21.6.05

Hipocrisia ou ma-fé

"não há iniciativa privada suficiente em Portugal", porque as empresas ainda estão "demasiado encostadas ao Estado"

Dando de barato que é verdade que o grau de feminilidade e aversão ao risco* em Portugal é elevado, teria que perguntar-se de quem é a responsabilidade das actuais dificuldades e dessa falta de “iniciativa privada”. O que aconteceu com o “Ha vida além do défice.”? Porque razão o português médio sonha com um emprego na Função Publica, um T2 em Sto Antonio dos Cavaleiros, um Renault Megane e 7 noites por ano em Salvador da Baia?
Este estado keynesiano/marxista que desde sempre esta apostado em controlar tudo e em tudo intervir que alternativas deixa às PME’s?
Aumentam os impostos e taxas, o sistema fiscal esta em permanente mudança, empurram-se a boas empresas para fora de Portugal, a Justiça não funciona decentemente e como consequência é facil não cumprir contratos, a burocracia é incrivel, a educação é miseravel, o mercado de trabalho é asfixiante e este “analista de risco” aponta as baterias às empresas e à Banca! Queixa-se de haver estado a mais? Onde é que as PME's estão encostadas ao estado?
Ja escrevi algures por aqui que a maior dificuldade para as pequenas empresas neste momento é tesouraria e recebimentos. O atraso médio nos pagamentos é de 42 dias (o suficiente para fazer falir uma pequena empresa); com a facilidade que existe em não cumprir contratos e adiar pagamentos indefinidamente, porque razão o Dr Jorge Sampaio não se dirige à ineficiência da Justiça com esta veemência e indignação? Ou aos burocratas e legisladores?

"Há oposição da banca no que respeita a arriscar alguma coisa para as empresas que querem inovar. Naturalmente que se quiserem um automovelzinho, a banca está disposta a fazer umas prestações”, afirmou Jorge Sampaio, classificando esta atitude de “embuste”.



Além de ser mentira, de repente e em ultima analise a responsabilidade da crise financeira em que se encontra o estado, - que por responsabilidade sua aumenta as dificuldades das empresas - é do unico sector em Portugal aparentemente competitivo e das empresas, como se fossem estas a gastar mais do que ganham.
“...embuste.” é esta conversa de um dos responsaveis do descalabro do estado e da falta de credibilidade a que chegamos. Comparar o capital de risco e o financiamento às empresas ao credito automovel, so vindo de alguém declaradamente perturbado, o que parece ser o caso deste “gestor de risco” a julgar pela crescente indignação com que se dirige às pessoas e as comprovadas semelhanças com o Chanceler Palpatine.

*Via Impertinências