas aprova o que o Governo apresenta e chumba o que a oposição sugere, sempre no sentido das directivas vindas do poder executivo.
No sistema britânico pode suceder que um partido com 27% dos votos expressos eleja apenas 10% dos deputados. Mas também é verdade que cada um daqueles deputados tem legitimidade eleitoral própria e não dependente da escolha (tantas vezes fruto de mera negociata política) dos seus dirigentes de partido.
Esta é uma das razões pelo qual entendo ser a democracia inglesa mais pura que a nossa e a concluir, roubando a ideia ao Filipe, como seria bom se Deus nos desse um sistema eleitoral assim.
O Ministro Mariano Gago pretende acabar com os cursos que tenham menos de 20 alunos e diz que "nos próximos quatro anos não haverá a criação de mais nenhuma universidade, politécnico ou escola". Se essa "pretensão" se limitar ao Ensino Superio Público, nada tenho a objectar. Se pretender estender as limitações às restantes estaremos mais uma vez perante uma injustificável intromissão do Estado nas empresas privadas.
Há Universidades e cursos sem qualidade e sem saídas profissionais, não nego. Não cabe ao Estado impedir os estudantes de os frequentarem. Pode fazer estudos, publicar seriações, etc quem comparem a qualidade do ensino ou as perspectivas de emprego. Estas não devem, contudo, ter mais que um carácter informativo.
ADENDA: Se os Ministérios da Educação ou do Ensino Superior quiserem conferir um "selo de qualidade" a alguns cursos e Universidades nada tenho a opor. Temos no entanto que ter em consideração que neste momento o Estado é árbitro e jogador neste mercado. O mesmo se coloca a ordens profissionais, associações empresariais, sindicatos, políticos, jogadores de futebol ou blogs. Estes poderão funcionar como uma garantia de qualidade para os alunos. Esta "certificação" não deve, repito, ser exclusiva de uma entidade nem obrigatória.
Ex-líder do CDS está nos Estados Unidos a negociar ajuda dos Republicanos para criar uma fundação de direita. Projecto servirá para combater a “hegemonia da esquerda” em Portugal.
PS: Já sei que para alguns isto vai ser mais uma prova da sua fatal arrogância, do avanço da extrema-direita, da estratégia de dominação americana, da urgência de aprovar o projecto constitucional europeu e outras teoria dignas dos X-Files.
Com uma aparente vitória pírrica e ferido por fortíssimas clivagens internas, o New Labour parece estar a chegar ao fim. Se isso é bom ou mau dependerá, naturalmente, do que vier a seguir. Certo é que os LibDems são hoje inequivocamente um partido de esquerda populista cada vez mais radical e que também não parece haver novas alternativas credíveis à direita.
Quanto aos Tories, já vai sendo tempo de voltar a ter um líder que acredite em alguma coisa e que seja capaz de bater com os livros certos na mesa. Se preferirem continuar a colar-se ao consenso podre da social-democracia, não serão certamente de esperar dias melhores...
Mentiroso, ignorante, incompetente, burro e seria corrido a pontapé se vivêssemos numa democracia decente. Diz o Vasco Lobo Xavier que escreve no Mar Salgado e ele sabe do que fala. Ja vai em seis postas sobre o assunto e vale a pena lê-los. Em boa verdade esta conversa toda àcerca das férias judiciais, desde o inicio que me cheira a "trapalhada", mas enfim pensei, o Santana Lopes não é PM portanto acabaram-se as "trapalhadas", não é verdade? .
Conceitos de Economia, Gestão e Marketing aplicados à eleição do Papa
"...the maximization of the number of the faithful is not the Church's strategic objective. This is only a means; the objective is the salvation of these persons, because the faith is not a "volume business," it is a personal call that must be addressed to everyone...
...the decline in numbers is taking place only in Europe...
For the Church, it is Europe above all that must be re-christianized, even if it is a mature market where it is losing market share and consumers, because it is in Europe that the famous "dictatorship of relativism" was born, which could be gradually extended thanks to its cultural prominence and to the homogenization of culture throughout the world...
But if the real problem is Europe, and individual souls are the true objective, it is precisely in Europe that the Church must invest in order to attain its real strategic aims.
It follows that the selection of a European pope interested in restoration rather than innovation (in "turnaround" cases experience is more a factor of success than the capacity for innovation is) is a correct one; even more, it is a perfect one."
Suponho que para quem passa (ou melhor, tenta passar...) do registo Maxmen para um outro ligeiramente mais sério, já era de esperar um resultado tão desastroso como este.
Para uma excelente análise da argumentação (?) de Domingos Amaral sobre Bento XVI, recomendo a leitura do excelente post: Ratzinger na capa da Maxmen?, de RAF.
Ridley Scott realizou um filme sobre as Cruzadas chamado Kingdom of Heaven. Obviamente ainda não vi o filme (e não sei se o verei), mas daquilo que li, inclusive as entrevistas com o realizador, parece-me que vai sai mais uma chachada politicamente correcto.
