23.9.06

Terrorismo Virtual

Bastou uma madrugada e pronto. Pelo menos dez grandes comunidades do Orkut foram apagadas, sem explicação. A maioria tratava de temas políticos e era relacionada à oposição.
###
A maior de todas as comunidades varridas da rede na madrugada de sábado, a "Fora Lula 2006", tinha 180 mil integrantes. Diferentemente do costume em casos assim, nenhum grupo de "defacers" (hackers que desfiguram páginas) assumiu a autoria da ação.

"Foi um ataque à liberdade de expressão", afirmou ao G1 o publicitário Fernando Nascimento, 21 anos, criador e moderador da "Fora Lula 2006". "Já sabia que isso poderia acontecer, não fui pego de surpresa", completou.

O moderador da também apagada "Serra 45", Thierry Besse, 21 anos, teve o próprio perfil apagado. A comunidade que ele mantinha, com 11 mil participantes, sumiu. Para Thierry, que é filiado ao PSDB, os ataques tem caráter criminoso.

O rol de comunidades apagadas não inclui apenas aquelas de aspecto político-ideológico (como "Heloísa Helena Presidente", "Mamãe, eu sou reaça", "Olavo de Carvalho", "PSDB Nunca Mais" e "Anti-PT"), mas também outras que tratam de cerveja ("Kaiser" e "Skol") e confissões ("No Escuro"), entre outros temas menos cotados. Os grupos mais populares já começaram a ser reconstruídos. Do zero.

Borracha no orkut

Uma comunidade do Orkut pode ser apagada de duas maneiras. A primeira depende da ação do próprio moderador. A segunda, da administração do site que, por solicitação dos usuários, barra conteúdo ofensivo.

Os representantes do Google não foram encontrados para comentar esta reportagem.

David Butter (G1), "COMUNIDADES SOMEM DO ORKUT SEM DEIXAR RASTROS"

(via G1)

Post bucólico

pequena fuga

A grande festa da democracia absoluta


Numa manifestação em Beirute onde se terão reunido meio milhão de apoiantes do Hezbollah, o seu líder Sayyed Hassan Nasrallah faz gato-sapato da comunidade internacional e das resoluções da ONU que exigem o desarmamento do movimento e, declarando um impressionante arsenal, diz que é imperativo que o poder mude de mãos.
###
Em "Nasrallah says no army can disarm Hizbollah" (Reuters):
"The resistance today, pay attention...has more than 20,000 rockets," he told hundreds of thousands of cheering supporters in his first public appearance since the war broke out in July.
"...There is no army in the world that can (force us) to drop our weapons from our hands, from our grip," he declared.
"I say to them: blockade the borders and the seas and the skies -- this will not weaken the will of the resistance or the weapons of the resistance," he said.
"The current government is unable to protect Lebanon, or to reconstruct Lebanon or to unify Lebanon," he said.

"The building of an able, just and strong state starts first with the establishment of a national unity government. This is our new project that we will work for with all our force in the coming stage."

Boa pergunta

Bin Laden... morto?

O Ministério da Defesa francês não desmentiu nem confirmou hoje a veracidade da notícia publicada por um jornal local, segundo a qual os serviços secretos da França comunicaram ao chefe do Estado, Jacques Chirac, informações atribuídas à inteligência saudita que indicam que Osama bin Laden está morto.
(...)
Segundo "uma fonte habitualmente confiável", o líder da Al Qaeda, a quem se atribui os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, estava no Paquistão em 23 de agosto passado, quando o tifo lhe teria causado paralisia parcial de seus membros inferiores. A doença não teria sido tratada devido a seu isolamento geográfico.

(via Terra)

"Colosso europeu" só para 2011

Ayaan Hirsi Ali

Slender, elegant, stylish and articulate (in English, Dutch and Swahili), she
has found an intellectual home here at the American Enterprise Institute, where
she is writing a book that imagines Muhammad meeting, in the New York Public
Library, three thinkers -- John Stuart Mill, Friedrich Hayek and Karl Popper,
each a hero of the unending struggle between (to take the title of Popper's 1945
masterpiece) "The Open Society and Its Enemies.'' Islamic extremists -- the sort
who were unhinged by some Danish cartoons -- will be enraged. She is
unperturbed.
The bad news
Neither is she pessimistic about the West. It has, she says, "the drive to innovate.'' But Europe, she thinks, is invertebrate. After two generations without war, Europeans "have no idea what an enemy is.'' And they think, she says, that leadership is an antiquated notion because they believe that caring governments can socialize everyone to behave well, thereby erasing personal accountability and responsibility. "I can't even tell it without laughing,'' she says, laughing softly. Clearly she is where she belongs, at last.

Rosh Hashaná

22.9.06

A Polícia Federal e o caso do dossiê

A Polícia Federal tentou abafar o caso do dossiê após descobrir o envolvimento de petistas no escândalo. Em São Paulo, onde um ex-agente da PF foi preso, a orientação era restringir ao máximo o acesso a informações e concentrar a investigação nas mãos de policiais de confiança do diretor-executivo da PF, delegado Zulmar Pimentel, 55, segundo homem na hierarquia do órgão.
Segundo a Folha apurou, o delegado Edmilson Pereira Bruno, que estava de plantão na madrugada de sexta-feira e prendeu o petista Valdebran Padilha, foi afastado do caso.

Aguarda-se a indignação dos pacifistas

Islamo-Leninismo

The founders of al-Qaeda are not religious fundamentalists per se. That is, they are not focused simply on the relationship between themselves and God, and on the values and cultural norms of the religious community. They are a political phenomenon more than a religious one. I like to call them Islamo-Leninists. I use the term "Leninists" to convey the utopian-totalitarian vision of al-Qaeda as well its self-image. As al-Qaeda's chief ideologist, Ayman al-Zawahiri, has put it, al-Qaeda is the ideological vanguard, whose attacks on the United States and other Western targets are designed to mobilize and energize the Muslim masses to rise up against their own corrupt rulers, who are propped up by America. Like all good Leninists, the Islamo-Leninists are certain that the Muslim masses are deeply dissatisfied with their lot and that one or two spectacular acts of jihad against the "pillars of tyranny" in the West will spark them to overthrow the secularizing, immoral, and unjust Arab-Muslim regimes that have defiled Islam.

Continuidade e espírito de missão para fazer do Benfica um "colosso europeu"

A função estratégica da CGD

O Sport Lisboa e Benfica (SLB) iniciou esta sexta-feira , em colaboração com a Caixa Geral de Depósitos (CGD), uma nova «era no futebol» com a inauguração do «Caixa Futebol Campus» o novo centro de estágio do clube.

Mais uma hedionda conspiração bushista

Ce qu'on voit et ce qu'on ne voit pas

Jeremy Clarkson

A religião de paz promete novos ataques

Se pegarmos o Papa, vamos crucificá-lo para mostrar o quanto os muçulmanos respeitam seu profeta", disse Hafiz Hussain Ahmed, líder da aliança islamita Muttahida Majlis-e-Amal.


Ter uma fatwa já é quase imprescindível para quem se quer um homem de respeito.

Tinha aquela mulher com a plaquinha "Islam will conquer Rome". Não vai não, minha senhora. Primeiro, o Islam depende da previdência social dos países europeus. Segundo, depende da liberdade, que vocês abominam. Onde há sociedade islâmica, uma Coca-Cola é uma ameaça. E se um refrigerante é uma ameaça subversiva, bem, não podemos falar exatamente de pujança cultural. Em suma: Coke will conquer Islam.

Por isso penso que no futuro a Europa não será islâmica: será apenas caótica.

O cinema fica menos divertido

O partido fofinho

Sobre o Compromisso Portugal

Ann Coulter

Badaró bloquista preocupado com regresso de Pedro Arroja

O azar do Papa

Pobre Papa. Sem saber muito bem como, também ele agora faz parte da linhagem deplorável dos que cometem "erros" na relação do "Ocidente" com o "Islão".

