One of the apparently invincible fallacies of our times is the belief that President Ronald Reagan’s tax cutscaused the federal budget deficits of the 1980s. In reality, the federal government collected more tax revenue in every year of the Reagan administration than had ever been collected in any year of any previous administration.
Disclaimer: das asneiras que fiz enquanto jovem "inconciente" orgulho-me dos escalpes de alguns "skinheads" que levaram uma historia para contar.
Mas isto não. Haja um minimo de decência ou ja estamos em pleno delirio pos-moderno e o eixo terrestre mudou de sitio. No Publico:
Na origem da manifestação esteve o assalto ocorrido a semana passada na praia de Carcavelos, levada a cabo por cerca de 50 jovens, que terão agredido e roubado vários banhistas.
"50 jovens"? "terão agredido"? O quê? Estava de chuva nesse dia em Carcavelos?
Para Joana Amaral Dias, uma manifestação da Frente Nacional não devia ser autorizada. Presume-se que as manifestações do Bloco de Esquerda, do PCP, da CGTP e de outras organizações de extrema esquerda não suscitam idêntica avaliação.
Adenda: Sobre matéria relacionada, recomendo a leitura do post Arrastar o arrastão..., de Pedro Guedes.
Para o fim de semana, um post sobre a "direita" socialista de inspiração "cristã"
Não duvido que o Rodrigo Moita de Deus seja uma óptima companhia para almoço, mas já no que diz respeito a outros planos, o balanço é menos positivo.
Respondendo a este meu post, o Rodrigo Moita de Deus proclama, piamente, o carácter alegadamente cristão dos seus impulsos redistributivos. Como tal implicaria recorrer a aborrecidas referência literárias para as quais o RMD já evidenciou repetidamente não ter a mínima vocação, não procurarei demonstrar que a utilização dos meios coercivos do Estado para promover padrões redistributivos dificilmente pode ser compatibilizável com uma visão cristã sobre a caridade, a propriedade privada e o papel da família e restantes instituições intermédias.
Não vou sequer salientar que, caso o RMD persisitisse na sua aderência a políticas de "redistribuição cristã", então, o mais natural seria ser pelo menos ser internamente consistente nos seus erros e adoptar a posição do Timshel, afirmando-se orgulhosamente de esquerda.
Pela mesma razão de não querer abusar da (inteiramente legítima) limitada vocação teórica do RMD, não vou também tentar explicar que redistribuição de riqueza é diferente de redistribuição do rendimento ou que a própria ideia de redistribuição implica a existência de uma autoridade central que a promove segundo um padrão específico, facto que é incompatível com a noção tradicional de caridade cristã. Não invocarei também a distinção entre padrões de distribuição positivos e negativos nem comentarei a proposta de direitos sociais de cidadania avançada por João Carlos Espada. Igualmente me abstarei, para não maçar o nosso amigo RMD, de explicar em que consistem propostas como a da tributação negativa de M. Friedman ou a hipótese de garantia de limiares mínimos de rendimento avançada por Hayek.
Como, apesar de tudo, sou incapaz de fugir ao perigoso vício da gula livresca (um vício de que RMD, como a generalidade da "direita" social-democrata, está isento), e invocando em minha defesa apenas a conhecida máxima de Spooner, segundo a qual "vícios não são crimes", recorro a um texto de Ludwig von Mises, que mantém a sua actualidade em muitos aspectos:
Christian Socialism, as it has taken root in the last few decades among countless followers of all Christian churches, is merely a variety of State Socialism. State Socialism and Christian Socialism are so entangled that it is difficult to draw any clear line between them, or to say of individual socialists whether they belong to the one or the other.###
(...)
The protagonists of Christian social reform as a rule do not regard their ideal Society of Christian Socialism as in any way socialistic. But this is simply self-deception. Christian Socialism appears to be conservative because it desires to maintain the existing order of property, or more properly it appears reactionary because it wishes to restore and then maintain an order of property that prevailed in the past. It is also true that it combats with great energy the plans of socialists of other persuasions for a radical abolition of private property, and in contradistinction to them asserts that not Socialism but social reform is its aim. But Conservatism can only be achieved by Socialism. Where private property in the means of production exists not only in name but in fact, income cannot be distributed according to an historically determined or an any other way permanently established order. Where private property exists, only market prices can determine the formation of income. To the degree in which this is realized, the Christian social reformer is step by step driven to Socialism, which for him can be only State Socialism.
(...)
Only a part of the Christian socialist movement has openly subscribed to this radical programme. The others have shunned an open declaration. They have anxiously avoided drawing the logical conclusions of their premises. They give one to understand that they are combating only the excrescences and abuses of the capitalist order; they protest that they have not the slightest desire to abolish private property; and they constantly emphasize their opposition to Marxian Socialism. But they characteristically perceive that this opposition mainly consists in differences of opinion as to the way in which the best state of society can be attained.
-Ludwig von Mises, Socialism (Section III: Particular Forms of Socialism and Pseudo-Socialism)
O Rodrigo Moita de Deus consegue quase sempre ter graça naquilo que escreve, ainda que por vezes o humor resulte de factores não intencionais. De assinalar também o apoio do Bruno Cardoso Reis que, apesar de escrever num blog de extrema esquerda, consegue provavelmente ser mais liberal do que o RMD em muitas matérias (o que justifica a suspeita de que o Bruno deve ter andado a ler livros a mais, actividade que não se recomenda aos sociais-democratas da "direita" [curva]).
[EU] has tried to do too much, too quickly and in too much detail. Jean Monnet, architect of the Coal-Steel Pool, the original blueprint for the EU, always said: "Avoid bureaucracy. Guide, do not dictate. Minimal rules." He had been brought up in, and learned to loathe, the Europe of totalitarianism, in which communism, fascism and Nazism competed to impose regulations on every aspect of human existence. He recognized that the totalitarian instinct lies deep in European philosophy and mentality--in Rousseau and Hegel as well as Marx and Nietzsche--and must be fought against with all the strength of liberalism, which he felt was rooted in Anglo-Saxon individualism.