Mas, hoje, o Jornal de Notícias, tem dois textos de crítica assinados por Manuel Menano que, sinto, se chegar a ver o filme, não poderei estar mais de acordo, até porque aquilo que ele diz dos exemplos citados é absolutamente correcto.### Alguns excertos do primeiro texto, Proto-democracia em épocas de cruzdas:
"Reino dos céus", de Ridley Scott, é um épico passado durante as cruzadas do séc. XII, que relata a luta entre muçulmanos e cristãos pelo reino de Jerusalém. Além da análise histórica, o filme tenta um outro ganho fazer a ponte da temática para a actualidade. (...) Baseado em figuras históricas reais, "Reino dos céus" é outro épico de acção cujas cenas de batalha, com mais ou menos efeitos digitais à mistura, são em si mesmas meio e fim de toda a sua densidade dramática, à semelhança dos recentes "Tróia" ou "Alexandre"- até o elenco de luxo mais não é que mero acessório. (...) Depois, tal como o fizera em "Gladiador", Scott cai no mesmo erro de criar um discurso modernaço de democracia e tolerância, que tem pouco cabimento numa época onde a chacina era, de parte a parte, a palavra de ordem. Maximus falava da grandeza de Roma e do sistema senatorial à população do Coliseu; Balian promove o diálogo entre religiões. "O Sepulcro não é mais importante do que o Muro ou a Mesquita!", diz a um mar de camponeses, antes de os ordenar a todos cavaleiros, com as tropas de Saladino às portas da cidade.
Para capitalizar no filão, massificaram-se os argumentos, copiaram-se os piores defeitos (como o ridículo discurso de valores pós-modernos), e a qualidade desceu a pique, bem como o público. Só no ano passado, estrearam "Tróia", de Wolfgang Peterson, "Rei Artur", de Antoine Fuqua, e "Alexandre", de Oliver Stone. (...) Longe vão os tempos de "Spartacus", "Ben-hur", ou "Lawrence da Arábia". Hoje não há um Kirk Douglas, um Charlton Heston, Peter O' Toole ou Errol Flynn que dê alma a objectos essencialmente inanimados, politicamente correctos, e historicamente risíveis. Onde os heróis, ora andróginos ora anabolizados, são todos metrosexuais [sic], onde na Idade Média se fala em democracia e as mulheres são guerreiras respeitadas, onde se luta pela liberdade mais do que pela sobrevivência. É também aí que habita "Reino dos céus". Onde o épico tão cedo não deixará de andar pelas ruas da amargura.
De facto, todos estes filmes épicos mais recentes acabam por ser bastante ridículos, pois transportam para séculos passados conceitos que lhes eram completamente estranhos. É lógico que quem faz um filme, não faz uma reconstituição histórica, mas quem o vê (pelo menos com olhos de ver) não deixa de sentir ridículos discursos grandiloquentes (em Alexandre, o rei macedónio faz um discurso antes da batalha perfeitamente incongruente com quem estava a entrar em guerra apenas para construir um império).
E é isto que me incomoda (incomodar se calhar é uma palavra muito forte, porque tenho sempre remédio: não vejo os filmes) em muito filmes de Hollywood sempre prontos, umas vezes subrepticiamente outras nem tanto, a passar mensagens do pensamento único politicamente correcto (sobre feminismo, homossexualidade, imigração, relações internacionais ou entre religiões, etc.) de uma agenda "liberal" (no sentido anglo-saxónico do termo, é claro). E isto acontece praticamente em todos os tipos de filmes.
A esquerda sempre viveu, na democracia portuguesa, ideologicamente ao ataque. Este sempre foi o seu ponto forte, fruto dos anos na clandestinidade vividos durante todo o Estado Novo. Confundiu a direita com o fascismo para baralhar os incautos e alastrar o medo, exigiu mais Estado, mais garantias sociais e apoderou-se do conceito de Liberdade. Hoje a esquerda faliu. Não tem ideias e limita-se a defender o Estado Social. Mas os partidos de esquerda, que cedo se aperceberam que não podem estar à defesa, têm sempre jogado ao ataque, empurrando a direita para becos sem saída e exigindo-lhe cedências que a marquem. A questão do aborto é um caso paradigmático. Ela é a única arma de arremesso da esquerda ideológica. Sem o aborto, não há mais nada, apenas defender impostos para manter as altas despesas. O que, como facilmente se depreende, não serve.
É isto que os partidos de direita têm de fazer. Marcar a agenda política com exigências em áreas onde custe à esquerda fazer cedências. Mudar a Constituição tirando todas as referências e as práticas socialistas é um bom início. A reforma da Segurança Social e a flexibilização das leis laborais são outro exemplo. O vínculo à Função Pública deve estar sempre na ordem do dia, não porque seja popular (não é), mas por ser essencial ao desenvolvimento do país. Forçar. Insistir tanto que obrigue os partidos de esquerda a justificar as suas políticas que, a cada dia que passa, se demonstram fora de tempo. Basicamente, obrigá-la a jogar à defesa.
Jorge Coelho demonstra uma posição próxima do PCP e do BE, dispostos a legislar sobre o aborto usando a maioria que o Parlamento lhes confere. José Sócrates parece determinado a saber a opinião dos eleitores através de referendo, seja lá quando ele fôr. Não deixa de ser estranho que, ao fim de três décadas de regime parlamentar democrático e de não sei quantas legislaturas, se ande a discutir quando começam e acabam as sessões legislativas. O assunto é importante o suficiente para que o partido da maioria parlamentar e autor do projecto em causa clarifique qual o caminho que pretendem seguir: se irredutivelmente se marcará um referendo ou se se despacha a coisa com um acordo parlamentar. Se pairar a ameaça que os resultados do referendo possam ser contrários à vontade de PS, PCP e BE, a discussão sobre a data do referendo pode dar origem e justificação para que seja o parlamento a tratar do assunto. Essa clarificação seria uma espécie de IVT (interrupção voluntária da trapalhada).