Fé, Razão e Universidade: Memórias e Reflexões

Para quem tiver interesse, divulga-se uma tradução da prelecção do Papa na Universidade de Regensburg, feita por Pedro Aguiar Pinto.

Rodrigo Adão da Fonseca

###

Fé, Razão e Universidade: Memórias e Reflexões

Discurso do Papa na Universidade de Regensburg (tradução em inglês)

Vossas Eminências, Vossa Magnificência, Excelências,
Distintos Senhoras e Cavalheiros,

É uma experiência comovente para mim estar de volta á universidade e poder, mais uma vez, dar uma lição neste pódio. Penso naqueles anos em que, depois de um período agradável na Universidade de Freisinger, comecei a ensinar na Universidade de Bona. Estávamos em 1959, nos tempos em que a universidade era feita de professores catedráticos. As várias cadeiras não tinham nem assistentes nem secretarias, mas em recompensa havia muito mais contacto directo entre estudantes e entre os próprios professores. Encontrávamo-nos com frequência antes e depois das lições nas salas de professores. Havia um intercâmbio vivo com historiadores, filósofos e, naturalmente, entre as duas faculdades de teologia. Uma vez por semestre havia o dies academicus, em que professores de cada faculdade apareciam perante os estudantes de toda a universidade, tornando possível uma experiência genuína da universitas - algo que V. Ex.ª também, Magnífico Reitor, acabou de mencionar - a experiência, noutras palavras, do facto, de que, apesar das nossas especializações que, por vezes, tornam difícil comunicarmos uns com os outros, fazemos parte de um todo, trabalhando em tudo na base de uma racionalidade única nos seus vários aspectos e partilhando responsabilidade no uso adequado da razão - esta realidade tornava-se uma experiência vivida. A universidade tinha também muito orgulho das suas duas faculdades de teologia. Era claro que, inquirindo sobre a razoabilidade da fé, também levavam a cabo um trabalho que era necessariamente parte do "todo" da universitas scientarum, mesmo se nem toda a gente pudesse partilhar da fé que os teólogos procuram correlacionar com a própria razão. Este sentimento profundo de coerência da razão dentro da universidade não foi sequer perturbado, mesmo quando uma vez foi noticiado que um colega nosso dissera algo estranho acerca da nossa universidade: que tinha duas faculdades dedicadas a algo que não existia: Deus. Mesmo face a tão radical cepticismo é ainda necessário e razoável colocar a questão de Deus pelo uso da razão, e fazê-lo no contexto da tradição da fé cristã: isto, na universidade, considerada na sua totalidade, era aceite sem qualquer questão.

Fui recordado disto, quando recentemente li a edição do Professor Theodore Khoury (Münster) de parte do diálogo levado a cabo - talvez em 1391 no acampamento de Inverno perto de Ankara - entre o erudito Imperador Bizantino Manuel II Paleólogo e um intelectual Persa sobre o assunto da Cristandade e do Islão e a verdade de ambos. Presumivelmente foi o Imperador que iniciou este diálogo, durante o cerco de Constantinopla entre 1394 e 1402; e isto explicaria porque é que os seus argumentos são mostrados em maior detalhe do que os do seu interlocutor Persa. O diálogo situa-se largamente nas estruturas da fé contidas na Bíblia e no Corão e trata especialmente a imagem de Deus e do homem, ao mesmo tempo que retorna sucessivamente à relação entre - como são chamadas - as três "Leis" ou "regras de vida": o Antigo Testamento, o Novo Testamento e o Corão. Não é minha intenção discutir esta questão nesta lição; eu gostaria de discutir aqui apenas um aspecto - ele próprio bastante marginal ao diálogo na sua totalidade - que, no contexto do tema "fé e razão", me parece interessante e serve como ponto de partida para a minha reflexão sobre esta matéria.

No sétimo colóquio ("diálesis" - controvérsia) editado pelo Professor Khoury, o imperador toca no tema da guerra santa. O imperador devia saber que surah 2, 256 diz: "Não há compulsão nas coisas da fé". De acordo com os peritos, este é um dos suras do período inicial, em que Maomé não tinha ainda qualquer poder e era perseguido. Mas o imperador também conhecia as instruções, mais tardes desenvolvidas e transcritas para o Corão, e que dizem respeito à Guerra Santa. Sem descer a detalhes, tais como as diferenças em tratamento relativas aos que seguiam o "Livro" e aos "infiéis", ele dirige-se ao seu interlocutor com uma brusquidão inesperada que nos surpreende acerca da questão central sobre a relação entre religião e violência, em geral, dizendo: "Diz-me o que é que Maomé trouxe de novo e aí apenas encontrarás coisas más e desumanas tais como a sua directiva de espalhar com a espada a fé que pregava". O imperador, depois de se ter expresso assim tão fortemente, segue para explicar em detalhe as razões pelas quais divulgar a fé pela violência é qualquer coisa de irrazoável. A violência é incompatível com a natureza de Deus. "Deus", diz ele, "não se compraz com sangue - e agir irrazoávelmente (syn logo) é contrário à natureza de Deus. A fé nasce da alma, não do corpo. Quem quer que conduza alguém à fé precisa da habilidade de falar bem e de julgar adequadamente, sem violência ou ameaças... Para convencer uma alma razoável, não é preciso um braço poderoso, ou armas de qualquer tipo, ou qualquer outro meio de ameaçar uma pessoa de morte...."

A afirmação decisiva neste argumento contra a conversão violenta é esta: não agir de acordo com a razão é contrário à natureza de Deus. O editor, Theodore Khoury, observa: Para o Imperador, um Bizantino formado pela filosofia Grega, esta afirmação é auto-evidente. Mas para a mentalidade muçulmana é absolutamente transcendente. A Sua vontade não está limitada por nenhuma das nossas categorias, mesmo pela da racionalidade. Aqui, Khoury cita um trabalho do notável islamista Francês R. Arnaldez, que assinala que Ibn Hazn foi tão longe a ponto de afirmar que Deus não está ligado a cumprir a sua própria palavra e que nada o obriga a revelar-nos a verdade. Se fosse essa a vontade de Deus, nós seríamos inclusive obrigados a praticar a idolatria.

Neste ponto, e tanto quanto somos capazes de compreender Deus e, por isso, a concretizar a prática da religião, deparamo-nos com um dilema inevitável. Será que a convicção de que actuar irrazoavelmente contradiz a natureza de Deus é apenas uma ideia Grega, ou é sempre e intrinsecamente verdade? Acredito que podemos ver a harmonia profunda entre o que é Grego no melhor sentido da palavra e a compreensão bíblica da fé em Deus. Modificando o primeiro versículo do Livro do Génesis, o primeiro versículo de toda a Bíblia, João começou o prólogo do seu Evangelho com as palavras: "No princípio era o Verbo" - logos -. Esta é a exacta palavra usada pelo Imperador: Deus age pela palavra (logos). Logos significa razão e palavra - uma razão que é creativa e capaz de auto-comunicação, precisamente porque é razão. João diz assim a última palavra sobre o conceito de Deus e nesta palavra todos os meandros penosos e tortuosos da fé bíblica encontram o seu cume e a sua síntese. No princípio era o verbo, e o verbo era Deus, diz o Evangelista. O encontro entre a mensagem bíblica e o pensamento Grego não aconteceu por acaso. A visão de S. Paulo, que viu as estradas da Ásia bloqueadas e num sonho viu um Macedónio pedindo-lhe "Passa à Macedónia e vem ajudar-nos" (cf. Acts 16:6-10) - esta visão pode ser interpretada como uma "destilação" da necessidade intrínseca de uma reaproximação entre a fé bíblica e a pesquisa Grega.