In fact, for an entire generation, the EU has gone in the opposite direction and created a totalitarian monster of its own, spewing out regulations literally by the million and invading every corner of economic and social life. The results have been dire: An immense bureaucracy in Brussels, each department of which is cloned in all the member capitals. A huge budget, masking unprecedented corruption, so that it has never yet been passed by auditors, and which is now a source of venom among taxpayers from the countries which pay more than they receive. Above all, règlementation of national economies on a totalitarian scale.
Your time is limited, so don't waste it living someone else's life. Don't be trapped by dogma - which is living with the results of other people's thinking. Don't let the noise of other's opinions drown out your own inner voice. And most important, have the courage to follow your heart and intuition. They somehow already know what you truly want to become. Everything else is secondary.
Enquanto nuns países os bloggers são considerados mais um elemento importante do debate, no escrutínio do governo e têm livre acesso às fontes, em alguns países os bloggers são perseguidos pelas ditaduras que a todo o preço controlam a liberdade de expressão.
Pekín también obliga desde este mes a registrar ante las autoridades toda página 'web' o 'blog', y en marzo cerró los foros de discusiones de algunas prestigiosas universidades, en los que eran frecuentes los comentarios críticos con el Gobierno. ###
El Gobierno chino ha comenzado una campaña de reclutamiento de 4.000 vigilantes que controlarán los contenidos de las páginas 'web' visitadas en los cibercafés, un paso más para aumentar la censura 'on line', según la prensa independiente. (...)no dejan pasar páginas 'web' sobre el Tíbet y Taiwán hasta falsos foros en Internet en los que internautas pagados por el Gobierno crean discusiones artificiales en las que introducen propaganda estatal. (...)El mismo diario 'South China Morning Post' denunció esta semana que los usuarios del nuevo portal de Microsoft en China no pueden utilizar palabras como "democracia" o "derechos humanos" en sus diarios en la Red, más conocidos como 'blogs'.
Parece que Álvaro Cunhal foi uma figura "importante, "central", "ímpar" do século XX português. Muito bem. Estaline não foi uma figura "importante", "central", "ímpar" do século XX? Parece que Álvaro Cunhal foi "determinado" e "coerente". Hitler não foi? Parece que Álvaro Cunhal era "desinteressado", "dedicado" e "espartano". Salazar não era? Parece que Álvaro Cunhal era "inteligente". Hitler e Salazar não eram? Parece que Álvaro Cunhal sofreu a prisão e o exílio. Lenine e Estaline não sofreram? As virtudes pessoais de Álvaro Cunhal não estão em causa, como não estão as de Hitler, de Estaline, de Lenine ou de Salazar. O que está em causa é o uso que ele fez dessas virtudes, nomeadamente o de promover e defender a vida inteira um regime abjecto e assassino. Álvaro Cunhal nunca por um instante estremeceu com os 20 milhões de mortos, que apuradamente custou o comunismo soviético, nem com a escravidão e o genocídio dos povos do império, nem sequer com a miséria indesculpável e visível do "sol da terra". Para ele, o "ideal", a religião leninista e estalinista, justificava tudo.
Dizem também que o "grande resistente" Álvaro Cunhal contribuiu decisivamente para o "25 de Abril" e a democracia portuguesa. Pese embora à tradição romântica da oposição, a resistência comunista, como a outra, em nada contribuiu para o fim da ditadura. A ditadura morreu em parte por si própria e em parte por efeito directo da guerra de África. Em França, a descolonização trouxe De Gaulle; aqui, desgraçadamente, o MFA. Só depois, como é clássico, Álvaro Cunhal aproveitou o vácuo do poder para a "sua" revolução. Com isso, ia provocando uma guerra civil e arrasou a economia (o que ainda hoje nos custa caro). Por causa do PREC, o país perdeu, pelo menos, 15 anos. Nenhum democrata lhe tem de agradecer coisa nenhuma.
Toda a gente sabe, ou devia saber, isto. O extraordinário é que as televisões tratassem a morte de Cunhal como a de um benemérito da pátria. E o impensável é que o sr. Presidente da República, o sr. presidente da Assembleia da República, o sr. primeiro-ministro e dezenas de "notáveis" resolvessem homenagear Cunhal, em nome do Estado democrático, que ele sempre odiou e sempre se esforçou por destruir e perverter. A originalidade indígena, desta vez, passou os limites da decência. Obviamente, Portugal não se respeita.
ADENDA: Leiam este escrito pelo meu amigo Carlos uns dias antes.
Num artigo do Washigton Times,Thomas Sowell relembra que neste mesmo dia, há 75 anos, era aprovada a tarifa Hawley-Smoot.
Em plena recessão após o crash de 1929 (que ao contrário do que muitos pensam não foi a causa mas uma consequência) esperava-se com a introdução desta medida proteccionista estancar o desemprego crescente através da restrição das importações.
Contra esta medida, destaca-se o pedido de 1028 economistas que pediam ao presidente Herbert Hoover para usar o seu poder de veto. Como se sabe este pedido foi ignorado.
A tarifa causou um efeito dómino. Os outros países retaliaram adoptando legislação semelhante. A recessão agravou-se.
Em 1930 (ano em que foi adoptada a tarifa) o desemprego nos EUA era 9%. Dois anos depois ascendia a 16%. No ano seguinte a 25%.
Como bem lembrou o João Miranda a situação actual assemelha-se em muito à dos anos 30. Os pedidos para a adopção de medidas proteccionistas multiplicam-se. E os governos nacionais parecem dispostos a satisfazê-los.
Um editorial do Daily Telegraph que também se aplica a Portugal.