LA MENOR CONSINTIÓ LOS ENCUENTROS
El Supremo absuelve a un profesor de 31 años que mantuvo relaciones sexuales con una alumna de 14
Anula la sentencia a un año de prisión impuesta por la Audiencia Provincial de Córdoba porque la 'iniciación temprana' en el sexo no es excepcional 'en los tiempos actuales'.
Para um comentário (bastante) inflamado leiam o Rititi.
O atraso português tem origem no século XIX e na primeira metade do século XX. A partir dos anos 50, e até 1973, a economia portuguesa foi das mais dinâmicas do mundo, crescendo a taxas apenas rivalizadas pelo Japão e os "tigres asiáticos". Em 1950, o rendimento per capita do País rondaria os 30% do rendimento per capita nos países mais desenvolvidos. Em 1973, andaria à volta dos 65%. Hoje, a mesma comparação coloca-nos a cerca de 70%, sendo que os 5% recuperados nos últimos 31 anos ocorreram sobretudo entre 1986 e 1992. Acresce que o desenvolvimento dos anos 50 e 60 não foi apenas económico na educação e na saúde o salto foi igualmente significativo. Se em 1974 os indicadores não eram abonatórios, em 1950 eram redondamente pavorosos.
O quadro institucional existente durante o Estado Novo não era exactamente o mais amigo do mercado e o regime não ficou famoso pelo seu pendor liberal. O condicionamento industrial e as várias regras corporativas limitavam bastante a iniciativa privada. Mas outros aspectos ajudavam a um bom comportamento económico a despesa do Estado nunca chegou a representar mais do que 20% do PIB (o que é o paraíso, se comparado com os actuais 50%), subsistiu durante todo o regime uma orientação de equilíbrio das contas públicas (de resto consagrado na Constituição de 33), a iniciativa privada (embora muito domesticada pelas instituições) era considerada o motor da economia, e o regime (também contrariamente ao que diz a sabedoria convencional) participou nos grandes movimentos de liberalização do comércio internacional, o que resultou na adesão à EFTA em 1959 e no acordo de comércio livre com a CEE em 1972.
(...)
[O] quadro institucional da nossa democracia ainda é menos amigo do mercado. Se mantivemos o essencial da abertura internacional (com hesitações durante o PREC, quando houve tentações proteccionistas), a verdade é que jamais a Constituição de 33 colocou tantos entraves à actividade privada quanto a de 76. E nunca no Estado Novo se nacionalizou cerca de um terço da economia, como foi feito em 75. Confundiu-se, durante o PREC, fascismo com capitalismo. A esquerda mais radical da época não quis instalar a democracia em substituição do autoritarismo. Quis levar o País para qualquer coisa entre a Jugoslávia socialista e a própria URSS. Se não o conseguiu, pelo menos conseguiu consagrar constitucionalmente as nacionalizações, a reforma agrária, a legislação laboral e um sistema de saúde e de segurança social que garantiram o crescimento exponencial da despesa pública e empecilhos formidáveis à actividade económica. Se alguns dos piores desses empecilhos já desapareceram, por força das revisões constitucionais, a verdade é que sobreviveram durante tempo suficiente (uma década e meia) para pesarem ainda hoje no nosso desenvolvimento. E muitos ainda persistem.
Ao contrário do que tanta gente ainda hoje inexplicavelmente diz, rever a constituição nos aspectos económicos e sociais não corresponderia a abolir a democracia e trazer o fascismo de volta. Muito pelo contrário, aqueles aspectos é que são resquícios do tempo em que não se quis instalar em Portugal uma democracia mas uma ditadura de esquerda. Eles devem-se ao PREC e não à democracia, que viveria melhor sem eles. O PREC, na confusão que estabeleceu entre o Estado Novo e a relativa liberdade económica que nele existia, destruiu a história de sucesso que era a economia portuguesa dos anos 60, e em nome disso hipotecou o futuro económico e social do País. Não surpreende que seja possível hoje, em plena liberdade de expressão, repetir a ladainha aplicada ao Estado Novo em matéria de desenvolvimento, mas devolvendo-a à democracia. Lá nos fomos desenvolvendo a passo de caracol, mas afinal continuamos a contar- -nos entre os mais atrasados, os que têm piores indicadores de pobreza, educação e saúde. E se assim é, a culpa não é da democracia, mas daquilo que nela resta do tempo em que esteve para não existir.
Jacques Chirac afirmou que a Constituição europeia a aprovar é "la fille de 1789" e que "elle reprend toutes les valeurs de la France".
Interessante declaração que parece feita de propósito para que eu vote não no referendo (de resto é o que irá, muito provavelmente, acontecer). Para além do habitual exagero francês de se considerar o centro do mundo e de confundir a Europa com a França, a afirmação de que o tratado constitucional é descendente directo de 1789 não é, certamente, um bom augúrio para a democracia na Europa. Não é por acaso que os totalitarismo beberem dessa fonte.
