Laicismo, anti-catolicismo e liberdade de educação
A ofensiva laicista no nosso país tem naturalmente por principal alvo a Igreja Católica e é lamentável que o Ministério da Educação esteja agora a participar activamente nessa ofensiva. A existirem escolas públicas, a decisão sobre este tipo de matérias deveria ser tomada ao nível mais descentralizado possível e com um mínimo de intervenção das directivas centralizadas do Ministério da Educação.
Julgo no entanto que há lições mais importantes a retirar deste caso do que as que se relacionam directamente com a forma de organização das escolas públicas ou a submissão do Ministério da Educação aos objectivos de radicais laicistas. O que casos como este vêm demonstrar é que os católicos (e não só) têm tudo a ganhar com a defesa de um modelo que garanta a efectiva liberdade de educação e que essa liberdade passa necessariamente pelo desenvolvimento e aprofundamento de alternativas à escola pública.
Apesar de não partilhar todos os pressupostos do Eurico de Barros acho que o principal problema das escolas públicas não é sequer a retirada dos crucifixos e concordo com ele quando chama a atenção para "o cada vez mais baixo nível de ensino, a droga, a intimidação física e psicológica dos professores, o abandono das punições e expulsões pela "pedagogia" politicamente correcta e cobarde, a bastardização e simplificação reles das matérias". Por tudo isto, e porque quanto a mim estes problemas devem ser vistos de forma integrada no contexto do péssimo serviço prestado em muitas escolas públicas, a prioridade deve ser separar o mais possível Estado e educação, diminuindo dessa forma a esfera da intervenção governamental no ensino. Mais do que lutar pelo controlo da escola pública (um combate onde os socialistas por definição terão sempre vantagem), importa defender a possibilidade de, em igualdade de condições, exercer o direito à liberdade de educação fora da escola pública.
(artigo do DN via Último Reduto)
por André Azevedo Alves @ 11/26/2005 06:49:00 da tarde
<< Blogue