7.5.05

Carvalho da Silva Liberal?

O Ocaso do "Social"

Com a economia “possível”, queremos manter um Estado “impossível”. O aumento previsível da riqueza, na próxima década, não suportará o ritmo do agravamento actual das despesas públicas. Continuando “tudo”, como no período de 1995 a 2004, precisaríamos de atingir, em 2015, um “nível de fiscalidade” de 50%. Ou de crescer economicamente, durante uma década completa, à taxa real e anual média de 4,5%. Nem os mais optimistas esperam tanto.

(Medina Carreira, no Grande Loja do Queijo Limiano)
Post um pouco técnico, mas extremamente recomendável.

Bloco move-se para o centro

Definindo o movimento como «uma força socialista, popular e moderna», João Teixeira Lopes afirmou que «hoje já ninguém tem dúvidas de que o Bloco veio para ficar», depois do reforço eleitoral nas legislativas, em que passou de três para oito deputados eleitos.
(...)
Numa intervenção dirigida para o interior do partido, Teixeira Lopes justificou a necessidade de mudança de estratégia do BE, para «crescer e alargar a influência social».
Afinal a relutância do Anacleto em dizer "comunismo" fazia parte da estratégia de ocupação do espaço ideológico do Partido Socialista...

De Molotov-Ribbentrop a Stalin-Churchill-Roosevelt

RIGA, Latvia - President Bush said Saturday the Soviet domination of central and eastern Europe after World War II will be remembered as "one of the greatest wrongs of history" and acknowledged that the United States played a significant role in the division of the continent.

Bush said the agreement in 1945 at Yalta among President Franklin D. Roosevelt, Soviet leader Josef Stalin and British Prime Minister Winston Churchill "followed in the unjust tradition of Munich and the Molotov-Ribbentrop pact." The decisions at Yalta led to the division of eastern Europe and creation of the Soviet bloc.


Entretanto, aguardam-se para breve novos desenvolvimentos em Minsk...

Reino dos Céus - parte II

The liberal humanism that modernised Europe, and to which Ridley Scott is perhaps making diffuse reference, was learned and acquired from Muslim philosophy. It is what we do not know or acknowledge of historic context that so bedevils relations between Muslims and the West today, denying an informed common basis for debate and dialogue.
Sem querer ser etnocêntrico, a única coisa que posso dizer é que esta senhora não se enxerga e é completamente ignorante da história da Europa e do Próximo Oriente dos últimos três mil anos.

Que a civilização muçulmana era mais refinada do que a europeia (ocidental) durante grande parte da Idade Média é verdade. Mas não é verdade para toda a Europa. Se querem provas, olhem para o Império Bizantino que manteve sempre até ao fim uma civilização muito avançada. Dificilmente os muçulmanos se pode considerar a civilização muçulmana mais avançada do que a bizantina.

Por outro lado esquece que a civilização europeia é filha da Antiguidade clássica e da civilização judaico-cristã. Na construção daquilo que é a identidade europeia a componente muçulmana, embora não ausente, é bastante reduzida.

Mas indo ao cerne da questão, dizer que o "liberal humanism that modernised Europe, (...), was learned and acquired from Muslim philosophy" é um disparate do tamanho da Igreja de Santa Sofia. Onde no mundo muçulmano poderemo encontrar um Pico della Mirandolla e um equivalente da sua Oratio quaedam elegantissima siue de hominis dignitate? O humanismo recentrou o homem no universo (mas não esquecendo Deus). Em que é que isto é possível à total submissão a Deus exigida pelo Islão para os seus crentes e o desprezo que este manifesta em relação aos infiéis (os dhimmis seriam sempre cidadãos de segunda nas sociedades islâmicas). O Islão, por exemplo, nunca poderia tolerar o exame crítico das fontes feitas pelo humanistas cristãos do século XV e XVI aos textos da Bíblia. É certo que houve alguns humanistas queimados nas fogueiras apenas por traduzirem para vernáculo a Bíblia, mas o movimento continou e a crítica pode ser exercida. Quando é que isso poderia ser possível no Islão. Ainda hoje, nos países islâmicos, é blasfémia não acreditar que o Corão foi ditado pelo arcanjo Gabriel a Maomé, não aceitando a existência de variantes.

