4.6.05

Os direitos contraditórios previstos na "constituição" europeia

A Constitution of Contradictory Rights, por Gary Galles:

In some ways, the EU Constitution parallels America's, defending rights such as freedom of religion and freedom of expression. However, it also guarantees a far broader array of rights, as well. Its Charter of Fundamental Rights includes rights to education, housing assistance, job placement services, preventative health care, social services, social security benefits, paid maternity leave, and more.

Unfortunately, that expansive combination of rights is inconsistent with a more fundamental right to be free. The Constitution says "No one shall be held in slavery or servitude" but it might have added: unless the EU itself is doing the holding.###

"Positive" rights to housing, education, health care, etc., provided by or mandated by government, require that someone else must pay for them. But the corresponding obligation necessarily violates others' "negative" right to liberty, by taking their income without their consent, despite the fact that liberty is also guaranteed as a fundamental right.

Thus do we gain a fuller understanding of the following line from the EU Constitution: "No one may be deprived of his or her possessions, except in the public interest..."

Positive rights are really just desires that can be converted into rights only by employing government to take away others' property, violating their rights. In contrast, negative rights are prohibitions laid out against others, especially against government's overwhelming power.

DesUnião Europeia


Cox & Forkum

Sobre a (relativa) modéstia das ambições de Hitler

O Terceiro Reich era para mil anos. O euro é para sempre.

Mais um grande dia para o laicismo

(via A Casa de Sarto)

Continua a perseguição aos católicos em Espanha:

Un grupo ultra de izquierdas ataca una iglesia en construcción de Rivas Vaciamadrid

El pasado domingo, un grupo de ultras de izquierdas atacó la iglesia de Santa Mónica –en construcción y ubicada en la localidad madrileña de Rivas Vaciamadrid– destrozando equipos de calefacción y aire acondicionado y dejando numerosas pintadas en contra de la comunidad católica.

3.6.05

Para sempre, só os diamantes...

(via Blasfémias)

A megalomania, quando associada a um provável défice de conhecimentos a nível de história e dos princípios básicos de teoria económica, dá por vezes origens a devaneios destes: Comissão Europeia afirma que "o euro é para sempre"

"As moedas e as notas, tal como o euro, são para sempre", afirmou Amélia Torres, porta-voz de Joaquin Almunia, referindo-se também à proposta do Executivo europeu sobre as faces nacionais das futuras moedas de euro, que deverão incluir o tema do alargamento da União Europeia.

A responsável lembou que o tratado sobre a união económica e monetária não inclui qualquer cláusula de abandono da zona euro por parte de um Estado membro.

Interlúdio

O Presidente do benfica:

O presidente do Benfica ameaçou abandonar a presidência do Benfica caso o novo cartão de sócio, ontem lançado, não tenha uma adesão de 300 mil sócios até ao próximo mês de Outubro. "Nenhum verdadeiro benfiquista pode deixar de aderir ao novo cartão", disse



Aposto que o Toby vai parar à panela apesar de já ir em 28.372,15 USD.

Eles lá sabem...

Há quem tenha encontrado a receita para colocar o país no vanguarda do desenvolvimento. Lê-se no Distrito Online:

O caminho que se exige passa por tomar medidas que apostem na valorização da produção e do aparelho produtivo; apostar no crescimento económico; aumentar o mercado interno e por uma política de combate aos défices estruturais da economia portuguesa aumentando a produção dos bens materiais transaccionáveis, em particular nos sectores agro-alimentares, energético, tecnológico e na estrutura de transportes e logística que permitam o aproveitamento integral dos recursos endógenos do País.
Quanto a mim, falta acrescentar quais as táticas a seguir para que esta estratégia seja implementada, mas não deixa de ter algumas boas ideias.Gosto particularmente do desejo de combater os deficits estruturais. Certamente através da diminuição das necessidades de financiamento do estado, através da diminuição da sua ingerência em todos os apectos da vida do país e da diminuição dos custos de manutenção dos serviços que o suportam. Os fundos assim não retirados ao sector privado iriam permitir "apostar no crescimento económico; aumentar o mercado interno". Estaria-se a aumentar a probabilidade de a "produção dos bens materiais transaccionáveis, em particular nos sectores agro-alimentares, energético, tecnológico" encontrarem uma procura com disponibilidade orçamental.

Vai no bom caminho a Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do PCP.
Não se admirem é de virem a ser expurgados.

Pausa

Qual F1, qual rafting qual quê, adrenalina é o middle-name do Noodling. Como o nome indica é um desporto praticado por noodlers que de acordo com a Economist :

Some suppose “noodlers” are named after …finger-waggling”; others, many of them with scarred hands, admit it is slang for “idiot”.

Pelo menos é muito mais divertido que o curling. Ora vejam o testemunho deste noodler.

It's hard to imagine anything dumber than wading out into a muddy river, reaching down deep underwater into a dark hole and wiggling your fingers as bait hoping that a giant catfish will clamp down on your hand so you can pull it out of the hole, without getting pulled in yourself. That's a basic description of catfish Noodling, or the sport of fishing for catfish by hand.

A Europa não deve opor-se ao Ocidente

Depois do ‘Não’ francês ao Tratado Constitucional, um dos argumentos mais ouvidos pelos partidário do ‘Sim’ foi o de se ter perdido uma boa oportunidade de a Europa fazer oposição aos EUA. Naturalmente que isto é conversa, tal qual foi conversa a Cimeira de Lisboa e a aludida liderança tecnológica e científica da Europa, em 2010. Convém, no entanto, analisar, por que motivo não deve a Europa opor-se aos EUA. Porque deve continuar lado a lado com aquele país.

Há quem esqueça ser a Europa o centro do Ocidente. A civilização ocidental (e com ela os valores que partilhamos) nasceu no continente europeu. Espalhou-se depois pelo mundo inteiro e não vou discutir se bem, se mal. O certo é que se estendeu a todos os cantos do planeta e, por diversas vezes, esteve em risco na própria Europa. Os valores ocidentais, que tanto prezamos, devem ser mantidos e vão ser postos à prova, nos anos que se aproximam, com a ascensão da China e da Rússia e com a instabilidade árabe. Os EUA são a nação mais forte para defender e promover estes valores.

Sucede que a América não é única e exclusivamente poder.

Vivemos num mundo diferente daquele a que nos habituámos. Se a propagação da democracia, tal como é entendida e defendida pela Administração Bush, é desejável aos interesses americanos, ela pode conter uma outra face que é a redução do poder americano. Com cada vez mais Estados democratizados, menor será o poder dos EUA. A democracia pressupõe que a política se rege por princípios morais, logo o simples equilíbrio de poder procurado e encontrado pelos grandes líderes mundiais, na base dos interesses dos seus povos, será mais difícil de explicar e de concretizar.

De futuro e à medida que regimes outrora totalitários se transformam em democracias, deixam de ser certas as alianças políticas internacionais. Se a deposição de um chefe de Estado hostil é já de si complicada, mais complexa será a arte de convencer uma opinião pública habituada à democracia e à economia de mercado, a ver com bons olhos certas orientações da política externa norte-americana.

A força americana (por querer instituir a democracia e, dessa forma, dar voz ao povo) sujeita-se à incógnita de quem acredita no livre arbítrio dos povos e, se por um lado a democratização desses regimes lhe pode trazer mais segurança, por outro, trará, de certo, mais incerteza. Um mundo sem senhores, nem escravos é um mundo que não faz uso unicamente da força bruta.

É aqui que a UE poderia ter uma palavra a dizer. De acordo com as últimas orientações da Administração norte-americana, os EUA podem ter realizado que o poder não é apenas puramente militar. Têm também de conversar. O papel da Europa pode ser este: O de contribuir para um poder cada vez mais diplomático, um poder cada vez mais adequado à realidade liberal.