(...) Since 1997, an endless trickle of new regulations, taxes, inspections and licensing regimes has bulked up the public sector at the expense of the private sector. Some of these, such as health and safety rules, have affected the performance of manufacturing industry particularly harshly. Factory output has declined, more or less, ever since Labour came to power.
But perhaps the most telling statistic of all is that, for every 10 jobs lost in manufacturing, eight have been created in the public sector. Margaret Hodge's suggestion yesterday that unemployed Rover workers should apply for jobs at Tesco is all very well but, if she really had her way, they would be hired as teenage pregnancy co-ordinators, traffic wardens, or as administrators for the National Health Service.
(...) [T]he Asian giants create about a million jobs every year and a factory worker in China earns only about £100 a month, compared with an average monthly salary in this country of about £2,000. And they are not only moving into manufacturing - they are increasingly competing in services, too. We journalists, for instance, might well be concerned that the news agency Reuters is relying more and more on reporters based in Bombay to cover world events.
But what can be said, given the emergence of China and India as competitive threats, is that the Government has done almost nothing to help. And we do not mean it should be handing out grants, promoting national "champions" or pay-bargaining with the unions. The Chancellor was on the right lines when he promised the CBI, soon after the election, "a more humble approach". What is left of Britain's manufacturing industry deserves a break - and what the Government should do is slim itself down and get out of the way.
Depois do fracasso no processo de ratificação do projecto constitucional a nova "crise europeia" pode verificar-se com não a aprovação do Orçamento comunitário.
São as políticas distributivas ao nível comunitário que estão em causa (a chamada "coesão"). Por mim podiam desaparecer de vez.
Porque é chato quando eles não votam como nós queremos...
José Sócrates considera (...) que se deve impedir o efeito de contágio na rejeição à Constituição Europeia e por isso os referendos que ainda faltam fazer deviam realizar-se em simultâneo
Está decidido. Foi concedido aos países-membros um alargamento do prazo para a ratificação do projecto constitucional. Neste interregno espera-se que o crescimento económico altere a disposição geral e que uns "esclarecedores" milhões de euros consigam alterar posições. Não se prevêm alterações ao documento. Afinal, não era este que estava errado.
ADENDA: Ainda há dias o nosso PM dizia que, contra ventos e marés, o referendo português não seria adiado. Mais uma vez, o governo revela que convições não abundam e que as promessas não são para serem levadas a sério. É necessária, urgentemente, uma coluna vertebral para o residente de São Bento.
Em três linhas, Rodrigo Moita de Deus tenta explicar "uma única boa razão para não ser socialista" e acaba por conseguir evidenciar que é, pelo menos na importante questão em causa, socialista.
"Essa coisa da redistribuição da riqueza" é, efectivamente, socialismo. É pena que muita gente ainda não tenha dado por isso, mas talvez assim se compreenda melhor o crescimento galopante do Estado, mesmo com governos que se dizem de "direita". Com os dados lançados assim, as políticas praticadas serão sempre de esquerda, com os desastrosos resultados que se conhecem.
Relativamente à situação descrita aqui, Luís Delgado atribuiu o crédito à fonte original. É algo que só lhe fica bem e um exemplo que, infelizmente, algumas outras pessoas que escrevem em jornais teimam em não seguir.
(safety warning: o título deste post visa também irritar eventuais esquerdistas que por aqui passem)
Médicos e farmacêuticos travam a banalização dos genéricos
Disclaimer: não sou medico nem farmacêutico e não percebo nada de medicamentos. Tenho enxaquecas e insonias de vez em quando. Se algum médico passar por aqui agradeço esclarecimentos.
Não paro de me surpreender (ou nem tanto) com a irresponsabilidade dos meios de comunicação. Descobriram que, de acordo com um estudo do Infarmed, so 3% dos médicos receitam medicamentos genéricos ou pelo “principio activo”. Assim, foram ouvir o que têm a dizer o bastonario da OM e o Coronel Aranda da Silva. Não pararam sequer para pensar: “Porque razão 97% dos médicos receitam marcas?” Os médicos que conheço ou de quem sou amigo têm uma razão simples que não ocorreu aos brilhantes jornalistas: não acreditam nos genéricos! E porquê? Porque sabem que quando receitam a uma criança Paracetamol 500mg, arriscam-se a que o miudo tome Paracetamol 50mg. O que no caso deste medicamento até pode não ser grave (não sei), mas imaginem o que pode acontecer com antibioticos, com um anestésico (?) ou outro medicamento mais critico. Claro que, quando um médico perder um doente, porque ao receitar um genérico e a dose do principio activo não for a indicada, sera o mesmo médico crucificado e acusado de negligência. Se se vier a descobrir que o problema esta no medicamento (o que ja aconteceu e não sei porque é que estes assuntos são silenciados) a comunicação social pode sempre dizer: “Não temos responsabilidade nenhuma! Ouvimos todas as partes! Ninguém falou em fraude, erro, negligência, etc nos genéricos! Nos so informamos!” Claro que so informam. O que convém. Mas sera que passa pela cabeça de alguém que 97% dos médicos não pensam nos doentes, que são vendidos à industria e sei la que monstruosidades mais? Um bocadinho, so um bocadinho de bom-senso e curiosidade não fica mal a ninguém.
P.S. Não foi so o Publico, é unânime em todos os meios de comunicação.
Nuno Melo, o arrastão de Carcavelos e a irresponsabilidade da esquerda
Estranho e decadente país o nosso em que declarações como estas, de Nuno Melo, motivam acusações de "racismo" lançadas em tom (encenadamente) histérico.
