Intimado pelo JSarto para o efeito, não me resta alternativa, dada a origem da solicitação, que não seja responder. Como o tempo escasseia, aqui ficam respostas pouco mais que telegráficas:
1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser? Francamente, não sei.
2. Já alguma vez ficaste apanhado por um personagem de ficção? Howard Roark, protagonista de The Fountainhead, de Ayn Rand.
3. Qual foi o último livro que compraste? Foram vários: Theories of the State: The Politics of Liberal Democracy, de Patrick Dunleavy e Brendan O' Leary; Hayek's Social and Economic Philosophy, de Norman P. Barry; The Limits of State Action, de Wilhelm von Humboldt (excelente edição do Liberty Fund); Contemporary Political Philosophy: An Introduction, de Will Kymlicka; Elements of the Philosophy of Right, de Hegel.
4. Qual o último que leste? Hayek, Co-ordination and Evolution: His legacy in philosophy, politics, economics and the history of ideas, editado por Jack Birner e Rudy Van Zijp
5. Que livros estás a ler? Vários de F. A. Hayek, vários de James M. Buchanan. Vários sobre Hayek, vários sobre Buchanan. Nos (poucos) momentos vagos: Nietzsche: A Philosophical Biography, de Rüdiger Safranski e, por recomendação irrecusável, O Meu Testamento Filosófico, de Jean Guitton.
6. Que 5 livros levarias para uma ilha deserta? Leviathan, de Hobbes. Human Action, de Ludwig von Mises Leftism Revisited: From de Sade and Marx to Hitler and Pol Pot, de Erik von Kuehnelt-Lieddihn A Mencken Chrestomathy, de H. L. Mencken. Assim Falava Zaratustra, de Nietzsche.
GEORGE WEIGEL: "how little can I believe, and how little can I do, and still remain a Catholic?"
"Ever since the Second Vatican Council, some Catholics and most of the world media have expected...that the Catholic Church follow the ...the path of accommodation to secular modernity and its conviction that religious belief, if not mere childishness, is a lifestyle choice with no critical relationship to the truth of things.
These expectations have involved both doctrinal accommodation (e.g., the question of whether Jesus is the unique savior of the world) and moral accommodation (e.g., the many issues involved in the post-Freudian claim that human beings are essentially bundles of desires).
...it is very, very difficult to argue that this strategy of cultural accommodation --- which in some cases bleeds into cultural appeasement --- has solved the 250-year-old problem of being Christian in the modern world.
Nor is it possible to demonstrate, empirically, that cultural accommodation or appeasement produce vital, growing, compelling Christian communities. Precisely the opposite is the case...
...the path of accommodation...has been the central assumption of what's typically called "progressive" Catholicism. That assumption has now been decisively and definitively refuted. The "progressive" project is over --- not because its intentions were malign, but because it posed an ultimately boring question: how little can I believe, and how little can I do, and still remain a Catholic?
...The really interesting question is, how much of this rich, vast, subtle tradition have I made my own?"
"Liberalism and the Common Good: A Hayekian Perspective on Communitarianism" de Linda Raeder na The Independent Review.
The recent attack on modern liberalism by “communitarianism” has caught the attention of many political theorists. The insights of F. A. Hayek prove especially helpful in understanding what is at stake in the communitarian/liberal debate. Hayek’s classical liberalism scarcely resembles the rationalistic, rights-based claims of modern liberalism and is at least partly sympathetic to communitarianism’s vision of the good society.
A OMC rejeitou o recurso apresentado pela UE que pretendia reverter a decisão de considerar ilegais os subsídios à exportação de açucar.
Confrontada com esta decisão a Comissária Mariann Fischer Boel mostrou o seu desapontamento mas afirmou que "continuará a defender os interesses válidos dos produtores e consumidores de açucar". Resta saber o que é que a Comissária compreende serem os "interesses válidos" (depreendo que existam alguns que a UE considera "inválidos").
Flat taxes, once a fantasy of free-market ideologues, are sweeping across the European Union and could be introduced in more than 10 of the bloc's 25 member states.
The European commissioner for taxation, Laszlo Kovacs, described flat taxes, - one rate for all income and corporate taxation - as "absolutely legitimate" and said Western European nations may be tempted to adopt them.
Alemanha e França dizem-se ameaças pelas políticas fiscais dos países de leste. Defendem a harmonização fiscal entre os membros da União Europeia. De certa forma, mais cedo ou mais tarde, vão conseguir atingir o objectivo! O interesse na taxa única de impostos cresce...
"Um Papa 'progressista' pode permitir a ordenação de mulheres" (uma investigação internética)
Durante o período de Sede Vacante, alguns comentadores manifestaram a esperança de que a Igreja se 'modernizasse'.
Um dos aspectos desta 'modernização'consistiria na ordenação de mulheres.
Eu tenho um grande respeito pelas opiniões e informações que os media transmitem sobre a Igreja e, por isso, foi com alguma surpresa que eu encontrei este documento que transcrevo na íntegra:
"Responsum ad Dubium Concerning the Teaching Contained in Ordinatio Sacerdotalis
Dubium: Whether the teaching that the Church has no authority whatsoever to confer priestly ordination on women, which is presented in the Apostolic Letter Ordinatio Sacerdotalis to be held definitively, is to be understood as belonging to the deposit of faith.
Responsum: In the affirmative.