Não será, no entanto, opondo-se à América que o conseguirá. Se seguir por essa via, a Europa tenderá a perder-se em conflitos com aquela que poderia ser a sua aliada e a descurar os adversários e os problemas que vivem mesmo ao seu lado. A Rússia, o Médio Oriente, o Magreb e, naturalmente, a China.

Trampolinadas - IV

Decididamente, o PS é um partido democrático, aberto às críticas e desacordos entre os vários dirigentes e órgãos, entre filiados e independentes, entre deputados e ministros. Como resultado desta abertura à discordância e à pluralidade de opinião, surgiu a intervenção de António José Seguro, noticiada pela TSF:

António José Seguro diz não entender como é que, depois de tanto ter criticado a medida no Governo PSD/CDS-PP, o PS pode agora apoiar o aumento do IVA decidido pelo Governo socialista.
(...)salienta que talvez o Governo não tivesse feito tudo para evitar o aumento da carga fiscal. O deputado foi claro ao afirmar que haveria outras soluções, ainda que não as tenha apontado.
Seguro manifestou, ainda, o desejo de que o grupo parlamentar tivesse podido contribuir para ajudar o Governo antes das decisões tomadas e não apenas ser chamado a apoiar.

Não houve reacções a esta intervenção. Se é certo que ninguém criticou as palavras de Seguro, ninguém levantou a voz para defender o Governo. E houve até quem apontasse as SCUT como a medida que teria sido mais correcta em vez do aumento do IVA.
Pôr portagens nas SCUT's!!!
Ao que isto chegou. Qualquer dia ainda se põem com ideias de privatizar todas as empresas públicas, acabar com as "golden shares" e mais não sei quê...

Uma questão de propriedade

No último programa d'"A Quadratura do Círculo" discutiu-se a "escândalosa" nomeação de Fenando Gomes para a administração da Petrogal.

Todos fizeram questão em afirmar que não pretendiam generalizar a crítica e acusam os que o fazem de "populismo". Pacheco Pereira e Lobo Xavier atacaram Fernando Gomes por não ter curriculo. Jorge Coelho contra-argumento dizendo que ele o tinha e de sobra.

Ninguém questionou a necessidade participação do Estado na Petrogal (que todos consideraram "estratégica") nem os previlégios que as suas participações costumam revestir-se (as "golden shares"). Se fosse um governo PSD/PP a fazer a nomeação seria a vez de JC atacar e ALX e JPP defenderem a nomeação.

Ninguém se apercebe do absurdo do governo pretender utilizar empresas privadas para fazer política nem do ridículo que é discutir publicamente a composição da sua administração.

A propriedade alheia continua a ser muito pouco respeitada em Portugal.

A Constituição Europeia na Atlântico

Três artigos sobre a CE no último número da Atlântico.

  • "A Constituição Inecontrável" de Luciano Amaral

  • "Reflexos de uma Crise" de Marcelo Duarte Mathias

  • "Uma Certa Ideia da França e da Europa" de João Marques de Almeida

    Nota: estes artigos foram escritos antes de ser conhecido o resultado do referendo francês.
  • Haverá um "Partido Liberal Europeu"?

    Estranha-se, acima de tudo, a validade e seriedade de supostos "partidos europeus" que congregam nas suas fileiras desde partidos como os Liberais Democratas Britânicos, com um pendor económico plenamente socialista e com uma postura semelhante à do nosso Bloco de Esquerda (e que de liberais, para além dos direitos individuais e do nome, pouco têm), até partidos de direita de cariz mais conservador/neoliberal como o VVD Holandês ou os Democratas Progressistas Irlandeses. Sem dúvida, e após a recente expulsão do PPE, um local conveniente para alojar todo o espectro político do nosso Freitas do Amaral, ou o verdadeiro partido liberal de largo espectro.

    Por mais que sejam de lamentar as confusões relativas ao argumento do "liberalismo" na discussão francesa, é estranho (e porventura ainda contribuirá para a confusão) que alguém com a responsabilidade de presidente de um suposto "Partido Liberal Europeu" vir em duas frases consecutivas dizer primeiro que "uma economia liberal consegue mais facilmente criar emprego de qualidade", e na frase seguinte vir elogiar o Estado Social Finlandês, estranhamente presidido por um político que, presidindo a um partido integrado na mesma organização, é eurocéptico. Algum problema de comunicação interno?

    É, sem dúvida, a vitória da esquizofrenia política e de flexibilidade espinal.
    Por vezes temos a agradável surpresa de encontrar um texto notável escrito por alguém de quem frequentemente discordamos. Foi o que me aconteceu quando li o post Haverá um "Partido Liberal Europeu"?, por JLP.

    (ver mais)

    2.6.05

    Trampolinadas - III

    Procurando descrever certos desencontros de opinião neste governo, de uma forma distinta da usada para os seus antecessores (a famosa "trapalhada"), sugeri que se passasse a usar "trampolinada". Já por aqui lhe foi dado justo uso.

    Outras situações vão merecendo o seu uso. Uma delas aparece descrita no "A Arte da Fuga", a propósito da negociação do Orçamento da UE e das posições a tomar por Portugal. Dependendo de Sócrates, vamos lá com falinhas mansas; já por Freitas, temos de bater o pé com força de veto.
    Mais uma trampolinada?

    Um Recomendação (versão "me too")

    Example

    Feist "Let it Die" (2004)

    Também eu gostava de deixar aqui uma recomendação. Este conjunto de canções acompanhou-me durante os fins de tarde de uma semana, numa varanda, a ver o sol pôr-se no mar da Zambujeira. A cantora canadiana junta uma sedutora voz meio rouca a um pop cheio de sol, com laços de parentesco ao jazz / bossa-nova.
    O concerto do dia 25 de Julho no Fórum Lisboa está esgotado. Infelizmente, não vou poder ouvir ao vivo a sua versão do gibbiano "Inside and Out".

    Uma recomendação



    Herrmann und Kleine "Our Noise" (2002)

    Às vezes o excesso de oferta impede que se ouçam devidamente determinados discos. No ano em que este disco foi lançado (2002) devo ter ouvido centenas deles. O tempo reservado a cada um foi manifestamente pouco. Devo ter ouvido este uma ou duas vezes após o que foi abandonado perante novos discos que se acumulavam na fila de espera.

    Não sendo excelente é, no entanto, um bom disco de electrónica com reminiscências de Boards of Canada, Kraftwerk ou Lali Puna. Desde que o fui buscar à estante ainda não saiu do leitor de CD's. (bem, saiu ontem para entrar o "Trinity Sessions" dos Cowboys Junkies). No allmusic.com chamam-lhe "plinkerpop". Está bem...

    Leitura recomendada

    "As ideologias do défice" de Rui Ramos no Diário Económico

    Temos tendência para pensar na “ideologia” como a negação da “realidade”. Mas as ideologias, quando articuladas em projectos políticos explícitos e com as contas feitas, não são a negação da realidade. Pelo contrário. Traduzem exactamente a realidade, na medida em que esta é constituída pela contradição fundamental entre valores diferentes, e pela escolha entre uma pluralidade de modos de vida possíveis. O falso pragmatismo e o ridículo consensualismo que nos querem impingir à conta das urgências do défice é que são a negação da realidade

    Medo

    Ameaçam-nos com cenários apocalípticos em caso de vitória do Não ao Tratado Constitucional, que vão desde o regresso de Auschwitz, à guerra, ao proteccionismo, à anarquia generalizada do mercado, á paralização total de tudo e sei lá que mais.
    Se tivesse medo votaria Sim. Parece que 62% dos holandeses não tem medo.

    Constituição europeia

    Tudo indica que o Reino Unido se prepara para anular o referendo à CE. Depois do segundo "Não" (ontem na Holanda) o governo britânico considera a CE um "nado morto".

