La sede di An in corso Buenos Aires 8, è stata devastata dalle fiamme dell'incendio provocato da una bottiglia incendiaria lanciata contro gli uffici durante le violenze avvenute questa mattina. Su di un muro dello stabile è stata lasciata una scritta in vernice verde: 'nessun rispetto per i fasci'. Poi qualcuno ha posizionato un vessillo tricolore all'entrata completamente distrutta della sede di An.
Anti-globalization protesters clashed with police in Italy's financial center on Saturday, underlining political tension ahead of April's elections.
Up to 300 left-wing protesters, many wearing balaclavas and wielding crowbars, set fire to cars and a building on one of Milan's busiest shopping streets when police tried to break up their protest against a fascist pre-election rally.
Angry shopkeepers and residents cornered a few of the protesters and punched and kicked them, before police managed to drag them off. A nail bomb injured nine police officers and at least 45 protesters were detained, police said.
"They turned a quiet Saturday into a war zone," Milan council official Riccardo Dicorato told Reuters while police rounded up dozens of demonstrators and firemen hosed down burning cars and motor scooters.
McDonald's workers survey the damage at the fast-food restaurant in Paris on Saturday March 11, 2006. LCI television reported that scores of students who fled the Sorbonne broke windows of a fast-food restaurant
A polícia anti-motim francesa expulsou esta madrugada várias centenas de estudantes que ocuparam a universidade parisiense Sorbonne em protesto contra a aprovação da nova lei sobre o primeiro contrato de trabalho.
Em menos de dez minutos, a polícia obrigou as quatro centenas de estudantes a abandonar as instalações da universidade, recorrendo por vezes ao gás lacrimogéneo, segundo o relato de um jornalista da AFP.
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Os incidentes, que começaram ontem, fizeram 31 feridos, entre os quais 11 polícias. As autoridades efectuaram 11 detenções antes de os manifestantes terem dispersado, por volta das 05h00 locais (04h00 em Lisboa).
Os estudantes tinham tentado evitar a acção polícia anti-motim formando cadeias humanas e gritando palavras de ordem como "resistência pacífica" e "polícia nacional, milícia do capital".
A entrada das forças policiais na universidade provocou cenas de pânico, com alguns estudantes a tentar impedir a carga policial atirando cadeiras e mesas contra os polícias.
El presidente dedicó sus primeras palabras en un acto por el Día de la Mujer Trabajadora a citar a la escritora Virginia Wolf: "Como mujer no tengo patria, como mujer mi patria es el mundo". "He pensado muchas veces en el alcance de estas palabras tan solidarias, que en muchas ocasiones me han servido de estímulo", confesó. No obstante, Zapatero utilizó hace dos días otro concepto de "patria" para promocionar la ley de paridad. Citando al autor leonés Antonio Gamoneda dijo: "Una patria es un país con Justicia, y la Justicia es la igualdad y la solidaridad". Curiosamente, en octubre Zapatero tenía otra definición: "Para mí, la patria es la libertad".
In five years' time, how many Jews will be living in France? Two years ago, a 23-year-old Paris disc jockey called Sebastien Selam was heading off to work from his parents' apartment when he was jumped in the parking garage by his Muslim neighbor Adel. Selam's throat was slit twice, to the point of near-decapitation; his face was ripped off with a fork; and his eyes were gouged out. Adel climbed the stairs of the apartment house dripping blood and yelling, "I have killed my Jew. I will go to heaven."
Is that an gripping story? You'd think so. Particularly when, in the same city, on the same night, a Jewish woman was brutally murdered in the presence of her daughter by another Muslim. You've got the making of a mini-trend there, and the media love trends.
Yet no major French newspaper carried the story.
This month, there was another murder. Ilan Halimi, also 23, also Jewish, was found by a railway track outside Paris with burns and knife wounds all over his body. He died en route to the hospital, having been held prisoner, hooded and naked, and brutally tortured for almost three weeks by a gang that had demanded half a million dollars from his family. Can you take a wild guess at the particular identity of the gang? During the ransom phone calls, his uncle reported that they were made to listen to Ilan's screams as he was being burned while his torturers read out verses from the Quran.
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Even in the most civilized societies, there are depraved monsters who do terrible things. When they do, they rip apart entire families, like the Halimis and Selams. But what inflicts the real lasting damage on society as a whole is the silence and evasions of the state and the media and the broader culture.
A lot of folks are, to put it at its mildest, indifferent to Jews. In 2003, a survey by the European Commission found that 59 percent of Europeans regard Israel as the "greatest menace to world peace." Only 59 percent? What the hell's wrong with the rest of 'em? Well, don't worry: In Germany, it was 65 percent; Austria, 69 percent; the Netherlands, 74 percent. Since then, Iran has sportingly offered to solve the problem of the Israeli threat to world peace by wiping the Zionist Entity off the face of the map. But what a tragedy that those peace-loving Iranians have been provoked into launching nuclear armageddon by those pushy Jews. As Paul Oestreicher, Anglican chaplain of the University of Sussex, wrote in the Guardian the other day, "I cannot listen calmly when an Iranian president talks of wiping out Israel. Jewish fears go deep. They are not irrational. But I cannot listen calmly either when a great many citizens of Israel think and speak of Palestinians in the way a great many Germans thought and spoke about Jews when I was one of them and had to flee."
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Something very remarkable is happening around the globe and, if you want the short version, a Muslim demonstrator in Toronto the other day put it very well:
''We won't stop the protests until the world obeys Islamic law.''
Stated that baldly it sounds ridiculous. But, simply as a matter of fact, every year more and more of the world lives under Islamic law: Pakistan adopted Islamic law in 1977, Iran in 1979, Sudan in 1984. Four decades ago, Nigeria lived under English common law; now, half of it's in the grip of sharia, and the other half's feeling the squeeze, as the death toll from the cartoon jihad indicates. But just as telling is how swiftly the developed world has internalized an essentially Islamic perspective. In their pitiful coverage of the low-level intifada that's been going on in France for five years, the European press has been barely any less loopy than the Middle Eastern media.
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Now in the cartoon jihad and other episodes, the restraints of Islamic law are being extended piecemeal to the advanced world, by intimidation and violence but also by the usual cooing promotion of a spurious multicultural "respect" by Bill Clinton, the United Church of Canada, European foreign ministers, etc.
Neste momento, Michelle Bachelet já assumiu a Presidência do Chile e desempenhará o cargo até 2010.
Nos últimos anos, o Chile tem apresentado indicadores econômicos invejáveis no continente sulamericano. Além de possuir uma economia aberta e de ocupar a melhor posição de toda a América Latina no índice de liberdade econômica da Heritage Foundation, ao longo da última década o Chile reduziu a pobreza em aproximadamente 20%.
As reformas econômicas realizadas pelo governo militar durante a década de 1980 renderam bons frutos e o país vem apresentando altas taxas de crescimento sustentável e um PIB per capita também elevado para os padrões da América Latina (USD 10.700,00 em 2004).
Será que o Chile continuará a sua trajetória de pujança econômica durante a presidência de Bachelet? Ainda é cedo para dizer, mas caso o seu programa de governo seja concretizado, podemos esperar um retrocesso, já que o modelo de welfare state está ultrapassado pelo menos desde a década de 1970.
Ainda tenho, apesar de tudo, esperança de testemunhar uma situação em que o CAA não subscreva entusiasticamente um ataque descabido à Igreja Católica, ao Benfica ou a Paulo Portas.
Já agora, se Paulo Portas foi "um ministro estatista e proteccionista" (e em alguns aspectos foi mesmo), como classificará JPP a governação de Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro?
Considero a eleição de Cavaco Silva para a Presidência da República como um facto claramente positivo no actual contexto nacional (agora reforçado pelas responsabilidades atribuídas a João Carlos Espada), mas parece-me estranho que alguém que ataca o "estatismo" de Portas seja simultaneamente um dos mais destacados defensores do legado da governação cavaquista (que teve alguns aspectos importantes de liberalização mas não foi certamente uma governação liberal).
O ódio cega facilmente as pessoas, mesmo as mais inteligentes e habitualmente mais lúcidas.
O segundo problema é que Portas, que é apoiado por um grupo que se proclama do liberalismo radical, foi um ministro estatista e proteccionista, anti-liberal como poucos na governação e como ainda há dias o revelou de novo nos seus comentários nos estaleiros de Viana do Castelo.