Esta afirmação é perfeitamente gratuita e carece de toda e qualquer fundamentação. Mas repete-se a mentira a ver se pega. É melhor não ir por aí. A civilização muçulmana da Idade Média teve outros méritos, mas o do promover o humanismo liberal não foi de certeza. Afinal, por que é que esse humanismo não se desenvolveu nos países muçulmanos?

Incentivo capitalista ao sucesso escolar

Ana Raquel (...) está no terceiro ano do curso [de Medicina] e foi a primeira aluna a contratar o novo crédito do Santander Totta para universitários.
(...)
Com um aproveitamento superior a 14 valores, Ana Raquel sabe que o seu contrato a proíbe de chumbar e de ter uma média inferior a 12 valores. Se baixar a fasquia, mas transitar de ano, o financiamento será suspenso até provar que recuperou a média.
(...)
O Santander Totta disponibiliza-lhe 380 euros durante 10 meses, ou seja 3.800 euros por ano, até acabar a licenciatura (2008) e Ana irá pagar 5% de juros (taxa fixa) sobre o montante da dívida, porque tem média de 14. (...) Se a sua média descer para 12 valores já sabe que irá pagar 7,5% de juros. A variação dos juros depende do mérito. Para pagar ao banco, Ana Raquel tem quatro anos depois de terminar o curso.

(in Expresso, conteúdo pago)

Um bom começo!

Taxa única, armadilha fiscal?

A diminuição da burocracia e dos custos inerentes à cobrança de impostos, a queda da evasão fiscal e o consequente aumento da receita colocaram na agenda europeia a «flat tax», regime que ganha cada vez mais defensores. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomás, é um apaixonado pelo modelo.
A taxa única pode tornar-se numa armadilha fiscal socialista se o "aumento da receita" for o objectivo principal. Pode ser preferível, conforme meu anterior post, ter taxas de IRS progressivo com máximo de 40%, IRC a 25% e IVA a 19% a, por exemplo, uma taxa única que confisque mais riqueza à economia. Evidência desse perigo são as palavras do fiscalista Rogério M. Fernandes Ferreira no mesmo artigo:
(...) se essa solução fosse a única possível e também viável do ponto de vista orçamental, Fernandes Ferreira sugere que se passasse a aplicar uma «flat tax» idêntica à da taxa geral do IRC, ou seja, 25%.
A prioridade deve ser a redução das despesas públicas (logo, do peso do Estado na economia), não o aumento das receitas fiscais!

Apelo ao discurso da tanga

As previsões da Primarevera do Banco de Portugal são inquietantes (...)

É (...) necessário que, para além do Banco de Portugal, alguém com responsabilidades políticas venha lançar avisos à navegação e chamar a atenção dos agentes económicos para os riscos que estamos a correr. O ministro das Finanças é a pessoa indicada para cumprir esta missão. Se não falar já, depois pode ser tarde de mais.
Mas, afinal, o discurso optimista não é bom para a economia?

6.5.05

Direito de resposta

Maiorias II

O [Partido Socialista] tem, de facto, a maioria absoluta no país e não apenas na Assembleia. É com essas regras que se realizam eleições. Aqui e em todo o lado.
(...)
A tese de que os votos dos que não votam contam para alguma coisa levaria à hipótese absurda de podermos ter um governo em Portugal com a seguinte composição: PCP (8 por cento), BE (7) e abstencionistas (35 por cento). Eis um governo, coerente, que representa 50 por cento do país. Fantástico... Um regime em que, verdadeiramente, o peso das minorias não seria «menorizado». Um estado liberal, no entender deste peculiar insurgente.
O jmf comete dois erros:

1. O PS tem, de facto, maioria absoluta apenas na Assembleia da República! Este obteve 29,3% dos votos possíveis, suficientes para eleger a maioria dos deputados. Essas são as "regras" de uma democracia. Ninguém pode concluir sobre a côr partidária dos 35% dos eleitores que não votaram. Faze-lo seria hipocrisia.