    Embora concorde com a conclusão, discordo da anulação dos referendos. Penso que aos eleitores dos restantes países-membros devia ser dada a hipótese de recusarem o projecto constitucional.

    Contradições?

    Não vejo contradição nenhuma no Não Francês e Holandês ao Tratado constitucional.
    O Jean-Pierre da FN que manter a Turquia e os imigrantes fora da EU (França), recuperar a soberania e influência da França e acabar com as deslocalizações para Leste e travar a directiva Bolkstein;
    A trotskista Marianne quer acabar com as deslocalizações para Leste e privatizações, nacionalizar as empresas e travar a directiva Bolkstein;
    O socialista Claude quer recuperar a influência da França, travar a directiva Bolkstein e acabar com as deslocalizações para Leste;
    O liberal Matthieu acha que se um Estado sobre dimensionado e super regulador é mau, então um Super–Estado hiper regulador é pior ainda;

    O Wouter quer continuar a poder fumar umas ganzas sem que ninguém o chateie, não quer a harmonização de coisa nenhuma porque está satisfeito com o liberalismo social holandês, está farto de pagar para que os portugueses, gregos e as vacas francesas lhe gastem o dinheiro à toa e a imigração preocupa-o, pelo menos desde o assassínio de Theo van Gogh;

    A Soecke não quer que a impeçam de abortar até ás 24 semanas, de fumar “skunk” e comer “Space Cake” sempre que lhe apetece, não quer a harmonização de coisa nenhuma porque está satisfeita com o liberalismo social holandês, está farta de pagar para que os portugueses, gregos e as vacas francesas lhe gastem o dinheiro à toa e a imigração preocupa-a, pelo menos desde o assassínio de Theo van Gogh;

    Todos têm razão, porque no fundo o que está em causa é a liberdade de cada um deles seguir com a sua vida como entende melhor, sendo claro que lhes é menos difícil influenciar os Governos nacionais no sentido que entendem, que uma EU com gabinetes atrás do sítio onde o Sol se põe, cheio de gente que não conhecem, com portugueses, gregos, espanhóis, franceses, polacos, etc todos agarrados à gamela do Orçamento Comunitário.

    “There are no contradictions. If you find one, check your premises, one of them is wrong.”

    Francisco D’Anconia in Atlas Shrugged

    De boas intenções está o Inferno cheio

    O conceito de Estado social foi criado com a melhor das intenções. Ao recear os efeitos nefastos do indivíduo entregue a si mesmo, o Estado social foi visto como a única possibilidade de o integrar num projecto comum, não se permitindo que ‘muitos’ fossem explorados por ‘poucos’ e que alguns ficassem à mercê das vicissitudes de uma vida cada vez mais industrializada, urbana e comercial.

    Lentamente, o Estado foi assumindo mais e mais funções de carácter social. Na saúde, na educação e na Segurança Social. Utilizando três armas poderosas, os poderes legislativo, executivo e judicial, foi-se substituindo às instituições intermédias, como sejam a família, a Igreja e demais outras associações cívicas.

    Um dos paradoxos do Estado social acaba por ser este. Ao recear ver o indivíduo entregue a si mesmo, às suas fraquezas e contradições, destrói todas as instituições que se encontram entre ele e o Estado, elevando a pessoa humana ao expoente máximo da sua condição de ser solitário e único. Sem qualquer relacionamento associativo com os outros, nem relações de confiança entre si, o indivíduo surge como um homem só, solitário e único, num frente a frente com um Estado poderoso e tantas vezes usurpador e explorador.

    O Estado social foi bem intencionado. Lembrou que o Estado tem uma palavra a dizer em matéria social, mas que o conceito tem também efeitos perversos. Na verdade, fruto deste fracasso a que diariamente assistimos, é legítimo que questionemos se, em vez de caber ao Estado assumir um papel primordial na condução das políticas sociais, não será melhor limitar-se a criar condições para que estas sejam levadas à prática por instituições de carácter privado que resultam da livre associação dos cidadãos.

    Desta forma, o que há a fazer não é um ataque ao Estado social, como a esquerda tão bem gosta de fazer crer, mas às consequências nefastas das políticas por ele conduzidas.

    "Food for thought"

    Em Abril, Jorge Sampaio abordou o tema da responsabilidade social da empresas, talvez na tentativa de criar mais um desígnio nacional:

    De acordo com Jorge Sampaio, a competitividade empresarial passa por um maior esforço financeiro das empresas e do estado nos direitos socais dos trabalhadores. A responsabilidade social constitui um pilar fundamental nessa mudança.
    Ontem foi a vez de no Barnabé se voltar a falar da "responsabilidade social empresarial", questionando-se se a maximização de resultados deve ser o seu principal desígnio e se as empresas devem "partilhá-los com o resto da sociedade".

    Como contributo para a resposta a estas questões, sugiro a leitura destes posts colocados aqui no Insurgente, por altura da intervenção presidencial.
    Neles se encontrá ligação ao "Wealth of Nations", o livro de Adam Smith onde se pode ler:
    It is not from the benevolence of the butcher, the brewer, or the baker, that we expect our dinner, but from their regard to their own interest.
    Outra ligação disponível é para uma edição de há alguns meses da Economist dedicada a este tema e onde se pode ler isto:
    The goal of a well-run company may be to make profits for its shareholders, but merely in doing that—provided it faces competition in its markets, behaves honestly and obeys the law—the company, without even trying, is doing good works. Its employees willingly work for the company in exchange for wages; the transaction makes them better off. Its customers willingly pay for the company's products; the transaction makes them better off also. All the while, for strictly selfish reasons, well-run companies will strive for friendly long-term relations with employees, suppliers and customers.

    Contituição europeia

    Resultado do referendo holandês: Não - 61.6% Sim 38.4%

    1.6.05

    A propósito da integração europeia

    Com uma opinião pública em larga medida inconsciente da insustentabilidade e dos efeitos nefastos do "modelo social europeu" e uma classe política (da esquerda à direita) que deixa, regra geral, muito a desejar, é de esperar o pior quanto ao futuro da União Europeia. De facto, parece haver pelo menos um sério risco de a situação caminhar no sentido descrito pelo LAS:

    Como há países na União Europeia com situações similares à nossa, a grande esperança para os admiradores da "integração europeia" é que se force o BCE a aumentar a emissão monetária, provocando uma salvífica onda inflacionista de dimensão continental. Quem sabe até se, para salvar o "estado social", não se consegue uma hiper-inflação verdadeiramente europeia, varrendo por igual toda a Europa azul e das estrelinhas, do Atlântico aos Urais!

    Problemas de liderança

    Título do DN: Menezes avança sem dar conta a Mendes

    Depois de Isaltino em Oeiras, Valentim em Gondomar, surge agora Menezes como candidato em Gaia. Parece que ao presidente do partido ninguém liga cavaco.
    Só falta Santana Lopes anunciar a sua pretensão a um qualquer munícipio (costeiro e com animação garantida).
    Curiosamente, no PS, ninguém quer ser candidato (a Belém) e também isso pode ser um teste à liderança de Sócrates. A não ser que surja por aí um ex-presidente da mesa da assembleia geral da ONU disponível...

    Presente envenenado

    No Diário Digital: "Governo prevê défice dentro dos limites em 2008"

    Traduzindo, hoje, no Dia Mundial da Criança, o Governo português dá um presente à próxima geração:

    Para a dívida pública em percentagem do PIB (Produto Interno Bruto), o Governo prevê uma trajectória ascendente até 2007, quando deverá atingir 67,8%.
    No futuro, ainda mais impostos!

