15.10.05

Os Imashaghen não se perdem no deserto*

Eu gostaria de saber que país desenvolvido é que o BrainstormZ conhece em que tal política se pratique. Se o não pensa nisso, deveria olhar para os países mais desenvolvidos e ver como a investigação e as universidades são financiadas. Não há de ser os EUA o modelo que serviu ao para apresentar tal proposta.
Claro que não existe modelo! O que escrevi no meu post não se baseia no desejo de "cópia" mas, sim, de "inovação". Foi o que fez a Estónia quando, em 1994, eliminou o imposto progressivo sobre os rendimentos (o que deve ter sido, para muitos socialistas, um tremendo choque... fiscal).

Ora, sobre a minha sugestão, o que realmente preocupa Filipe Moura não parece ser a privatização das instituições públicas de "ensino" superior (será?) ou o financiamento da investigação aplicada que, no admirado modelo americano, é parcial ou totalmente realizada pelo sector privado. O problema está na Fundação para a Ciência e Tecnologia, financiadora da "investigação de ponta". É que, segundo Filipe Moura, não há suficientes filantropos!

Esquecendo, por momentos, filantropos sacanas capitalistas como Gulbenkian ou Champalimaud, há que perceber o conceito de custo de oportunidade: como podem os privados contribuir mais para a Ciência quando o Estado lhes tira tanto?


*O título deste post ("Os Imashaghen não se perdem no deserto") é consequência do título do citado post de Filipe Moura: "Tempestade num deserto de ideias"

Wikipedia (meus destaques):
Tuareg is a name that became applied to [a Berber ethnic group or nation] by early explorers and historians, but they call themselves variously, Kel Tamasheq, Kel Tamajaq ("speakers of Tamasheq"), Imouhar, Imuhagh, Imazaghan, or Imashaghen ("the free").