This teaching requires definitive assent, since, founded on the written Word of God, and from the beginning constantly preserved and applied in the Tradition of the Church, it has been set forth infallibly by the ordinary and universal Magisterium (cf. Second Vatican Council, Dogmatic Constitution on the Church Lumen Gentium 25, 2). Thus, in the present circumstances, the Roman Pontiff, exercising his proper office of confirming the brethren (cf. Lk 22:32), has handed on this same teaching by a formal declaration, explicitly stating what is to be held always, everywhere, and by all, as belonging to the deposit of the faith.
The Sovereign Pontiff John Paul II, at the Audience granted to the undersigned Cardinal Prefect, approved this Reply, adopted in the ordinary session of this Congregation, and ordered it to be published.
Rome, from the offices of the Congregation for the Doctrine of the Faith, on the Feast of the Apostles SS. Simon and Jude, October 28, 1995.
Joseph Card. Ratzinger Prefect
Tarcisio Bertone Archbishop Emeritus of Vercelli Secretary
O então Cardeal Ratzinger escreveu mesmo um texto explicativo sobre esta questão.
A Igreja não tem autoridade para permitir a ordenação de mulheres. Por isso, independentemente de quem use as sandálias do pescador, nunca teremos sacerdotes do sexo feminino.
Ontem escrevi que, caso CDS se queira apresentar como um partido útil deveria abandonar a democracia-cristã e tentar fazer a ponte entre liberais e conservadores. Estas duas últimas famílias políticas são bastante diferentes, é verdade, e a democracia-cristã até poderia estar incluída entre os conservadores. Sucede que, enquanto os liberais e os conservadores desconfiam do Estado, os democratas-cristãos (pelos menos em Portugal) caíram no erro de acreditar nele como parte essencial da vida em sociedade. O CDS democrata-cristão tem inúmeras preocupações sociais, mas ao contrário da génese democrata-cristã (por receio de ser mal interpretado e acusado de defender interesses corporativos) aquele partido acabou por dar ao Estado um papel essencial na resolução dos problemas sociais, ao invés de apostar nas instituições civis que tantas vezes têm maior eficácia com a aplicação de meios bem menores que os utilizados pelo poder central.
Esta foi um das oportunidades perdidas e quando o centro político (manifestamente de esquerda) se queixa da enorme concentração de poder em Lisboa, o CDS não está apto para defender qualquer solução alternativa, acabando por se sustentar apenas na unidade do Estado-Nação. O que não serve, pois, não novidade, não é apelativo e faz cair sobre ele a sombra de tempos que ninguém mais quer viver.
"This week it was confirmed that Zimbabwe has been one of 15 countries chosen by members of the UN's Economic and Social Council in New York to serve on the UN Commission on Human Rights."
Quatro países europeus continuam a barrar a autorização da importação de cereais produzidos a partir de organismos geneticamente modificados (OGM). Via Reuters:
Eight countries voted in favour -- Belgium, Ireland, Latvia, Finland, Sweden, the Czech Republic, Netherlands and the United Kingdom. Voting against wereAustria, France, Luxembourg, Portugal and Slovakia.The rest of the EU-25 abstained, except for Malta, Greece and Lithuania who were not represented at the meeting.
Isto demonstra que, ao contrário do que dizia um agricultor do Burkina Faso, na Europa não vivemos numa sociedade que pode optar. Os OGM's serão importantes em países menos desenvolvidos por gerarem alimentos em quantidade até então indisponível:
A cultura de dois tipos de arroz geneticamente modificado na China permitiu aos agricultores reduzir em 80 por cento o uso de pesticidas e aumentar os rendimentos, em comparação com as plantas tradicionais.(...)Por outro lado, nenhum dos agricultores (que plantaram exclusivamente arroz geneticamente resistente aos insectos) teve problemas de saúde geralmente ligados ao contacto com os pesticidas, como enxaquecas, irritações cutâneas ou náuseas durante os dois anos em que fizeram essas culturas, segundo os investigadores. Em comparação, 8,3 por cento dos agricultores que cultivaram arroz clássico e que recorreram a pesticidas queixaram-se de problemas de saúde ligados a esses produtos químicos em 2002. Esta proporção subiu para 10,9 por cento em 2004.
Também em produtos não alimentares como o algodão há impacto positivo no rendimentos disponíveis. Claro que a existência de barreiras ao comércio destes produtos empobrece os países potencialmente exportadores. A UE, como potencial importadora, prefere continuar a suportar a PAC, tal como ontem foi aqui lembrado.
O DD anuncia uma que o Governo pretende levar a cabo "revolução nos media já em Maio"!
Confesso que inicialmente fiquei esperançado. Seria o fim da intervenção estatal? Iria Governo alienar as participações que ainda detém? Iria começar a tratar as empresas do sector como... simples empresas? Afinal não.
"o ministro [Augusto Santos Silva] afirmou que [quer] limitar a concentração dos meios de comunicação social; criar uma nova entidade reguladora para sector e um novo estatuto do jornalista.
É evidente - para quase todos - que alunos têm, em média, melhores notas se ingressarem numa escola privada. E, nos EUA, a melhoria é ainda maior se o aluno for negro:
A recent analysis of national test score data suggests private schools do a better job than public schools of closing the achievement gap between black and white students as they progress from fourth to 12th grades. (...) Averaged across subjects, the public school racial achievement gap is virtually unchanged between fourth and 12th grades. By contrast, the gap in private schools is an average of 27.5 percentage points smaller in the 12th grade than the fourth.