2. "Estado liberal" é um contra-senso! Alías, no exemplo de jmf continuaria a haver necessidade de respeitar as minorias que votaram PS, PSD, CDS/PP ou branco/nulo.

No "entender deste peculiar insurgente", um partido eleito para governar deve tratar de forma igual todos os cidadãos, independentemente das opções de voto destes. Assim está estipulado na Constituição da República Portuguesa:
Artigo 13.° (Princípio da igualdade)

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
Mas Igualdade é um conceito amplamente usado por políticos (e bloggers) que - na hora de defender os interesses do seu partido - o facilmente esquecem...

Credibilidade?

Sou muito crítico em relação ao blogues cujos autores não se identificam. Nenhuma coisa que lá se diz me merece credibilidade

Uma vez que tal opinião é-me (indirectamente) dirigida, julgo que, além do comentário do Miguel, haver necessidade de esclarecimento pessoal.

Uso o nome BrainstormZ por várias razões:
  • colocar no fim do post o meu verdadeiro nome não altera, como por magia, a opinião publicada;
  • um visitante racional só poderá ser convencido pelo poder dos meus argumentos, nunca pelo meu verdadeiro nome;
  • na blogosfera, até quem posta com o verdadeiro nome é "anónimo";
  • quando criei o Tempestade Cerebral, o meu verdadeiro nome não era conhecido o suficiente para conseguir captar a atenção da blogosfera e comunicação social;
  • ao contrário do meu verdadeiro nome, este é de minha autoria!
Dúvida: que credibilidade terá o nome JPP para um internauta brasileiro?

Para acabar bem a semana, amanhã

Diário das trapalhadas

Escandalizados

O Insurgente no Público

Não vislumbro, à priori, qualquer problema no anonimato do blogger. Em muitos casos, e mesmo no caso de alguns dos blogs mais conhecidos , o nome do autor nada diz àqueles que o lêem. A credibilidade do blogger constrói-se a prazo e não depende do seu nome.
Há certas declarações que apenas se podem atribuir à vaidade...

(*) malta,afinal aqueles dois hits a mais não foram por engano.

O sistema eleitoral britânico

Leitura recomendada

Um novo caso Marcelo ou mais uma trapalhada que foi abafada

Ensino Superior

H.L.Mecken

É justo...

Aguardo desenvolvimentos

Ex-líder do CDS está nos Estados Unidos a negociar ajuda dos Republicanos para criar uma
fundação de direita. Projecto servirá para combater a “hegemonia da esquerda” em Portugal.


PS: Já sei que para alguns isto vai ser mais uma prova da sua fatal arrogância, do avanço da extrema-direita, da estratégia de dominação americana, da urgência de aprovar o projecto constitucional europeu e outras teoria dignas dos X-Files.

A propósito das eleições britânicas

5.5.05

O Ministro da Justiça é (recomendado)

Conceitos de Economia, Gestão e Marketing aplicados à eleição do Papa

Da Maxmen à Teologia (2)