Ainda se ele tivesse dito que a Constituição era a filha de 1776, estavamos bem mais seguros. Mas, se assim fosse, certamente que a Constituição não poderia ser o que é.
Se uma grande parte do "spam" que recebo no e-mail ali ao lado vier em caracteres chineses, devo pressupor que se trata de um grave ataque à indústria portuguesa, ou mesmo europeia, de correspondência electrónica não solicitada? Nesse caso, terei de me preocupar com o desemprego dos servidores ("hardware", entenda-se) portugueses, ou mesmo europeus, que geram mensagens automáticas não solicitadas? Se o spam oriental fôr mais poupadinho no espaço que ocupa, não deverei eu regozijar-me por dispôr de mais espaço no e-mail para receber certos e determinados .pps? Será de esperar um acréscimo de produção desses certos e determinados tipos de .pps, dando ocupação aos agora menos usados servidores europeus, situação, essa, incrementada pela utilização que os criadores de "slide shows" darão aos miraculosos produtos vendidos pelo spam oriental? Haverá um aumento da procura de certas e determinadas fotografias para produzir esses .pps, onde pouco se recorre a resguardos têxteis? Se assim fôr, irá diminuir a sua importação do oriente?
Deverá a indústria têxtil europeia promover a indústria de spam chinesa?
As eleições legislativas do Reino Unido são amanhã. O mercado de futuros continua a prever uma vitória do partido trabalhista. Mas para quem ainda tem dúvidas, segundo post d'O Vilacondense, o carro diz-nos em quem votar! [cliquem na imagem]
Nota: o meu "diz-me" para votar trabalhista (Labour)...
O Bloco de Esquerda apresentou, esta terça-feira, um projecto de revisão constitucional que prevê a redução dos prazos para a marcação de referendos. A proposta é a pensar na possibilidade de o referendo ao aborto se realizar ainda este ano. (...) No projecto de lei de revisão constitucional o BE, “mexe” no articulado que actualmente impede a marcação de referendos 90 dias antes de quaisquer eleições, encurtando esse prazo para 30 dias.
O prazo de 90 dias existe por uma razão muito simples: dar tempo ao eleitor para este se informar sobre o assunto a referendar. Estarão os bloquistas com medo da discussão sobre a partir de qual semana se deve proteger a vida humana?
Adenda: referi que os 90 dias entre a data de referendo e eleições dão mais tempo ao eleitor de se informar. Expicando melhor, dão melhor oportunidade de ouvir vozes divergentes: um referendo durante a pré-campanha/campanha - ao contrário de um referendo no dia das eleições - limita as opiniões dos políticos que, doutra forma, defenderiam posições minoritárias (dado que se faz sempre uma "leitura política" dos resultados).
O Partido Socialista tem a maioria absoluta na Assembleia da República. Mas não em Portugal. Por cada 10 votos no PS, 24 eleitores votaram noutros partidos ou... não votaram! Traduzindo, 70,7% dos eleitores não votou no PS. Agora, na revisão constitucional, os socialistas querem ignorar os representantes de 26,4% desses eleitores (1.638.931 portugueses):
O PS admite um entendimento com os partidos da esquerda e o CDS sobre a revisão constitucional. Uma vez que não precisa dos sociais-democratas para conseguir os dois terços necessários, o PSD pode vir a ser excluído das negociações, segundo a edição desta quarta-feira do Diário Económico.
"Ditadura" da maioria? Winston Churchill disse que "a democracia é a pior forma de governo, se não contarmos com todas as outras experimentadas".
Mas até mesmo no sistema democrático existem diferenças. Numa sociedade liberal - ao contrário da socialista - o peso do Estado sobre as "minorias" é... minimizado!
A leitura deste texto no Blogue de Esquerda faz-me lembrar o diferente (e a meu ver, perigoso) conceito de liberdade que a esquerda tanto apregoa. Para ela a liberdade é um fim único e universal, não se compadece com regras nem formalidades que, ao contrário de a ajudarem a desenvolver-se, apenas a entrevam. A democracia não é um fim em sim mesmo, apenas um meio para se atingirem os objectivos desejados: a liberdade de acordo com o ponto de vista da esquerda. Veja-se como no texto não interessa ter-se realizado há pouco tempo um referendo sobre a questão. O que importa é que o conceito de liberdade da esquerda foi chumbado nessa votação e é preciso insistir até vencer. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. É isso. Ultrapassem-se todos os trâmites da democracia, todas as regras do bom senso. Acredite-se em sondagens quando os seus resultados agradam e sigamos em frente até ser satisfeita a nossa vontade.
Não duvido que uma eventual vitória do "Não" no referendo francês desencadeará uma "caça às bruxas" aproveitando a esquerda e demais avençados do eixo franco-alemão para julgar e punir em praça pública todos aqueles que forem minimamente suspeitos de desvios liberalis (sejam com prefixo "neo" ou "ultra") ou não forem federalistas entusiásticos.
Por cá já há quem avance um nome: Durão Barroso. Não sei que culpa terá no resultado (o acusador esqueceu-se de publicar o libelo...) mas já está condenado à fogueira eterna.
Entretanto parece que o "Sim" está a recuperar. O Pedro Magalhães explica porquê. Pode ser quem não seja necessário "queimar" ninguém.