The achievement gap closes faster in private schools not because white private school students lose ground with respect to white public school students as they move to higher grades, but because black private school students learn at a substantially higher rate than black public school students.
O Paulo Pinto Mascarenhas tenta a todo o custo (não o escrevo como crítica) pôr toda a direita no CDS. O CDS sempre teve um problema: Nunca soube o que queria, nem sequer o que era. Por isso, repito, não critico o esforço do Paulo, mas aplaudo. A única forma do CDS servir para alguma coisa (atenção, não digo sobreviver, mas ser útil) é definir-se. Agora, eu vejo mais os liberais e os conservadores (estes últimos num sentido que nada tem que ver com o conservadorismo do Estado Novo) juntos num partido, que com os democrata-cristãos. A democracia-cristã nunca soube ver além do Estado. Melhor, sempre contou com ele para ordenar a sociedade. No CDS, a democracia-cristã, ou se torna um resquício histórico, ou estará lá a empatar.
Deste 'post' do Rodrigo. Acrescento apenas, e relativamente à recente Casa da Música, que a direita poderia assumir uma atitude culturalmente contrária àquele tipo de iniciativas que apenas minimizam, minoram, a actividade cultural.
Agora que está a chegar ao fim o prazo para definir as contribuições nacionais para o OC quase todos estão convencidos que é inevitável a redução mesmo. A UE terá que descobrir maneiras de reduzir custos (1). Será também, inevitável a redução dos fundos comunitários a transferir para os países-membros. Boas notícias, portanto.
(1) Eu sugeria uma. Se acabassem com a PAC podiam dispensar metade do OC.
No Le Figaro, nova sondagem dá conta da recuperação do "oui", no referendo ao tratado da constituição europeia, devido ao aumento das intenções de voto à direita. Porquê?:
«L'électorat de droite choisit le oui parce qu'il a le sentiment que les électeurs de gauche font l'inverse, commente Pierre Giacometti, directeur général d'Ipsos [responsável pela sondagem]. La réalité est plus nuancée : un électeur de gauche sur deux n'est pas fixé définitivement sur son choix.» Autre aiguillon du oui de droite : 66% des électeurs de l'UMP et 72% des électeurs de l'UDF craignent un affaiblissement majeur de la position de la France en Europe en cas de rejet du traité. «C'est aujourd'hui le premier motif d'un vote favorable à la ratification du traité chez les électeurs de droite», souligne le directeur général d'Ipsos.
O Comissário da Justiça, não deixou margem para dúvidas. A vitória do "não" no referendo francês terá implicações diferentes do que igual resultado em qualquer outro país-membro (exceptuando na Alemanha, suponho). Este irá resultar numa paragem do processo de integração por 18 ou mais meses e obrigará ao reinício das negociações.
Nesta viagem, tive uma das maiores lições de gestão (vida) que de certeza ficara comigo para sempre. Chama-se The Beer Game. Um “Corporate Game”, criado no MIT nos anos 60 que simula uma “supply chain”. Eramos equipas de quatro pessoas e na minha eramos: um Checo (factory), eu (distributor), uma Americana (wholesaler) e um Francês (retailer). Talvez por não nos responsabilizarmos mutuamente, conseguimos o melhor resultado entre 22 equipas. Neste jogo, o resultado optimo é de $200 e o resultado medio de $2000. Conseguimos $536, cinquenta cêntimos à frente da segunda equipa. A terceira melhor equipa ficou acima dos $1500. Garanto-vos que a adrenalina dispara. Um jogo que aconselho vivamente a todos os que alguma vez pensaram gerir seja la o que for, desde um quiosque a uma multinacional ou que simplesmente se interessam pelos problemas da gestão. As conclusões a tirar são inumeras, desde comportamentos a valores, forças e fraquezas, etc. "Enlightening". A proposito, estes dois artigos na Economist e na CIO Magazine de leitura essencial e neste site do MIT esta a melhor explicação do jogo que encontrei. Também é possivel jogar online aqui e aqui.
P.S. Se o BrainstormZ ainda não o jogou ira gostar de o fazer.
A Toyota é, a nível mundial, o segundo maior construtor automóvel. Conseguiu-o com a produção de carros que, em relação à concorrência, melhor servem as necessidades dos clientes. Por isso, é lamentável ler esta notícia:
Japan's car makers should consider giving their US rivals a breathing space to avoid the risk of a political backlash, the boss of Toyota has said. (...) in the last couple of years, the popularity of Japanese cars with American consumers has hurt US car firms. Toyota last year sped past DaimlerChrysler to take third place in the US market
Many motor industry analysts argue that US motorists prefer Japanese brands because US manufacturers' designs are dull and dated.
Maria de Sousa (investigadora do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar) lamenta-se:
a dependência do trabalho científico em relação à sua eficácia económica e empresarial foi também lamentada por esta docente, que defende maior autonomia da investigação face aos interesses das empresas.
As facturas da investigação científica podem até ser suportadas pela comunidade onde se insere o investigador, como é o caso das universidades públicas. Mas que essa comunidade espere algo em retorno, é indesejável por condicionar o livre processo científico. Estranho pressuposto para uma docente de um instituto da Universidade do Porto, que pretende dar saída profissional aos seus formandos.
Apresenta saídas diferenciadas para cada uma das áreas: medicina (carreira pública ou privada), exercício da medicina veterinária, aquacultura e pescas, controlo de qualidade e controlo ambiental e sanitário nas ciências do meio aquático, ou indústria na área da bioquímica.