De facto, esta reaproximação já decorria há algum tempo. O misterioso nome de Deus, revelado na sarça ardente, um nome que separa este Deus de todas as divindades com todos os seus diferentes nomes e declara simplesmente: "Eu sou", já representa um desafio à noção de mito, em analogia próxima com a tentativa de Sócrates de vencer e transcender o mito. No Antigo Testamento, o processo que começou na sarça ardente alcançou nova maturidade no tempo do Exílio, quando o Deus de Israel, um Israel então privado da sua terra e do seu templo, foi proclamado como Deus do céu e da terra e descrito numa fórmula que ecoa nas palavras sussurradas na sarça ardente: "Eu sou". Esta nova compreensão de Deus é acompanhada por uma espécie de iluminação que encontra a sua expressão completa no desprezo de deuses que são simples obras de mãos humanas (Sl 115, 4). Assim, apesar do conflito amargo com os governantes helénicos que almejaram acomodá-la à força aos costumes idólatras do culto dos Gregos, a fé bíblica, no período Helenístico, encontrou o melhor do pensamento Grego num nível profundo, resultando num enriquecimento mútuo evidente, especialmente na mais tardia literatura da sabedoria. Hoje, sabemos que a tradução grega do Antigo Testamento produzida em Alexandria - a tradução dos Setenta - é mais do que uma simples (e, nesse sentido, realmente menos do que satisfatória) tradução do texto Hebreu: é um testemunho textual independente e um passo distinto e importante na história da revelação, um passo que trouxe consigo um encontro genuíno entre iluminação e religião, um passo que trouxe este encontro de forma tão decisiva que permitiu o nascimento e difusão do Cristianismo. Um profundo encontro entre fé e razão tem lugar agora, um encontro entre entre iluminação genuína e religião. Do próprio coração da fé cristã e, ao mesmo tempo, do coração do pensamento Grego então juntos pela fé, Manuel II podia dizer: Não agir "segundo o 'logos'" é contrário à natureza de Deus.

Com toda a honestidade devemos observar que na Idade Média tardia encontramos tendência teológicas separatistas desta síntese entre o espírito Grego e o espírito Cristão. Em contraste com o assim chamado intelectualismo de Agostinho e de Tomás, surgiu com Dusn Escoto um voluntarismo que, nos seus desenvolvimentos mais tardios, levou a proclamar que nós só podemos conhecer a voluntas ordinata de Deus. Para além disto, é o domínio da liberdade de Deus, em virtude da qual, Ele poderia ter feito o oposto de tudo o que Ele realmente fez. Isto dá lugar a posições que se aproximam claramente das de Ibn Hazn e podem mesmo conduzir à imagem de um Deus caprichoso, que nem sequer está comprometido com a verdade e a bondade. A transcendência e alteridade de Deus são tão exaltadas que a nossa razão, o nosso sentido de verdade e de bem, já não são um autêntico espelho de Deus. Cujas possibilidades mais profundas permanecem eternamente inatingíveis e escondidas por detrás das suas decisões reais. Opostamente, a fé da Igreja insistiu sempre que entre Deus e nós, entre o Seu eterno Espírito Criador e a nossa razão criada existe uma analogia real, em que - como o 4.º Concílio de Latrão afirmou em 1215 - a dissemelhança permanece infinitamente maior do que a semelhança, porém, não ao ponto de abolir a analogia e a sua linguagem. Deus não se torna mais divino quando nós o empurrámos para longe de nós, num voluntarismo separador e voluntarista; pelo contrário, o Deus verdadeiramente divino é o Deus que se revelou como logos e, como logos, actuou e continua a actuar amorosamente por nós. Certamente, o amor, como S. Paulo diz, "transcende" o conhecimento e, por isso, é capaz de perceber mais do que só o pensamento (cf. Ef 3:19); apesar disso continua a ser o amor de Deus que é Logos. Consequentemente, a oração cristã é, citando outra vez S. Paulo - latreía logica - oração em harmonia com a Palavra eterna e com a nossa razão (cf. Rom 12:1).

Esta reaproximação interna entre a fé bíblica e a pesquisa filosófica Grega foi um acontecimento de importância decisiva do ponto de vista da história das religiões, mas também da história universal - é um acontecimento que nos diz respeito a nós mesmo hoje. Dada esta convergência não é surpreendente que o Cristianismo, apesar das suas origens e de alguns desenvolvimentos significativos no Oriente, adquiriu finalmente o seu carácter decisivo na Europa e permanece o fundamento daquilo a que podemos chamar com justeza, Europa.

A tese de que a herança Grega criticamente purificada forma uma parte integrante da fé Cristã tem sido confrontada com uma chamada à deshelenização do Cristianismo - uma chamada que tem dominado cada vez mais as discussões teológicas a partir do início da Idade Moderna. Vistos mais de perto, podemos observar três estágios no programa de dehelenização: apesar de interligados, são claramente distintos uns dos outros nas suas motivações e objectivos.

A deshelinização emerge em primeiro lugar em ligação com os postulados da Reforma no século XVI. Olhando para a tradição da teologia escolástica, os Reformadores viram-se confrontados com um sistema de fé totalmente condicionado pela filosofia, isto é, com uma articulação da fé com um sistema estranho de pensamento. Em resultado disto, a fé não mais aparece como uma Palavra histórica viva mas como um elemento de um sistema filosófico regulador. O princípio sola scriptura, por outro lado, pensou a fé na sua forma mais pura e primordial, como originalmente se encontra na Palavra bíblica. A Metafísica apareceu como uma premissa derivada de outra origem, da qual a fé tinha que ser libertada, de modo a poder tornar-se mais ela própria. Quando Kant afirmou que precisava de pôr o pensamento de lado de modo a dar espaço à fé, levou este programa a um radicalismo que os Reformadores nunca tinham sonhado. Deste modo, ele ancorou a fé exclusivamente na razão prática, negando-lhe o acesso à realidade como um todo.

A teologia liberal dos séculos XIX e XX deslizou para um segundo estádio no processo de deshelenização, com Adolf Harnack como seu representante mais significativo. Quando eu era estudante e nos meus primeiros anos de aprendizagem, este programa era muito influente mesmo na teologia católica. Tomou como seu ponto de partida, a distinção de Pascal entre o Deus dos filósofos e o Deus de Abrão, Iasaac e Jacob. Na minha lição inaugural em Bona, em 1959, tentei abordar este assunto e não tenciono repetir aqui o que disse nessa ocasião, mas simplesmente descrever, pelo menos brevemente, o que era novo neste segundo estádio de deshelenização. A ideia central de Harnack era voltar simplesmente ao homem Jesus e à sua mensagem simples, por debaixo dos acréscimos de teologia e verdadeiramente de helenização: esta mensagem simples era vista como o culminar o desenvolvimento religioso da humanidade. Jesus teria posto termo à adoração em favor da moralidade. Em última análise ele era apresentado como o pai de uma mensagem moral humanitária. Fundamentalmente, o objectivo de Harnack era voltar a trazer o Cristianismo para a harmonia com a razão moderna, libertando-o, numa forma de dizer, de elementos filosóficos e teológicos tais como a fé na divindade de Cristo e no Deus trinitário. Neste sentido, a exegese histórico-crítica do Novo Testamento, tal como ele a via, rerstaurava à teologia o seu lugar na Universidade: a teologia, para Harnack, é qualquer coisa essencialmente histórica e, portanto, estritamente científica. O que ela é capaz de dizer criticamente acerca de Jesus é, por assim dizer, uma expressão da razão prática e consequentemente pode tomar o seu lugar de direito na universidade. Por detrás deste pensamento, jaz a auto-limitação moderna da razão, expressa classicamente por Kant nas suas "Críticas", mas ao mesmo tempo, ainda mais radicalizada pelo impacto das ciências naturais. Este conceito moderno de razão é baseado, para o dizer brevemente, numa síntese entre Platonismo (Cartesianismo) e empiricismo, uma síntese confirmada pelo sucesso da tecnologia. Por um lado pressupõe a estrutura matemática da matéria, a sua racionalidade intrínseca, que torna possível compreender como a matéria funciona e como a usar eficientemente: esta premissa básica é, por assim dizer, o elemento Platónico na compreensão moderna da natureza. Por outro lado, há uma capacidade da natureza para ser explorada para os nossos propósitos e aqui, apenas a possibilidade de verificação ou falsificação através da experimentação pode conduzir à certeza. O peso entre estes dois pólos pode, dependendo das circunstâncias, mudar de um lado para outro, a ponto de, J. Monod, um forte pensador positivista, se ter declarado um convicto platónico/cartesiano.