This puzzle was written by a lady in California in 1890 in response to a gentlemen in Philadelphia, who said that he would pay $1,000 to anyone who could write a puzzle that he could not solve. He failed to do so, and paid the lady $1,000 (a great sum at that time).
The answer is one word, five letters long, and appears only four times in the King James version of the Bible.
A Comissária responsável pela Política Regional está preocupada com o crescimento português. Vai daí resolveu apanhar o avião para Lisboa para nos dizer que os "fundos estruturais devem ser investidos de outra forma".
Aguardo ansiosamente os ensinamentos da responsável comunitária. Recordo que a UE é conhecida pela gestão responsável dos seus copiosos orçamentos. São ainda reconhecidos os efeitos no crescimento económico das sábias directivas emanadas de Bruxelas.
É engano meu ou na divisa da República Francesa está lá qualquer coisa sobre "Liberdade"? Via FT:
No fewer than nine out of 25 European commissioners were in Paris on Tuesday, trying to repair strained relations between Brussels and Paris, and to campaign for a Yes vote in France's May 29 referendum on the EU constitution. Commission president José Manuel Barroso was there too, but kept a low media profile to avoid incurring the wrath of President Jacques Chirac, who regards the Portuguese as the face of "ultra-liberalism" in Brussels. According to French media reports, Chirac personally intervened last month to stop Barroso appearing on a French political discussion programme.
O L'Express já tinha dado conta desta tensão entre o presidente da comissão e o presidente francês. O jornal enquadra a liberdade de expressão no debate sobre o referendo europeu:
La Constitution européenne, que le chef de l'Etat demande aux Français d'adopter, stipule, dans l'alinéa 1 de l'article II.71, que le droit à la liberté d'expression «comprend la liberté de recevoir ou de communiquer des informations ou des idées sans qu'il puisse y avoir ingérence d'autorités publiques et sans considération de frontières».
O título de uma notícia no Diário Digital perturbou-me:"Israelitas querem que sangue dos palestinianos corra"! Teria sido uma ameaça de um grupo de colonos? Teria sido o PM Ariel Sharon?
Afinal a verdade é bem diferente. O corpo da notícia desmente o título sensacionalista:
O presidente palestiniano, Mahmud Abbas, afirmou esta terça-feira que «os israelitas querem que o sangue dos palestinianos corra», em resposta às críticas do primeiro-ministro israelita, que o acusou que «nada fazer» para desmantelar as «organizações terroristas».
O Eduardo fez-me lembrar que o Zappa tinha uma boas. O dvd de "Baby Snakes" é fabuloso e "Does Humour belong is Music" que me foi oferecido como presente de casamento é um documento classico. Depois de Zappa so John Zorn com Naked City chegou perto. Mas dizia eu, o sr tinha umas boas. Por exemplo esta que se aplica como uma luva ao sr Jean-Claude Junker e amigos. Publicado aqui e aqui.
Some scientists claim that hydrogen, because it is so plentiful, is the basic building block of the universe. I dispute that. I say that there is more stupidity than hydrogen, and that is the basic building block of the universe.
De manhã li que a Ministra da Cultura embargou o Túnel de Ceuta, não só na Rua D. Manuel II, mas também no Jardim do Carregal.
Como comentário, só posso dizer que a ministra, embora do Porto (até foi minha professora de Literatura Portuguesa na FLUP) não deve passar muito tempo por cá, senão saberia a confusão que as obras estão a causar neste momento naquele local. Ainda no sábado passado passei por lá e aqueles montes de terra (com mais de 3 metros) na frente do Soares dos Reis são muito estéticos e não devem sujar nada o edifício. Então aquela entrada em corredor para o museu entre esses montes ainda fica melhor. Não me espanta que ele esteja às moscas (não é que, sal raras excepções, aquilo seja muito movimentado).
Agora leio que a CMP decidiu avançar de novo com as obras do Túnel de Ceuta.
Bom, o mínimo que se pode dizer é que há um clima de guerrilha instalado à volta do Porto. E é claro que as eleições autárquicas têm tudo que ver com este assunto. O Governo de Portugal decidiu começar a fazer campanha pelo PS na zona metropolitana do Porto. Daí a ministra não estar interessada em resolver o assunto, daí Correia de Campos também andar a meter a colherada e a meter o complicador numa coisa que já estava suficientemente embrulhada. Por isso, o embargo não espanta ninguém.
Para quem não se lembre, o Túnel de Ceuta foi uma das obras lançadas por um dos executivos de Fernando Gomes, como se pode ler aqui:
Desde a sua programação, em 1995, pelo Executivo de Fernando Gomes, até ao dia de hoje, o Túnel de Ceuta conheceu inúmeros avanços e recuos, propostas e contra-propostas, numa batalha que envolve, entre outros, a Câmara Municipal do Porto (CMP), a administração do Hospital de Santo António e o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR).
A proposta inicial para a saída do túnel seria em frente ao Instituto de Medicina Legal, do lado direito do Jardim do Carregal, chumbada em 1996 pelo IPPAR, afirmando que se encontrava muito próximo, não só do jardim, mas também do Hospital de Santo António.
Já durante o executivo de Nuno Cardoso, a CMP, começou a escavar a entrada do túnel em frente ao Hotel Infante de Sagres e a saída num local ainda mais próximo do hospital (à porta do serviço de urgências). A obra acabou por ser suspensa devido a dificuldades de escavação e a falta de cobertura financeira.