Antes de se darem início aos trabalhos na ordem do dia na Assembleia da República, Nuno Melo levantou a questão do "arrastão" ocorrido na praia de Carcavelos, na passada sexta-feira, quando cerca de 500 jovens assaltaram e agrediram várias pessoas que se encontravam no areal, levando à intervenção da PSP e da Polícia Marítima, assim como dos Bombeiros e do Instituto Nacional de Emergência Médica.###
O líder parlamentar do CDS-PP criticou a "desvalorização" do assalto e prometeu apresentar um diploma sobre a idade a partir da qual se pode ser responsabilizado criminalmente, numa proposta de alteração do Código Penal. "A questão da idade para efeitos da imputabilidade será discutida nesta Assembleia da República mais uma vez, por nossa iniciativa", declarou, depois de recordar os nomes de polícias mortos nos últimos anos em serviço, defendendo a censura clara dos criminosos e o apoio à acção das forças policiais.
De visita a Praga, Luca Ferrini estranha o facto do partido comunista ser o segundo maior partido da República Checa:
We might theorize that people vote for communists in Italy because people have no experience with the total state. People are merely chasing fantasies or ignorant ideals, or maybe following some intellectual guru. Maybe communists are too young, or maybe too old, to fully understand the implications of their votes. They enjoy the relatively higher freedom of our country, and voting for communism means rebellion. If they knew what communism is really like, they would probably change their minds.
This simplistic view had to be abandoned in Prague. People there know very well what communism is. They experienced the devastating effects of eliminating private property in the means of production. It means canceling all freedoms. They lived for forty years in a nightmare and just woke up.
So, why do more than 20% of all Czechs still believe in it? What is the driving force of votes to Communist Parties both in former Communist countries and in the other ones?
Mas já desde Junho que o notável Vasco tentava, com ardor, impedir os progressos da "reacção". Por um lado, detendo e torturando indivíduos avulsos, a título de experimentação da pedagogia estalinista. Note-se que as ordens de prisão, na sua maioria, foram assinadas pelo nosso herói. Por outro lado, atraindo as graças do COPCON, para o que enviaram, sob os auspícios soviéticos, Otelo a Cuba. Em busca da Luz, supõe-se. Nesse "Verão quente", pasme-se, Vasco Gonçalves ainda teve tempo para arrancar da cabecinha o "Documento de Análise da Situação Política Actual", peça de invulgar teor literário e um libelo acusatório do "ataque do capital", pontuado com urros relativos à "vanguarda política" e à "via para o socialismo", que já tardavam. ###
(...)
Quando foi a Almada, a 18 de Agosto, o camarada Vasco já não parecia ter cura: "Dizem-nos que este governo tem poucas possibilidades, tem muito pouca base de apoio, tem uma base de apoio muito restrita. Devo dizer-vos aqui o seguinte: não há nenhuma revolução, numa determinada fase da sua história, que não tenha tido uma base de apoio restrita. Pois é precisamente nesse momento que é preciso um governo forte e com autoridade. (...) Esse poder e autoridade só as forças armadas o podem dar". O delírio é mais do que evidente, e até Otelo julgou o discurso despropositado. No fim do mês, mesmo o tíbio Costa Gomes não tem outro remédio a não ser demiti-lo. Até Novembro, a seita "gonçalvista" ainda se rebolou; a 25, estragaram-lhe o rebolado.
Do que não se fala, naturalmente em Inglaterra, mas estranhamente em Portugal, é das numerosas referências que Mitrokhin faz ao muito nosso Álvaro Cunhal, bem como aos seus arrabaldes, também conhecidos por PCP.###
(...)
Graças a ele, passamos a ter indícios detalhados de que, nas décadas de 70 e de 80 (em democracia, note-se), o PCP (leia-se o camarada Álvaro) entregou aos agentes do KGB em Lisboa meia tonelada de documentação vária, envolvendo material da PIDE, da NATO e dos Serviços Especiais portugueses. Além disso, era frequente o recrutamento e o envio de elementos do partido rumo à Rússia, visando formação intensiva com os especialistas locais em artes revolucionárias.
(...)
Dantes, semelhante proeza pagava-se com a forca, ou, na falta dela, com cadeia demorada. Hoje, nesta terra, o atestado dos crimes do PCP não suscitou um pio. Onde andam os profissionais da indignação, que tanto se maçam com Jardim, a “hipocrisia” internacional, a ONU e o pobre Clinton? Suspeito que o seu silêncio não se deve à vetusta idade de Cunhal, pois o mesmo argumento não evitou o júbilo pela prisão de Pinochet. E, ainda que assim fosse, não haveria uns camaradinhas mais moços prontos a ocupar Caxias?
Que viu a notícia de última hora no Público Norton de Matos apresentado por uma época no Setúbal e que se convenceu, na sua absoluta ignorância, que era do velho general republicano que se falava. Não percebia o título, mas enfim há muitas notícias de que não se percebe o título. Até pensei que era uma peça de teatro.E depois sai-me um treinador de futebol de uma coisa chamada Vitória de Setúbal...
Confesso que também tenho as minhas dúvidas sobre a bondade da contratação de Norton de Matos. Mas ao contrário de JPP, costumo ler jornais, ver telejornais, tenho até o hábito de desconfiar de títulos e de tentar perceber se a notícia é enviezada pelas preferências do jornalista. Por isso, e ao contrário do comentador da SIC, dei conta que num passado recente a "coisa chamada Vitória de Setúbal" venceu a Taça de Portugal em futebol (sabe, aquele desporto bárbaro onde 22 matulões perseguem uma bola e são perseguidos por três maduros com apitos e bandeirinhas). O VFC merece um pouco mais de respeito, mesmo de quem não aprecia o jogo da bola.
É vulgar ouvir ambientalistas defenderem o investimento em energias alternativas usando o pretexto das reservas petrolíferas estarem a acabar. Infelizmente para estes, as reservas estão a crescer:
The changing landscape reflects an ambitious quest to develop a new source of oil. Major companies -- faced with tougher prospects for developing big new oil fields around the world -- are doing what was once unthinkable: sinking billions of dollars into projects to wring oil out of deposits of petroleum buried amid sand and clay.
