5.9.06

As FARC e o PCP (5)

Recentemente vieram a público falaciosas noticias lançadas para a opinião pública por parte de alguns órgãos de informação daquele país que, de uma forma irresponsável, insinuam existir uma nova estratégia por parte das FARC-EP para se infiltrarem nas universidades, através de alguns dos seus membros sob a designação de militantes da JUCO. Esta associação naturalmente acarreta graves perigos para os activistas e militantes da JUCO.

A JUCO é uma organização juvenil de carácter legal que desde 1932 vem exercendo juntamente com o Partido Comunista Colombiano e os trabalhadores o seu papel na luta pela democracia e pela paz com justiça social.

Assim a JCP associa a sua voz às justas reivindicações por parte da JUCO, que exigem do Governo a garantia de integridade física e o direito à vida e militância dos jovens da JUCO. A par da exigência aos meios de comunicação responsáveis por estas notícias, que rectifiquem, clarifiquem e aprofundem a informação, visto que esta põe em risco a situação dos militantes da JUCO por todo o pais.
Talvez os jovens comunistas portugueses devam começar por falar com os editores do jornal Avante:###
Miguel Urbano Rodrigues: Outra questão. Não apenas os inimigos, mas por vezes forças democráticas com uma posição muito crítica perante o regime de Uribe, afirmam que as FARC não conseguem implantar-se nas grandes cidades, que não avançam nesse terreno, que não penetram nas classes médias urbanas. Que tens a dizer sobre o assunto?

Ricardo González, comandante Estado do Maior Central das FARC-EP: Relativamente ao assunto, a desinformação é total. Resulta de um desconhecimento do que são as FARC-Exército do Povo como organização político-militar. Não somente contamos com um aparelho armado como constituímos também o Partido Comunista Colombiano clandestino. Construimo-lo assim, clandestino, porque ali não há possibilidades de desenvolvimento real de organizações legais, abertas, de carácter revolucionário. E estamos também a construir o Movimento bolivariano pela Nova Colômbia, que é um movimento igualmente clandestino com forte implantação em sectores estudantis e operários, nos bairros periféricos das grandes cidades e em meios universitários e entre a intelectualidade. O que se passa é que este é um trabalho eminentemente clandestino. Não podemos tornar publico o que está a ser feito nos terrenos ideológico, político e organizativo. Esse trabalho é muito importante.

Março 2004