    O regresso do "Santo"

    The “story” put forward by the pro aid movement is simple and appealing. Differences in income per capita in the world are extreme; globalization is increasing income inequality; the poor are becoming poorer and poorer and they starve to pay their debt. So they need more aid and more debt forgiveness, since the rich of the world get rich at the expenses of the poor. Aid and debt forgiveness will lift the poor countries out of poverty.

    This story is almost completely wrong. The only part that is true is that differences in per capita income are extreme. All the rest is false. Globalization is not responsible for the poverty of the third world. Corrupt and inefficient governments of developing countries are.

    ...

    There is no evidence that increasing foreign aid to government of developing countries improves their economic performance and lifts them out of poverty permanently. In fact, more aid is likely to increase corruption, because it augments the amount of resources over which elites fight over. The same goes for debt forgiveness: its only effect is to encourage countries to borrow more and more, often for the benefits of local elites.

    ...

    Those who really care about reducing poverty should be much more willing to put the blame in the right place: the government and the bureaucracy of many developing countries, especially in Africa and Latin America. Traditionally, instead, foreign aid has paid no attention to the virtues of the receiving countries and has not discriminated in favor of the “good governments”.

    ...

    Before giving more aid ort debt forgiveness two conditions need to be met. One is an “institutional conditionality.” Only governments that show some serious progress in reducing inefficiency, robbery of public property and corruption, should receive any aid.

    ...

    Finally, other polices of rich countries may be much more beneficial than aid. The main one is to stop protecting the agriculture of the rich. In fact the worst enemies of the poor countries of the world are the farmers of the rich countries. Defeating the lobby of the French farmers should be the top priority of the pro poor coalition of Europe.

    O “Santo” regressa agora, vinte anos depois, com o Live 8. As diferenças são, se possível, para pior. Há vinte anos, o Live Aid conseguiu reunir 150 milhões de dólares, que, de uma forma ou de outra, terão sido enviados para África como “ajuda humanitária”. A remake de 2005 não tem como objectivo angariar receitas —pretende apenas “chamar a atenção” para o “problema” e para a “responsabilidade” do G8. É a “cultura do espectador” no seu apogeu. Com a inteligência que sempre exibiu e a capacidade para reduzir problemas complexos à sua expressão mais simples (ou simplória), Geldof limitou-se a afirmar que "the G8 leaders have it within their power to alter history".

    Poucas iniciativas se poderão gabar de uma tão grande mistura de oportunismo, ignorância, hipocrisia —o ex-ministro da cultura francês, Jack Lang, “aderiu” de imediato à iniciativa, afirmando a "intolerabilidade do sofrimento dos pobres”— e branqueamento da gigantesca e criminosa corrupção de muitos dos governos africanos. Podia dar dúzias de referências a quem desejar começar a perceber um pouco das verdadeiras causas da miséria africana. Porque o caso do Zimbabwe é dos mais elucidativos, sugiro que comece por esta recensão, ou por qualquer um dos livros nela mencionados.

    Quanto a Geldof, esperar que vinte anos fossse tempo suficiente para que tivesse aprendido (pelo menos) uns rudimentos de economia seria talvez demasiado. Já só lhe peço que esteja calado. Bob Geldof é um ignorante, com pretensões a “santo pagão” do internacionalismo neo-marxista, que se entretém flagelando sistematicamente as sociedades ocidentais com os estigmas da “culpa”, da “opressão” e da “exploração”.

    (ver mais)

    O "Non" e o José Manuel

    No International Herald Tribune analisa-se o efeito que o "Non" poderá ter na Comissão Europeia.
    Recordo que José Manuel Barroso é visto como a cara do ultra-liberalismo que os franceses parecem temer. Exemplo foi o choque entre Chirac e Barroso sobre a liberalização do mercado de serviços. Aliás, durante a campanha do referendo, fiquei com a ideia que se debateu, mais que tudo, a maneira de manter os benefícios que os franceses colhem das políticas europeias e como manter afastadas alterações ao status quo económico que podem vir, por exemplo, dos novos estados membros de leste.
    Veja-se o esforço que a França tem feito, em conjunto com a Alemanha, para uma harmonização fiscal. No caso alemão, põe-se mesmo em causa a livre circulação de cidadãos europeus (nomeadamente de trabalhadores agrícolas polacos) e a livre circulação de capitais (a história dos "gafanhotos" que culminou na perca de eleições estaduais).

    50000

    Segundo o Sitemeter, O Insurgente atingiu as 50000 visitas acumuladas (e mais de 105000 pageviews). Um número interessante em pouco mais de 3 meses de vida. Continuaremos por cá, blogosfericamente falando...

    Ideias não são perigosas!

    Um painel de 15 conservadores elegeu os 10 livros mais prejudiciais dos séculos XIX e XX. Destes, destaco apenas 4:

    • The Communist Manifesto (Karl Marx, Freidrich Engels)

    • Mein Kampf (Adolf Hitler)

    • Das Kapital (Karl Marx)

    • General Theory of Employment, Interest and Money (John Maynard Keynes)

    Nota: os livros não foram "prejudiciais". O prejuízo veio das pessoas que aplicaram o que neles se escreveu...

    (Link via Bicho Carpinteiro)

    Optimização fiscal II

    Importante aviso aos "intelectuais" ceteris paribus:

    Parece que o [Primeiro Ministro] terá dito que desta vez os sacrificios serão distribuídos de forma mais justa. Mais Justa!!!!?????
    São 23 horas cheguei agora a casa e trabalhei hoje doze horas. O meu filho ja está a dormir. Este ano já paguei em impostos e multas dezenas de milhares de euros, todos os meses pago um balúrdio de TSU, tenho custos financeiros indescritíveis por causa da forma como é cobrado o IVA, pago o PEC sobre um rendimento que pode não acontecer e este [$#&#@ $%£] vem-me dizer que os sacrificios serão distribuídos de forma mais justa???
    (...)
    E aquela esfinge [#$&%§] de óculos que preside ao Banco de Portugal está à espera de colectar mais 0,03% do PIB com o aumento do IVA? Pois tenho uma pequenina novidade para o reconhecido génio. Talhos, advogados, lares, lojas de móveis e outros pequenos negócios que conheço já têm a contabilidade e pagam impostos em Espanha e eu, assim seja possível, no ano da graça de 2006 pagarei todo o IVA, IRC e contribuições em Vigo.

    (in Sócio Gerente, via Blasfémias)

    Post de leitura obrigatória!

    O temor

    Disse ontem que a busca de segurança destrói a liberdade. Se assim é, será legítimo dizer que não existe segurança nos EUA e no Reino Unido? Existirá menos segurança social em Espanha depois do governo de Aznar? Todas as indicações demonstram precisamente o contrário. Nesse caso, qual o problema de Portugal? Ele reside fundamentalmente num aspecto: O medo. Portugal tem medo de arriscar. Os Portugueses têm receio de viver por si próprios, têm pavor em ficar desamparados e como temem pela sua segurança apostam, não em estimular a iniciativa privada, mas em fortalecer o Estado, dando-lhe cada vez mais prerrogativas e permitindo-lhe uma invasão cada vez maior da esfera privada de cada um.

    O que é triste é ver, na geração e na esquerda que lutou pelo 25 de Abril, precisamente aqueles que mais defendem o aperto dos mais básicos Direitos, Liberdades e Garantias.

    Ilusões de grandeza

    No Diário Digital:

    O projecto do TGV tem o «sim» de 75% dos portugueses, pelo menos é o que revela esta quarta-feira o barómetro Diário de Notícias/TSF/Marktest. Segundo a sondagem, o aeroporto da Ota conta com muito menos apoio (42%), ao passo que a construção de uma nova travessia do Tejo não é apoiada pelos portuguesas.
    Pois, eu também estou a favor de um Aston Martin V12 Vanquish S...