Da Maxmen à Teologia

Reino dos Céus

"Reino dos céus", de Ridley Scott, é um épico passado durante as cruzadas do séc. XII, que relata a luta entre muçulmanos e cristãos pelo reino de Jerusalém. Além da análise histórica, o filme tenta um outro ganho fazer a ponte da temática para a actualidade.
(...)
Baseado em figuras históricas reais, "Reino dos céus" é outro épico de acção cujas cenas de batalha, com mais ou menos efeitos digitais à mistura, são em si mesmas meio e fim de toda a sua densidade dramática, à semelhança dos recentes "Tróia" ou "Alexandre"- até o elenco de luxo mais não é que mero acessório.
(...)
Depois, tal como o fizera em "Gladiador", Scott cai no mesmo erro de criar um discurso modernaço de democracia e tolerância, que tem pouco cabimento numa época onde a chacina era, de parte a parte, a palavra de ordem. Maximus falava da grandeza de Roma e do sistema senatorial à população do Coliseu; Balian promove o diálogo entre religiões. "O Sepulcro não é mais importante do que o Muro ou a Mesquita!", diz a um mar de camponeses, antes de os ordenar a todos cavaleiros, com as tropas de Saladino às portas da cidade.
O outro texto, O épico pelas ruas da amargura:
Para capitalizar no filão, massificaram-se os argumentos, copiaram-se os piores defeitos (como o ridículo discurso de valores pós-modernos), e a qualidade desceu a pique, bem como o público. Só no ano passado, estrearam "Tróia", de Wolfgang Peterson, "Rei Artur", de Antoine Fuqua, e "Alexandre", de Oliver Stone.
(...)
Longe vão os tempos de "Spartacus", "Ben-hur", ou "Lawrence da Arábia". Hoje não há um Kirk Douglas, um Charlton Heston, Peter O' Toole ou Errol Flynn que dê alma a objectos essencialmente inanimados, politicamente correctos, e historicamente risíveis. Onde os heróis, ora andróginos ora anabolizados, são todos metrosexuais [sic], onde na Idade Média se fala em democracia e as mulheres são guerreiras respeitadas, onde se luta pela liberdade mais do que pela sobrevivência. É também aí que habita "Reino dos céus". Onde o épico tão cedo não deixará de andar pelas ruas da amargura.
De facto, todos estes filmes épicos mais recentes acabam por ser bastante ridículos, pois transportam para séculos passados conceitos que lhes eram completamente estranhos. É lógico que quem faz um filme, não faz uma reconstituição histórica, mas quem o vê (pelo menos com olhos de ver) não deixa de sentir ridículos discursos grandiloquentes (em Alexandre, o rei macedónio faz um discurso antes da batalha perfeitamente incongruente com quem estava a entrar em guerra apenas para construir um império).

E é isto que me incomoda (incomodar se calhar é uma palavra muito forte, porque tenho sempre remédio: não vejo os filmes) em muito filmes de Hollywood sempre prontos, umas vezes subrepticiamente outras nem tanto, a passar mensagens do pensamento único politicamente correcto (sobre feminismo, homossexualidade, imigração, relações internacionais ou entre religiões, etc.) de uma agenda "liberal" (no sentido anglo-saxónico do termo, é claro). E isto acontece praticamente em todos os tipos de filmes.

Reversível

Mudar

(In)interrupção volutária da trapalhada

E isso preocupa-o?

"Com estes (O Insurgente) nem nas coisas mais insignificantes consigo estar de acordo. "


in Terras do Nunca

Sintomas da decadência moral do Ocidente

LA MENOR CONSINTIÓ LOS ENCUENTROS
El Supremo absuelve a un profesor de 31 años que mantuvo relaciones sexuales con una alumna de 14
Anula la sentencia a un año de prisión impuesta por la Audiencia Provincial de Córdoba porque la 'iniciación temprana' en el sexo no es excepcional 'en los tiempos actuales'.



Para um comentário (bastante) inflamado leiam o Rititi.

(via Xanel Cinco)

Tardou, mas chegámos lá

«A seca não começou com a tomada de posse deste Governo. Vem do ano passado»

Leitura Recomendada

O atraso português tem origem no século XIX e na primeira metade do século XX. A partir dos anos 50, e até 1973, a economia portuguesa foi das mais dinâmicas do mundo, crescendo a taxas apenas rivalizadas pelo Japão e os "tigres asiáticos". Em 1950, o rendimento per capita do País rondaria os 30% do rendimento per capita nos países mais desenvolvidos. Em 1973, andaria à volta dos 65%. Hoje, a mesma comparação coloca-nos a cerca de 70%, sendo que os 5% recuperados nos últimos 31 anos ocorreram sobretudo entre 1986 e 1992. Acresce que o desenvolvimento dos anos 50 e 60 não foi apenas económico na educação e na saúde o salto foi igualmente significativo. Se em 1974 os indicadores não eram abonatórios, em 1950 eram redondamente pavorosos.