Causará isto algum constrangimento à investigação desenvolvida pelos docentes e pelos alunos?
E a investigação feita pelos laboratórios da indústria farmacêutica, que procuram criar novos medicamentos? Também é de lamentar?
A equipa que prepara a candidatura de Isaltino Morais à Câmara Municipal de Oeiras pediu uma sondagem sobre as intenções de voto dos Oeirenses. Segundo o estudo, a que o PortugalDiário teve acesso, caso Isaltino se candidate, receberá os votos de 48,4 por cento dos eleitores. Uma percentagem que, de acordo com a mesma sondagem, Teresa Zambujo não conseguirá.
Se a actual presidente da autarquia se candidatar pelo PSD, as previsões atribuem-lhe 36,3 por cento dos votos, ou seja, vence mas sem maioria absoluta.
Num cenário Carmona versus Carrilho, o ex-ministro da Cultura perde. Uma sondagem interna do PS prova que o filósofo também perderia com Santana Lopes, se este fosse candidato. Mas em coligação com o PCP, Manuel Maria Carrilho chega aos Paços do Concelho pela porta grande.
Este é o resultado de uma sondagem feita pelo PS há cerca de três semanas. Sozinho, o ex-ministro da Cultura perde, disse fonte socialista ao PortugalDiário.
Cerca de um quinto dos agregados veriam potencialmente reforçado o seu rendimento familiar caso um dos seus titulares viesse a auferir do subsídio de desemprego em substituição do rendimento de trabalho. Esta é uma das conclusões de um estudo da Direcção-Geral de Estudo e Previsão, do Ministério das Finanças, divulgado ontem, que procura avaliar os efeitos combinados do sistema fiscal e do sistema de transferências, associado à Segurança Social.
A Câmara M. de Lisboa apresentou os resultados dos gastos de 54,6 milhões de euros (de um total planeado de 115,5 milhões em 3 anos) em recuperação de prédios degradados. Porque se substitui aos privados na conservação do seu património?
O estado cria barreiras ao investimento privado em imóveis, para depois usar os seus impostos nestes programas. Basta ver o que se passa com a lei do arrendamento. O investimento em imóveis pode ser uma forma interessante dos portugueses aplicarem as suas poupanças. Tradicionalmente, tendemos a valorizar o investimento em habitação (própria ou de férias) ou nos terrenos onde elas se constroem. Mas estes investimentos só fazem sentido se a rentabilidade fôr superior ao custo de oportunidade de fazer estas aplicações a longo prazo sem grande liquidez. Os condicionamentos legais baseados em preocupações de políticas sociais também impedem a dinamização de uma procura já de si pouco significativa dada a pouca mobilidade geográfica dos portugueses que tendem a fixar residência numa mesma zona durante quase toda a vida.
Actualmente, os contratos de arrendamento mais antigos (sobre imóveis também antigos) significam uma quase expropriação dos direitos de propriedade. O estado funciona como um entrave à livre negociação entre a procura e a oferta. Não se pode responsabilizar os proprietários pela conservação do seu património quando sobre este não podem exercer todos os seus direitos. Como consequência temos a recorrente queda de edíficios antigos e o apontar de dedo sempre ao mesmos culpados. As câmaras municipais acorrem a substituir-se ao dono, podendo chegar-se a situações de expropriações por os donos não terem retornos acumulados que possam reinvestir no imóvel, garantindo a continuidade do retorno do seu investimento. Por outro lado temos o estado proprietário que deixa degradar imóveis históricos por "não ter verba" que garanta a sua manutenção - como no caso do Convento de Jesus, em Setúbal.
Sobre os têxteis chineses, Luís Carmelo escreve no seu Miniscente um post que intitulou "Camisola irrespondível".
Abaixo, algumas respostas às perguntas publicadas!###
O que significa uma camisola fabricada, hoje em dia, na China?
Um meio de sobrevivência para milhares de chineses.
O que significa a confluência, recente mas não eterna, do comunismo com o capitalismo sem regras na China?
Respeito pela propriedade privada. Capitalismo "sem regras" significa que o comércio só existe se houver mútuo acordo entre as partes - ao contrário das regras arbitrárias do Estado.
O que significa a vontade proteccionista europeia e o seu estado social, quarentão mas decerto não eterno, face a esta camisola chinesa?
Menor escolha para os consumidores europeus.
O que significa hoje a Europa, quando enterra a cabeça na areia para recusar com dramatismo a globalizada camisola chinesa?
Políticos avestruzes!
Qual o futuro possível da camisola Chinesa?
Concorrência da camisola africana (mão-de-obra mais barata).
Qual o futuro real da Europa?
Vestuário mais barato, novos sectores de actividade, maior mobilidade e produtividade dos trabalhadores ou, alternativamente, perda de competitividade mundial.
Quererá a Europa que a globalização varra naturalmente a própria Europa do mapa, ou quererá a Europa preparar-se para um novo mundo - o mundo do presente - que parece nem sequer querer ver, imaginar ou admitir?
Pelo que se discute na Comissão Europeia, não é a globalização mas, sim, o proteccionismo que vai "varrer a Europa do mapa".
Os activistas não necessitam de respeitar a propriedade privada:
[A juíza Susana Cajeira, do Tribunal de Vale de Cambra]considerou (...) provado que os arguidos não transpuseram o portão, pelo que os factos não preencheram o tipo legal de crime de que vinham acusados, que era o de introdução em local vedado ao público, passível de ser punido com pena de prisão até três meses ou multa até 60 dias.