    31.5.05

    Obesidade mórbida II

    A semana passada apresentei cálculo simplificado sobre a carga fiscal de um trabalhador solteiro que recebe 1.000/mês de salário bruto: 48,24% (para um salário mensal de 4.000 euros é 61%). A Joana, no seu Semiramis, foi mais longe. Obrigatório ler As Fauces do Moloch.

    Deslocalização

    7,6% de IVA? Tentador...

    O vício dos impostos

    No Público (meus destaques):

    O ministro da Saúde anunciou hoje que o preço dos maços de tabaco vai aumentar "pesadamente ao longo dos próximos quatro anos", na ordem dos 80 por cento. Correia de Campos revelou ainda que a próxima legislação sobre esta matéria deverá interditar a compra de tabaco a menores de 18 anos.
    (...)
    O aumento do imposto sobre o tabaco tem como objectivo conseguir receitas adicionais para suprir o défice do Serviço Nacional de Saúde.
    Os abusos do politicamente correcto não deixam de me surpreender. Dúvida: quanto gasta o Estado, por ano, em doenças relacionadas com o tabaco? É que, se consultarem o Orçamento de Estado de 2005 encontram as seguinte rubricas:
    • Receitas do imposto de consumo sobre o tabaco -> 1.220 milhões de euros

    • Despesas com cuidados de saúde* -> 7.398 milhões de euros.

    Será que, em Portugal, 16,5% dos cuidados de saúde podem ser atribuídos exclusivamente ao consumo de tabaco? Penso que não. Desconfio que os fumadores estão a financiar outros "vícios"...

    *O valor já inclui os 1.500 milhões de derrapagem prevista no relatório de Vítor Constâncio.

    Mais social Vs mais liberal

    Às 11H, estava eu a ouvir a notícia da nomeação de Villepin como primeiro-ministro de França, na nossa bem conhecida Rádio Bagdad, quando o correspondente "analisava" as possíveis diferenças de um governação Villepin em comparação com uma governação sarkozy, saiu-se com esta: Villepin seria "mais social", Sarkozy seria "mais liberal".

    Ora, ouvindo a notícia, não é preciso ser-se especialista em análise de discurso para se poder observar aqui um juízo de valor: "mais social" é bom, "mais liberal" é mau. Para muita gente "liberal" é uma espécie de anátema, cuja representação poderia ser alguém "sem coração, que só pensa em si e nos negócios, não se importando com as pessoas". Ora esta caricatura é aquela que a esquerda quer colar a todos os que não são socialistas nem particulares adeptos de soluções estatizantes (que levam sempre ao totalitarismo).

    Aliás, o facto de dizer "mais social" deveria preocupar verdadeiramente os franceses. Isto quer dizer que nenhuma reforma importante será feita e que, ao contrário do que muitos críticos do liberalismo pensam, terá consequências dramáticas para os franceses, atingindo aqueles que pensam estar a proteger com estas políticas. As políticas estatizantes e socialistas só criam mais pobreza.

    Como dizia o poeta "o mundo pula e avança" e já não estamos em tempos de "les trentes glorieuses". Só que isto ainda não entrou na cabeça de muita gente.

    Apelo à vergonha

    O Dr. Jorge Sampaio apelou aos interesses reunidos na Concertação Social para que tenham o interesse do país em vista. Apela a que os vários interesses corporativos ali reunidos se coordenem para que o país possa diminuir o deficit das contas públicas é feito, certamente, com intenções benignas. Mas que validade tem?
    Ele é feito pelo mesmo homem que passou um raspanete a Durão Barroso quando se começou a tornar claro que as responsabilidades financeiras do estado providência não tinham correspondência nas receitas. Ou de outro modo, que o estado, agente da repartição e redistribuição de rendimentos, pretendia distribuir mais do que aquilo que conseguia retirar da economia. Temendo que o estado despesista, miragem de toda a vida ideológica do Sr. Presidente, estivesse em risco, fez um discurso que sossegou os que vivem à conta do OGE quanto à vigilância que exerceria. Com ele na presidência, estava garantida a vida com e para além do deficit, "no mather what".
    Alguns anos depois, o actual secretário geral do partido do qual ele próprio foi secretário geral, pede a outro ex-secretário geral do PS que autentique aquilo que há muito as pessoas de bom senso sabiam: que o estado gasta muito mais que aquilo que cobra de impostos.
    Agora sim era oficial: para além do deficit, poderia estar o deserto vazio de vida. Surgem-lhe(s) visões difusas de um estado providência em estertor.
    A par das propostas do governo (a ver como passarão à prática as que pretendem diminuir a despesa), surgem os apelos pungentes e visivelmente emocionados do presidente que se começa a preocupar com a vida do país no além-mandato, depois do deficit. Não tenho dúvidas que não se questionou nem penitenciou sobre o que poderia ter feito anos antes, que influência poderia ter exercido sobre Guterres e a expansão do sector público nem sobre Barroso e o que poderiam ter sido as reformas das finanças públicas. Não se questionou porque as suas convicções são as mesmas de sempre, são as mesmas de quem preferiu errar com Sartre pensando que acertava. São as mesmas que lhe seguram o socialismo em cima da secretária sem gavetas onde o guardar. Adivinho-lhe uma angústia: que a secretária de Sócrates tenha muitas gavetas escancaradas e que este as encha finalmente. Será a mesma angústia de toda uma geração socialista (não só do PS) que nunca se envergonhou pelo seu contributo para o tamanho do estado e do deficit. Infelizmente, acho que se angustiam em vão.

    Constituição europeia

    Amanhã realiza-se o referendo na Holanda. As sondagens atribuem ao "Não" uma percentagem entre 58 e 65%.

    Optimização fiscal

    O projecto do Bloco de Esquerda de tributação de "grandes fortunas" (já aqui anteriormente comentado) e a intenção do governo socialista subir o escalão máximo de IRS para 42% pressupõem que as famílias portuguesas vão abrir a porta ao Estado para este melhor lhes "assaltar a casa".

    Quem acredita que tal será assim sofre de miopia económica ou, por outras palavras, ilusões utópicas de realidades ceteris paribus (latim para "tudo o resto constante"). Os agentes económicos reagem. Podem ler alguns exemplos no recomendável Jaquinzinhos!

    A Directiva 10-10605*

    Num tempo de emergência e incerteza como o nosso, o Estado tem o dever de nos proporcionar a todos a segurança e bem-estar necessários. O Bem Comum e a Satisfação das Necessidades Colectivas só podem ser garantidos pelo Estado e através do Estado. Assim proponho a seguinte Directiva a quem estiver interessado no reforço da segurança e felicidade dos cidadãos.

    A directiva 10-10605 trará Segurança ao Povo. Segurança – é isto que o Povo precisa e quer.

