25.7.05

Ota(rios)

A OTA significa, face à Portela, mais uma hora a hora e meia em cada sentido. Põe-nos já a mais de quatro horas do centro da Europa, o suficiente para inviabilizar as viagens de um dia características do mundo dos negócios actual e para dificultar o turismo de fim-de-semana, segmento muito importante para o futuro do nosso turismo.
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Aliás, não há nenhum agente económico a favor do novo aeroporto. Nem as empresas, nem as companhias aéreas, os agentes de viagens ou os hotéis.

3. Quanto à necessidade de substituir a Portela, nunca foi apresentado um único relatório que o demonstrasse.

O ministro das Obras Públicas da altura, o eng. João Cravinho, afirmou que a capacidade máxima da Portela era de 12/13 milhões de passageiros, que não era possível levar o metro à Portela, apesar de ir chegar à Gare do Oriente.

O bom funcionamento durante o Euro 2004 demonstrou que afinal, mesmo só com uma pista, daria para muito mais.

O actual ministro, logo quando iniciou funções confessou-se surpreendido por se querer substituir a Portela, que já daria para 22/23 milhões, pela Ota, que não daria para mais de 30 milhões de passageiros.

Talvez para justificar a necessidade do novo aeroporto, a ANA aceitou a desmobilização de terrenos que quase inviabiliza uma segunda pista, com a imediata autorização de construção de habitação nesse terreno, sem isolamento de ruído.

(...)

A falta de publicação de qualquer estudo é, por omissão, indiciadora de que não há argumentos sólidos para substituir a Portela por uma solução pior em termos económicos e operacionais e hipotecar o País com uma dívida externa adicional de largas centenas de milhões, descontados os fundos comunitários que têm utilizações alternativas bem mais adequadas ao aumento da competitividade externa, que o novo aeroporto diminuiria. Está ainda por demonstrar a vantagem económica da Ota versus Lisboa. Será que entre tantos estudos este foi feito?