Não sei a que grupo se refere JPP. Nunca vi nenhum apoiante de Paulo Portas proclamar-se adepto do "liberalismo radical". Já assisti, isso sim, a críticas de vários apoiantes de Portas dirigidas a liberais por eles considerados "radicais" ou "irrealistas". Se o Acidental é adepto do "liberalismo radical", então francamente não sei como classificar o Blasfémias ou o Insurgente.
A inimizade de JPP para com Paulo Portas é matéria que só lhe diz respeito a ele (e, embora estranhe a obsessão, até admito que tenha as suas razões), mas já me parece reprovável que para atacar Portas misture tudo atirando lama para todos os lados. Aliás, cada vez me convenço mais que estas guerrinhas pessoais à direita (quase sempre assentes em episódios passados) só servem para gerar confusão e desviar a atenção do essencial.
Norton, a former Colorado attorney general who guided the Bush administration's initiative to open Western government lands to more oil and gas drilling, planned to announce her decision Friday, a senior government official and another source familiar with her decision told the AP.
A sentença dos três jovens acusados de envolvimento numa corrida ilegal ("street racing") de automóveis modificados ("tuning") que resultou na morte de três pessoas, em 26 de Setembro de 2004, deverá ser lida hoje no Tribunal de Setúbal.
O principal arguido, Neutel Mendes, é acusado de três crimes de homicídio voluntário, dois de ofensas à integridade física simples, um de condução perigosa e um de condução sem habilitação própria.
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Neutel Mendes, que não tem carta de condução, perdeu o controlo da viatura que lhe tinha sido emprestada por Carlos Fonseca para participar numa corrida com Marcos Juvenal na chamada "recta do picanço", junto às portagens de Coina, no concelho de Palmela.
Relembro alguns factos deste acontecimento:
A "recta do picanço" é uma estrada particular;
Segundo o nº 2 do artigo 2º do Código da Estrada (pdf), as regras deste são também aplicáveis "nas vias do domínio privado, quando abertas ao trânsito público";
A imprensa nunca esclareceu se a referida estrada particular estava aberta ao trânsito público;
Se a "recta do picanço" era vedada ao público, regras de trânsito como excesso de velocidade, condução perigosa ou falta de habilitação própria não se aplicam;
As vítimas do acidente não eram normais transeuntes mas, sim, voluntários espectadores de uma corrida ilegal;
Todos os participantes (condutores e espectadores) sabiam tratar-se de uma corrida ilegal;
Dado a ilegalidade do evento, todos os participantes tinham noção da inexistência de quaisquer procedimentos de segurança;
Tendo em conta que todos participaram de forma voluntária, quaisquer medidas de segurança teriam de ser definidas exclusivamente por cada indivíduo;
Foram os espectadores (não os condutores) a escolher o melhor local para assistir à corrida;
Os réus não são acusados de organização e participação de evento desportivo ilegal...
Leitura recomendada: Polêmicas, por Alexandre Soares Silva.
5) O golpe do “Debate”- Ah, a mania do “debate”. Não basta a alguém escrever um texto brilhante – na Internet, ele tem que “debater” cada ponto de vista, sob o risco de ser considerado um idiota que não sabe o que diz. Não basta que o regime de governo seja democrático; é preciso que os sites sejam democráticos, com textos democráticos e comentários democráticos, em que leitores democráticos interpelam democraticamente as boutades do escritor democrático até levá-lo a um democrático suicídio. É como se Ibsen tivesse escrito as suas peças apenas para “debater” com qualquer badameco que se sentasse na sua mesa de café em Cristiânia. Ou Oscar Wilde tendo que “debater” seus ensaios com um estudante de sociologia de Goiás. “Não fuja, não fuja! Você não terminou de explicar como fica aquela sua frase sobre a classe média à luz dos conceitos de Durkheim!”
O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu suspender a diligência de revista aos computadores apreendidos na redacção do jornal "24 horas" e na casa do jornalista free-lancer Jorge Van Krieken, prevista para a próxima segunda-feira. O juiz Alfredo Costa tomou esta decisão atendendo a um recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa apresentado pelo advogado do jornal, Barros de Figueiredo.
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O advogado fez um primeiro requerimento para impedir a diligência, mas o juiz deu resposta negativa, alegando que o interesse da investigação criminal, num caso de acesso indevido a dados pessoais, é preponderante relativamente à preservação do sigilo profissional.
O "24 horas" contesta esta argumentação junto da Relação, recordando que a liberdade de imprensa, que tem inerente o sigilo profissional, é de valor superior e que o crime em causa, punível no máximo com até dois anos de prisão, não é considerado grave.
Ora, o acesso a informação privilegiada está, deste modo, dependente de decisão do Tribunal da Relação. Contudo, mesmo que os juízes decidam a favor do jornal, a capacidade da imprensa proteger futuras fontes já foi desacreditada.
Com vista a reestabelecer a confiança das suas fontes, os órgãos de comunicação social necessitam de tomar medidas que previnam semelhantes ataques à liberdade de imprensa. Encriptar os dados é uma opção. Outra alternativa passa por deslocalizar toda a informação relevante para servidores de países com maior respeito pela liberdade de expressão.
(agradeço a sugestão ao FJV, uma sugestão que aliás evidencia a injustiça de um comentário que fiz anteriormente sobre a ausência de exemplos relevantes à esquerda)
A Vida de S. Joãozinho Pudemos perceber este ano que Hollywood não está nos seus melhores dias. Dos filmes nomeados para os óscares, apenas dois merecem algum crédito pela ambição e concretização artísticas: Munique, de Steven Spielberg, e o vencedor do óscar para o melhor filme, Crash, de Paul Haggis. E, mesmo assim, ambos sofrem do mesmo problema narrativo: a caricatura. Munique é um óptimo thriller político, tecnicamente excelente, e carregado de pequenos sinais interpretativos que lhe dão uma leitura complexa (para pormenores, ver a revista Atlântico, onde já escrevi sobre o filme). Crash é um filme de tese (“a América vive em segregação”), que utiliza a técnica da tragédia para a fazer passar. É pior do que Munique, mas certos momentos atingem um nível de tensão raro (a criança que não morre, a salvação da mulher negra pelo polícia racista). Mesmo assim, e mesmo nos melhores momentos, não deixa de ser construído na base de pequenos truques narrativos, muito óbvios. Apesar destes méritos, os dois filmes padecem do tal problema da caricatura. Árabes e israelitas em Munique não passam de caricaturas de árabes e israelitas, e o racismo explosivo de Crash também sofre do mesmo problema – na verdade, a América (e Los Angeles em particular) não é (são) racista(s) daquela maneira. Quanto ao mais, filmes como Good Night, and Good Luck (sobre o qual também escreverei na próxima Atlântico), Brokeback Mountain ou, ainda mais, Syriana, não passam de objectos medianos, nalguns casos mesmo medíocres. Como prova de que a imaginação não impera pelos lados de Sunset Boulevard está o filme de que quero falar, um filme estimável (que valeu um óscar a Reese Witherspoon), mas, também ele, pouco mais que médio: Walk the Line.###
Walk the Line é uma biografia de Johnny Cash, o cantor/compositor de country e rock n’roll americano. Melhor, é a biografia de apenas uma parte da vida de Johnny Cash, a que vai da infância ao final dos anos 60, centrando-se sobretudo nos anos em que Cash desenvolveu uma relação, que redundaria em casamento, com June Carter (da família mais mítica da música country, a Carter Family). O material narrativo da vida de Cash é óptimo: nascido numa família pobre de cultivadores de algodão do Arkansas, Cash transformou-se numa estrela country e rock n’roll no final dos anos 50. Viciou-se então em anfetaminas, que o levaram à cadeia várias vezes e, a certa altura, dada a frequência com que as tomava, quase o mataram. Cash abandonou o vício graças à relação, primeiro adúltera e depois matrimonial, com June Carter, mas também graças à adopção de uma profunda religiosidade cristã. Transformado em herói da cultura popular durante os anos 50 e 60, Cash caíu na decadência musical a partir dos anos 70. Até que, em finais dos anos 90, foi redescoberto por um produtor de música pop moderna (Rick Rubin), que o pôs a gravar de tudo, desde gospel até músicas dos U2 e dos Depeche Mode. Por muito que as suas gravações dos anos 50 e 60 sejam imprescindíveis, estas, entre 1999 e 2003, ultrapassam-nas largamente. Cash viria morrer em 2003, quatro meses depois de June. Walk the Line agarra-se apenas à parte superficialmente mais excitante e folclórica da vida e música de Cash: literalmente, a parte do sexo, drogas e rock n’roll. E termina em happy ending, com Cash reabilitado das drogas e com a família. Mas o filme falha naquilo que é o mais importante da sua vida. A vida de Cash foi, essencialmente, uma vida de queda e redenção, uma espécie de vida de santo. A desagregação individual em que caiu, coincidente com o momento de maior êxito artístico, foi resolvida pelo amor a June e o temor a Deus. Depois do casamento com June e do fim do vício, Cash passou a viver uma vida de devoção, durante a qual escreveu um livro sobre S. Paulo e