Isto dá origem a dois princípios cruciais para a questão que levantamos. Em primeiro lugar, só o tipo de certeza que resulta da interacção entre elementos matemáticos e empíricos pode ser considerada científica. Algo que se reclame científico pode ser confrontado com este critério. Deste modo, as ciências humanas, como a história, a psicologia, a sociologia e a filosofia, tentam conformar-se com este canon de cientificidade. Um segundo ponto, importante para as nossas reflexões, é que pela sua própria natureza este método exclui a questão de Deus, fazendo-a aparecer como não científica ou como uma questão pré-científica. Consequentemente, deparamo-nos com uma redução do alcance da ciência e da razão que precisa de ser questionada.
Voltarei a este problema mais tarde. Entretanto, deve observar-se que deste ponto de vista qualquer tentativa de manter a pretensão teológica de ser "científica" acabaria reduzindo o Cristianismo a um mero fragmento da sua identidade inicial. Mas devemos avançar: se a ciência como um todo é isto e isto só, então é o próprio homem que acaba sendo reduzido, porque as questões especificamente humanas acerca da sua origem e do seu destino, as questões levantadas pela religião e pela ética, não terão então lugar no conjunto dos objectos da razão colectiva como definida pela "ciência", assim compreendida, e devem, por conseguinte, ser relegadas para o domínio do subjectivo. O sujeito então decide, na base das suas experiências, aquilo que ele considera adequado em matérias de religião, e a "consciência" subjectiva torna-se o único árbitro do que é ou não ético. Deste modo, contudo, a ética e a religião perdem o seu poder de criar uma comunidade e tornam-se uma matéria completamente pessoal. Este é o perigoso estado de coisas da humanidade, tal como vemos a partir das perturbadoras patologias da religião e da razão que irrompem necessariamente quando a razão é de tal modo reduzida que as questões de religião e ética já não lhe dizem respeito. As tentativas de construir uma ética a partir das regras da evolução ou da psicologia e sociologia, acabam por se mostrar simplesmente desadequadas.

Antes de retirar as conclusões a que tudo isto conduz, devo referir brevemente o terceiro estádio de deshelenização, que está em progresso. À luz da nossa experiência com o pluralismo cultural, diz-se frequentemente hoje que a síntese com o Helenismo conseguida na Igreja inicial era uma inculturação preliminar que não deveria ser obrigatória para as outras culturas. Diz-se destas últimas que têm o direito de regressar à mensagem simples do Novo testamento, anterior àquela inculturação, de modo a poderem inculturar de novo de cada modo particular correspondente ao ambiente em que se encontram. Esta tese não é apenas falsa; é grosseira e imprecisa. O Novo Testamento foi escrito em Grego e traz consigo a impressão do espírito Grego, que já tinha atingido a maturidade enquanto se desenvolvia o Antigo Testamento. É verdade que há elementos de verdade na evolução da Igreja inicial que não têm que ser integrados em todas as culturas. Contudo, as decisões fundamentais tomadas acerca da relação entre fé e o uso da razão humana são parte integrante da mesma fé; são desenvolvimentos consonantes com a natureza da própria fé.

E chego assim à minha conclusão. Esta tentativa, a pinceladas largas, de uma crítica da razão moderna por dentro, que não tem nada a ver com recuar no tempo anterior ao Iluminismo ou rejeitar as conquistas da idade moderna. Os aspectos positivos da modernidade devem ser reconhecidos sem reservas: estamos todos gratos pelas maravilhosas possibilidades que foram abertas à humanidade e ao progresso que nos foi concedido. O ethos científico, é, para além disso, - como mencionou o Magnífico Reitor - a vontade de obedecer à verdade e, deste modo, incorpora uma atitude que pertence às decisões essenciais do espírito do Cristianismo. A intenção aqui não é de entrincheiramento ou de criticismo negativo, mas de alargamento do nosso conceito de razão e da sua aplicação. Ao mesmo tempo que nos alegramos com as novas possibilidades que se abrem à humanidade, também vemos os perigos que decorrem destas possibilidades e devemos perguntarmo-nos como os poderemos ultrapassar. Seremos bem sucedidos só se a razão e a fé se juntarem de uma forma nova, se ultrapassarmos a auto-imposta limitação da razão ao empiricamente verificável, e se uma vez mais libertarmos os seus vastos horizontes. Neste sentido, a teologia tem lugar na universidade e dentro do largo leque de diálogo entre as ciências, não apenas como uma disciplina histórica e uma das ciências humanas, mas precisamente como teologia, como inquérito sobre a racionalidade da fé.

Só assim nos tornaremos capazes desse diálogo genuíno entre culturas e religiões tão urgentemente necessário hoje. No mundo ocidental domina largamente a opinião de que só a razão positivista e as formas de filosofia nela baseadas são válidas universalmente. Contudo, as culturas do mundo profundamente religiosas vêm esta exclusão do divino da universalidade da razão como um ataque às suas mais profundas convicções. Uma razão que é surda ao divino e que relega a religião para o âmbito das subculturas é incapaz de se inserir num diálogo de culturas. Ao mesmo tempo, como tentei mostrar, a razão científica moderna com o seu elemento intrinsecamente Platónico traz consigo uma questão que aponta para além de si própria e para além das possibilidades da sua metodologia. A razão científica moderna tem, muito simplesmente, que aceitar a estrutura racional da matéria e a correspondência entre o nosso espírito e as estruturas racionais prevalecentes na natureza como um dado, na qual a sua metodologia tem que ser fundada. Contudo, a questão porque isto tem que ser assim é uma verdadeira questão que tem que ser redireccionada pelas ciências naturais para outros modos e planos de pensamento - para a filosofia e a teologia. Porque a filosofia e, apesar de em modo diferente, a teologia, escutando as grandes experiências e descobertas das tradições religiosas da humanidade, e as da fé cristã em particular, é uma fonte de conhecimento, e ignorá-lo seria uma restrição inaceitável do nosso ouvir e responder. Aqui lembro-me de algo que Sócrates disse a Phaedo. Nas suas primeiras conversas, tinham surgido muitas opiniões filosóficas falsas e então Sócrates diz:"Seria facilmente compreensível que alguém ficasse tão aborrecido com todas estas noções a ponto de, para o resto da sua vida, desprezar e troçar de toda a conversa acerca do ser - mas deste modo ficaria privado da verdade da existência e sofreria uma grande perda". O Ocidente tem, desde há muito tempo, sido ameaçado por esta aversão às questões que suportam a sua racionalidade e daqui para a frente só pode ser ainda mais prejudicado. A coragem de incluir todo o âmbito da razão, e não a negação da sua grandeza: é este o programa com que uma teologia enraizada na fé bíblica entra nos debates do nosso tempo. "Não agir razoavelmente, não agir com logos, é contrário à natureza de Deus" disse Manuel II, de acordo com a sua compreensão cristã de Deus, em resposta ao seu interlocutor persa. É a este grande logos, a este respiro da razão, que convidamos os nossos parceiros no diálogo de culturas. Redescobri-lo constantemente é a grande tarefa da universidade.