O quadro institucional existente durante o Estado Novo não era exactamente o mais amigo do mercado e o regime não ficou famoso pelo seu pendor liberal. O condicionamento industrial e as várias regras corporativas limitavam bastante a iniciativa privada. Mas outros aspectos ajudavam a um bom comportamento económico a despesa do Estado nunca chegou a representar mais do que 20% do PIB (o que é o paraíso, se comparado com os actuais 50%), subsistiu durante todo o regime uma orientação de equilíbrio das contas públicas (de resto consagrado na Constituição de 33), a iniciativa privada (embora muito domesticada pelas instituições) era considerada o motor da economia, e o regime (também contrariamente ao que diz a sabedoria convencional) participou nos grandes movimentos de liberalização do comércio internacional, o que resultou na adesão à EFTA em 1959 e no acordo de comércio livre com a CEE em 1972.

(...)

[O] quadro institucional da nossa democracia ainda é menos amigo do mercado. Se mantivemos o essencial da abertura internacional (com hesitações durante o PREC, quando houve tentações proteccionistas), a verdade é que jamais a Constituição de 33 colocou tantos entraves à actividade privada quanto a de 76. E nunca no Estado Novo se nacionalizou cerca de um terço da economia, como foi feito em 75. Confundiu-se, durante o PREC, fascismo com capitalismo. A esquerda mais radical da época não quis instalar a democracia em substituição do autoritarismo. Quis levar o País para qualquer coisa entre a Jugoslávia socialista e a própria URSS. Se não o conseguiu, pelo menos conseguiu consagrar constitucionalmente as nacionalizações, a reforma agrária, a legislação laboral e um sistema de saúde e de segurança social que garantiram o crescimento exponencial da despesa pública e empecilhos formidáveis à actividade económica. Se alguns dos piores desses empecilhos já desapareceram, por força das revisões constitucionais, a verdade é que sobreviveram durante tempo suficiente (uma década e meia) para pesarem ainda hoje no nosso desenvolvimento. E muitos ainda persistem.

Ao contrário do que tanta gente ainda hoje inexplicavelmente diz, rever a constituição nos aspectos económicos e sociais não corresponderia a abolir a democracia e trazer o fascismo de volta. Muito pelo contrário, aqueles aspectos é que são resquícios do tempo em que não se quis instalar em Portugal uma democracia mas uma ditadura de esquerda. Eles devem-se ao PREC e não à democracia, que viveria melhor sem eles. O PREC, na confusão que estabeleceu entre o Estado Novo e a relativa liberdade económica que nele existia, destruiu a história de sucesso que era a economia portuguesa dos anos 60, e em nome disso hipotecou o futuro económico e social do País. Não surpreende que seja possível hoje, em plena liberdade de expressão, repetir a ladainha aplicada ao Estado Novo em matéria de desenvolvimento, mas devolvendo-a à democracia. Lá nos fomos desenvolvendo a passo de caracol, mas afinal continuamos a contar- -nos entre os mais atrasados, os que têm piores indicadores de pobreza, educação e saúde. E se assim é, a culpa não é da democracia, mas daquilo que nela resta do tempo em que esteve para não existir.

Constituição europeia: filha de 1789?

4.5.05

Para ler assim que haja tempo...

Coisas que me apoquentam

Votação auto(mática)

Eleitor bem informado é um mau eleitor?

O Bloco de Esquerda apresentou, esta terça-feira, um projecto de revisão constitucional que prevê a redução dos prazos para a marcação de referendos. A proposta é a pensar na possibilidade de o referendo ao aborto se realizar ainda este ano.
(...)
No projecto de lei de revisão constitucional o BE, “mexe” no articulado que actualmente impede a marcação de referendos 90 dias antes de quaisquer eleições, encurtando esse prazo para 30 dias.
O prazo de 90 dias existe por uma razão muito simples: dar tempo ao eleitor para este se informar sobre o assunto a referendar. Estarão os bloquistas com medo da discussão sobre a partir de qual semana se deve proteger a vida humana?

Adenda: referi que os 90 dias entre a data de referendo e eleições dão mais tempo ao eleitor de se informar. Expicando melhor, dão melhor oportunidade de ouvir vozes divergentes: um referendo durante a pré-campanha/campanha - ao contrário de um referendo no dia das eleições - limita as opiniões dos políticos que, doutra forma, defenderiam posições minoritárias (dado que se faz sempre uma "leitura política" dos resultados).

Lei marcial?