Na sentença, a Juíza justificou a decisão, considerando que para se verificar o crime se pressupunha que tivessem vencido uma qualquer barreira que limitasse o espaço físico, no caso o portão, o que não ocorreu, pelo que absolveu os nove activistas do Greenpeace e dispensou-os de pagamento de custas.
Procuro voluntários para formação de cordão humano à porta do Ministério das Finanças com o objectivo de impedir a entrada do ministro Luís Campos e Cunha...
Na 6ª feira, dia 8 de Abril de 2005, dia das exéquias do Papa, um jovem benfeitor encontrava-se junto do cubículo das secretárias da Organização em que trabalha em amena cavaqueira com uma colega. Já passava do meio-dia.
Eis senão quando vêm entregar o correio interno. [Todo o correio que a Organização recebe é centralizado no departamento de correio interno e posteriormente distribuído pelos vários departamentos]. O jovem benfeitor descortina entre o monte de correio uma pequena encomenda que lhe é destinada. Abre-a distraidamente e encontra um dos tais terços distribuídos pela FAIS.
A colega com quem ela está a conversar “não é muito dessas coisas”, e começa a gozar com o pobre benfeitor ‘beato’. No meio da conversa, o jovem benfeitor acaba por oferecer o terço à sua colega “que não é muito dessas coisas”. A colega pega no terço com o polegar e o indicador da mão direita e esticando o braço de forma a manter a prenda a mais afastada possível do seu corpo, deixa-a cair na sua malinha.
2ª Feira, Dia 11 de Abril de 2005, 14H
O jovem benfeitor passa no corredor no exacto momento em que a sua colega “que não é muito dessas coisas” entra nas instalações. Ela está um pouco alterada e pede ao jovem benfeitor para entrar no seu gabinete.
Depois de fechar a porta, a colega “que não é muito dessas coisas” contou ao jovem benfeitor a seguinte história:
“Hoje fui almoçar com a minha Mãe.
Quando cheguei a casa dela, ofereci-lhe o terço que você me tinha dado na 6ª feira e disse-lhe que o mesmo tinha sido benzido pelo Papa João Paulo II.
A minha Mãe ficou muito agitada. Até lhe vieram as lágrimas aos olhos! Obrigou-me a contar-lhe logo ali quando e de que forma é que o terço me tinha chegado às mãos.
Depois de me ouvir, a minha Mãe contou-me, comovida, que na 6ª feira de manhã, enquanto assistia às exéquias, tinha pedido ao Papa um terço benzido por ele porque tinha decidido passar a rezar o terço ao Sábado ‘como o Papa tinha pedido’ [Nota: Ao contrário do que a Senhora pensa, o Papa pediu que se rezasse o terço todos os dias.].
E depois disto tudo, veja lá, ela teve a lata de me dizer que nunca tinha pensado que fosse a sua filha ‘herege’ que havia de lhe trazer o terço.
Eu é que sou 'herege'! Eu que fui a única das filhas dela a mandar as netas para a Catequese! Tudo isto só porque não vou à Missa aos Domingos.”
A colega “que não é muito dessas coisas” ficou algo afectada por a Mãe lhe ter chamado ‘herege’
Mulder e Scully investigam
Mulder e Scully dirigiram-se ao local e concluíram que:
O facto do departamento de correio interno da Organização ter conseguido entregar a encomenda ao destinatário certo em tão pouco espaço de tempo demonstrava, para além de qualquer dúvida, que tinha havido uma intervenção sobrenatural.
Se alguém quisesse um terço benzido pelo Papa, não valia a pena estar a incomodar o Papa João Paulo II. Bastava encomendar directamente junto da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. Logo, o testemunho da Mãe era pouco credível.
MORAL DA HISTÓRIA: Caso alguém tenha um terço a mais, o melhor é oferecê-lo porque pode ser que alguém necessite dele.
Que o politicamente correcto é totalitário penso eu que quase ninguém tem dúvidas. O politicamente correcto tenta eliminar o debate, dissimulando todas as questões sob um falso consenso e demonizando todos aqueles que ousam pensar de modo diferente.
O mais recente exemplo que conheço tem que ver com a política e passa-se na Grã-Bretanha. Tomei conhecimento pela BBC. que diz esta coisa fantástica:
Plymouth police are contacting two political parties after complaints were raised about some of their general election advertising. The Conservative party made claims in a Plymouth newspaper advertisement about how much money has been spent locally supporting the asylum system. Police are also investigating a UKIP anti-immigration poster in Devonport. It follows complaints from a number of organisations and people who say the items increase racial tension. (...) Inspector Gary Neeves of Devon and Cornwall Police's Diversity Unit, said he was concerned about the Tory advert and its effect on ethnic minorities in Plymouth. "We understand the need for political parties in a free and democratic society to voice their opinions. "However, we also have to consider the impact on communities in the city. "The advert caused distress and concern and a degree of fear among minorities in the city." The complaints have been recorded by the police as non-crime racist incidents.
O que se está a passar aqui é pura e simplesmente uma tentativa de censura, mas uma censura muito mais subtil e, provavelmente, eficaz do que a censura do lápis azul do antes do 25 de Abril. Tenta-se evitar um debate sobre a imigração como se discutir a imigração fosse um crime inominável. Controlando-se as palavras, controla-se o pensamento.
E esse é o objectivo final do politicamente correcto.