    Directiva 10-10605*

    Todos os trabalhadores, assalariados e empregados de qualquer profissão devem a partir de hoje ficar ligados de modo permanente aos seus empregos e não poderão em nenhuma eventualidade despedir-se, ser despedidos ou mudar de emprego, sob pena de prisão. Todas as pessoas que atinjam a idade de dezoito anos devem apresentar-se ao Ministério do Bem Comum que determinará onde, na opinião deste Ministério, o seu trabalho melhor servirá os interesses da Nação.
    Todas as empresas e empresários de qualquer que seja o sector ou a sua natureza continuarão a partir deste momento em operação e os proprietários são proibidos de renunciar, fechar, falir, vender ou transferir os seus negócios, sob pena de nacionalização dos mesmos e de toda e qualquer propriedade que possuam.
    Todas as patentes e direitos de autor, de todo e qualquer aparelho, invenção, fórmula, processo e trabalho de seja que natureza for, será entregue à Nação como dever patriótico por meio de Certificado de Entrega, assinado de forma voluntária pelos proprietários de tais patentes e direitos de autor. O Ministério da Satisfação das Necessidades Colectivas atribuirá depois o uso destas patentes e direitos de autor a todos os que concorram aos mesmos, de forma igual e sem discriminação, com o propósito de terminar com práticas monopolistas e predatórias, eliminando produtos obsoletos e tornando os melhores produtos disponíveis a toda a Nação.
    As empresas, passarão a inventar, produzir e investigar novos produtos, bens, processos e serviços semanalmente devendo todas as ideias, trabalhos e investigações ser entregues aos organismos Estatais, sendo estes os únicos autorizados a vender tais novos produtos, bens, processos e serviços.
    Todas as empresas, corporações ou pessoas ligadas à produção de qualquer bem ou serviço deve de hoje em diante produzir maior quantidade dos mesmos por trimestre tendo como base o trimestre imediatamente anterior. A produção igual ou inferior será punida através de multa a determinar pelo Ministério da Satisfação das Necessidades Colectivas.
    Todos os cidadãos de qualquer idade, sexo, classe ou rendimento passarão a partir deste momento a aumentar o consumo de bens e serviços a uma taxa trimestral a determinar pelo Ministério da Satisfação das Necessidades Colectivas. A diminuição ou estagnação do consumo será punida através de multa a determinar por este Ministério.
    Todos os preços deverão a partir desta data baixar mensalmente a uma taxa de 0,5% por mês. Os salários, dividendos, lucros, e todas as formas de rendimento qualquer que seja a sua natureza devem subir mensalmente a uma taxa de 0,5% (Os impostos e taxas serão revistos e aumentados todos os trimestres, dadas as necessidades de financiamento da felicidade e bem comum).
    Assinam

    O Patriota O Altruísta O Desinteressado O Remediado A D. Alzira

    *Adaptação muitíssimo livre da Directiva 10-289 em Atlas Shrugged de Ayn Rand

    P.S. Quando publiquei este post não tinha lido o post abaixo do André, mas calha bem.

    O défice de segurança

    O aumento dos impostos decidido por Sócrates, tem a particularidade de pôr a nú uma situação perigosa que se traduz na facilidade com que foi aceite. Este raciocínio poderá à primeira vista ser contraditório. Na verdade, quando um governo pede sacrifícios em nome da estabilidade orçamental e o povo responde com serenidade, só podemos esperar o melhor.

    No entanto, se por um lado esta ideia é verdadeira, ela pode também ser demonstrativa de algo muito grave. O primeiro-ministro justificou as medidas que tomou como sendo de defesa do Estado social. Dito por outras palavras, e de forma entendível para a grande maioria dos Portugueses, em defesa dos empregos que duram uma vida inteira, dos seus ordenados, garantidos que estavam quando começaram a trabalhar. Em defesa, numa palavra, da segurança.

    Não é o combate contra o défice que move o país, mas a luta pela segurança.

    Em nome da segurança, o país aceita que o Estado lhe vá cada vez mais ao bolso. Aceitará, porventura, o fim do sigilo bancário e aceita, como referido neste ‘post’ do João Miranda, a promoção de "denúncias por parte de vizinhos invejosos de contribuintes que, tendo sinais exteriores de riqueza, fogem ao fisco".

    Em nome da segurança, o país aceita, lentamente e sem sentir que o faz, restringir algumas das liberdades que levaram 50 anos a conquistar.

    Foi Salazar quem resolveu o problema que era o défice e que vinha desde o século XIX. Foi a segurança que levou Salazar ao poder. É hoje, como ontem, a segurança que põe em risco a liberdade. Como o afirmou a princesa Padmé, no último Star Wars, quando o senador Palatine institui o Império sob as ruínas da República, "So this is how liberty dies — with thunderous applause."

    O dever patriótico do Sr Sampaio

    O Sr Sampaio apelou ao patriotismo o que me parece muito bem. Especialmente os contribuintes com rendimentos mensais líquidos que sejam cerca de 2350 a 2741 euros (60.000 a 70.000 euros/ano) por mês devem rapidamente começar a entregar o que lhes sobra todos os meses ao Sr Sampaio e aos seus amigos. Têm o dever patriótico de consumir mais combustíveis, fumar mais, mudar a mobília de casa, repatriar o dinheiro que têm nos off-shores, comprar a quarta habitação, comprar mais um Jaguar, investir na terceira quinta no Minho, continuar a passar as férias no melhor Hotel de Vilamoura e que vão jantar todos os dias com a família ao Tavares Rico ou a um sítio parecido. E que não se armem em hipócritas porque são ricos. Isso mesmo, ricalhaços, capitalistas e exploradores do proletariado da administração pública.

    "Half the harm that is done in this world is due to people who want to feel important. They don't mean to do harm -- but the harm does not interest them. Or they do not see it, or they justify it because they are absorbed in the endless struggle to think well of themselves."


    T.S. Eliot

    Errado outra vez

    Depois de anteriormente ter considerado que "ha[via] mais vida para além do défice", Jorge Sampaio, apela ao "espírito patriótico" para solucionar o problema nas contas públicas. De um assunto menor transforma-se assim em (mais uma) prioridade nacional.

    Neste apelo, contudo, não lhe ocorre que na origem do problema está um Estado que gasta mais do que aquilo que tem. Em vez de exigir que o Estado modere as suas despesas só se lembra de pedir que os "parceiros sociais" aumentem as suas contribuições para uma entidade conhecida pela sua prodigalidade.

    O PR volta a falhar o alvo.Se é que alguma vez lhe acertou...

    À atençao dos senhores federalistas

    Recomendo a leitura deste post dedicado aos senhores federalistas por Luís Aguiar Santos.

    30.5.05

    500000

    Parabéns aos blasfemos pelo meio milhão de visitas acumuladas, de acordo com o Sitemeter!

    O segredo, como sabe quem pertence ao restrito Círculo Blasfemo, está na misteriosa figura do Venerável Consultor...

    Ceteris paribus comunista

    Continua a obsessão da receita:

    O Bloco de Esquerda apresentou [sexta-feira] um projecto que prevê a introdução de um imposto de solidariedade sobre as grandes fortunas, com incidência sobre todos aqueles cujo património global é superior a cerca de 934 mil euros.

    "Em Portugal, quem seja imensamente rico mas não trabalhe, não tenha rendimentos, simplesmente não paga impostos", justificou o dirigente do BE Francisco Louçã, em conferência de imprensa, na Assembleia da República.

    (in Público, via O Acidental)
    Os iluminados bloquistas não percebem duas coisas:
    1. quem é "imensamente rico" paga impostos como IVA, IMI, imposto sobre o tabaco, IA, ISP e, se investir numa empresa, até IRC;

    2. aumentar a perseguição a estes cidadãos é mais um incentivo para estes deslocalizarem os seus investimentos (vejam o exemplo dos ingleses que vivem no Algarve).
    Esta é a mentalidade ceteris paribus (latim para "tudo o resto constante") de socialistas e comunistas. Pensam que os agentes económicos não reagem aos ataques à sua propriedade privada.

    Teste de paternidade II

    Miguel Cadilhe - a "testemunha", que segundo o Expresso, disse quem era o pai do "Monstro" - vem agora dizer que este semanário falseou a certidão de nascimento.
    (link via Grande Loja do Queijo Limiano).

    Aguardam-se novos episódios da novela!

    A concorrência chega aos indexantes

    Novo indexante 'combate' Euribor.

    Post afónico e com a garganta ainda dorida

    Vitória Futebol Clube - Vencedor da Taça de Portugal na época 2004 / 2005

    Viittóóórrriiiaaa...!

    Não se pode aceitar o "Não" como resposta

    No Diário Digital.