Maiorias

O PS admite um entendimento com os partidos da esquerda e o CDS sobre a revisão constitucional. Uma vez que não precisa dos sociais-democratas para conseguir os dois terços necessários, o PSD pode vir a ser excluído das negociações, segundo a edição desta quarta-feira do Diário Económico.

(in DD, via A Arte da Fuga)

"Ditadura" da maioria? Winston Churchill disse que "a democracia é a pior forma de governo, se não contarmos com todas as outras experimentadas".

Mas até mesmo no sistema democrático existem diferenças. Numa sociedade liberal - ao contrário da socialista - o peso do Estado sobre as "minorias" é... minimizado!

Leitura recomendada

And that's that!

Uma questão de conceitos

Já começou...

[Intervalo] Adivinha bíblica

A nossa salvação chegará de avião

"Ultra-liberal" censurado

No fewer than nine out of 25 European commissioners were in Paris on Tuesday, trying to repair strained relations between Brussels and Paris, and to campaign for a Yes vote in France's May 29 referendum on the EU constitution.
Commission president José Manuel Barroso was there too, but kept a low media profile to avoid incurring the wrath of President Jacques Chirac, who regards the Portuguese as the face of "ultra-liberalism" in Brussels.
According to French media reports, Chirac personally intervened last month to stop Barroso appearing on a French political discussion programme.

O L'Express já tinha dado conta desta tensão entre o presidente da comissão e o presidente francês. O jornal enquadra a liberdade de expressão no debate sobre o referendo europeu:
La Constitution européenne, que le chef de l'Etat demande aux Français d'adopter, stipule, dans l'alinéa 1 de l'article II.71, que le droit à la liberté d'expression «comprend la liberté de recevoir ou de communiquer des informations ou des idées sans qu'il puisse y avoir ingérence d'autorités publiques et sans considération de frontières».

O antisemitismo no seu melhor

O presidente palestiniano, Mahmud Abbas, afirmou esta terça-feira que «os israelitas querem que o sangue dos palestinianos corra», em resposta às críticas do primeiro-ministro israelita, que o acusou que «nada fazer» para desmantelar as «organizações terroristas».

A proposito da "Violência dos outros."

Some scientists claim that hydrogen, because it is so plentiful, is the basic building block of the universe. I dispute that. I say that there is more stupidity than hydrogen, and that is the basic building block of the universe.


Frank Zappa(1940 - 1993)

3.5.05

O túnel de Ceuta

Desde a sua programação, em 1995, pelo Executivo de Fernando Gomes, até ao dia de hoje, o Túnel de Ceuta conheceu inúmeros avanços e recuos, propostas e contra-propostas, numa batalha que envolve, entre outros, a Câmara Municipal do Porto (CMP), a administração do Hospital de Santo António e o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR).

A proposta inicial para a saída do túnel seria em frente ao Instituto de Medicina Legal, do lado direito do Jardim do Carregal, chumbada em 1996 pelo IPPAR, afirmando que se encontrava muito próximo, não só do jardim, mas também do Hospital de Santo António.

Já durante o executivo de Nuno Cardoso, a CMP, começou a escavar a entrada do túnel em frente ao Hotel Infante de Sagres e a saída num local ainda mais próximo do hospital (à porta do serviço de urgências). A obra acabou por ser suspensa devido a dificuldades de escavação e a falta de cobertura financeira.

Em 2002, no início do mandato do actual presidente da CMP, Rui Rio, e um ano depois da Porto 2001, a obra encontrava-se num impasse. Para além de ter sido chumbada pelo IPPAR, não recolhia a aprovação do Hospital de Santo António, uma vez que a saída se encontrava mesmo à porta das urgências, numa rampa com demasiada inclinação e terminando em cima de um cruzamento.

Não sei se Rui Rio fez a extensão dentro da legalidade ou não, sei apenas que ele herdou, devido a enorme incompetência do PS nesta questão e, diga-se desde já, em muitas outras dentro da cidade do Porto (ao contrário de muitos, não penso que a gestão de Fernando Gomes tenha sido grande coisa para a cidade do Porto e Nuno Cardoso ainda menos).