Estes senhores sempre levaram para a frente o boicote académico a duas universidades israelitas (por estas alegadamente colaborarem com o estado israelita nos territórios ocupados), aliás como era previsto e eu tinha escrito nesta entrada aqui neste blogue em 5 de Abril.
Eu já escrevi anteriormente sobre os boicotes académicos a Israel (ver esta entrada - no Super Flumina - pelo que não me vou alongar muito mais sobre o assunto.
Todavia, apraz-me registar que alguns membros desta associação britânica de professores universitários, segundo esta notícia estão a reagir e a protestar junto da associação.
De facto, estes boicotes são absolutamente hipócritas e injustificados, ainda para mais numa altura que se regista uma acalmia nas relações israelo-árabes - embora a gente saiba que organizações como o Hamas, por exemplo, estão de má-fé como se pode comprovar aqui - pelo que este boicote nada vem acrescentar a não ser o facto de representar a confirmação do anti-semitismo que vai grassando entre muitos (soi-disant?) intelectuais universitários por esse mundo fora.
"Algunas reflexiones sobre las profecías apocalípticas - La reacción contra la sociedad abierta y la economía de la libertad" de Mauricio Rojas no CADAL.
Uma série de avaliações desenvolvidas nos últimos anos pelo centro de inovação Inteli, sobre o efeito Autoeuropa na economia, afasta dúvidas quer, por um lado, quanto ao elevado efeito multiplicador do projecto quer, por outro, quanto manifesta fragilidade das chamadas empresas de raiz nacional.
Os cálculos desta entidade, que se tem dedicado a implementar uma estratégia nacional para o sector e no âmbito da qual criou o Istrat, indicam que por cada euro de apoio concedido pelo Estado à Autoeuropa, esta gerou 14,4 euros de riqueza na economia, o que é considerado um valor elevado.
O "apoio público" ascendeu a 620 milhões de euros. Isto significa que a "riqueza gerada" foi cerca de 9 biliões de euros. Dado os apoios estatais terem ocorrido entre os anos de 1991 e 1996, podemos calcular, de forma simplificada, a taxa de retorno anual deste investimento público: 25%.
Ora, se é para brincar aos investimentos com o dinheiro dos contribuintes, teria sido melhor investir na bolsa portuguesa (PSI20: 41% de taxa média de retorno), espanhola (IBEX35: 43%) ou francesa (CAC40: 32%), dados bem mais fidedignos que qualquer tentativa de cálculo do montante da riqueza criada pelo sector automóvel.
Os jornalistas esquecem(?) sempre de referir o custo de oportunidade de tais investimentos que, neste caso, é o benefício que o contribuinte retiraria da riqueza que o Estado lhe confiscou.
Conforme escreveu Bastiat em 1850, é sempre mais fácil olhar para a obra do político...
Parece estar cada vez mais próxima a criação de barreiras às importações texteis chinesas. Os lobbies europeus que defendem os interesses dos industriais e os sindicatos do sector têm estado muito activos ao clamar o desastre que será a entrada de produtos chineses a preços bem menores que aqueles que os produtores europeus oferecem ao mercado. Via Seattle Post:
"The situation is grave for European industry and jobs," [French Foreign Minister Michel] Barnier said. "We have to act as quickly as possible ... and take protective measures."
Assim se protege esta indústria, não dando oportunidade a todos os outros participantes na economia de beneficiarem directamente dos ganhos de acesso a mercadorias mais baratas. Esses ganhos seriam usados em consumos doutros produtos, noutras indústrias ou em poupança que financiasse investimentos ou consumos futuros.
The EU investigation was criticized by the Foreign Trade Association, which represents several leading European retailers. "This new threat of import restrictions is neither comprehensible to importers nor European commerce," said FTA General Secretary Jan. A. Eggert. "The imposition of safeguard restrictions would be a major drawback to European commerce."
Claro que se deve considerar o desemprego gerado nas empresas menos eficientes e que durante os últimos anos não se prepararam para esta competição. Do mesmo modo, se uma nova empresa se instalasse em Portugal e empregasse novos métodos produtivos poderia forçar o fecho de outras menos eficientes. O problema social está associado à mão de obra pouco qualificada para trabalhar noutras tarefas (necessitando de diferentes capacidades - tecnológicas, por exemplo), noutras indústrias e indisponibilidade para migrar para outras regiões do país.
Outro argumento que muitas vezes surge, tem a ver com as condições sociais dos países produtores, que lhes permitem obter tão baixos custos de produção: utilização de trabalho forçado ou infantil em países onde os direitos humanos não são respeitados. A internacionalização da economia, através do comércio, terá a potencialidade de melhorar as condições de vida desses países produtores servindo como entrada de outras práticas sociais.
O Ministro Manuel Pinho acaba de nos agraciar com uma pérola da sua sabedoria. Segundo ele o accionamento das "clausulas de salvaguarda" (que permite impor limites à exportações de têxteis chineses) "não são atitudes de apelo ao proteccionismo mas ao crescimento ordenado do comércio internacional".
No 25 de Abril de 1974, tinha um ano e poucos meses. O meu pai estava no ultramar e a minha mãe, sozinha e comigo a cargo, trabalhava. A vida não devia ser fácil naqueles dias. Era de certeza duro tirar um curso superior, casar, pensar em constituir família e, ao invés, ver-se envolvido numa guerra colonial cujos propósitos estavam (mesmo com a vitória militar) condenados ao fracasso.