    A Comissão Europeia (CE) afirmou esta segunda-feira que os 25 Estados membros da UE têm um «forte compromisso político, que não jurídico» de conseguir que o processo de ratificação da Constituição europeia chegue a bom termo.


    Está explicado

    Afinal as misteriosas declarações de Mário Soares (sobre as consequências do "Não") foram proferidas no Fórum TSF. Está explicado o tom revoltado e as insinuações conspirativas.

    ADENDA: leia o Guest of Time.

    Spin-Off

    Comprovando a instabilidade intrínseca do sistema capitalista, o insurgente FCG estreia-se a solo com The Guest of Time. Um blog a seguir com atenção.

    A avançar para onde?

    Como se previa Mário Soares ficou algo abalado com mais este revés.

    Mário Soares considerou o «não» francês à Constituição Europeia como um revés «que terá consequências graves e imprevisíveis» até porque outros países como a China, os EUA, a Índia e o Brasil estão a avançar «num ritmo cada vez mais intenso».

    Ainda não foi desta

    Vitor Constâncio descarta uma candidatura à Presidência da República. Os "candidatos" do Paulo teimam em não lhe fazer a vontade.

    O medo francês

    O Tratado Constitucional não me agradava. Não apreciava a figura do Presidente da Europa, nem do Ministro dos Negócios Estrangeiros Europeu, nem ainda da possibilidade de alguns países deixarem de estar representados nas futuras Comissões Europeias. No entanto, o 'Não' da França mostra o quanto ela nunca quis uma Europa onde não mandasse e, mais sintomático ainda, que tem medo do futuro.

    O défice social

    José Sócrates quando na semana passada defendeu, no Parlamento, as medidas para controlar o défice orçamental, disse que o fazia para proteger o Estado social. No meu entender esta razão explica por que os sacrifícios aprovados por este governo foram mais bem aceites que os apresentados por Barroso.

    Portugal não padece apenas de um défice orçamental. Sofre, também, de um enorme défice social. Digo isto por uma razão simples. Portugal tem medo de perder o chapéu de chuva que é o Estado. Os cidadãos contam uns com os outros e, poucas são as chamadas ’instituições intermédias’ que em Portugal poderiam ser organizadas pela dita sociedade civil. A família já não é a entidade que era, as paróquias não reúnem à sua volta como antes, poucas são as associações de carácter social e a maioria da população anda um pouco como que perdida por aí.

    Portugal depende do Estado há imenso tempo. O monstro foi criado por Salazar e aumentou (sob a égide das políticas sociais) depois de 1974. Lentamente ele foi substituindo a sociedade civil. Ao acabar com a confiança nutrida de uns para com os outros, o Estado social quebrou os laços que uniam os cidadãos entre si e, ao fazê-lo, não permite que outra força social emirja e concorra com ele.

    Tudo isto é mau, mas o toque de gravidade surge quando, ao se substituir à sociedade civil, não lhe dando espaço de manobra, de acção e de iniciativa, o Estado social coloca a democracia em perigo.

    O Estado social predispõe-se a substituir todo o papel social que pudesse ser concretizado por outras entidades. Com a particularidade de fazer pior. Quanto mais funções o Estado se prontifica a fazer, pior é a sua prestação. A consequência imediata é a descredibilização do Estado. Cada vez menos acreditam nele. Quem acredita na Justiça? Qual a credibilidade do Sistema Nacional de Saúde? Quem, com 30 anos, conta receber reforma do Estado?

    A desconfiança em relação ao Estado é má, pois conduz a uma vítima: A democracia. Sempre que numa democracia o Estado é fraco, a primeira sacrificada é a própria democracia. Foi assim que surgiu Salazar, foi assim que a I República caiu. É assim que, lentamente, deixamos de acreditar nos nossos políticos.

    Por um "Não" liberal

    Mesmo tendo sido brindado com uma amigável alfinetada, recomendo a leitura do post Não, por Carlos Novais, no blog da Causa Liberal.

    Referendo francês: o rescaldo

    Antes de mais queria dizer que compreendo as reservas do FCG. A maior parte dos que, em França, recusaram o projecto constitucional fê-lo em nome de ideiais que rejeito em absoluto. Não me revejo nos "Nãos" da LO, da FN, de Bové ou de Emmanuelli. Há no entanto outros como Garello. A profusão dos "nãos" (não apenas em França mas nos diversos países) significa, antes de mais, que não existe ao contrário do que nos fazem crer um "projecto comum europeu". Dizem que este deve ser "reduzido" em vez de "expandido" a fim de encontrarmos um mínimo deniminador comum.

    Agora venha a Holanda.

    Who is John Galt?

    Governo quer publicitar na Net empresas com dívidas ao fisco

    E confundir dívidas com fuga, como é costume. Não lhes passa pela cabeça que só não paga uma dívida ao fisco quem não pode ou não concorda com a dívida, porque os juros e multas facilmente a duplicam. Quem foge não vai aparecer na lista.

    O tal “quadro de honra” é hilariante. Vão lá estar os que fogem aos impostos mas pagam qualquer coisa.

    A demência não conhece limites.

    Mau perder

    Confirma-se que a esquerda favorável à criação de um super-Estado europeu reage muito mal à democracia, quando o povo se engana a votar.

    Sugiro ao Bruno que adopte a mesma solução usada no caso do aborto: defender novos referendos até que o povo vote correctamente.

    Panopticon fiscal

    "Whether it will stand fast, and bear the shocks of discussion, remains to be decided by experience...What would you say, if by the gradual adaptation and diversified application of this single principle, you should see a new scene of things spread itself over the face of civilized society?"
    - Jeremy Bentham, Panopticon (1791)



    A recentemente anunciada intenção de eliminar o sigilo fiscal em matéria de IRS constitui mais um notável avanço no caminho de um admirável mundo novo, pleno de transparência, dedicação ao colectivo e, claro, justiça social.

    (agradeço ao insurgente FCG pela ideia que motivou este post)

    Adenda: informação adicional sobre o cada vez mais actual conceito de Panopticon, pode ser encontrada aqui.

    Destaque insurgente da semana

    Mau Tempo no Canil

    Ding, dong, o comboio está atrasado!

    É favor aguardar novos desenvolvimentos:

    Os prazos para as principais ligações de alta velocidade ferroviária entre Portugal e Espanha e da ligação Lisboa/Porto, muito dificilmente serão cumpridos, diz um documento da RAVE, gestora do projecto, entregue ao Governo, no quadro do pacote de investimentos de 20 mil milhões de euros que está a ser preparado pelo Ministério da Economia.

    (in Jornal de Negócios)

    Mas, Portugal já comprou o "bilhete"? Talvez ainda vá a tempo de viajar de avião. Até é mais barato...

    Água em pedra dura?

    Reacção do Bloco de Esquerda ao "Non" francês à Constituição Europeia (meus destaques):

    SIC: Não é seguro que o texto [da Constituição] seja mudado, apesar deste "Não" em França e de um "Não" em Portugal.

    Ana Drago: Exactamente. E isso é que é preocupante, ou seja, se teremos processos, como já aconteceu no passado, no que toca a outros tratados que foram referendados, em que os referendos se sucedem até que surja a resposta positiva que os Governos pretendem. Eu... Parece-me que isso é absolutamente contrário a aquilo que são os interesses da Europa. A Europa tem de ser legitimada pela participação popular e, portanto, uma Constituição tem de partir daquilo que é vontade dos seus cidadãos.
    Troquem o referendo à Constituição Europeia pelo referendo ao Aborto e o discurso bloquista muda radicalmente.

    Provérbio popular: "Água em pedra dura, tanto bate até que fura"!

    29.5.05

    O meu Não em França (2) - Jacques Garello

    Les arguments du non d'un libéral, por Jacques Garello.