Sei apenas que estava a resolver um assunto que, como muitos outros, estavam parados ou sem rumo devido à gestãp socialista da cidade. Quanto à protecção do Museu, não sei que tipo de estudos fez o IPPAR para saber que a saída do túnel no início de D. Manuel II iria danificar o liceu. Como qualquer portuense que se preze, conheço fisicamente o local e as explicações que ouvi do IPPAR não me convenceram nada.

Sinceramente, não sei onde tudo isto vai parar. Sei apenas que há um governo que, embora só conheça, para os outros assuntos, três velocidades (devagar, devagarinho, parado), decide, quando diz repeisto à cidade do Porto, armar-se em forte e fazer campanha pelo PS.

As eleições autarquicas já começaram no Porto.

Endividamento das famílias

Eu ia escrever isto

Quem dá o que não tem

Um contribuinte com rendimentos médios, quando se reforma recebe uma pensão quase igual ao salário que tinha, num valor muito superior ao da média europeia.
Mas num caso em que o contribuinte tenha tido rendimentos muito baixos durante toda a carreira, passar à reforma compensa muito mais já que, em média, recebe mais 15 por cento do que ganhava enquanto estava a trabalhar.
Se durante a campanha para as legislativas se falou em aumentar a idade de reforma (como forma de aumentar a base contributiva, reduzir os número de reformados e os anos em que recebem pensão), porque não falar deste incentivo à reforma? Será que não se está, também, a desincentivar a procura de melhores rendimentos pois isso é garantido pela reforma (paga pela redestribuição das contribuições alheias)?
Para um sistema de segurança social tão deficitário, espanta a generosidade.

Que Europa é esta?

China aumenta repressão a pedido da UE

Fomos de férias

Berlim não foi libertada em 1945

Pópós chineses

Milagre !

A aparência e a realidade (*)

(...) we should have learned from the Chrysler bailout, the legacy costs of intervening in the marketplace can be very high, even if they are not immediately obvious.


(*) Tradução livre do título do famoso artigo "That Which is Seen, and That Which is Not Seen" de Bastiat.

Leitura recomendada

2.5.05

O cúmulo do relativismo

Canibais neoliberais voltam a atacar

TRABALHO SIM ! DESEMPREGO, FOME E MISÉRIA NÃO !!
Censurada pela imprensa, realizou-se à mesma hora e no mesmo local uma contra-manifestação organizada pela secção local da internacional canibal neoliberal.

Os contra-manifestantes empunhavam cartazes com os dizeres:
TRABALHO NÃO ! DESEMPREGO, FOME E MISÉRIA SIM !!

Sem tirar nem pôr

AVISO: afaste o copo do café do teclado do computador

"as conquistas civilizacionais que a Revolução Francesa e a Revolução de Outubro impulsionaram, apelando à luta pela transformação democrática da sociedade e ao fim da exploração do homem pelo homem, tal como a nossa Revolução de Abril, estão a ser diariamente espezinhadas pelos diversos políticos em Portugal, na Europa e no Mundo".
E é por isso que este senhor reside, actualmente, no planeta Marte.

Paz e Solidariedade (aula prática)

"As comemorações do Dia do Trabalhador no Porto foram marcadas por um incidente que envolveu elementos da organização dos festejos e manifestantes do Bloco de Esquerda...que seguiam no final do desfile que se realizou após ter encerrado o comício comemorativo do 1º de Maio...

Testemunhado pelo Público, o incidente envolveu uma viatura de som da União de Sindicatos do Porto (USB), na qual seguiam dois homens, que tentou a todo o custo isolar os bloquistas, impedindo-os de se associarem ao desfile. Houve mesmo uma troca azeda de acusações, com alguns murros e pontapés à mistura na viatura que teimava em barrar o caminho àqueles manifestantes do BE...o incidente ocorreu em plena praça da Liberdade..."

in Público, 02/02/2005, p.19
Unidade, unidade, unidade...

P.S. O que faria a jornalista do Público na cauda do desfile ao pé dos manifestantes do bloco?

P.S.2 Se este episódio tivesse ocorrido à porta da Vicaima tinha tido direito a transmissão televisiva.

Leitura recomendada

E o artigo de António Vilarigues?

