6.5.05

Maiorias II

O [Partido Socialista] tem, de facto, a maioria absoluta no país e não apenas na Assembleia. É com essas regras que se realizam eleições. Aqui e em todo o lado.
(...)
A tese de que os votos dos que não votam contam para alguma coisa levaria à hipótese absurda de podermos ter um governo em Portugal com a seguinte composição: PCP (8 por cento), BE (7) e abstencionistas (35 por cento). Eis um governo, coerente, que representa 50 por cento do país. Fantástico... Um regime em que, verdadeiramente, o peso das minorias não seria «menorizado». Um estado liberal, no entender deste peculiar insurgente.
O jmf comete dois erros:

1. O PS tem, de facto, maioria absoluta apenas na Assembleia da República! Este obteve 29,3% dos votos possíveis, suficientes para eleger a maioria dos deputados. Essas são as "regras" de uma democracia. Ninguém pode concluir sobre a côr partidária dos 35% dos eleitores que não votaram. Faze-lo seria hipocrisia.

2. "Estado liberal" é um contra-senso! Alías, no exemplo de jmf continuaria a haver necessidade de respeitar as minorias que votaram PS, PSD, CDS/PP ou branco/nulo.

No "entender deste peculiar insurgente", um partido eleito para governar deve tratar de forma igual todos os cidadãos, independentemente das opções de voto destes. Assim está estipulado na Constituição da República Portuguesa:
Artigo 13.° (Princípio da igualdade)

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
Mas Igualdade é um conceito amplamente usado por políticos (e bloggers) que - na hora de defender os interesses do seu partido - o facilmente esquecem...