Em 2002, no início do mandato do actual presidente da CMP, Rui Rio, e um ano depois da Porto 2001, a obra encontrava-se num impasse. Para além de ter sido chumbada pelo IPPAR, não recolhia a aprovação do Hospital de Santo António, uma vez que a saída se encontrava mesmo à porta das urgências, numa rampa com demasiada inclinação e terminando em cima de um cruzamento.
Não sei se Rui Rio fez a extensão dentro da legalidade ou não, sei apenas que ele herdou, devido a enorme incompetência do PS nesta questão e, diga-se desde já, em muitas outras dentro da cidade do Porto (ao contrário de muitos, não penso que a gestão de Fernando Gomes tenha sido grande coisa para a cidade do Porto e Nuno Cardoso ainda menos).
Sei apenas que estava a resolver um assunto que, como muitos outros, estavam parados ou sem rumo devido à gestãp socialista da cidade. Quanto à protecção do Museu, não sei que tipo de estudos fez o IPPAR para saber que a saída do túnel no início de D. Manuel II iria danificar o liceu. Como qualquer portuense que se preze, conheço fisicamente o local e as explicações que ouvi do IPPAR não me convenceram nada.
Sinceramente, não sei onde tudo isto vai parar. Sei apenas que há um governo que, embora só conheça, para os outros assuntos, três velocidades (devagar, devagarinho, parado), decide, quando diz repeisto à cidade do Porto, armar-se em forte e fazer campanha pelo PS.
"Gostaria ainda de lembrar o Jaquinzinhos. O Jaquinzinhos escreveu o post advinhação. O assunto deste post é o assunto mais importante para o mundo no mundo de hoje em dia. Só não vê quem não quer ou quem não me pede explicações. O racismo e a xenofobia, por exemplo, que sempre levantam as hostes, joga-se muito mais aí que noutro sitio, nos sitios de antigamente. Os xenófobos e racistas mais perigosos de hoje em dia votam todos PCP e Bloco de Esquerda. O Paulo Portas também assomou o mesmo caminho pela rua lateral do "comprar português" e do "português também é bom". Felizmente espatifou-se. Rezo todos os dias para que a outra variante se foda também. Ontem, no comboio Alfa Pendular, de Faro para cá, acompanhado pelos estudantes universitários deslocados para as apetecíveis universidades da capital (em primeiréssima classe, que os restantes viajam de Audi), constatei o mau caminho que as coisas levam: não havia barbicha que não buzinasse contra a "exploração" sofrida pelo povo chinês para que os "europeus" possam vestir barato. Enfim, vou ter que comprar o iPod. "
Vão lá rápido que o maradona tem a mania de apagar as postas.
A SIC dá notícia da generosidade do estado-providência português, baseando-se num estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Um contribuinte com rendimentos médios, quando se reforma recebe uma pensão quase igual ao salário que tinha, num valor muito superior ao da média europeia. Mas num caso em que o contribuinte tenha tido rendimentos muito baixos durante toda a carreira, passar à reforma compensa muito mais já que, em média, recebe mais 15 por cento do que ganhava enquanto estava a trabalhar.
Se durante a campanha para as legislativas se falou em aumentar a idade de reforma (como forma de aumentar a base contributiva, reduzir os número de reformados e os anos em que recebem pensão), porque não falar deste incentivo à reforma? Será que não se está, também, a desincentivar a procura de melhores rendimentos pois isso é garantido pela reforma (paga pela redestribuição das contribuições alheias)? Para um sistema de segurança social tão deficitário, espanta a generosidade.
Em associação com algumas das maiores bibliotecas dos EUA e do Reino Unido, o Google planeia digitalizar e disponibilizar, através do seu conhecido motor de busca, cerca de 15.000.000 livros.
Os livros cujos direitos são de domínio público poderão ser integralmente consultados. Aos restantes serão colocadas algumas restrições.
Aparentemente esta seria uma iniciativa a aplaudir por todos. Pois é... Parte da "intelectualidade" europeia considera ser esta mais uma batalha na estratégia de dominação global dos EUA e da lingua inglesa e já têm o apoio de alguns políticos influentes. Preparam-se pois para exigir que a UE e os governos nacionais gastem mais verbas num projecto concorrente que promova a cultura e os valores europeus. Ir-se-ão organizar comissões, task-forces, cimeiras, elaborar planos, agenda, etc. Em mais uma prova da estupidez europeia preparam-se para gastar centenas de milhares de Euros de fundos públicos para combater um bem público que é oferecido por uma empresa privada.
Há algo de perigoso no governo de Sócrates que se traduz na inacção. Pior, que se traduz na forma como essa inacção política é vendida. O Eng. Sócrates aprendeu três coisas dos erros dos três anteriores chefes de governo. De Guterres, que não se deve dialogar, mas fazer cara de quem está a trabalhar e a fazer coisas sérias. De Barroso, que não se devem mencionar os problemas, mas dizer sempre que tudo tem solução e que foi eleito para que a procurasse e não incomodasse o povo com essas mesquinhices. Os eleitores não se devem assustar. Nem isso nem ficar deprimidos. De Santana foi fácil. Não se deve falar, apenas ouvir. E fazer cara séria, dar-se a ares de responsável. De quem lhe foi incumbida uma missão que pretende cumprir até ao fim: Evitar que nos preocupemos com a derrocada. Tão esperada e inevitável quanto a inacção do Eng. Sócrates.
