O grave caso do tradutor sem "bases científicas"
Filipe Moura está sem dúvida em grande forma. Depois da sagaz e surpreendente denúncia de que O Insurgente é um blog dominado por monges albinos, FM presenteia-nos com mais uma pérola reveladora da profundidade da sua capacidade de análise e da extensão da sua erudição.
Calhou desta feita ao Rui Oliveira ser impiedosamente desmascarado. Como o FM bem evidencia, o facto de o nosso Rui pertencer à classe dos tradutores (em matéria de classes, a extrema-esquerda gosta de tudo bem organizadinho), faz com que textos destes se vejam desprovidos de "base científica". O facto de serem uma simples e absolutamente evidente constatação lógica, naturalmente, não chega para conferir "base científica" ao texto, tendo em conta que o autor tem como actividade profissional principal a tradução (já referi que, em matéria de classes, a extrema-esquerda gosta de tudo bem organizadinho?).
A prova de que a lógica não é importante pode ser encontrada nas próprias palavras do Filipe Moura:Se o Rui Oliveira parasse para pensar, talvez concluísse que o facto que refere só é possível justamente por o homem então não existir. O homem não podia existir nessas condições.
Exactamente! Se o Rui Oliveira parasse para pensar (e desde que em vez de usar a lógica, se servisse de "bases científicas" como as do Filipe Moura), perceberia imediatamente que o facto a que aludiu (de há cerca de 55 milhões de anos o Árctico ser uma espécie de paraíso subtropical) só foi possível por o homem então não existir, o que é uma revelação notável. A influência antropogénica sobre o clima é de tal modo forte que não só a acção humana provoca o aquecimento (ou arrefecimento, conforme a moda do momento) global, como foi a própria não existência do homem há 55 milhões de anos que possibilitou as condições climáticas do Árctico que se terão verificado nessa altura.
Torna-se assim evidente que são muito mais importantes as "bases científicas" invocadas pelo Filipe Moura do que a lógica friamente aplicada pelo Rui Oliveira (já referi que o Rui é tradutor e se atreveu a escrever sobre alterações climáticas?).
Aliás, se caíssemos no erro grosseiro de avaliar os textos do Filipe Moura por padrões lógicos, seríamos forçados a concluir que o FM indicia estar perigosamente próximo de uma situação de irremediável indigência mental e/ou configura um agudo caso de iliteracia. Uma coisa é certa: eu não confiaria numa tradução feita pelo Filipe Moura.
por André Azevedo Alves @ 6/02/2006 10:06:00 da tarde
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