O que veio com o 25 de Abril também não deve ter sido agradável. Vidas de inocentes, pessoas comuns que apenas trabalhavam e investiam, destruídas ou, pelo menos, a sofrer duros golpes. A democracia não nasceu naquele dia, mas mais tarde, 16 meses mais tarde. A revolução de Abril terminou com uma ditadura, mas não fosse a coragem de alguns e a fibra da maioria dos portugueses e teria aberto as portas a outra. A um regime não apenas autoritário, mas totalitário, de cariz comunista que nos transformasse num satélite mais da URSS. Um regime bem pior que aquele que alguns militares nos libertaram naquela manhã de Abril.
A leitura de muitos dos comentários, efusivos e nostálgicos, de vários blogues, a maioria escritos por pessoas da minha geração, sem nenhuma memória da revolução, faz-me sentir no ar uma certa dose de falsidade. O sentimento não é verdadeiro, ou então foi tal forma interiorizado que há quem nele acredite como que de uma alucinação dos sentidos se tratasse.
Toda esta amplificação do sentir por uma revolução que nunca se viveu apenas tem uma justificação. A chantagem psicológica. Ela foi a arma da esquerda nestes 31 anos e, para muitos, terá de continuar a ser. Mesmo que o país não tivesse caído nas garras de Cunhal e seus acólitos, ele transformou-se em algo manifestamente socialista, manifestamente de esquerda. A chantagem psicológica que a esquerda usa sobre a direita serve para a intimidar e demonstra uma realidade: Para a esquerda o 25 de Abril de 74 é dela. Ao augurar-se herdeira da revolução ela pretende dizer que o projecto nascido há 31 anos é socialista. Ora, sucede que há aqui um contra-senso. É que se temos todos de ser socialistas, não há verdadeira liberdade. Este é um dos erros da esquerda e uma das ‘armas de arremesso’ que a direita devia usar.
A esquerda não quer um regime mais livre. Quer um regime mais socialista. A esquerda agarra-se à memória de Abril, da mesma forma que defende com unhas e dentes o Preâmbulo da Constituição. A direita tem de usar as mesmas armas. Pagar na mesma moeda. Tem de fazer seu o 25 de Abril. Tem de dizer que quer mais liberdade, que o regime que temos só dá azo a governos socialistas e nunca a governos liberais e que só aquilo que defende permite que todos, liberais e socialistas, tenham lugar no nosso país. Para cumprir Abril.
Naquilo que não deve ser visto como uma intromissão nos assuntos internos franceses (ao contrário dos apelos externos ao "Não") o ex-Presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, afirmou que um "Não" francês significaria a "queda da Europa" do ponto de vista "económico, social e não apenas político". Infelizmente esqueceu-se de fundamentar a sua argumentação...
In his annual state of the nation address to parliament and the country's top political leaders, Putin said the Soviet collapse was "a genuine tragedy" for Russians.
Para mim há pelo menos dois vinte e cinco de Abril: o de 1974 e o de 1975. E estou a falar só em Portugal, em Itália, por exemplo, também é dia feriado: o Dia da Libertação que marca o fim, oficialmente, da Ocupação nazi da Itália em 1945 (por isso, faz hoje, exactamente, 60 anos).
Mas, no caso particular, interessam-me os vinte e cinco de Abril portugueses. Eu era novo quano aconteceu o de 1974, ia fazer 11 anos e andava no então ciclo preparatório. Isto quer dizer que fiz toda a Primária sob o Estado Novo, com o crucifixo na sala de aulas entre as fotografias de Tomás e Marcello. Mas descansem que não fiquei traumatizado com isso (apesar de ter sido obrigado a decorar as importações e exportações Angola e Moçambique, por exemplo).
O 25 de Abril de 1974 foi um excelente dia feriado inesperado. Ainda por cima era dia da disciplina de Trabalhos Manuais que eu verdadeiramente odiava. Lembro-me ainda que o meu pai chegou mais cedo a casa, ele trabalhava então em plena Avenida dos Aliados, dizendo que a polícia tinha desaparecido das ruas, em alguns casos com os agentes perseguidos pelos populares. Enfim, mas nada de especialmente dramático.
Todavia, este 25 de Abril não passou de um golpe de estado militar que, por sua vez, se desenvolveu numa tentativa da esquerda comunista e da extrema-esquerda de apropriação do poder.
E esse processo leva-nos directamente ao segundo 25 de Abril: o de 1975, o das eleições para a Assembleia Constituinte, aquele que os comunistas e a extrema-esquerda, o MFA e parte do Conselho da Revolução não queriam que se realizasse, pois achavam que as conquistas da revolução não poderiam ser dissipadas pelo voto popular (como se sabe os progressistas sabem sempre o que é melhor para o povo).
O 25 de Abril de 1975 foi absolutamente importante porque mediu a verdadeira representação das forças políticas existentes. Havia muita gente a falar em nome do povo, mas o povo não estava com ela.
O 25 de Novembro veio pôr um ponto final na estrada totalitária. Mas os cerca de 16 meses de brincadeira aos totalitarismos custou-nos vários anos de atraso de desenvolvimento do país.
Por isso tudo, não tenho a certeza que o 25 de Abril de 1974 seja o Dia da Liberdade. Foi sem dúvida o dia em que uma ditadura anacrónica, desfasada do tempo e quase patética foi derrubada. Mas, havia gente que, na sequência dele, estava disposta a impor-nos as cadeias de uma nova servidão. É certo que foi este dia que nos permitiu ser uma democracia. Mas foi preciso lutar por ela. Por seu lado, o 25 de Abril de 1975 foi um dos passos importantes dessa luta pela liberdade.