Sugiro leitura deste 'post' no Puxapalavra. Há já algum tempo que me venho mentalmente preparando para algo que sempre me fez muita confusão: Considerar o exército vermelho uma força libertadora. É verdade que a União Soviética venceu, no leste europeu, a Alemanha nazi, mas também é verdade que não a salvou. Pelo contrário, o que veio, no meio da esperança do fim da guerra, foi a brutalidade e desumanidade comunista. Berlim não foi libertada em 8 de Maio de 1945. Teve de esperar até ao dia 9 de Novembro de 1989. Aí sim, chegou a liberdade.
Depois das camisolas, calças e lingerie sortida, eis que chegam os automóveis chineses. Segundo o Diário Económico (via P.D.), um conhecido empresário português negoceia a representação para Portugal, Espanha e Itália de marcas chinesas de automóveis.
Se o negócio avançar, será de esperar reuniões da Comissão europeia para discutir maiores apoios aos fabricantes europeus, prejudicados por esta concorrência desleal. Por cá, estimo que o governo poderá encarar a possibilidade de conceder benefícios fiscais tais como a dedução completa, no IRS, do custo de aquisição de viaturas da Autoeuropa, como o futuro Golf Cabriolet, ou negociar com a Brisa a isenção de pagamento de portagens (mediante indemnização compensatória ou autorização de aumentos extras para os condutores de outros veículos).
O que não se pode permitir é o acesso ao mercado de carros a preços mais baixos e que os consumidores decidam se estes lhes servem como meios de transporte ou se estão dispostos a pagar mais por marcas reconhecidas. Isto são decisões que não se podem deixar aos consumidores que não conseguem ver o impacto em toda a economia e se preocupam só com a sua carteira.
Independentemente dos motivos que estejam por detrás desta decisão, esta é uma boa notícia.
Por outro lado, graças a esta decisão, o aborto transformar-se-á num dos temas da campanha presidencial, abrindo espaço para a afirmação de uma candidatura da esquerda.
Um artigo no Detroit News expõe algumas das consequências da recuperação, patrocínada pelo governo americano, da Chrysler no final dos anos 70.
(...) we should have learned from the Chrysler bailout, the legacy costs of intervening in the marketplace can be very high, even if they are not immediately obvious.
Na primeira página da edição de hoje, a propósito das comemorações do 1º de Maio, o Público oferece aos seus leitores uma foto de um 'jovem' pin-up militante do PCP que empunha um cartaz com os dizeres:
TRABALHO SIM ! DESEMPREGO, FOME E MISÉRIA NÃO !!
Censurada pela imprensa, realizou-se à mesma hora e no mesmo local uma contra-manifestação organizada pela secção local da internacional canibal neoliberal.
Os contra-manifestantes empunhavam cartazes com os dizeres:
AVISO: afaste o copo do café do teclado do computador
João Torres, coordenador da União de Sindicatos do Porto e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN in Público 02/05/2005 (p. 19):
"as conquistas civilizacionais que a Revolução Francesa e a Revolução de Outubro impulsionaram, apelando à luta pela transformação democrática da sociedade e ao fim da exploração do homem pelo homem, tal como a nossa Revolução de Abril, estão a ser diariamente espezinhadas pelos diversos políticos em Portugal, na Europa e no Mundo".
E é por isso que este senhor reside, actualmente, no planeta Marte.
"As comemorações do Dia do Trabalhador no Porto foram marcadas por um incidente que envolveu elementos da organização dos festejos e manifestantes do Bloco de Esquerda...que seguiam no final do desfile que se realizou após ter encerrado o comício comemorativo do 1º de Maio...
Testemunhado pelo Público, o incidente envolveu uma viatura de som da União de Sindicatos do Porto (USB), na qual seguiam dois homens, que tentou a todo o custo isolar os bloquistas, impedindo-os de se associarem ao desfile. Houve mesmo uma troca azeda de acusações, com alguns murros e pontapés à mistura na viatura que teimava em barrar o caminho àqueles manifestantes do BE...o incidente ocorreu em plena praça da Liberdade..."
in Público, 02/02/2005, p.19
Unidade, unidade, unidade...
P.S. O que faria a jornalista do Público na cauda do desfile ao pé dos manifestantes do bloco?
P.S.2 Se este episódio tivesse ocorrido à porta da Vicaima tinha tido direito a transmissão televisiva.
“Em nome do comunismo, em quase todos os países onde os seus defensores existem, lutou-se e luta-se pela paz, pela independência, pela liberdade e pela democracia.”
“O cumprimento das leis e das regras não é uma fraqueza, mas sim uma força”, disse o Presidente, depois de lembrar o “hábito” de alguns condutores de gabarem o (pouco) tempo que demoram a viajar entre lisboa e o Porto.
Jorge Sampaio já não conduz há dez anos. Desde que é nosso presidente que ele (e a sua senhora, concerteza) são conduzidos por motoristas que cumprem à risca o código. Não andam acima das velocidades máximas permitidas, por exemplo. O Sr. presidente nunca o permitiria.