E a entrevista de Pedro Ferraz da Costa?

Voar baixinho

“O cumprimento das leis e das regras não é uma fraqueza, mas sim uma força”, disse o Presidente, depois de lembrar o “hábito” de alguns condutores de gabarem o (pouco) tempo que demoram a viajar entre lisboa e o Porto.
Jorge Sampaio já não conduz há dez anos. Desde que é nosso presidente que ele (e a sua senhora, concerteza) são conduzidos por motoristas que cumprem à risca o código. Não andam acima das velocidades máximas permitidas, por exemplo.
O Sr. presidente nunca o permitiria.

Já estou mais sossegado!

Injustiças

Viva o défice!

«Não fazer as coisas porque não há dinheiro é atitude de país rico e nós não somos um país rico», afirmou Jorge Sampaio na Figueira da Foz, onde iniciou o segundo dia de uma presidência temática sobre sinistralidade nas estradas.


[fonte: DD]

Os engenheiros de almas

Re: Não quebre esta corrente...

1.5.05

A Igreja Católica face ao nacional-socialismo e ao comunismo

1. La Encíclica, que normalmente se escribe en Latín, se hace en alemán. Va pues dirigida a Alemania, entonces bajo el yugo nazi.
2. La Iglesia ha tenido una larga tradición de no nombrar expresamente, para evitar herir sentimientos y –sobre todo- por prudencia diplomática en la que se pueden jugar con miles de asesinados, como era el caso de los nazis. Otros ejemplos en Alemania fueron con Bismarck o con el Káiser en 1917.
3. Comparar la no mención del nacionalsocialismo con la mención expresa del comunismo no es relevante. El comunismo ha sido un mal pavoroso (“intrínsecamente perverso”) contra el que no había nada que hacer, se hablara de él o no. El odio anticristiano de los comunistas es tal que se hiciera lo que se hiciera ellos siempre persiguieron a Cristo y a sus discípulos con saña.
4. La Iglesia no podía dejar de condenar a quienes desataron una persecución antisemita y anticatólica como pocas (ciertamente superada esta última por la hidra comunista).
5. El análisis de los hechos y discursos, así como consenso fundamentado de historiadores serios, judíos y no judíos, es que la Santa Sede condenó tanto el régimen nazi como sus acciones en múltiples y repetidas ocasiones.###

(...)

Durante el régimen nazi cuanto más criticaba públicamente la Iglesia a los nazis, más se recrudecía la persecución contra católicos y otras minorías defendidas por la Iglesia, como los judíos. El ejemplo holandés es suficientemente representativo; o la súplica reiterada de que la Santa Sede se abstuviera de críticas públicas del régimen nazi por parte de la Jerarquía polaca. Bismarck (recuérdese su Kulturkampf y persecución de católicos) tampoco fue denunciado expresamente, sí condenado por la Iglesia.

(...)

El contra-argumento que la Iglesia Católica sí criticó al comunismo, al cual llamó "intrínsecamente perverso", no es de recibo. Con el comunismo no había nada que hacer. El comunismo fue, es y será un enemigo tan feroz de la Cristiandad que contra él ya sólo quedan tres recursos: la denuncia pública y abierta, la oración y el sufrimiento del martirio. Criticar públicamente y continuamente al comunismo o no hacerlo no modificaba nada la actuación de los perseguidores, asesinos y torturadores rojos: los más sangrientos que haya sufrido la historia de la humanidad.

(...)

Ha habido ya dos generaciones de alemanes que no han conocido la guerra. Sin embargo se sigue haciendo responsables a los alemanes de todas las atrocidades nazis, como si hubiera una responsabilidad colectiva. ¿Cómo se puede culpabilizar a quienes no tuvieron ni arte ni parte en aquella pésima decisión de elegir a Hitler?
Hubo alemanes nazis y otros no. La mayoría, de hecho, no eran nazis. Si votaron al partido nazi lo fue en buena parte por el injustísimo orden internacional generado por el Tratado de Versalles. También por un malsano nacionalismo alemán, de corte romántico, que prosperó en medios protestantes más que en los católicos y que venía infecto del racionalismo desde el principio.

Globalização