Temos tendência para pensar na “ideologia” como a negação da “realidade”. Mas as ideologias, quando articuladas em projectos políticos explícitos e com as contas feitas, não são a negação da realidade. Pelo contrário. Traduzem exactamente a realidade, na medida em que esta é constituída pela contradição fundamental entre valores diferentes, e pela escolha entre uma pluralidade de modos de vida possíveis. O falso pragmatismo e o ridículo consensualismo que nos querem impingir à conta das urgências do défice é que são a negação da realidade
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