Until a few years ago, such projects -- called "oil sands" or "tar sands" -- sputtered at the fringes of the oil industry. But since technological breakthroughs brought down costs and oil prices have soared, companies have been investing heavily here. Oil-sands production is now profitable when a barrel of oil sells in the low $20s, analysts said -- far below the recent $50 range. (...) The oil sands also are enriching the province and creating thousands of high-paying jobs. On the edge of town, a modern museum has interactive exhibits showing how the mining and refining processes work. One exhibit allows visitors to smell samples of the oil sands. "As we call it: Sniff the smell of money," said Bert MacKay, the museum supervisor.
Se fosse com o Santana Lopes seria o habitual "aqui d'El-Rei". Com Sócrates não faz mal nenhum irem para o Afeganistão sem blindados. Vejam lá se ao menos não se esqueceram das armas.
Pouco mais de um ano da morte de António Champalimaud (ocorrida em 9 de Maio de 2004), Leonor Beleza cumpre a vontade do empresário e apresenta a primeira fundação portuguesa integralmente dedicada à investigação médica. Um conselho de notáveis integra a fundação que conta com activos no valor de 500 milhões de euros, um terço da fortuna acumulada por Champalimaud.
O professor Campos e Cunha diz que vai resolver a crise orçamental. E promete-nos isso com a mesma convicção com que, em Abril de 1997, enquanto vice-governador do Banco de Portugal, explicava a um semanário que a consolidação orçamental estava a ir muito bem. O Prof. Campos e Cunha tinha razão em 1997, e terá talvez razão agora. Em 1997, estava sanada a crise de 1992-1993. Em 2009, graças ao expediente de nos pôr, em conjunto, a trabalhar para o Estado um dia em cada dois, estará despachada a de 2003. O que não estava resolvido em 1997 era o que ia ser a crise de 2003, tal como em 2009 não há-de estar resolvido o que há-de ser a crise de 2013. Talvez fosse preferível que o prof. Campos e Cunha, em vez de resolver a crise de 2003, resolvesse a de 2013.
Pensei em desistir escrever um texto sobre Álvaro Cunhal por pensar não valer a pena, mas após ler este ‘post’ do Filipe vi-me forçado a mudar de ideias. O Filipe é um bom homem que se enganou com o comunismo, mas Cunhal, ao contrário do que se retira do texto do Filipe, não. Cunhal sempre acreditou na doutrina comunista e sempre soube o que ela significava. Para o ex-líder do PCP os horrores vividos na União Soviética eram um mal menor (e necessário) para se atingir a glória comunista.
Álvaro Cunhal foi o homem de confiança da URSS em Portugal. Era, no seu dogmatismo comunista, na sua entrega à causa em que acreditava, um homem cruel. Um líder politico que colocou os valores comunistas à frente dos interesses e necessidades das pessoas. Mais que a melhoria de vida dos cidadãos ele queria instaurar o comunismo em Portugal. Foi um homem autoritário e totalitário a que, graças a Deus e a uma boa dose de esperteza e coragem, escapámos todos.
Cunhal lutou contra Salazar, mas não contra a ditadura. Os dois podiam discordar em muita coisa, mas estavam de acordo quando não viam com bons olhos a democracia, não a encaravam como um regime benéfico para o nosso país. Isto não vale oito anos na cadeia, nem se compreende, mesmo que se perdoe.
Há e houve políticos que admiro, maioritariamente aqueles com quem não concordo. No uso da sua liberdade, defenderam as suas ideias. Cunhal não acreditava nas nossas faculdades. O que pretendia era que não fossemos livres. Para atingir esse fim Cunhal não teria contemplações. Não hesitaria. Não olharia a meios. Naturalmente, não o admiro.
Hoje, não vivemos em ditadura porque o país o venceu. Esta semana morreu um homem que foi derrotado pelo seu povo. Sem nenhuma animosidade e qualquer melindre, só posso terminar com um ‘Até nunca.”
A indústria têxtil europeia e a portuguesa em particular recebem mais uma pequena ajuda. Se nos últimos anos (décadas) a maior parte da indústria nada fez para se preparar para a concorrência chinesa, agora parecem muito activos em obter uma expansão do sistema proteccionista até 2008. Têm menos de 3 anos para se recompôr. Enquanto isso, os consumidores poderão não usufruir dos benefícios da concorrência - maior oferta, preços mais baixos, significando a libertação de recursos nos orçamentos familiares para poderem ser usados noutros produtos, beneficiando outras indústrias. Mas este é um dos efeitos que não se vê. Na Forbes:
China will limit the growth of exports of 10 categories of textiles to Europe to between 8 percent and 12.5 percent a year through 2007 under a deal signed last week to end a bitter trade dispute, state media said Thursday. The media reports were the first in which China has given details of the agreement reached Friday by Commerce Minister Bo Xilai and his EU counterpart, Peter Mandelson. (...)
All limits would end in 2008, according to the agreement. Chinese textile exports have surged since a worldwide quota system ended on Jan. 1.
Europe's textile industry says Chinese products are threatening some 2.5 million jobs. The EU has blamed China for a drop of up to 50 percent in Portugal's production of T-shirts.
Agora que o processo de rectificação foi interrompido começam a surgir propostas de revisão do texto original. Recomendo a leitura desta adenda ao projecto constitucional europeu.
No Barnabé Luís Mah contesta (e bem) os subsídios comunitários à industria do açucar. Diz, acertadamente, que esses subsídos estão a impedir o desenvolvimento da mesma industria nos países do Terceiro Mundo que, dado que "não consegue[m] competir no mercado mundial com os preços altamente subsidiados do produto europeu".
Falha, a meu ver rotundamentem, ao basear a sua contestação na (falsa) presunção que o comércio internacional é um jogo de soma nula.