    L’argument ultime des partisans du oui est le séisme politique que devrait déclancher une victoire du non : l’Europe stoppée dans son élan, la France affaiblie, le Président et les ministres mis dans l’incapacité de gouverner.

    Cela ressemble beaucoup au fameux « Moi ou le chaos » qui a permis au Général de Gaulle de passer bien des caps difficiles…

    Personnellement, au terme de plusieurs semaines d’entretien avec vous, j’en suis arrivé à la conclusion que tout porte un libéral à voter non :###

    - parce que, contrairement à ce que prétend Jacques CHIRAC, on peut être bon européen et voter non à cette constitution-ci (« Le tour d’Europe en quatre vingts jours »)

    - parce que je ne crois pas pour l’instant à « L’Europe d’une seule voix » puisque les uns sont atlantistes et les autres ne le sont pas, et je ne vote pas pour une Europe dont la diplomatie serait essentiellement anti-américaine ou isolationniste

    - parce que je ne veux pas non plus voter pour une Europe dont on me dit qu’elle a été conçue pour nous éviter la « dérive ultralibérale due à la mondialisation », le Président m’a clairement éclairé sur son aversion pour le libéralisme et sa préférence pour les syndicats, les fonctionnaires et les impôts (« Europe Sociale ou Europe Libérale »)

    - parce que je ne crois pas que l’Europe ait intérêt à se protéger commercialement contre le reste du monde, pour faire le jeu des corporations et des privilégiés au détriment des consommateurs et qu’elle sera de toutes façons obligée d’accepter les règles du libre échange mondial (« L’Europe des Chinoiseries »)

    - parce que je n’approuve pas les additions aux droits de l’homme, sous forme de droits sociaux ou environnementaux, qui sont autant de soustractions aux vrais droits individuels (« Déclaration européenne des droits de l’homme »)

    - parce que l’organisation des pouvoirs au sein de l’Union, qu’il s’agisse du partage des compétences ou du fonctionnement du Conseil et du Parlement, ne me paraît pas donner la parole aux citoyens mais au contraire renforcer les politiciens, les bureaucrates et les groupes de pression (« Europe unitaire, fédérale, confédérale? »)

    O meu Não em França (1) - Philippe de Villiers

    Philippe de Villiers: "il n'y a plus de Constitution"

    Philippe de Villiers, partisan du "non", a estimé dimanche soir qu'après la victoire annoncée du "non", "il n'y a plus de Constitution" européenne.

    "Il n'y a plus de Constitution, le peuple a dit 'non' massivement, il faut reconstruire l'Europe sur d'autres bases qui ne sont pas celles de l'Europe actuelle", a déclaré le dirigeant souverainiste sur TF1.

    Pour lui, cette victoire annoncée du 'non' constitue une "grande claque à tout un système qui prétend commander notre pensée" et représente un "grand décalage entre le pays institutionnel et le pays réel".

    Diga lá excelência

    A não perder, hoje às 22h35m na 2:, entrevista ao ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha.

    Adenda (23h45m): quero pedir desculpas aos leitores que seguiram o meu conselho e perderam 1 hora a ouvir o ministro que, apesar da sua extensa carreira académica, se adaptou bem ao cargo de político... Zzzz

    Rien ne va plus

    Primeiras projecções dão vitória ao "Non":


    Les électeurs ont tranché : selon les première estimations, près de 55% d'entre eux ont dit non au Traité constitutionnel européen lors de ce référendum qui a largement mobilisé les Français. Le chiffre de participation atteint des records à près de 70%, largement plus que pour le précédent référendum européen sur le Traité de Maastricht.

    (Le Figaro)

    Espero que o CMC não tenha perdido dinheiro...

    C'est Non!

    Le "non" donné vainqueur avec 54,5 à 55,6% des voix

    Le "non" est donné vainqueur au référendum français sur la Constitution européenne, avec 54,5 à 55,6% des voix, selon les estimations des instituts de sondage.

    Aguardemos agora, vigilantes, o "plano B"...

    Vitória



    Parabéns aos justos vencedores, em particular aos que acumulam com a condição de insurgentes.

    O PS tem alzheimer's

    Via Blasfémias, um oportuno post do Grande Loja do Queijo Limiano:

    Jaime Gama [PS]: Considerando as necessidades globais de financiamento do Estado do sector público administrativo, das empresas públicas deficitárias, dos hospitais SA e de outros, o défice anual já é superior a 6%. Ora, isto coloca um conjunto de problemas a prazo, exigindo soluções, igualmente a prazo, que não se vislumbram, minimamente, nas propostas do Governo. Para manter o défice abaixo dos 3% e cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento, era necessária uma abordagem mais rigorosa, sobretudo quando o recurso às privatizações é algo que tende a acabar e a precariedade de outras receitas extraordinárias já salta à vista. O Governo não só não apresenta linhas de compromisso para equacionar um controlo da situação das finanças públicas nacionais como desvaloriza a gravidade da própria situação, numa lógica de ilusão que é, sobretudo, uma gigantesca auto-ilusão.

    Aplausos do PS

    (Sessão plenária de 18 de Novembro de 2004)

    Talvez os aplausos do PS não sejam reflexo do conteúdo do discurso de Jaime Gama mas, sim, uma reacção involuntária...

    Medina Carreira

    Para quem, na passada quinta-feira, teve o infortúnio de perder a entrevista de Medina Carreira à SIC Notícias, aqui fica a transcrição da mesma!

    José Gomes Ferreira, jornalista da SIC: "Negócios da Semana", tema obrigatório a análise dos 6,8% de défice (o número a que a comissão presidida por Vítor Constâncio chegou) e também a análise do impacto das medidas que o primeiro ministro anunciou esta quarta-feira no Parlamento. É mais uma aperto do cinto que é pedido aos portugueses. No entanto, o aumento do IVA e do ISP, a criação de mais um escalão de IRS, tributado a 42% e os cortes de benefícios dos funcionários públicos podem não ser suficientes para ganhar esta batalha do défice. O convidado de hoje é o Dr. Henrique Medina Carreira, ex-ministro das Finanças, economista, fiscalista, um homem que está permanentemente a estudar a evolução das contas públicas. Sr. Doutor, obrigado por ter vindo.

    Medina Carreira [MC]: Nada, muito obrigado eu.

    SIC: Começo por lhe perguntar qual é a sua primeira impressão deste conjunto de medidas que foram anunciadas no Parlamento? O que se pode dizer, penso eu, é que algumas são medidas duras.

    MC: Francamente, a minha impressão é esta: em síntese, de um modo geral são medidas que eu pessoalmente apoio, defendo, estou de acordo com elas, com algumas ressalvas. Mas do ponto de vista quantitativo, do ponto de vista das receitas, penso que estão longe de poder resolver os problemas. Não é neste ano! Dois, a três, a quatro anos, os problemas das contas públicas em Portugal.

    SIC: Mas foi anunciado pelo Governo, este conjunto de medidas como tendo algum impacto imediato e, sendo reconhecido que não seria muito, para já, durante o que resta do ano, mas daqui a um, dois, três anos estariam a dar muito retorno.

    MC: Sabe que, nós, para além da dificuldade dos problemas, temos uma outra condicionante muito grave. É que não temos dez, quinze anos para resolver estes problemas. Nós temos 5 anos para resolver estes problemas. Se estas questões que agora ocupam muito a nossa sociedade não estiverem resolvidas dentro de uma meia dúzia de anos, o Estado português, dentro de dez anos, entra num colapso financeiro. Isto que se está a passar não é sustentável e toda a gente que estuda isto e que, enfim, com um mínimo de honestidade reflecte sobre estes problemas, sabe perfeitamente que isto é assim. Portanto, não é só a qualidade das medidas - naturalmente que isso é positivo - é também a quantidade dos resultados que são de esperar.


    (ver mais)