financiou um filme cristão, The Gospel Road. E acabou por ser isto a permitir-lhe a notável ressurreição artística dos últimos quatro anos de vida. Os famosos American Recordings são o regresso à fonte musical da música pop: uma guitarra, uma voz, hinos religiosos, gospel e baladas baladas folk. Mesmo quando interpreta os U2, Tom Waits ou Nick Cave, o que Cash faz é mostrar o que as canções valem sem a parafernália de estúdio ou electrónica que, entretanto, encheu a música pop. E o que é surpreendente é que muitas dessas canções são excelentes e, expurgadas da produção barroca, são excelentes canções country, folk, blues ou gospel tradicionais. Nesses discos, Cash mostrou que a música pop não inventou nada sobre a linguagem musical das baladas irlandesas do século XVII ou do canto de escravos do século XVIII, apenas adicionou ornamentos, tantas vezes rebarbativos. Em Walk the Line, Cash (Joaquin Phoenix) aparece, antes de ter gravado qualquer disco, a cantar no alpendre de sua casa velhos hinos religiosos aprendidos com a mãe. E quando apresenta as canções ao famoso produtor Sam Phillips, ele explica-lhe que aquilo não presta. Cash mostra-lhe então o seu rock n’roll e Phillips lança a sua carreira. É por aqui que se fica Walk the Line. Mas a história de Cash quase poderia ser lida ao contrário: foi, no final da vida, o seu regressou ao estilo gospel de igreja que o tornou único. Sem esta fase, ainda para mais mística, Cash seria apenas outro herói dos anos 60 (junto com Elvis ou Jerry Lee Lewis). Com ela, ultrapassou esse limite e transformou-se num dos maiores trovadores modernos. Cash regressaria mesmo à origem da origem, gravando um disco (publicado postumamente) só com hinos religiosos aprendidos com a mãe (My Mother’s Hymn Book). Foi aí que regressou às músicas do alpendre. E quando as comparamos com a sua versão dos Depeche Mode (Personal Jesus), verificamos que, afinal, quase nada as distingue, porque a música pop, no fundo, não passa dos velhos três-quatro acorde das baladas tradicionais. Está bem de ver que a rapaziada de Hollywood nunca seria capaz de apanhar nada disto. Mas a verdade é que não custava muito, e sempre se fazia um filme realmente bom.
Entrou ontem em funções o novo Presidente da República. Embora seja motivo de regozijo o fim do mandato de Jorge Sampaio e do monopólio da função presidencial pelos partidos mais à esquerda, não deixa de ser oportuno uma diminuição das expectativas por todos aqueles que perfilham os ideais do liberalismo.
Sejamos claros. Como ficou patente durante os 10 anos em que exerceu o cargo de Primeiro-Ministro, os ímpetos "liberalizantes" de Cavaco Silva são ditados mais pela circunstâncias do que por qualquer motivação ideológica. Se bem se recordam, grande parte das reformas foram justificadas por "pressões externas" (nomeadamente por uma qualquer directiva comunitária) ou pela constatação do falência do modelo vigente. Embora considere este último ponto positivo, não deixo de questionar qual teria sido a sua conduta caso a conjuntura fosse outra e a falência do sistema não se vislumbrasse senão num futuro distante. Embora não partilhe a mesma visão "socializante" do PCP, do BE e da "ala esquerda" do PS, Cavaco Silva partilha a ideia do Estado como "director" da sociedade. A "pujança" da iniciativa privada é valorizada mais como uma fonte de obtenção de receitas fiscais (de que necessita para realizar "obras estruturantes") do que como um sinal de autonomia da sociedade civil.
Pelo que acima ficou exposto, o pensamento estratégico de Cavaco Silva não difere muito do de José Sócrates. Como já foi referido por muitos comentadores, não são de prever muitos "choques" entre os dois com a provável excepção de eventuais questões tácticas e outras de pormenor como, por exemplo, o referendo sobre o aborto.
Desiludam-se pois os que esperam mais do novo Presidente. Como referia ontem Eduardo Moura no Jornal de Negócios: "Nunca, desde o 25 Abril, a Presidência e o Governo estiveram tão conjugados. No plano político e no plano pessoal".
Nota: Hoje, no Diário de Notícias, João Miguel Tavares refere que a escolha dos assessores do novo PR (nomeadamente Carlos Blanco de Morais e João Carlos Espada) sinalizam uma "viragem à direita". Fazendo a ressalva que "direita" não é sinónimo de "liberal", resta saber se estas escolhas consubstanciarão o significado que JMT lhes pretende atribuir.
What's especially dangerous here is that we're seeing the re-emergence of the "national security" protectionists. They were last seen in the late 1980s, when Japan in particular was the target of a political foreign-investment panic. The Japanese were buying Pebble Beach and Rockefeller Center, and so America was soon going to be a colony of Tokyo. A Japanese bid for Fairchild Semiconductor of Silicon Valley was seen as a threat to American defense. Those fears seem laughable now. But here we go again, with new targets of anxiety.###
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In recent weeks Members of Congress have suggested that the foreign-ownership ban should apply to: roads, telecommunications, airlines, broadcasting, shipping, technology firms, water facilities, buildings, real estate, and even U.S. Treasury securities. If this keeps up, we'll soon arrive at France, where even food and music are "protected" from foreign influences as a matter of national survival.
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Another term for this foreign investment is "insourcing." Foreign capital creates wealth and jobs here, rather than in India, China or Japan. Thanks to net foreign investment, about one-in-twelve American manufacturing workers are now employed by a foreign-owned firm. Toyota recently invested $800 million in a new plant in San Antonio that will employ 2,000 workers.
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More broadly, U.S. economic and defense security are intertwined. Imagine the threat to American well being if investment capital were trying to flee the U.S. because it believed opportunities were better elsewhere. Meanwhile, the interdependence that comes with foreign investment also gives those investors a stake in both American success and security. Are the Gulf emirates more, or less, reliable as U.S. allies because they invest their petrodollars in American assets? We'd say more. And, of course, foreigners who invest in the U.S. also help finance the military that keeps us safe.
The Dubai episode has been a debacle of the first order, and while the Beltway is toting up winners and losers, the rest of the world is shaking its head and wondering what's going on. The world's largest economy and its ostensible political leader seems to be sneering at the very foreign investment that has been crucial to its prosperity. Let's hope it was a momentary hallucination, and not the start of a larger protectionist binge.
A proposito deste post, pergunta o leitor Insurgente MP-S, aqui:
Que cientista se lembraria de ir citar trechos de discursos proferidos por Einstein ha' setenta anos, Crick ha' cinquenta anos?
Não faço ideia. Pode ser por ignorância, inteligência, destreza ou porque realmente acham que isso agora não interessa nada. Sei que Hari Seldon, tambem não o fazia, mas aparecia sempre nas crises a dar a receita para as resolver bem resolvidinhas. E tudo porque foi bom aluno a matematica na primaria. Um Seldon Rei Matematico é o sonho dos medrosos, não é?
Afinal, não é só a extrema esquerda que está preocupada com a ida de João Carlos Espada para Belém como consultor político de Cavaco Silva. Vasco Pulido Valente também questiona a escolha e dá sinais de inquietação. Tudo compreensível e até bastante previsível.
Já não se compreende é que VPV classifique JCE como "representante do ultra-conservadorismo americano". Das duas uma: ou VPV desconhece as ideias políticas de JCE (o que não acredito) ou ignora a natureza e composição das principais correntes do conservadorismo americano (o que lamento).
A Air Luxor revelou esta quinta-feira que o Supremo Tribunal Administrativo deu razão à transportadora aérea no diferendo que esta mantém com o Estado português quanto ao afastamento da companhia do concurso para operar a rota dos Açores. A Air Luxor vai agora pedir uma indemnização de 105 milhões de euros(...)O diferendo data de 2001, quando o Ministério do Equipamento Social indeferiu a proposta apresentada pela Air Luxor para a operação da rota Lisboa/Porto-Ponta Delgada
[DD] Quem foi beneficiado não terá agora de se preocupar com os €105.000.000. Os agentes do estado, aqueles que na altura assumiam o papel de planear e cuidar da economia para que nenhum tumulto a perturbasse no seu inexorável percurso (ou neste caso, vôo), não terão de se preocupar com os €105.000.000. Os actuais governantes irão dizer que se trata de mais um exemplo da má gestão anterior. Os contribuintes, todos nós, irão ter de compensar esta empresa por o estado ter criado barreiras à entrada neste mercado. Neste caso, o sistema judicial, considerou que os decisores representando o estado foram ainda mais longe ao infringir a lei na tentativa de controlarem a economia. Se continuarmos a ter governantes que pensam poder tratar a economia como um processo em que, dominando as regras e adivinhando o que se passará num determinado mercado, são omniscientes no seu planeamento e atingirão sempre os objectivos programados, mais casos deste tipo acontecerão.