Esquece-se ainda que nos países-membros da UE também existem boas razões para eliminar esses subsídios. A PAC representa um desvio de recursos (via impostos) em benefício de 3 a 4% da população europeia. A subsidiação (para além das questões de liberdade económica) impede a reafectação de recursos para industrias mais eficiente prejudicando o crescimento económico. Obriga os consumidores europeus a pagarem mais caro pelos produtos agrícolas. Por último "obriga" a dispendiosos e ineficientes "programas de auxílio" à fome no Terceiro Mundo que na maior parte das vezes vão parar às contas bancárias dos autocratas locais.
O artigo de opinião do Professor Rogério Fernandes Ferreira no Diário económico de hoje, incomodou-me. Sem pretender pôr-me em bicos de pés julgo que comete dois erros que infelizmente são recorrentes.
Sobre o IVA diz:
…há que continuar a lembrar tratar-se de um imposto sobre a despesa…
O erro é que se esquece do investimento. Há IVA sobre matérias-primas, frotas de viaturas, compra de mercadorias para revenda, rendas, etc. Ou seja, o IVA incide também sobre o investimento. Poder-se-á argumentar que este IVA é dedutível. Algum é de facto, só que o maior problema que se põe hoje às micro e pequenas empresas não é económico nem financeiro: é tesouraria (o que ajuda a explicar os lucros dos bancos). É também indesmentível que, contra o espírito do imposto, em muitos casos o estado recebe o IVA antes deste ser cobrado, o que faz com que qualquer aumento tenha efeitos dramáticos.
Também achamos conveniente refutar invocações frequentes de que ocorrerão perdas de competitividade com as alterações do IVA perante concorrentes internacionais (nossos vizinhos espanhóis). Efectivamente a tributação nacional em IVA, quer os bens e serviços provenham ou não de outros países, é idêntica.
Aqui, o Professor olha para a árvore e esquece a floresta, focando-se apenas no consumo final, quando o que está em causa é mais uma vez, a questão da tesouraria e acumulação de capital. Uma empresa portuguesa e uma espanhola que tenham os mesmos meios financeiros estão com capacidade competitiva diferente. A portuguesa tem que fazer um esforço de curto prazo maior que a espanhola (a diferença no IVA já vai em 5%), implicando maiores encargos financeiros, maiores dificuldades de tesouraria e em consequência (já descontando outros factores como a produtividade) margens mais baixas ou preços mais altos. É conveniente não esquecer que todos os dias fecham empresas cujo único problema é a dificuldade de cumprir compromissos de curto prazo, incluindo impostos sobre vendas que o estado considera cobradas e estão longe disso.
Leio na TSF Online que a CDU e o PS aprovaram os nomes de "Vasco Gonçalves" e Álvaro Cunhal" para ruas da cidade do Porto, para além do de "Eugénio de Andrade" (mas este, penso, ninguém o contestará).
Obviamente estou contra. De Vasco Gonçalves nada resta a não ser o atraso crónico de 15 anos a que nos condenou devido às suas estapafúrdias nacionalizações. De Álvaro Cunhal, pouco mais, não posso juntar-me ao coro de carpideiras que para aí anda, louvando incessantemente o homem, quando me lembro que ele quis implantar uma ditatura ainda mais sórdida do que a anterior. Aliás Emídio Guerreiro, em declarações ao Jornal de Notícias a propósito da propalada coerência de Cunhal, diz o seguinte:
Essa coerência, para mim, é uma catástrofe. O facto de ser coerente com um bandido como era o Estaline não beneficia nada a personalidade do Cunhal. Isso pode ser sinal de fundamentalismo.
Uma lucidez aos 105 anos que muitos jovens de 25 nem sequer vislumbram.
Voltando à vaca fria, eu sei que a toponímia de uma cidade é tudo menos uma coisa coerente, por exemplo, sabem onde fica a "Rua de Fernando Pessoa" no Porto. Se souberem, digam-me lá se o homem não mereceria algo de um poucochinho melhor. Não acho que os nomes das ruas de uma cidade tenham que ter um relação directa com a cidade (embora compreenda a precedência desses sobre outros), mas penso que não se deve dar o nome de ruas a pessoas que até combateram a ditadura autocrática (não se lhe pode chamar fascista pois não tinha essas características) de Salazar/Caetano, mas que nos queriam enfiar pela goela abaixo uma ditadura à moda soviética...
Para nomes ligados a ditaduras já bastam os que por cá temos (por exemplo, a Avenida Marechal Gomes da Costa, embora este tenha sido um pateta alegre que mês e meio depois do 28 de Maio já estava apeado).
O escritor José Saramago regressou a Cuba, onde participará numa conferência universitária. Aparentemente, terá revisto a opinião que manifestou há dois anos, quando a ditadura comunista de Fidel Castro deteve 75 opositores políticos e executou 3 outros, acusados de desviarem um ferry:
Cuba não ganhou nenhuma batalha heróica ao fuzilar estes três homens, mas perdeu a minha confiança, destruiu a minha esperança e defraudou as minhas ilusões. Agora Cuba segue o seu caminho e eu o meu.
Quem sabe, também Saramago foi influenciado pelo movimento de reaproximação a Fidel, protagonizado pelo governo de Zapatero? Ou será que o reencontro com os líderes de Havana foi obra do D. Quixote venezuelano?
Pode ser exagero, mas quem leia o Spectator da semana passada e o compare com o Nouvel Observateur, pode ficar com a sensação que, na Europa, o mundo pós-1789, pós-revolução francesa, está a terminar.
Quem tende a concordar com Jorge Coelho, "primeiro-ministro sombra" do Partido Socialista - que defende maior tributação sobre os lucros das instituições financeiras -, deve, antes de mais, ler os muito recomendáveis posts do Jaquinzinhos:
No passado fim-de-semana estive quase para ficar em Lisboa. Gosto da folia da noite de Santo António, especialmente em Alfama (parabéns pela vitória nas marchas).