Aula Magna da Universidade de Regensburg, 12 de Setembro de 2006

NOTA: Versão para português da tradução inglesa do original alemão. O Papa pretende apresentar uma versão posterior deste texto, completa e com notas de rodapé. O presente texto, oferecido pelo Vaticano, deve ser considerado provisório.

Falta senso de ironia ou senso de ridículo?

Today's Islamists seem to have not even a sense of irony. They fail to see the richness of the following sequence. The pope makes a reference to a 14th-century Byzantine emperor's remark about Islam imposing itself by the sword, and to protest this linking of Islam and violence:

-- In the West Bank and Gaza, Muslims attack seven churches.

-- In London, the ever-dependable radical Anjem Choudary tells a demonstration at Westminster Cathedral that the pope is now condemned to death.

-- In Mogadishu, Somali religious leader Abubukar Hassan Malin calls on Muslims to ``hunt down'' the pope. The pope not being quite at hand, they do the next best thing: shoot dead, execution-style, an Italian nun working in a children's hospital.

(...)

The pope gives offense and the Mujaheddin Shura Council in Iraq declares that it ``will break up the cross, spill the liquor and impose the 'jizya' (head) tax, then the only thing acceptable is conversion or the sword.'' This to protest the accusation that Islam might be spread by the sword.

Charles Krauthammer, "The irony of the offense"

(via Townhall)

Vamos lá a torrar isso mais depressa

Asinus asinum fricat

El presidente Hugo Chávez, que arremetió contra el mandatario estadounidense George W. Bush en la Asamblea General de la ONU, se ha convertido por su osadía en un personaje venerado por la milicia chiita del Hezbolá en Líbano.

"¡Gracias Chávez!", rezaban grandes pancartas colocadas el jueves por activistas en los suburbios al sur de Beirut, evastados por la aviación israelí en julio y agosto.

(via El Nacional)

Relatório manipulado

"El Ministerio del Interior entregó al juez de la Audiencia Nacional Juan del Olmo un informe de la Policía Científica manipulado para eliminar de él las referencias a una posible relación entre ETA y Hasan Haski, presunto instigador del 11-M"

(via El Mundo)

Em defesa de quem?

As autarquias estão a contratar professores a preços de saldo, passado por cima dos direitos dos docentes. A denúncia é feita pelos sindicatos.

Professores destinados a actividades de enriquecimento curricular no 1.º Ciclo do Ensino Básico estão a ser contratados por autarquias a recibo verde.
Fenprof e FNE falam em pagamentos entre cinco e oito euros à hora, mas quando as autarquias disputam o mesmo grupo de docentes, o pagamento pode chegar a 12 eros à hora.

Todos os anos, muitos milhares de candidatos a serem empregados no sector público da educação pelos serviços do ministério da educação, ficam desempregados. Consecutivamente, ano após ano.
Como compreender então que os sindicatos se insurjam contra o acordo celebrado (livremente e sem coacção, presumo) por muitos professores, possivelmente desempregados, que pretendem seguir a sua vida pós-concursos?
Talvez lhes interesse a manutenção de um número permanentemente elevado de eventuais filiados numa situação de fragilidade, por verem interrompido por mais um ano a sua entrada no funcionalismo público. Tal situação dá aos sindicatos um aparente aumento de representatividade.
Na realidade, esta preocupação do sindicato tem mais a ver com a defesa da posição dos profissionais já colocados. É que a concorrência pelos postos de trabalho, quando a oferta é maior que a procura, tende a potenciar situações destas, semelhantes em qualquer mercado: criam-se estratégias (no mercado de trabalho, pelos sindicatos ou pelas ordens profissionais) para dificultar a entrada no mercado de novos concorrentes que possam dar indicação aos compradores que existem alternativas. Pior ainda se apresentarem preços mais atractivos para a procura, para mais numa situação em que esta tem muito poucos recursos disponíveis.
É evidente o receio das consequências das informações transmitidas por um tal mecanismo de preços no mercado de trabalho da educação.

Nação de espertos

Scarlett Johansson

Mas, tenhamos calma, a solução vem a caminho...

Nem sequer é preciso muita imaginação

O bobo da corte

AH! Assim fico mais descansado...

Microsoft Can't Get No Respect

In their new version of Windows dubbed "Vista," Microsoft has included a number of useful features that has several companies rattling the anti-trust sabers once again.

(...)

Surely then, it is only a matter of time before software firms that make calculators or solitaire protest the inclusion of such services into Windows. Is not the native support of the English language (and dozens of others) a clear and present danger to third-parties eeking out a living?

Soon thereafter, perhaps boutique’s specializing in steering-wheels and headlights may begin to sue automobile companies for integrating a steering-wheel and headlights into cars. And no one should forget about those built-in cassette and CD players.

Parece-me que haverá por aqui qualquer coisa que não bate certo

Dia D

Jandira Feghali, a candidata do aborto

Rest my case

O António José Teixeira (AJT) tem bom remédio...

Contra moros

Rome's long history has seen many sacks and invasions, but the city also bears the memory of being an oasis of peace during periods of war and violence. Romans are proud of being a crossroads where leaders from all over the world can engage in dialogue. The idea of the Eternal City as a prime target for terrorism is difficult to accept.

But more worrisome to me than a suicide bomber in St. Peter's Square, is the disposition of many Romans to give into the demands for suppression of discourse. As someone who spends more time at the Vatican than the average Roman, and whose children walk through St. Peter's Square to get to school every day, I am disappointed to see the Romans fold under pressure.


Este é o melhor texto que li até agora sobre a polêmica do Papa.

Preciso fazer um comentário um tanto pessoal. Quando eu vivia nos EUA, chamava a minha atenção o número de jovens que saíam da Europa por não agüentá-la mais. É óbvio que o marxismo, o desconstrucionismo etc já vêm emasculando muita gente e é por causa disso que a Europa capitula tão facilmente. Capitula moralmente, o que é pior. Medo de irritar um bando de fanáticos ensandecidos? Quem aceitaria viver com esse medo? Será que um dia os portugueses também vão querer fazer uma edição politicamente correta d'Os Lusíadas?

O que não é possível, enfim, é apenas um dos lados estar em guerra.

Muçulmanos levantam mesquitas por todo o ocidente. Pois cristãos e pagãos e judeus deveriam poder erigir seus templos por toda a Arábia Saudita. Se não há liberdade religiosa em certos países muçulmanos isso é simplesmente errado e os países ocidentais deveriam forçá-los a adotá-la. Para cada mesquita em Roma, uma igreja em Meca.

Fico apenas tranqüilo de estar no Brasil. Não há lei islâmica que resista à malemolência da nossa terra. Aliás, Maomé, com todas aquelas esposas, e o costume de estabelecer uma lei para os fiéis e outra para si, foi de certo modo o primeiro brasileiro. :-)

O alvo da setas cá de casa

Eu também tenho uma teoria….

21.9.06

Obrador obrando...

Por eso rechaza todo acercamiento con el Gobierno federal, con Vicente Fox y con Felipe Calderón; anunció que ya está integrando su gabinete y que el 20 de noviembre lo presentará (...) De acuerdo con López Obrador, a partir del 20 de noviembre habrá tres Presidencias en México: la del 'traidor de la democracia', esto en clara referencia a Vicente Fox, el Presidente 'pelele y títere de los empresarios' y él, el "legítimo".

(via El Sol de México)

Obrador no México, Chávez na Venezuela... A América Latina insiste em renunciar à inteligência.

Licença para ameaçar

O papa deve ser executado - afirmou o senhor da fotografia numa manifestação em Londres.

(...)

E o que é que aconteceu a este cidadão britânico depois da pública ameaça/fatwa/proclamação/condenação à morte do papa? Nada. Está mais famoso. Dá mais entrevistas na televisão.