I suggest to redefine the whole concept of the European Union, not just to make cosmetic changes. I suggest going back to the intergovernmental model of European integration. I suggest going back to the original concept of attempting to remove all kinds of barriers, going back to the consistent liberalization and opening-up of all markets (not just economic ones). I suggest minimizing political intervention in human activities and where intervention is inevitable it should be done close to the citizens (which means at the level of municipalities, regions and states), not in Brussels
Excerto do discurso do Presidente da República Checa, Vaclav Klaus, ontem no Luxemburgo.
Como membros da sociedade civil, os cristãos devem defender os seus direitos cívicos – que também são direitos das outras pessoas – com todos os meios lícitos ao seu alcance, sem agressividade, mas sem cedências ou compromissos no que se refere aos bem comum dos indivíduos e das nações. Agora, quando em muitos sítios se faz gala de um laicismo militante, é especialmente importante que aqueles que reconhecem a lei moral natural se unam em defesa e promoção desses valores, independentemente das crenças de cada um.
O desejo de entrar naquele que terá sido o mais absurdo dos dois conflitos mundiais [a Iª Guerra Mundial] foi sempre português desde o início, em particular da facção dominante do regime da I República. Este desejo teve origem no carácter fundamentalmente radical e não consensual do regime. É preciso perceber que a I República não foi a mera substituição do Rei pelo Presidente (que, aliás, poucos poderes tinha). Foi a passagem para um regime que tentou aplicar um programa de transformação radical (se necessário, violenta) da nossa sociedade de então. Por isso, a República nunca representou uma solução política estável e com a qual a maioria do povo (ou talvez fosse melhor dizer da opinião pública) português(a) soubesse conviver. Desde o início capturado por uma clique que entrou em conflito com o País, o regime foi um notável catálogo de arbitrariedades e violência. A tradicional conversa sobre a "longa noite fascista" do salazarismo parece pressupor que ela interrompeu um "longo e radioso dia democrático". A verdade é que a I República conseguiu o feito de juntar (sob uma aparência, estritamente formal, demo-liberal) o pior do autoritarismo formalizado, como as prisões e as deportações (tão vastas como durante o salazarismo), a proibição de partidos, a fraude eleitoral ou as limitações à liberdade de expressão, com o terror da violência informal, às mãos dos famosos Batalhões de Voluntários ou da Formiga Branca, mais próprio dos regimes totalitários.
(...)a bancada do Bloco não aplaudiu o discurso do novo Presidente e também não compareceu no Salão Nobre da Assembleia da República para a sessão de cumprimentos ao novo chefe de Estado.
Mário Soares e a sua mulher, Maria de Jesus Barroso, dirigiram-se da galeria de honra para a porta principal de saída do Parlamento, sem passar pelo Salão Nobre onde decorria a sessão de cumprimentos ao novo Presidente da República.
Como se irá comportar Soares na próxima reunião do Conselho de Estado (se por lá aparecer...)? Será que Francisco Louçã e restantes bloquistas consideram o desrespeito pelas boas maneiras e pelo P.R. uma causa fracturante?
Despite all their Bolshevik bluster about how Democratic politicians won't stand up to Republicans, the Hollywood left is as scared of decent patriotic Americans as the Democrats are.
"Brokeback Mountain" did not win best picture, "Munich" won nothing, and the Palestinian suicide bombers movie won nothing. There was no angry self-righteousness from Vanessa Redgrave against "Zionist hooligans," or from Tim Robbins and Susan Sarandon for the Haitian boat people. There was no Bush-bashing. There was no Michael Moore. The host was not Whoopi Goldberg, so that's a big fat reward to every man, woman and child in America right there.
(...)
Jon Stewart, this year's host, was very funny — but not quite as funny as the fact that the audience didn't get the jokes.
(...)
Even on AIDS — which is something you'd expect people like Clooney to know something about — Hollywood was about seven years behind. Wait, no — bad choice of words. Even on AIDS, Hollywood got caught with its pants down. Still no good. On AIDS, Hollywood got it right in the end. Oh, dear ... Note to self: Must hire two more interns to screen hate mail.
(...)
Contrary to Clooney's impassioned speech, no theaters ever forced black people to sit in the back. If you were trying to oppress people, you would make them sit in the front, which are the worst seats in the house. Or you'd just make them watch a George Clooney movie.
Event: Hayek and the Weasel Word 'Social' When: Thur 9th March, 7pm Venue: L52 (Lincoln Chambers) - London School of Economics
Speaker: Dr Mark Pennington is a senior Lecturer in Political Economy at Queen Mary College, University of London. He holds a PhD from the London School of Economics.
Continua a ofensiva do governo contra a propriedade privada. Um diploma hoje aprovado autoriza as autarquias a aumentarem o IMI no caso de "abandono de terras".
Demonstrando (mais uma vez) o deplorável estado em que se encontram, o CDS e o PSD optaram pela abstenção.
I don't quite have the skills yet —comentário de George W. Bush, ao ser atingido por uma bola, no decurso de um jogo de críquete com elementos da selecção paquistanesa.
A sensação de estar no centro de um jogo complicado, onde as reacções dos outros intervenientes são por vezes inesperadas e que o público compreende apenas parcialmente, não deverá ser totalmente estranha para George W. Bush. O simulacro de jogo de críquete parece uma metáfora do seu segundo mandato presidencial e Bush, aparentemente, não tem mesmo muito jeito para o “jogo.” Passa a maior parte do tempo a olhar para o sítio errado (o Iraque) e não dá a devida atenção às jogadas realmente importantes. Mas será que o “deficit de atenção” é do jogador?###
A recente viagem do presidente americano à Índia e ao Paquistão fornece um bom exemplo. Os chefes dos executivos americano e indiano assinaram um acordo de fornecimento de material nuclear para utilizações civis. Nenhum acordo semelhante foi assinado no Paquistão.
Uma implicação importante deste facto é o fim da simetria com que o executivo americano tratava os programas nucleares dos dois países, que tinham recusado explicitamente o Tratado de Não Proliferação Nuclear. O governo indiano receou sempre uma exigência uniforme do termo dos programas nucleares paquistanês e indiano —a lógica típica do raciocínio “realista,” sempre dominado pelo balanço de poderes.
Mas a Índia é uma democracia estável e o Paquistão é, desde 1999, uma ditadura militar. Durante os anos 80 as “necessidades” geopolíticas da Guerra Fria (uma distorção grosseira da lógica da “contenção” proposta por George Kennan) determinaram o consentimento ocidental ao apoio explícito dado pelo Paquistão a grupos fundamentalistas islâmicos, então considerados “combatentes da liberdade” na guerra do Afeganistão. Tente adivinhar o nome, paradeiro e actividades actuais desses valorosos combatentes da liberdade (a única resposta com direito a prémio é à segunda pergunta). Sem a complacência ocidental, também alguns "negócios nucleares" paquistaneses teriam sido evitáveis.
Os riscos de proliferação e cedência nuclear que os arsenais indiano e paquistanês colocam não são comparáveis. Ao propor um acordo deste teor apenas ao governo indiano, o executivo americano dá um sinal importante: a diferença fundamental não está no tipo de armamento, mas sim na natureza do regime político. Uma democracia estável e consolidada não representa, em princípio, um risco de segurança. Por outro lado, o caso paquistanês mostra que um regime determinado a conseguir a arma nuclear provavelmente consegui-la-á.
O jogador parece não ter muito jeito, mas o defeito está nos olhos dos espectadores. Esta “bola” de Bush, vista com atenção, tem um efeito muito especial: é uma Iranian curve ball.
Em termos geopolíticos, a aproximação entre a Índia e os EUA poderá ter efeitos de longo prazo tremendamente importantes. Imagine-se o potencial de criação de riqueza de uma zona de comércio livre impulsionada pelos EUA e Reino Unido, eventualmente fartos do empobrecimento colectivo da União Europeia, associando a Índia e as restantes democracias liberais de língua inglesa: Austrália, Canadá, Nova Zelândia... As condições geopolíticas para a viabilidade de uma tal ideia vão-se definindo. Essa associação, não o Iraque, poderia ser o legado mais importante da presidência Bush.