Jmf queixa-se que aqui, n’O Insurgente, não temos reparado nas coisas interessantes que tem feito. Presumo que se refere ao Terras do Nunca e ao Diário de Notícias. Se sim, e falo por mim, tenho reparado. Havemos de tentar emendar a ‘injustiça’.
«Não fazer as coisas porque não há dinheiro é atitude de país rico e nós não somos um país rico», afirmou Jorge Sampaio na Figueira da Foz, onde iniciou o segundo dia de uma presidência temática sobre sinistralidade nas estradas.
Aceitando o repto do AAA aqui declaro toda a verdade sobre a minha pessoa.
1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser? Um que não fosse muito grande porque a minha memória já não é o que era. Talvez a “Carta Sobre a Tolerância” do John Locke.
2. Já alguma vez ficaste apanhado por um personagem de ficção? Por várias. Estavam à espera que eu disesse que gostava de ser o Rambo? No such luck. Para isso preferia ser “O Exterminador”. O tipo agora até é Governador da Califórnia ...
3. Qual foi o último livro que compraste? “Direitos Sociais de Cidadania” de João Carlos Espada “O Direito e a Moral no Pensamento de Friedrich Hayek” de Manuel Fontaine Campos “Tradição e Revolução “ vols 1 e 2 de José Adelino Maltez
4. Qual o último que leste? “The City and The Man” de Leo Strauss
5. Que livros estás a ler? “The State” de Anthony de Jasay por sugestão do AAA.
6. Que 5 livros levarias para uma ilha deserta? Alguns que ainda não li “Ulisses” de James Joyce. (Já fiz 5 tentatívas - pode ser que sem distracções o conseguisse finalmente ler.) “Human Action” de Ludwig von Mises. A tetralogia do Yukio Mishima (este conta como um, certo?)
E outros que gosto de reler. “The Road to Serfdom” de Friedrich Hayek “The Law” de Fréderic Bastiat
Aviso já que esta lista só é válida nos próximos 5 minutos. Já agora. Na ilha havia internet, certo?
7. A que 3 pessoas vais passar este testemunho? Ao meu colega Pintoff (para ver se reaparece), ao LAC e ao Alberto Gonçalves (que vai invocar o seu estatuto de intelectual para não responder a isto).
É um pouco longo mas vale bem a pena lê-lo na íntegra.
1. La Encíclica, que normalmente se escribe en Latín, se hace en alemán. Va pues dirigida a Alemania, entonces bajo el yugo nazi. 2. La Iglesia ha tenido una larga tradición de no nombrar expresamente, para evitar herir sentimientos y –sobre todo- por prudencia diplomática en la que se pueden jugar con miles de asesinados, como era el caso de los nazis. Otros ejemplos en Alemania fueron con Bismarck o con el Káiser en 1917. 3. Comparar la no mención del nacionalsocialismo con la mención expresa del comunismo no es relevante. El comunismo ha sido un mal pavoroso (“intrínsecamente perverso”) contra el que no había nada que hacer, se hablara de él o no. El odio anticristiano de los comunistas es tal que se hiciera lo que se hiciera ellos siempre persiguieron a Cristo y a sus discípulos con saña. 4. La Iglesia no podía dejar de condenar a quienes desataron una persecución antisemita y anticatólica como pocas (ciertamente superada esta última por la hidra comunista). 5. El análisis de los hechos y discursos, así como consenso fundamentado de historiadores serios, judíos y no judíos, es que la Santa Sede condenó tanto el régimen nazi como sus acciones en múltiples y repetidas ocasiones.###
(...)
Durante el régimen nazi cuanto más criticaba públicamente la Iglesia a los nazis, más se recrudecía la persecución contra católicos y otras minorías defendidas por la Iglesia, como los judíos. El ejemplo holandés es suficientemente representativo; o la súplica reiterada de que la Santa Sede se abstuviera de críticas públicas del régimen nazi por parte de la Jerarquía polaca. Bismarck (recuérdese su Kulturkampf y persecución de católicos) tampoco fue denunciado expresamente, sí condenado por la Iglesia.
(...)
El contra-argumento que la Iglesia Católica sí criticó al comunismo, al cual llamó "intrínsecamente perverso", no es de recibo. Con el comunismo no había nada que hacer. El comunismo fue, es y será un enemigo tan feroz de la Cristiandad que contra él ya sólo quedan tres recursos: la denuncia pública y abierta, la oración y el sufrimiento del martirio. Criticar públicamente y continuamente al comunismo o no hacerlo no modificaba nada la actuación de los perseguidores, asesinos y torturadores rojos: los más sangrientos que haya sufrido la historia de la humanidad.
(...)
Ha habido ya dos generaciones de alemanes que no han conocido la guerra. Sin embargo se sigue haciendo responsables a los alemanes de todas las atrocidades nazis, como si hubiera una responsabilidad colectiva. ¿Cómo se puede culpabilizar a quienes no tuvieron ni arte ni parte en aquella pésima decisión de elegir a Hitler? Hubo alemanes nazis y otros no. La mayoría, de hecho, no eran nazis. Si votaron al partido nazi lo fue en buena parte por el injustísimo orden internacional generado por el Tratado de Versalles. También por un malsano nacionalismo alemán, de corte romántico, que prosperó en medios protestantes más que en los católicos y que venía infecto del racionalismo desde el principio.