Silenciar os moderados

Choudhury is the Muslim journalist who was arrested by the Bangladesh government in 2003. He was imprisoned under often deplorable conditions and tortured after angering the government and radicals by warning his country about the rise of Islamist terrorism there, urging Bangladesh to recognize Israel, and advocating interfaith understanding and religious equality.

Excelente notícia!

Em dia de Compromisso Portugal

20.9.06

Leitura recomendada

Ferir susceptibilidades

Perigoso é negar implicitamente que um terrorismo de inspiração totalmente islâmica existe e que este é executado em grande parte, com a condescendência dos que manifestamente se declaram contra qualquer género de acto violento em abstracto. Perigoso é continuar a fechar propositadamente os olhos a algo que se está a desenvolver rapidamente no seio do mundo ocidental - que visivelmente não tem capacidade para tornar toda esta gente em pessoas tendencialmente seculares ou de interpretação religiosa pacífica - e deixar que todos estes acontecimentos passem completamente em branco. Porque no dia em que as sociedades que já começam a apresentar tensões sociais e demográficas relevantes (Bélgica, Holanda, França, Reino Unido, Suécia, etc.) e os eleitores entenderem que os governos não têm feito praticamente nada para os proteger de uma vasta camada de população que deseja implementar um sistema legal totalitário chamado shari'a, aí sim, teremos islamofobia. Mas não será uma islamofobia digna de estudo sociológico, será uma guerra em movimento, com movimentos de secessão dentro dos próprios países, gente inocente a morrer pelo meio, sistemas judiciais paralelos, comunidades hostis isoladas, subida de partidos autoritários ao poder, etc. Até lá, as liberdades civis dos inocentes continuarão a ser reduzidas em nome da ameaça terrorista, precisamente pela dificuldade em lidar com a causa central do problema e a resistência política a encarar os factos tais como eles são.

Ironicamente, e entretanto, todo o conjunto de ameaças que já foram feitas, em conjunto com as declarações difamatórias dos líderes comunitários e o silêncio de quem deveria ao menos expressar um repúdio de reacções menos racionais, vai, infelizmente, dando razão aos que interpretam as palavras de Bento XVI como uma acusação da violência islâmica. A inexistente islamofobia parece ser algo preocupante para muita gente mas os seus potenciais alvos parecem estar mais preocupados em emitir o seu antagonismo com o Papa do que destacar-se das manifestações mais violentas, preferindo em vez disso legitimar tais atitudes por via da indignação própria de quem vê a sua religião insultada. Assim como as pessoas que constamente insistem em criar dicotomias de barricada inexistentes, como se todos as pessoas que possivelmente concordem com o que o Papa afirmou no teor do seu discurso - interprete-se isso como crítica ao Islão ou não, coisa que o próprio negou várias vezes - tenham de ser cristãs e católicas, todos os que vêem a civilização ocidental como um feito importante sejam necessariamente anti-orientais e que os que vejam Deus (cristão) como um deus bom neguem claramente uma filosofia de convergência teológica com outras religiões, num espírito ecuménico. Não é disso que se trata - não é o alvo dos protestos, das ameaças e do terrorismo psicológico - e simplificar aqui só serve para criar argumentos difusos.

Um país viciado na mentira?

O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, “explicáveis” demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira.

(...)

Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos. Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes , as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo. Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz. Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata.

Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão na bunda. A verdade se encolhe, humilhada, num canto.

E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de “povo”, consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações “falsas”, sua condição de cúmplice e comandante em “vítima”. E a população ignorante engole tudo.

(...)

Alguns otimistas dizem: “Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de verdades!”. Não creio. Vamos ficar viciados na mentira corrente, vamos falar por antônimos. Ficaremos mais cínicos, mais egoístas, mais burros.

O Lula reeleito será a prova de que os delitos compensaram. A mentira será verdade, e a novi-língua estará consagrada.

A campanha Lula e o escândalo do dossiê contra Serra (3)

A tentativa de compra de um dossiê que comprovaria a ligação dos tucanos José Serra, Geraldo Alckmin e do ex-ministro da Saúde Barjas Negri com a máfia dos sanguessugas fez mais uma vítima. O diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso, comunicou hoje o afastamento do cargo, após seu nome ter sido associado ao escândalo.

Veloso é acusado de ter recepcionado o empresário petista mato-grossensse Valdebran Padilha da Silva. Valdebran seria o intermediário de Luiz Antônio Vedoin, apontado como chefe dos sanguessugas e responsável pela elaboração do dossiê.

Ainda esta semana, a Polícia Federal deve expedir intimação para ouvir o diretor do BB.

Roubos d'igreja

Pedro Arroja

Elegância Latina explicada

Elegância Latina

Venezuelan President Hugo Chavez took his verbal battle with the United States to the floor of the U.N. General Assembly on Wednesday, calling President Bush "the devil."

"The devil came here yesterday," Chavez said, referring to Bush's address on Tuesday and making the sign of the cross. "He came here talking as if he were the owner of the world."
(Via abcNews)

Leitura recomendada II

When large numbers of ordinary homeowners start to default and lose their homes, we will start to hear cries from politicians to add further regulation to the mortgage industry. Those cries will be based on the claim that the poor unsophisticated first-time buyers, at whom these loans were directed, did not really understand the terms of their mortgages. This will sound plausible, because many of these loans are indeed quite complex and confusing.

But I think these calls will be misplaced for one simple reason: The mortgage market is already highly regulated. Buying a house and taking out a loan are both processes that are loaded with pounds of paperwork for all the governmentally mandated disclosures. The current regulation may even be part of the problem. That pile of disclosures can induce a semi-catatonic state. “I see nothing. I feel nothing. I sign my name here. I initial there.” People see those piles of paperwork and assume everything must be all right. The regulation itself induces complacency. I seriously doubt the government can create another layer of regulation that will really protect people against big mortgage mistakes.

What does morality have to do with this problem? People are not being entirely honest. Although there surely are some cases of outright fraud, that’s not primarily what I’m talking about. I’m talking about self-deception. People talk themselves into overlooking problems because they are so eager to achieve their goal of buying or selling a house.

Look how many people must cooperate to make a questionable loan. The realtor has to be so eager to make a sale that he helps the buyers get a loan, any loan. The mortgage broker has to be so eager that he fudges the borrowers’ qualifications. The buyers have to be so eager to buy the house that they don’t take seriously the possibility of being unable to make the payments down the road.

All of these people indulge in some wishful thinking. The fact is that any one of them can pull the plug on a bad deal.

We don’t need another layer of regulation on the mortgage market. We need to enforce the rules we have. And we need to be vigilant and responsible consumers. The government can’t protect us from everything.

A propaganda de Al Gore e as presidenciais de 2008

Subsidio-dependência

Conta-nos a "stôra" Sandra, a braços com a responsabilidade de gerir uma escola:

"Oh Sô Professora, alguém tem de fazer alguma coisa ou o mê filho nã vem pá escola. Nã tenho direito ó subsídio escolar e só porque nã tenho irs... nã pode ser! Tenho dois filhos e uma nora, tudo a viver com o mê subsídio. O mê filho e a minha nora têm 17 anos e nã trabalham que nã têm transporte pa sair de casa. Ê nã quero saber mas alguém tem de me ajudar!!!!!"

E assim está o nosso país, onde as pessoas vivem à conta de subsídios e não trabalham porque em casa o Estado paga-lhes mais, e o "depósito de crianças" tem obrigação de lhes dar alimentação, transporte à porta de casa e material escolar.