Quem se arrisca a ficar de fora desse consenso liberal emergente são os países da Mitteleuropa e os satélites gravitacionais do socialismo europeísta falido. Por isso, em matéria de falta de jeito para o “jogo,” a minha sugestão é: keep your eyes on the ball, and don’t judge the player by his style.
Terrorismo = capitalismo + globalização?
Por curiosidade pessoal e interesse académico, procurei livros sobre a organização terrorista IRA nas principais livrarias de Dublin. Comecei pela Hodges & Figgis e pela Waterstone’s, mesmo em frente, do outro lado da rua. Na organização temática dos títulos disponíveis na Hodges & Figgis consta uma secção sobre terrorismo. Estão aí, certamente. Não estavam. A dita secção é contígua à secção de política e os critérios de classificação de ambas são, no mínimo, estranhos.
Entre os títulos avulsos, a secção de política é dominada pelos livros de Noam Chomsky e pelos livros sobre os livros de Chomsky, em quantidade suficiente para o declarar uma pandemia literária. Para além de Chomsky, destacam-se outros salientes críticos do capitalismo e da globalização: Jon Elster, com Alternatives to Capitalism, Making Sense of Marx e Naomi Klein, com Fences and Windows.
A secção de terrorismo é ainda mais estranha. Para além da ausência conspícua de livros sobre o IRA, há uma profusão de livros sobre a vasta “conspiração” neo-conservadora. O mais recente e inenarrável livro de Robert Fisk, The Great War for Civilisation: The Conquest of the Middle East, tem abundante concorrência para o troféu de melhor teoria da conspiração. Entre os candidatos principais está o livro de James Risen, jornalista do New York Times, State of War: The Secret History of the C.I.A. and the Bush Administration, ou o mais simples mas também mais eficaz Bushit, de Jack Huberman.
Uma alma que passeie desprevenidamente por entre os escaparates destas duas secções ficará convencido que as eleições presidenciais de 2000 nos EUA marcaram o início de uma nova “era das trevas” e puseram em marcha uma conspiração global, coordenada pelo “terrorista” George W. Bush, com o fito de impor ao resto do mundo o sistema de exploração capitalista. Contra esta sinistra corporação erguem-se as vozes de alguns —poucos— heróis esclarecidos, que anunciam o fim da exploração capitalista e o advento do miraculoso marxismo. O papel da Al Qaeda e demais jihadistas nesta trama não é claro. Parecem ser uma consequência da abertura do sexto selo, mas, se a memória não me atraiçoa, a fúria de Deus dirigia-se aos que haviam assassinado cristãos.
A estranha selecção de livros sobre “terrorismo” quase me faz ignorar a edição mais recente de Peter Bergen: The Osama bin Laden I Know: An Oral History of al Qaeda's Leader. Desconfiado, tento adivinhar o teor: será uma tentativa de “humanização” do monstro; outra negação da possibilidade de existência do Mal, para sossego das cabecinhas impressionáveis? Terá como sequela Xbox buddies: Ayman al-Zawahiri and me? Apesar da desconfiança e porque Peter Bergen não costuma apreciar maluquices conspiratórias, optei por comprar um exemplar. Ainda não terminei, mas trata-se de um livro excelente, baseado numa prodigiosa quantidade de informação. A CNN está a concluir a adaptação a documentário.
Na liga dos lunáticos militantes, Paul Krugman causa-me um particular desconforto. Krugman foi em tempos um economista interessante. Hoje é uma espécie de upgrade alfabetizado de Michael Moore.
Krugman, que já se esqueceu de algumas coisas, vive obcecado pela singular ideia da conspiração montada pelos “homens do presidente.” Esta sugestão, que adquiriu estatuto de dogma político para muitos dos americanos democraticamente derrotados, leva-o a interpretar todas as medidas políticas de que discorda como “subversões” do regime político, das contas públicas, da política externa e de tudo o mais. A sua mais recente compilação de crónicas (The Great Unraveling: Loosing Our Way in the New Century) é um manual da suspeição. Os sinistros Cancer men, que durante a noite o visitam em pesadelos, têm muitos amigos influentes no sector privado — na Enron, por exemplo. Todos trabalham infatigavelmente para reduzir a escombros o paraíso clintoniano que era a América antes das eleições presidenciais de 2000.
Krugman considera a sucessão por vezes surpreendentemente aleatória de (neo) conneries do executivo americano como um plano deliberado para apagar da história o “mundo liberal” e não hesita em identificar George W. Bush como o génio malévolo que dirige o gigantesco polvo global. É verdadeiramente estranho que o colunista do New York Times não se aperceba da incongruência fundamental existente na atribuição da autoria de uma tão complexa urdidura —the greatest conspiracy against the greatest number— a um homem que, a avaliar pelas crónicas do mesmíssimo Krugman, terá um QI comparável ao duma ervilha.
Joseph Schumpeter afirmou que a democracia liberal baseada no sistema de mercado era o único sistema político-económico capaz de criar os seus próprios opositores. As livrarias de Dublin parecem dar-lhe razão: a crítica do capitalismo e da globalização tornou-se um negócio lucrativo e ironicamente Naomi Klein, Noam Chomsky ou Paul Krugman são hoje empresários capitalistas extremamente bem sucedidos no mercado global. Os livrossobre o IRA? Estavam na secção de História. Evidentemente.
O elemento absorvente da compreensão
Em dia de tomada de posse do novo Presidente da República, um breve comentário sobre Jorge Sampaio, que se aliviou de mais algumas confidências nos últimos dias do mandato. Entre outras coisas, explicou aos portugueses que “hoje compreende dez vezes melhor o Eng.º Guterres.”
Acredito. Como acreditaria igualmente se o Dr. Sampaio tivesse anunciado que compreendia hoje “cem vezes melhor” o Eng.º Guterres do que o compreendia ontem, ou noutro momento qualquer da sua vida. Aliás, estou disposto a generalizar a minha credulidade sobre os progressos de compreensão do presidente cessante a qualquer personalidade ou fenómeno, e a admitir “factores de progressão” de ordem de grandeza ilimitada.
É que a natureza multiplicativa dos “progressos” do Dr. Sampaio, em matéria de entendimento político está —infelizmente— limitada por um pequeno mas fatal inconveniente. Sem querer (ou necessitar de) elaborar muito, limito-me a chamar-lhe o elemento absorvente da compreensão.
As grandes utopias, de Campanella a Thomas More, de Calvino a Lenine, de Hitler a Pol Pot, tiveram desejos semelhantes. Na república de Calvino puniam quem faltasse às orações e noutras matavam quem atalhasse pela licenciosidade. É um mundo ideal e perfeito. Pessoalmente, não quero viver nele.
No Brasil ainda é 8 de março. Não mais em Portugal.
Enquanto celebraram o "dia internacional da mulher", eu me limitei a avisar às pessoas à minha volta que hoje também poderíamos celebrar o dia em que Pedro Álvares Cabral saiu de Lisboa para, sem saber, descobrir o Brasil. Pouca gente sabe, mas ele está enterrado na antiga Sé do Rio de Janeiro, na Rua 1 de Março, ao lado do famoso edifício Assembléia 10.
E muita gente, sobretudo da minha classe social, torce o nariz para "nacionalismos" e não dá a mínima para os nossos feriados. Eu também não ligo muito; acho que têm razão porque associam o nacionalismo a um "orgulho" que não faz sentido. Mas gostaria de ver um nacionalismo baseado não no orgulho, mas na gratidão. Todos nós aqui deste lado do Atlântico devemos nossas vidas a Cabral, e não é porque o Lula é presidente que vou deixar de ser grato. Minha vida é boa, e eu não a teria sem os navegadores portugueses.
(...) this sort of non-argument, this bland assumption that the ideal of equality needs no justification, is endemic among egalitarians. - Murray N. Rothbard
El presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, ha afirmado que se siente "ofendido" con las críticas que el futbolista Ronaldo ha recibido en el Real Madrid y dijo que le ha enviado una carta de apoyo ante el difícil momento que atraviesa.
"Ronaldo representa mucho para la juventud brasileña, representa mucho para el fútbol brasileño y en parte le debemos la buena imagen que Brasil tiene en el mundo", declaró Lula en una emisión de su programa de radio 'Café con el presidente', emitida desde Londres, donde está en visita de Estado.