A liberdade não veio automaticamente com o 25 de Abril de 1974. E disso parece que há muita gente que se esquece.
O liberalismo assenta na livre empresa, o 25 de Abril nacionalizou bancos, seguradoras, jornais, cimenteiras e empresas grandes, médias e pequenas. O liberalismo defende propriedade privada, o 25 de Abril quis acabar com ela. O liberalismo assenta no respeito da propriedade agrária, o 25 de Abril fez a «reforma agrária». O liberalismo é pelo Estado de Direito, o 25 de Abril prendeu sem culpa formada. O liberalismo é pluralista, o 25 de Abril proibíu partidos. O liberalismo é pela liberdade de expressão incondicionada, o 25 de Abril condicionou os órgãos de informação e tentou tirá-los aos seus legítimos donos, como a «Rádio Renascença» e o «República» para melhor os controlar.
The BBC was last night plunged into a damaging general election row after it admitted equipping three hecklers with microphones and sending them into a campaign meeting addressed by Michael Howard, the Conservative leader.###
The Tories have made an official protest after the hecklers, who were given the microphones by producers, were caught at a party event in the North West last week. Guy Black, the party's head of communications, wrote in a letter to Helen Boaden, the BBC's director of news, that the hecklers began shouting slogans that were "distracting and clearly hostile to the Conservative Party".
These included "Michael Howard is a liar", "You can't trust the Tories" and "You can only trust Tony Blair".
(...)
Last night, the BBC claimed that the exercise was part of a "completely legitimate programme about the history and art of political heckling" and said that other parties' meetings were being "observed". However, The Telegraph has established that none of Tony Blair's meetings was infiltrated or disrupted in similar fashion.
The Conservatives have called for an apology and an assurance that no such incident will occur again. It has also demanded that the BBC promises never to broadcast the footage. The corporation said it would investigate "very fully". It and other broadcasters have a statutory duty to remain impartial during election campaigns. The corporation's guidelines for producers state: "Our audiences rightly expect the highest editorial and ethical standards from the BBC."
Em menos de dois meses, O Insurgente atingiu as 30000 visitas (medidas pelo Sitemeter). Obrigado a todos, e em particular aos visitantes regulares, pela preferência.
Na homília da missa de inauguração do pontificado, Bento XVI disse o seguinte (destaques meus):
La Chiesa è viva – così saluto con grande gioia e gratitudine voi tutti, che siete qui radunati, venerati Confratelli Cardinali e Vescovi, carissimi sacerdoti, diaconi, operatori pastorali, catechisti. Saluto voi, religiosi e religiose, testimoni della trasfigurante presenza di Dio. Saluto voi, fedeli laici, immersi nel grande spazio della costruzione del Regno di Dio che si espande nel mondo, in ogni espressione della vita. Il discorso si fa pieno di affetto anche nel saluto che rivolgo a tutti coloro che, rinati nel sacramento del Battesimo, non sono ancora in piena comunione con noi; ed a voi fratelli del popolo ebraico, cui siamo legati da un grande patrimonio spirituale comune, che affonda le sue radici nelle irrevocabili promesse di Dio. Il mio pensiero, infine – quasi come un’onda che si espande – va a tutti gli uomini del nostro tempo, credenti e non credenti..
Isto parece ter incomodado muito um dos comentadores da TSF, que referiu logo que o Papa tinha mencionado os judeus e não os muçulmanos (que obviamente estão abrangidos pela expressão "credenti e non credenti").
Eu só pergunto: e por que raio teria o Papa que se referir aos muçulmanos? Os irmãos mais velhos dos cristãos são os judeus, por quem especificamente se pede a Deus na Sexta-feita Santa, na Celebração da Paixão do Senhor durante a Oração Universal. É o Antigo Testamento que está incorporado na Bíblia Sagrada, não o Corão, que aliás é bem posterior.
O Papa apenas foi fiel à tradição e à história da Igreja. Nada mais. Todavia há sempre comentadores com sensibilidades muito exacerbadas...
Faz hoje 90 anos que o Império Otomano começou uma campanha de extermínio contra uma das minorias que então habitavam no seu território: os arménios. Entre 1915 e 1922 cerca de 1 milhão e meio de arménios foram massacrados e, ao contrário do que aconteceu com os judeus, este genocídio foi noticiado logo a partir de 1915, mas mesmo assim pôde acontecer sem que ninguém o impedisse.
E, ainda ao contrário do que aconteceu na 2.ª guerra mundial, foi um genocídio que passou praticamente impune, tanto assim que, supostamente, Hitler quando avançou para a "solução final" terá dito que afinal já ninguém se lembrava do que tinha acontecido aos arménios.
Para quem quiser saber mais, podem consultar este sítio.
De notar que os turcos actuais, herdeiros do Império Otomano, continuam a rejeitar a palavra genocídio, minimizando ainda o número de mortos (que terão morrido apenas entre 300 000 a 500 000 arménios) e que estes mortos teriam sido vítimas de confrontos interétnicos. Como se vê, não é só o Japão (e já agora a China que também devia pedir desculpa ao seu próprio povo pelos milhões de mortos causados pelo Partido Comunista Chinês) que tem dificuldades em lidar com o seu próprio passado.