Notícias da Hungria

Violence and Protest in Hungary
Katharine Cornell Gorka

Institute for Transitional Democracy and International Security (ITDIS)



Hungary is finally suffering the cost of 16 years of unreformed government. Just before midnight tonight, Monday, September 18th, demonstrators in Budapest turned violent. A crowd of approximately 10,000 gathered in front of the national television, MTV, (just across the square from the U.S. Embassy) and started attacking with hammers and chisels the World War 2 memorial to fallen Soviet soldiers. They then turned on the offices of the television and started hurling rocks through the windows and setting cars on fire. Police have responded with teargas and watercannons. At the moment, the crowd is still violent and is demanding to be allowed into the television. In an eerie echo of the Revolution of 1956, whose 50th anniversary will take place next month, demonstrators have captured the tank on which the water cannon was located.

Ostensibly, and this no doubt is how the events will be reported around the world, these protests are a response to a tape released on Sunday night, on which the Prime Minister, Ferenc Gyrucsány, can be heard saying, "We lied during the last one-and-a-half or two years. It was obvious that whatever we said was untrue….We have not taken any important government measures that we can be proud of apart from bringing back power from the deep s--t," referring to the electoral victory of the Socialist-liberal coalition. The speech continues is a similar vein, with several references to “this f---ing country.” The tape was secretly recorded, allegedly by fellow members of his party, the MSzP (Hungarian Socialist Party) who are disgruntled with his policies. Hungarians around the nation have expressed growing outrage in the 24 hours since the tape was released on the website of Hungarian public radio. Demonstrations have been taking place today in cities and towns around the country.

Hungarians are upset that they have been lied to, but also that their country should be referred to in such a way. Indeed the tape is the spark that set off these protests, but it is not the underlying cause. Frustration and discontent have been growing for a long time. Deutschlandfunk Radio recently called the situation in Hungary an economic emergency. According to the Budapest Business Journal, the International Monetary Fund has stated in its latest “World Economic Outlook” that Hungary “is in more urgent need of fiscal consolidation that any emerging market in Europe.”

The Gyurcsány government was reelected earlier this year with a campaign pledge of “progress, success and victory. Not for a select few, but for everyone…” It is a concept that has been promoted by every government in Hungary since the transition from communism in 1989: the prosperity of a market system combined with the egalitarianism and safety of a welfare system. It has taken sixteen years, but we are finally seeing the impact of such a misconstrued idea: 25% of the workforce employed by the government, a projected fiscal deficit of 10%, crippling rates of taxation, and excessive corruption. Even outgoing U.S. Ambassador George Herbert Walker III, otherwise known for his moderation, called Hungary’s budget deficit “monstrous” and the size of its government “appalling.”

Many in the West, while perhaps attuned to the recent criticisms of Hungary by international financial institutions, will likely be surprised by the vituperative and violent nature of the demonstrations now taking place. But they should not be. Hungarians have watched the early promise of the late 1980s, and early 1990s wither away. Hungary started its transition to democracy well in the first position among its fellow Central and Eastern European countries. In 1989, the private sector was contributing an estimated 20% to GDP, and Hungary had highest direct foreign investment, and among the highest per capita incomes. But this early promise has been steadily eroded. Government after government has failed to reform the heavily paternalistic welfare state of the communist era. Indeed, while the size of the government should have been scaled back dramatically, instead, it grew. Not one government has come into power in Hungary, neither from the left nor from the right, who has understood the fundamental mechanisms of a market economy. All have promised growth, but a growth driven by the state. Victor Orbán, the prime minister from 1998 to 2002, who ran on an anti-communist, centre-right platform, was quoted in the Wall Street Journal as saying: “It’s obvious that after the Second World War, the major source of economic development in many countries was the state. We also looked at the experience from the beginning of the 1980s, of how Finland, Ireland, Catalonia were modernized through global capital and the attraction of foreign investors. We have to combine the role of the state in providing infrastructure for business life and at the same time attract as many as possible foreign investors to Hungary.” Every government in Hungary since 1989 has expressed, in one way or another, this same fundamental idea: the state must drive growth. Now, Hungary is facing the failure of that policy. Gyurcsány’s crass confession may have triggered their anger, but it is an anger that has been building for a long time.

Michael Novak recently said we will have to spend the next four to five years learning all over again that if you put a socialist in charge of the desert, eventually you will have a shortage of sand. It looks as if we might not have to wait so long.

Katharine Cornell Gorka

Co-Director
Institute for Transitional Democracy and International Security (ITDIS)
15 Erdosor utca
Piliscsaba, H-2081
HUNGARY
kcg@itdis.org
www.itdis.org

Fugir de um paraíso socialista

Many thousands of North Koreans have fled to China over the last decade - forced to live secretly, in wretched conditions and vulnerable to abuse, to avoid being sent back.

The BBC's Jonathan Head reports on an underground network of mainly Christian activists trying to get some of them out of China, increasingly through South-East Asia, where they can move on to South Korea or the US.
Vale a pena ler também o comentário de Tom Palmer:
This BBC story reminds me of the TV broadcast I saw some years ago on German TV, in which escapees who had been raised in coercively atheist North Korea related how they were told that, upon getting across the border into China, they should look for buildings with a certain sign on it, because the people in such buildings would help them. The sign was a long vertical line intersected at right angles about 1/3 from the top with a shorter horizontal line.

25,2

Interrogações sobre Timor

O que é que fazemos em Timor, se é que fazemos alguma coisa? Já há alguma obra pública feita em Timor com os rios de dinheiro que os “doadores” deram, ou vai tudo para alimentar o aparelho das organizações internacionais e as ONG? Que é feito do dinheiro do petróleo?

A rádio e a televisão públicas tem correspondentes em Timor pagos pelo dinheiro dos contribuintes, nós. Onde estão? Não há notícias sobre Timor que se percebam? Que se percebam, insisto.

A campanha Lula e o escândalo do dossiê contra Serra (2)

A revista "Época" divulgou, no seu site na Internet, uma nota de esclarecimento sobre o fato de o advogado Gedimar Pereira Passos ter citado a publicação em depoimento feito à Polícia Federal. Na nota, a revista afirma que um repórter de sua equipe se reuniu, em um hotel de São Paulo, com dois integrantes da campanha de Lula, Oswaldo Bargas e Jorge Lorenzetti. Bargas, segundo a nota, afirmou que fora procurado por "alguém" que tinha denúncias capazes de desmoralizar o ex-ministros da Saúde José Serra e Barjas Negri. Bargas, de acordo com a nota, queria saber do interesse da revista em publicar as informações.

A campanha Lula e o escândalo do dossiê contra Serra (1)

Expedito Afonso Veloso, diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil, participou ativamente da operação de montagem e de divulgação do dossiê que tenta ligar o ex-ministro da Saúde José Serra à Máfia dos Sanguessugas, responsável pelo desvio de dinheiro público para a compra e venda de ambulâncias a preços superfaturados.

Machadadas do eduquês na língua portuguesa

Abençoados pedagogos que temos - que Deus os guarde e absolva no dia do Juízo Final!

Re: Evolucionismo vs. Criacionismo: o estado do debate I

Milagre!

Leitura recomendada

O homem por trás do 11 de setembro

Detector

Grandes Eleitores

Para quem tinha dúvidas sobre qual é o maior grupo a congregar interesses comuns nas políticas seguidas pelo governo ou pelo parlamento, finalmente ficou elucidado pelo número apresentado ontem:

"Total de funcionários públicos ascende a 737.774" [DD]

Se multiplicarmos este número por dois ou três, tendo em conta os membros das famílias dependentes ou influenciadas pelo emprego estatal, temos uma medida melhor da influência política que têm estes eleitores.