Según Lula, Ronaldo "es un chico que tiene la cabeza en su lugar, que ha ganado tres veces el título de mejor jugador del mundo" y "merece un reconocimiento por lo que ha hecho en el Real Madrid, en el Barcelona, en Holanda, en Italia, y sobre todo por lo que ha hecho por Brasil".
El presidente dijo que "uno de estos días, viendo un partido del Real Madrid, vimos a la hinchada abuchear a Ronaldo" y confesó que "como brasileño" se sintió "ofendido".
Estandarte orgulhoso de uma cidade de império, à entrada do estádio o emblema e uma certeza forjada num laborioso emaranhado de ferro negro e dourado: you will never walk alone; símbolo de uma união duradoura, afirmação de pertença, de esperança.
A frase recebe quem chega, o hino acompanha quem parte. Sempre com dignidade, na vitória e na derrota. Liverpool é uma cidade de Homens.
Entre "espasmos grotescos" e "risadas histéricas", ambas manifestações que se adaptam bem à personalidade em causa, MVA mostra-se deveras incomodado com a notícia de que João Carlos Espada será consultor de assuntos políticos do Presidente Cavaco Silva. Se mais razões não houvesse para gostar da escolha (e há), esta já seria uma boa ajuda.
Há pouco mais de um ano atrás, enquanto fazia campanha pelas ruas de Setúbal, como cabeça de lista do PS, o agora deputado e comentador na RTP, António Vitorino, dizia que eram reduzidas as hipóteses de, com um governo socialista, se proceder à co-incineração de resíduos industriais perigosos na cimenteira da SECIL da Arrábida. Como argumentos apresentava a requalificação ambiental da Serra e o desinteresse manifestado pela empresa na queima destes resíduos.
Ao acompanhar José Sócrates pelas ruas da cidade, o candidato sabia perfeitamente o custo em número de votos se anunciasse que o ex-ministro do ambiente acalentava a reanimação do seu "pet project".
A ser verdade que o processo vai agora avançar nas cimenteiras de Coimbra e de Setúbal, o deputado deveria, no mínimo, tornar pública a sua posição e em caso de concordância com esta solução, deveria explicar a razão de tal mudança de opinião, tendo em conta que nenhuma evolução tecnológica nos últimos meses a tornou melhor escolha.
Outra parte da questão é a disponibilidade da cimenteira. Até que ponto a dependência do beneplácito governamental para exercer a sua actividade fabril no local onde está implantada a torna sensível às mudanças de governantes e dos seus humores. É que há um ano atrás, um outro ministro do ambiente, mostrava-se satisfeito com a decisão da empresa, reforçando assim os seus planos para resolver o problema de outra maneira.
Será este mais um exemplo da (má) influência que os políticos têm na actividade económica, fazendo depender esta da sua própria agenda ou desse desejo, quase sempre perigoso, de deixarem obra feita?
As folhas de assinaturas deverão ser enviadas para:
Associação Portuguesa de Estudantes e Licenciados em Arquitectura Ninho de Empresas da ARQCOOP Rua João Nascimento Costa, Lote 7 1900 - 269 Lisboa
Nota: Para que conste, as minhas reservas à actuação da Ordem dos Arqutectos (e, em muitas áreas, das Ordens em geral) vão muito para além desta questão. Entendo no entanto que a questão levantada na petição aponta no sentido correcto (ainda que muitos dos seus promotores defendam provavelmente muitos dos atributos mais anti-liberais das Ordem dos Arquitectos e desejem apenas o direito de participar no grupo que ilegitimamente deles beneficia) e que é suficientemente relevante para mercer divulgação. Quanto mais não seja, como exemplo da prepotência e arbitrariedade destas estruturas e dos riscos de lhes atribuir o poder de estabelecer barreiras à entrada e limitar a concorrência em proveito próprio.
Alguém que por razões profissionais se deslocou à Comissão Para a Igualdade no Trabalho e no Emprego deparou com um magnífico exemplo de paridade. Só lá viu mulheres a trabalhar...
O líder do CDS-PP também partilha das dúvidas levantadas pelo blasfemo jcd:
O presidente do CDS-PP, José Ribeiro e Castro, manifestou, em declarações à Agência Lusa, dúvidas sobre a constitucionalidade da introdução de quotas nas listas eleitorais, considerando esta medida «o caminho errado para atingir um objectivo correcto».
«As quotas podem suscitar problemas de constitucionalidade uma vez que introduzem um sistema de discriminação em razão do sexo, além de que condicionam a liberdade de decisão dos partidos na composição das listas», afirmou Ribeiro e Castro.
O líder do CDS manifestou a sua discordância em relação à medida, considerando que pode ser entendida por muitas mulheres como «um mecanismo de desqualificação».
Quando um indivíduo é julgado de acordo com as características esteriotipadas do seu grupo, e não de acordo com as suas características individuais, o risco de se cometer uma injustiça é elevado. É por isso extraordinário que o feminismo, que inicialmente defendia que cada mulher deve ser tratada de acordo com os seus mérito próprios, venha agora, ao propor quotas, defender que homens e mulheres devem ser julgados de acordo com as características esteriotipadas do grupo a que pertencem.
As mulheres portuguesas são mães aos 27 anos, têm em média 1,4 filhos, vivem até aos 81,4 anos e representam quase 60% dos idosos em Portugal, segundo um retrato traçado ontem pela Eurostat. Sem fugir da média comunitária, na maioria dos factores estudados, o sexo feminino em Portugal destaca-se, no entanto, pela negativa no que respeita às habilitações literárias, com apenas 56,6% das jovens, entre os 20 e os 24 anos a completarem o ensino secundário, em 2005, o que confirma o já conhecido nível elevado de abandono escolar no país.
O artigo não refere a taxa de abandono escolar do sexo masculino...
A Marinha vai ter, pela primeira vez na sua história, a partir de hoje, uma mulher a comandar um navio. O convite à segundo-tenente Gisela Catarina Vaz Antunes será feito simbolicamente neste Dia Internacional da Mulher, pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Melo Gomes. O objectivo é transformar "este dia simbólico numa homenagem da Marinha às mulheres portuguesas em geral e a esta oficial em particular", diz um comunicado da marinha.
O Bloco de Esquerda quer que a paridade de género seja uma realidade, não só nos cargos políticos de eleição, mas também no Governo, nos cargos de nomeação pública e em todos os organismos que dependam do Executivo. O desafio vai direito para José Sócrates, como ontem deixou claro a bloquista Helena Pinto: "É preciso que o Governo e os organismos públicos dêem o exemplo. Se não o fizerem ficamos na metade do caminho." "Cumpra!", exortou a deputada, dirigindo-se ao primeiro-ministro.
(...)
Hoje, será a vez de o PS avançar com uma proposta no mesmo sentido - com aprovação garantida, dado que esta alteração nas leis eleitorais não obriga a uma maioria de dois terços. A intenção dos socialistas é muito próxima da do BE, mas deverá incluir um cenário que o BE rejeita: a previsão de medidas de paridade para os círculos uninominais.
Pergunta à deputada bloquista Helena Pinto: foi eleita para a Assembleia da República por mérito próprio ou por aplicação de quota de paridade de género?
O Presidente da República eleito, Cavaco Silva, já tem oito novos elementos na sua equipa, na qual figuram o cardiologista de Coimbra Manuel Antunes, consultor para a área da saúde, e João Carlos Espada, professor da Universidade Católica e colunista no "Expresso", que será consultor de assuntos políticos.
No último trimestre de 2005 «manteve-se a tendência de queda das quotas do grupo Portugal Telecom no tráfego total», segundo a Anacom. No total do ano a «fatia» da PT no tráfego de voz no serviço fixo passou dos 78,1% de 2004 para os 74,1% no ano passado.
(...)
Quem aproveitou estas quebras foram os novos prestadores de serviços, que, segundo as estatísticas da Anacom hoje reveladas, «registaram um aumento significativo do número de clientes de acesso directo (19,1%)».
O actual Serviço Nacional de Saúde (SNS) nas exclusivas ou determinantes mãos do Estado baseia-se no texto constitucional, como é evidente. Mas o texto constitucional assenta essencialmente em 5 premissas, que me parecem desprovidas de grande utilidade para os tempos que correm e para o objectivo de tornar o acesso de cada um à saúde mais fácil, mais eficiente e, sobretudo, mais útil. De nada vale um SNS construído nas melhores intenções se nada de útil os utentes dele puderem tirar. Gostaria de brevemente partilhar convosco o que penso sobre cada uma delas.