Porém, acabei por aproveitar a oportunidade de um fim-de-semana de 4 dias e juntei-me à debandada geral para fora da capital portuguesa. Planeava uns dias de sol e descanso mas, felizmente, as expectativas foram superadas. Na noite de 12 de Junho assisti, por 50 cêntimos, ao concerto de um grande músico português: Rui Veloso... a dez metros de distância. Fogo de artifício incluído.
Na verdade, o concerto foi, para mim, gratuito. 50 cêntimos foi o custo da "imperial" vendida numa das tasquinhas do evento. Extraordinário, cerveja ao preço da chuva. Bom... mais barata que a chuva!
Ora, com estes preços, não foram, concerteza, as tasquinhas a pagar o cachet do músico. Em ano de eleições autárquicas a origem do financiamento não é surpresa. Esta é, em maior ou menor escala, uma prática generalizada em todos os concelhos de Portugal. Aliás, este tipo de desperdício não se restringe a anos de eleições.
Alguns dizem que, sem as câmaras municipais, os cidadãos dos concelhos mais pobres não teriam acesso a eventos desta qualidade. Pois, este lisboeta e muitos outros "estrangeiros" agradecem aos residentes que ficaram em casa...
Outros dizem, também, que esta é uma forma de incentivar esses "estrangeiros" a consumir mais no concelho, transmitindo riqueza para as empresas aí localizadas. Mas, usando o mesmo raciocínio, dado que Rui Veloso não é residente no concelho, o concerto foi um incentivo ao consumo deste na cidade do Porto!
Assim, só tenho de agradecer aos munícipes de... bom, adivinhem onde estive este fim-de-semana!
Mário Soares e Felipe Gonzalez chamaram a atenção, no passado fim de semana, para os riscos de desagregação da União Europeia após o ‘não’ Francês e Holandês ao Tratado Constitucional. No entanto, estes dois antigos chefes de governo parecem esquecer que partir do pressuposto que a UE pode acabar, porque o povo discordou de um tratado sem o qual, aliás, sempre viveu, é negar a própria democracia na Europa.
O risco da União Europeia se desagregar está, isso sim, na reacção negativa dos líderes europeus aos resultados daqueles dois referendos. Até agora, porque estes parecem não ter percebido o que verdadeiramente se passa, a esperança não pode ser muita.
O que se está a desagregar é a Europa Social criada no pós 2.ª Guerra Mundial e que Soares e Gonzalez tanto apreciam. Essa Europa está a desaparecer, não devido à actuação directa de alguém nesse sentido, mas em virtude das mudanças que ocorrem no mundo.
A Europa social com que Soares e Gonzalez simpatizam, não aguenta a integração dos novos membros de Leste, nem tem resposta para a competição que vem da China, Índia e dos EUA. A rigidez social europeia amarra a sua economia e não lhe permite competir com aqueles países. A manutenção da Europa social conduz à estagnação económica e, essa sim, liquida a União Europeia.
Pouco tem sido falado na imprensa nacional e mesmo nos blogs (uma das excepções é o Aviz) do último escândalo que envolve Lula e o PT. Segundo consta o PT fazia pagamentos mensais a vários deputados do PP, PTB e PL(cerca de 10.000 euros - o chamado "mensalão) para lhes captar o voto.
Lula clama inocência e diz que o esquema - a existir - lhe era desconhecido. No entanto, vários são os que dizem ter alertado Lula para o esquema. Já se fala em impecheament...
Finalmente a verdade foi revelada.Os múltiplos referendos nacionais destinavam-se apenas a validar o projecto constitucional. Nenhum outro resultado seria aceite.
Consequentemente o Presidente da Comissão propõe a suspensão do referendos a fim dos governantes o poderem explicar melhor aos ignaros cidadãos e evitar a profusão dos "Nãos".
Puramente no plano estético, o meu voto iria para Schopenhauer. Como filósofo político, o meu voto iria para Hobbes. Como sistematizador, o meu voto iria para São Tomás de Aquino. Como filósofo moral, o meu voto iria para Aristóteles.
Como a votação é simplesmente para escolher um filósofo, a minha escolha foi para o homem do eterno retorno.
Os trabalhadores, os povos e as nações não podem aceitar que [a] ofensiva global seja irreversível. E, se assim é, importa considerar se há e, havendo, quais são as forças capazes de impedir que o imperialismo alcance o seu supremo objectivo. A nosso ver, são fundamentalmente:
Primeiro: Os países nos quais os comunistas no poder (China, Cuba, Vietname, Laos, Coreia do Norte) insistem em que o seu objectivo é a construção de uma sociedade socialista.
Apesar de ser por caminhos diferenciados, complexos e sujeitos a extremas dificuldades, é essencial para a humanidade que alcancem com êxito tal objectivo.
Há vários comportamentos que são gravíssimos num governo liderado por Santana Lopes mas que são perfeitamente "naturais" e "normais" num governo liderado por Sócrates.
Volto ao tema, tentando ver algumas implicações da intervenção estatal no direito à segurança da propriedade.
O Estado não tem conseguido, através da legislação, evitar a existência daquilo que poderei chamar como uma externalidade negativa sentido pelas propriedades vizinhas às de quem não minimizou o impacto da propagação dos fogos, abrindo aceiros, criando caminhos, limpando e retirando o mato, mantendo pequenas albufeiras, mantendo um serviço de vigilância de incêndios (seja humano ou recorrendo a novas tecnologias de detecção e combate precoce)...
Há mesmo várias maneiras pelas quais o Estado propicia estes efeitos negativos.
Uma será que a passagem da propriedade entre gerações familiares é feita num quadro legal e fiscal complexo e custoso, fazendo com que durante períodos significativos não estejam claramente definidos os direitos de propriedade entre os herdeiros. Outra serão as inúmeras restrições que o proprietário enfrenta no seu uso, afectando-lhe também o valor de mercado. Ou seja, se não houver intenção de manter a produção florestal (ou de modo geral, agrícola) de um terreno, a lógica maximizadora do benefício obtido da propriedade, seria a sua venda. As restrições limitando o uso, limitam o mercado, suportam a ausência de rentabilização da propriedade e levam à inexistência de investimentos na mesma (como os referidos acima). Os subsídios e financiamentos públicos à agricultura, em épocas de cataclismo (fogos e secas) também desincentivam a busca de formas de assegurar particularmente o valor das propriedades.