Face a estes números, houve quem pedisse uma dieta rigorosa para o Estado (DN):

O Compromisso Portugal defende a redução de 200 mil funcionários públicos em cinco anos, dos quais 50 mil deverão ser em resultado de reestruturações com contrapartida de concessão de serviços a privados ou outsourcing de tarefas(...)
A redução em mais de um terço dos actuais efectivos na função pública, proposto na iniciativa, permitiria a Portugal colocar o número de funcionários em relação à população total em 4,7%, a média actual de sete países europeus com uma população inferior a 15 milhões de habitantes. De acordo com os dados do Compromisso Portugal, existem 6,7 efectivos na Administração Pública por cem habitantes e a redução permitiria poupanças anuais da ordem dos cinco mil milhões de euros. O que baixaria a factura salarial anual dos actuais 15% para os 11% do PIB.

De onde, no horizonte político português a médio prazo (ou mesmo longo), poderemos esperar uma redução do rácio de "14,6% da população empregada do País e 13,4% da sua população activa"?
Das centenas de munícipios portugueses, muitos deles são dos maiores empregadores locais? Neles a motivação para gerir o quadro de pessoal tem mais a ver com objectivos eleitorais locais do que com objectivos de saúde financeira pública, uma vez que os seus recursos não são originários exlusivamente dos contribuintes desses concelhos, utilizadores dos serviços (supostamente) prestados por estes funcionários.
É díficil imaginar que a simples menção de solidariedade nacional no esforço de diminuir o deficit público, alterará este estado de coisas.

Quanto ao estado central, o apregoado esforço governamental carece ainda de provas. Muitas promessas recentes têm de ser cumpridas e cabe aos contribuintes exigir que o dinheiro dos seus impostos, os recursos do sector privado, não continue a alimentar o clientelismo que por sua vez condiciona as propostas de um país pouco corajoso politicamente.

Os sinos dobram por nós

O Brasil e a cultura

A Santa Madre Igreja e a cultura

Lula e Palocci atrás das grades?

Should the Pope apologize for his remarks about Islam?

Loose Change for dummies

19.9.06

Bento XVI

The clash of civilisations is not between Christianity and Islam, it is between nations that encourage religious diversity and those which practise religious intolerance. It is between those who favour open debate and those who think free speech is anathema. The Pope may or may not have known what a hornets’ nest he was stirring up. Even if he did, there was nothing inappropriate, within context, in what he said.
The Vatican has said he is very sorry his speech caused such offence to Muslims. That is fine but it should not go further than that. He should certainly not be pushed into withdrawing his remarks. As in the case of the Danish cartoons, Muslim zealots are trying to impose their restrictions of free expression on the West. Mindful as we should be of religious sensitivities, that cannot be allowed to happen.

Simplex ainda não chegou ao Diário da República Electrónico

Agora, por uma nota da Presidência do Conselho de Ministros da semana passada, ficamos a saber que foram acrescentados serviços gratuitos à consulta do Diário da República Electrónico e outras novas funcionalidades destinadas a assinantes (serviços pagos).É verdade que os serviços de valor acrescentado são essencialmente dirigidos a determinadas classes profissionais e por isso devem fazer-se pagar. No entanto, incluir entre esses serviços as pesquisas boleanas e em linguagem natural, resulta em absurdo uma vez que são exactamente essas as funcionalidades que melhor servem o cidadão comum.

O suicídio do Ocidente (3)

In 1968 the products of the postwar baby boom decided to seize the European future and to jettison the European past. In that same year Enoch Powell delivered to the Birmingham Conservatives the speech known forever after as “Rivers of Blood”: a speech that cost him his political career, and which, on one plausible interpretation, made the issue of immigration undiscussable in British politics for close to forty years. It is a speech that raises in its acutest form the question of truth: What place is there for truth in public life, and what should a politician do when comfortable falsehoods have settled down in government, and their uncomfortable negations seek forlornly for a voice?

(...)

Such predictions as Powell made in his speech, concerning the tipping of the demographic balance, the ghettoization of the industrial cities, and the growth of resentment among the indigenous working class have been fulfilled. Only the sibylline prophecy has fallen short of the mark. Even so, the Madrid and London bombings and the murder of Theo van Gogh are viewed by many Europeans as a foretaste of things to come. It is now evident to everyone that, in the debate over immigration, in those last remaining days when it could still have made a difference, Enoch Powell was far nearer the truth than those who instantly drove him from office, and who ensured that the issue was henceforth to be discussed, if at all, only by way of condemning the “racism” and “xenophobia” of those who thought like Powell. As for the racism and xenophobia of the incomers, it was indiscernible to the liberal conscience, which has never been able to understand that liberalism is an unusual state of mind.

Liberalism emerges from a long-standing rule of law, shaped by the Enlightenment view of citizenship, and dependent upon the shared customs, shared language, and shared culture of a people who have lived together in a common home and acquired the habit of defending it. But it is virtually unknown among people who are seeking territory, and who have conscripted their gods to fight for it.

(...)

This flight from reality is not a new feature of political life. It is always easier to bequeath a problem to your successors than to face it yourself, and when the problem is intractable, Doublethink will soon erase it, as Hitler was erased from the thoughts of the appeasers, and the Gulag from the political map of the peaceniks. Nor are American presidents any more realistic than the rest of us. When the embassy in Tehran was invaded and United States citizens taken hostage, President Carter chose not to notice what was, certainly de facto and probably de jure, a declaration of war. That may prove to have been the costliest mistake made by America in the Middle East. Likewise, the silencing of Enoch Powell has proved more costly than any other post-war domestic policy in Britain, since it has ensured that immigration can be discussed only now, when it is too late to do anything about it or to confine it to those who come in a spirit of obedience towards the indigenous law.

(...)

Decisions can still be taken, but only in the hope of limiting the damage. And even now, when opinion across Europe is unanimous that immigration must be controlled, and that Muslims must be integrated into the secular culture, liberal politicians are refusing to admit to a problem or to confess that they are the cause of it. They still preach “multiculturalism” as the sign of our “vibrant” future; they still condemn “racism and xenophobia” as the enemy; they still try to state and solve the problem by the promiscuous multiplication of “human rights.” Their Enlightenment creed makes it all but impossible for them to acknowledge the fundamental truth, which is that indigenous communities have legitimate expectations which take precedence over the demands of strangers. True, indigenous communities may also have duties of charity towards those strangers—or towards some of them. But charity is a gift, and there is no right to receive it, still less to force it from those reluctant to give.

(...)

It is not “racist” to draw attention to this kind of fact. Nor is it racist to argue that indigenous people must take precedence over newcomers, who have to earn their right of residence and cannot be allowed to ap- propriate the savings of their hosts. But it is easier for me to write about these matters in an American intellectual journal than in an English newspaper, and if I tried to write about these things in a Belgian newspaper, I could be in serious trouble with the courts. The iron curtain of censorship that came down in the wake of Powell’s speech has not lifted everywhere; on the contrary, if the EU has its way, it will be enshrined in the criminal code, with “racism and xenophobia”—defined as vaguely as is required to silence unwanted opinion—made into an extraditable offense throughout the Union.

The problem with censorship, as John Stuart Mill pointed out a century and half ago, is that it makes it impossible for those who impose it to discover that they are wrong. The error persists, preventing the discussion that might produce a remedy, and ensuring that the problem will grow. Yet when truth cannot make itself known in words, it will make itself known in deeds. The truth about Hitler burst on the world in 1939, notwithstanding all the pious words of the appeasers. And the truth about immigration is beginning to show itself in Europe, notwithstanding all the liberal efforts to conceal it. It is not an agreeable truth; nor can we, in the face of it, take refuge in the noble lies of Enoch Powell. The fact is that the people of Europe are losing their homelands, and therefore losing their place in the world. I don’t envisage the Tiber one day foaming with much blood, nor do I see it blushing as the voice of the muezzin sounds from the former cathedral of St. Peter. But the city through which the Tiber flows will one day cease to be Italian, and all the expectations of its former residents, whether political, social, cultural, or personal, will suffer a violent upheaval, with results every bit as interesting as those that Powell prophesied.