1) Só um SNS de forte ou total pendor estatal garante um acesso universal Não é preciso muito para desmentir esta premissa. Basta olhar em volta e logo nos escancaramos com a triste realidade: milhares de pessoas esperam semanas e meses (anos?) para um consulta, uma operação, um diagnóstico, algumas delas morrendo entretanto, ou desesperando ao frio e à chuva, noite dentro, às portas do centro de saúde para ser o primeiro a chegar. Isto é tudo menos um sistema universal, porque para o ser teria de permitir o acesso de todos, a tempo útil e com o menor dispêndio de esforços do utente possível.
2) O SNS, porque não está vocacionado para o lucro, presta cuidados a todos e não privilegia os ricos Importa também começar por olhar para actual sistema. Se há sistema que desfavorece os mais pobres e que mais precisam é, precisamente, este. Porque são os mais pobres que não têm conhecimentos para conseguirem as cunhas necessárias para furar as ineficiências do sistema, são eles que não têm dinheiro para aderir aos esquemas de saúde privados ou para aceder a meios privados de prestação de cuidados de saúde, muito menos podendo aceder aos serviços públicos ou privados que existem na União Europeia. Por outro lado, a asserção de que com um SNS nas mãos dos privados só os ricos teriam possibilidade de aceder ao sistema é desmentida pelas centenas de actividades totalmente privatizadas e que oferecem produtos de acesso geral e universal, consumidos por todos, muitos deles com elevadas exigências de qualidade. ### 3) O SNS, também porque não está vocacionado para o lucro, preocupa-se muito mais com a qualidade dos serviços É absolutamente ilógico que um sistema fechado, protegendo quem está e impedindo quem chega, totalmente dominado por um único agente que põe e dispõe sem consequências que não o aumento do défice possa ser um sistema dinâmico, aberto à inovação e ao constante aperfeiçoamento. Um sistema que impede ou inviabiliza a entrada de novos prestadores abre-se, isso sim, ao imobilismo, do parasitismo e à estagnação. Um sistema que não assente na liberdade de escolha do utente, em que a oferta não necessita de seduzir a procura, nem de aperfeiçoar a qualidade para a garantir, não pode senão favorecer o laxismo, a má e irresponsável gestão e a indiferença. Um sistema sem competição e sem liberdade de escolha, ou seja, um sistema sem desenvolvimento de um mercado, expulsa o utente do papel de actor chave dos fenómenos sociais e todo o sistema passa a ser gizado para a manutenção do estado de coisas e para a satisfação das necessidades individuais do sistema.
4) O SNS é gratuito O SNS não é gratuito e alimenta-se dos impostos de todos, mesmo dos que não recorrem aos seus serviços. E a voracidade fiscal demonstra, antes pelo contrário, que o SNS, como outros, é caro e mal gerido. Um sistema não assente na contratualização entre financiadores e prestadores de serviços como instrumento de definição de funções, de atribuição de responsabilidades e partilha de riscos degenera rapidamente num sistema irresponsável, que não presta contas a ninguém, que se enreda em burocracias e não se obriga a resultados. Por outro lado, a intervenção estadual na fixação de preços na área da saúde, endivida o estado, torna-o refém de poderosos grupos de interesse e obriga os produtores a reduzir a qualidade para economizar nos custos.
Não sendo gratuito, o SNS é supostamente alimentado pelos nossos impostos, cada vez mais altos e mais vorazes, restringindo liberdade económica e de escolha dos utentes. Mas dos nossos impostos qual é, verdadeiramente, a percentagem que se destina a prover condições de acesso e melhorias de prestação de serviços aos que mais precisam?
5) O SNS é o único que trata dos mais doentes e mais pobres porque são os mais dispendiosos Este é o problema da selecção adversa, que existe e deve ser ponderado na redefinição do sistema. Mas é um problema para o qual existem soluções, há muito estudadas. Se há coisa para a qual o Estado tem função é precisamente para a criação de um sistema de contratualizações, de incentivos e de mecanismos que se destine precisamente a partilhar os riscos da selecção adversa.
These days, the main threats to freedom of thought, freedom of speech and freedom of association no longer come from the totalitarian ideological superstate that inspired George Orwell to write his 1984. (First line, for the few readers who may not have caught the opening allusion: "It was a bright, cold day in April, and the clocks were striking thirteen.") That totalitarian horror still exists in places like Burma, but the distinctive feature of this new danger is the creeping tyranny of the group veto.
Here the animal rights campaign has something in common with the extremist reaction to the cartoons of the prophet Muhammad, as seen in the attacks on Danish embassies. In both cases, a particular group says: "We feel so strongly about this that we are going to do everything we can to stop it. We recognise no moral limits. The end justifies the means. Continue on this path and you must fear for your life." I don't claim that the two cases are strictly comparable. Human lives are saved by medicines developed as a result of tests on animals; no comparable good is achieved by the republication of cartoons of the prophet. But the mechanism of intimidation is very similar, including the fact that it works across frontiers and is therefore hard to tackle by national laws or law enforcement agencies.
If the intimidators succeed, then the lesson for any group that strongly believes in anything is: shout more loudly, be more extreme, threaten violence, and you will get your way. Frightened firms, newspapers or universities will cave in, as will softbellied democratic states, where politicians scrabble to keep the votes of diverse constituencies.
(...)
If someone says "the Nazis didn't kill so many Jews and had no plan for their systematic extermination", he is a distorter of history who deserves to be intellectually refuted and morally condemned, but not imprisoned. If, however, someone says "kill the Jews", or "kill the Muslims", or "kill the Americans", or "kill the animal experimenters", and points to particular groups of Jews, Muslims, Americans or animal experimenters, they should be met with the full rigour of the law. That's why, of all the recent high-profile cases where free speech has been at issue, that of the London-based hatepreacher Abu Hamza is the only one where I feel a criminal conviction was justified. Not because he was a Muslim rather than a Christian, a Jew or a secular European. No. Because he was guilty of incitement to murder. This is the line on which we must take our stand. Facing down intimidation, backed by the threat of violence, is the key to resisting the creeping tyranny of the group veto. Here there can be no compromise.
Uma sociedade livre é uma sociedade livre e não pode perder
Um grupo de Israelitas promoveu um concurso de cartoons anti-semitas em resposta à escalada artistica dos ultimos tempos:
Eyal Zusman (30), actor and playwrite, and Amitai Sandy (29), graphic artist and publisher of Dimona Comix Publishing, from Tel-Aviv, Israel, have followed the unfolding of the “Muhammad cartoon-gate” events in amazement, until finally they came up with the right answer to all this insanity - and so they announced today the launch of a new anti-Semitic cartoons contest - this time drawn by Jews themselves!
Ai, os malvados dos israelitas! Ai, ai, ai, ai, ai. Licenciosos!
A RTP fez a abertura do seu noticiário com a cerimónia, propagandisticamente eficaz para o Primeiro-Ministro, de anúncio de mais uma série de investimentos. A TVI abriu com a impopular subida das taxas moderadoras no sector da Saúde. Que eu tenha dado por isso, só a RTP transmitiu em directo o discurso do Primeiro-Ministro na dita cerimónia. De quem é a RTP? Do Estado. Quem é que manda na RTP? O Estado. Para que serve a RTP? Para promover a agenda política do grupo partidário que controla o Estado.
Com a sabática política prudentemente auto-imposta a chegar ao fim, Paulo Portas terá certamente um papel a desempenhar no realinhamento e reorganização da direita portuguesa. O facto de ter resistido à tentação de se envolver nas presidenciais aumentou significativamente o seu campo de manobra para os próximos tempos e o novo contexto político tem características favoráveis ao exercício da reconhecida destreza política de Portas.
Sendo certo que a experiência governativa do CDS foi a vários títulos decepcionante, a verdade é que as alternativas nesse espaço político (dentro e fora do partido) não conseguiram até agora afirmar-se.
Tudo parece portanto apontar para que, à direita, Portas volte a assumir uma posição de destaque, ainda que talvez em moldes não totalmente coincidentes com os do passado recente. Espera-se que, aproveitando o período de reflexão a que se sujeitou, não volte a incorrer nos erros do passado.
An estimated 38.8 million people watched the Academy Awards on ABC, down 8 percent from last year and the second-worst showing in nearly two decades, according to Nielsen Media Research.
Amanhã, Dia Internacional da Mulher, as condutoras não pagam a lavagem do seu carro nos estabelecimentos do Elefante Azul. Se a promoção fosse dirigida a condutores já haveria uns grupos de defesa da dita Igualdade a gritar "Discriminação"!!!