Uma das funções do estado deveria ser assegurar o respeito pela segurança, aqui incluída a da propriedade. Essa função não é bem desempenhada, em parte pelo exposto acima (apesar dos gastos elevados no combate aos fogos) mas também porque o sistema judicial não age nem com celeridade nem com firmeza sobre quem de forma negligente (ou deliberada), provoca ou contribui nas suas para a propagar fogos.
Nunca admirei Álvaro Cunhal. A sua causa, nem a sua luta. De ambas sempre prescindi. Muitos ditadores estiveram presos e sofreram e isso não fez deles uns heróis. Por muito imperfeitos que fossem.
Já começaram a ser tomadas as diligências necessárias no sentido de cumprir a promessa de criação de 150000 novos empregos pelo governo socialista. Ficam agora a faltar menos de 149000. Com vontade política, estou certo que não haverá problemas em atingir tão nobre objectivo. A bem do Estado providência e da justiça social.
O Governo socialista realizou mais de mil nomeações nos primeiros dois meses e meio de mandato, número que ultrapassa as nomeações feitas pelo Executivo de Santana Lopes no período comparável.
"O Partido Comunista é um Partido revolucionario..."- Luis Osorio
Ainda ha quem não tenha percebido que ja ha muito tempo que os comunistas são do mais reaccionario (e nunca foram outra coisa), do mais conservador que é possivel imaginar e nada revolucionarios (como nunca foram). A CGTP todos os dias e Hayek aqui explicam-no melhor que eu .
Aqui ha uma recensão para quem não tenha a paciência necessaria.
O que dizer perante a morte de alguém que promoveu activamente o Mal? Por um lado, há o respeito pelo desaparecimento de um ser humano. Por outro, a obrigação moral de não esquecer e, nalguns casos, de fazer recordar. A seu devido tempo.
Dois artigos baseados num estudo de Medina Carreira.
"Estamos a crescer muito pouco face ao tipo de compromissos, essencialmente sociais, que assumimos na década de 70", alerta Medina Carreira. Os dados que colige com regra falam por si. As despesas sociais totais em percentagem do PIB, que não ultrapassavam os 4,8% em 1960, estavam já nos 14,4% em 1975. Em 1980 chegavam aos 17,5%, subindo para 18,8% em 1985, 23,6% em 1995 e 25,4% em 2003.
[A]s colunas de opinião nunca dizem aos empresários aquelas verdades que lhes seriam mais vantajosas. Por exemplo, nunca afirmam que o futuro não está pré-determinado, que não existem fatalidades e que as previsões depressivas enganam-se com muita frequência. O ciclo económico não tem regras, tem caprichos. Nada do que se antecipa está garantido.
Também nunca se ouve dizer que as recessões são normais e saudáveis. Não se trata de desgraças, como uma doença, mas de fases, como o Inverno. O bom empresário não só conta com essas circunstâncias mas até, se mantiver a cabeça fria, poderá usá-las em seu proveito. Estas são, por exemplo, as épocas boas para comprar activos a preços atraentes que alguns, mais aflitos ou deprimidos, alienam abaixo do valor.
Os nossos intelectuais nunca dizem que nos mercados não existem dificuldades, mas oportunidades de negócio. Oportunidades que a empresa aproveita, ou oportunidades que lhe passam ao lado e que outras vão aproveitar, ganhando dinheiro solucionando o problema. O actual chorrilho de notícias e previsões negativas é uma excelente ocasião para quem souber usar dela.
Tudo isto costuma passar ao lado das nossas colunas de opinião. Aliás, os comentadores e intelectuais, a que os empresários gostam de dar tanta atenção, têm habitualmente o maior desprezo pela nossa classe económica, que consideram tonta, boçal ou criminosa. É mesmo surpreendente que os analistas tratem assim os seus clientes e continuem a manter neles tanta credibilidade.
Um menino pobre e arruaceiro da pior espécie foi o “Undisputed World Champion” (títulos WBC, WBO e IBF) aos 21 anos de idade. Há muito que tinha terminado a carreira e no último combate acabou por ele próprio o perceber também.
Nunca vi um pugilista com a capacidade de sofrer e com o “killer instinct” de Tyson. Chegava a apavorar os adversários quando os convidava e deixava atingi-lo. O pescoço de dimensões absurdas aguentava tudo e o seu “directo” era praticamente uma certidão de óbito. Muito mais baixo e leve que a maior parte dos adversários, perdeu o título no movimento mais feliz e sortudo que alguma vez vi. James “Buster” Douglas ainda deve estar a agradecer hoje a boa fortuna daquela escorregadela de Tyson (tinha 23 anos!) em Tóquio que lhe valeu a vitória, quando o combate ainda não tinha acabado porque “Iron” Mike não quis. A partir dessa noite (a minha maior desilusão desportiva) deixei de ver boxe e para ele foi quase sempre a descer, ainda recuperou os títulos WBC e WBO para perder definitivamente contra Evander Holyfield em 1996.
Pelo meio foi condenado e preso numa história muito mal contada, em que a ideia com que fiquei, é que foi queimado pelo meio que fez dele um ídolo.
Sem a aura contestatária, sem o impacto político e num tempo diferente do de Muhammad Ali, “Iron” Mike Tyson é, para mim, o maior pugilista da história.
"I'm not Mother Teresa, but I'm not Charles Manson either." - Mr. Mike Tyson
Morreu Álvaro Cunhal. É a segunda personalidade ligada ao PREC que desaparece em quarenta e oito horas. Como no outro caso abstenho-me de comentários sobre a sua vida e obra.