Já agora: será aceitável que Marques Mendes possa casar? Procriar? Adoptar? E as crianças, senhores, as crianças?!
A resposta é evidente: é aceitável desde que o Estado possa entregar as crianças a casais gays com provas dadas de progressismo para serem "educadas" de acordo com os ideiais bloquistas. O sistema estatal compulsivo de "educação", dominado pelo radicalismo de extrema esquerda, e a persistente passividade da maioria dos cidadãos perante esse deplorável cenário tratarão do resto.
Apesar de objectivamente não ser capaz de diferenciar o Crash do Brokeback Mountain, não posso deixar de concordar com o Boss ali em baixo. Também a minha (assumida) agenda gay faria pender o meu voto para o Brokeback. Só me apercebi de quão flagrante era este meu bias, quando ouvi o Jack Nicholson a anunciar o último vencedor da noite. Foi um misto de surpresa e desilusão.
Quando se diz que o Estado democrático em que vivemos é geralmente totalitário, isso não encerra qualquer paradoxo ou contradição: não se afirma que ele exerça o poder de forma violenta e ilegítima (no sentido de falta de representatividade sufragada); mas que o faz em todas as dimensões da vida humana, na totalidade da vida social.
(...)
Afinal, Mises tinha razão: o intervencionismo quase extinguiu a propriedade privada nas sociedades onde se tem vindo a espraiar. Nas nossas sociedades. Verdadeiramente, não foi a terceira via que triunfou: vivemos em regimes estruturalmente socialistas onde os limites à propriedade privada são cada vez maiores e, se calhar, nem nos apercebemos disso.
As críticas a Correia de Campos e o triste estado do PSD
PSD critica as corajosas (apesar de muito limitadas) medidas liberais do Ministro da Saúde:
O PSD criticou hoje o aumento das taxas moderadoras, já publicado em Diário da República, considerando que essa medida pode significar o "início da caminhada" para o financiamento do Serviço Nacional de Saúde pelos utentes.
Correia de Campos tem de resto sido o melhor elemento do actual executivo sendo tristemente sintomático que o PSD (e o desorientado e crescentemente irrelevante CDS) concentrem as suas críticas sobre ele.
Os hospitais privados já reagiram ao anúncio do aumento das taxas de moderadoras nas urgências, lembrando que o melhor para a concorrência seria mesmo a substituição do Sistema Nacional de Saúde [SNS].
A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que representa mais de 50 hospitais e clínicas privadas, afirma em comunicado oficial que «defende um sistema de saúde que assuma características de pluralidade de prestação, competitividade, eficiência e liberdade de escolha, da unidade de saúde e do médico. Só de um sistema com estes contornos, assente na liberdade de escolha geradora da concorrência, como acontece em vários países europeus, poderão resultar maiores benefícios para os cidadãos.»
De notar que a APHP não está a defender a liberalização do mercado de cuidados de saúde - tal implicaria, por exemplo, a livre entrada de concorrentes. Este comunicado defende apenas a inclusão dos seus associados num sistema estatal de saúde. Trata-se, portanto, de um bom começo. Mas ainda insuficiente.
Primeiro Ribeiro e Castro, presidente do CDS-PP, afirma que "se uma Constituição diz que é gratuito é uma mentira". Agora, a deputada popular Teresa Caeiro vem dizer o seguinte:
«A nossa Constituição proíbe expressamente que, num sistema em que os serviços públicos de saúde são tendencialmente gratuitos, seja a população a pagar esse mesmo serviço» (...).
It is of course the height of absurdity to term offers made by buyers to sellers as 'hostile' or 'friendly'. They are neither. The seller is free to accept or reject them. They may be hostile, though, to the sellers' agent who may lose his tenure if the seller accepts the bid. He can protect himself against this risk in two ways. One is by populist appeals to public opinion, legislative and regulatory manoeuvres, 'poison pills' and the like. The other is by brilliant managerial performance that gets so close to the ideal of long-run profit maximisation that no one thinks he can make much better use of the assets by wresting control of them from the sitting directors.
The branch of theory dealing with the value of corporate control was grafted onto the theory of the firm by Henry Manne1. It would be impertinent to try and give a capsule summary of his short seminal article here. Suffice it to say that the control premium offered by a bidder will lie in a gap, if any, between the company's market capitalisation under its sitting management and the present value of all future earnings the bidder expects the corporate assets to yield under the best management he can appoint. The bigger the gap, the bigger must the agency problem be. Equally, however, the bigger the gap, the stronger is the incentive potential bidders have to try and buy the corporate control. If potential bidders are not deterred by regulatory twists, poison pills and appeals to patriotism or good manners, the sitting management must strain to 'increase shareholder value' (as the current jargon has it) by better performance as well as by inspired rumours of impending bids so as to reduce the remaining gap between the current value of the company and its expected value to a rival, i.e. the control premium the rival would be willing to pay. Discouraging bids is to encourage sloth and inefficiency. Until this is better understood, agents will ride high on the backs of principals.
Paulo Portas estreia hoje o seu programa quinzenal na SIC Notícias com o nome de O Estado da Arte. Ao DN, o deputado do PP, diz que será um programa "cosmopolita" e "cool". Em entrevista à RR, fala sobre Sócrates e sobre o que pretende do programa:
Para além do talento, Portas destaca o facto de Sócrates ter sido eleito sem ter passado pelas "privações" da oposição, por ter contado com um Presidente da República em fim de mandato e por ter tido uma complacência dos meios de comunicação". (...)o comentador explica que volta à televisão para fazer o contraponto à "cultura de esquerda" que está instalada até porque o país "é menos à esquerda do que o país intelectual ou do que as pessoas que entram no debate político"
Foi recentemente anunciado por Durão Barroso a criação de um “Fundo Para Ajustamentos à Globalização”. Com um orçamento previsto de 500 milhões de Euros por ano, este destina-se a financiar a requalificação e subsidiar os trabalhadores que tenham perdido o seu local de trabalho devido a “ajustamentos derivados do comércio”.
Embora a proposta da Comissão contemple a deslocalização de unidades de produção para países terceiros, é omissa nas intra-comunitárias e não é claro que se aplique a empresas que encerrem devido à perda de competitividade resultante da abertura dos mercados europeus.###
Ao anunciar este programa, Durão Barroso alegou querer aprofundar a “Europa Social”. Os verdadeiros motivos parecem, no entanto, ser outros. Os principais beneficiários serão, sem sombra de dúvidas, os países da “velha Europa” uma vez que têm sido estes os principais “atingidos” pela deslocalização de unidades produtivas. São também os países da “velha Europa” os que mais têm levantado dificuldades à aprovação do Orçamento Comunitário. Estes têm-se oposto ao aumento das contribuições nacionais, proposto pela Comissão, para fazer face aos custos do recente alargamento. Alegam que o aumento das despesas derivadas do welfare state em conjunto com a imposição da redução dos défices públicos (e da dificuldade em aumentar as receitas fiscais na actual conjuntura) impossibilita o aumento das contribuições e aconselha inclusivamente a sua redução. É claro que a prevista “migração” dos fundos comunitários para os novos países-membros será porventura a principal razão da sua oposição. A proposta da Comissão pode ser vista como uma tentativa minimizar este efeito.
Convém também não esquecer que a derrota, em França, do referendo sobre o projecto constitucional ficou a dever-se, em grande parte à oposição dos movimentos alter-globalistas que acusam (quanto a mim sem fundamento) a EU de uma deriva “neo-liberal”. A Comissão procura assim aplacar a fúria dos que a acusam de estar a destruir o “modelo social europeu” e a render-se à globalização. Como seria de esperar a proposta foi bem aceite por parte destes. Consideram que esta dá (pelo menos em parte) razão às suas reivindicações. Porém, consideram insuficientes os fundos que lhe estão consignados e os acham demasiado apertados os critérios de elegibilidade.
Da parte dos que defendem a abertura dos mercados, a proposta também já foi alvo de críticas, nomeadamente por ignorar que a verdadeira solução está em liberalizar os mercados europeus. Não deixando de concordar com esta objecção (e tendo poucas dúvidas da aprovação desta medida), quanto a mim o maior perigo é o da Comissão sucumbir às pressões para alargar o âmbito e os fundos do programa. É um cenário perfeitamente concebível e no que respeita ao alargamento do âmbito são muitas as exigências que os estados membros e os alter-globalistas podem fazer. A UE corre o risco de estar a criar uma “segunda PAC”. A original, relembro, consome metade do Orçamento Comunitário e é uma inesgotável fonte de ineficiências, injustiças e fraudes.