3.5.05

O túnel de Ceuta

Desde a sua programação, em 1995, pelo Executivo de Fernando Gomes, até ao dia de hoje, o Túnel de Ceuta conheceu inúmeros avanços e recuos, propostas e contra-propostas, numa batalha que envolve, entre outros, a Câmara Municipal do Porto (CMP), a administração do Hospital de Santo António e o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR).

A proposta inicial para a saída do túnel seria em frente ao Instituto de Medicina Legal, do lado direito do Jardim do Carregal, chumbada em 1996 pelo IPPAR, afirmando que se encontrava muito próximo, não só do jardim, mas também do Hospital de Santo António.

Já durante o executivo de Nuno Cardoso, a CMP, começou a escavar a entrada do túnel em frente ao Hotel Infante de Sagres e a saída num local ainda mais próximo do hospital (à porta do serviço de urgências). A obra acabou por ser suspensa devido a dificuldades de escavação e a falta de cobertura financeira.

Em 2002, no início do mandato do actual presidente da CMP, Rui Rio, e um ano depois da Porto 2001, a obra encontrava-se num impasse. Para além de ter sido chumbada pelo IPPAR, não recolhia a aprovação do Hospital de Santo António, uma vez que a saída se encontrava mesmo à porta das urgências, numa rampa com demasiada inclinação e terminando em cima de um cruzamento.

Não sei se Rui Rio fez a extensão dentro da legalidade ou não, sei apenas que ele herdou, devido a enorme incompetência do PS nesta questão e, diga-se desde já, em muitas outras dentro da cidade do Porto (ao contrário de muitos, não penso que a gestão de Fernando Gomes tenha sido grande coisa para a cidade do Porto e Nuno Cardoso ainda menos).

Sei apenas que estava a resolver um assunto que, como muitos outros, estavam parados ou sem rumo devido à gestãp socialista da cidade. Quanto à protecção do Museu, não sei que tipo de estudos fez o IPPAR para saber que a saída do túnel no início de D. Manuel II iria danificar o liceu. Como qualquer portuense que se preze, conheço fisicamente o local e as explicações que ouvi do IPPAR não me convenceram nada.

Sinceramente, não sei onde tudo isto vai parar. Sei apenas que há um governo que, embora só conheça, para os outros assuntos, três velocidades (devagar, devagarinho, parado), decide, quando diz repeisto à cidade do Porto, armar-se em forte e fazer campanha pelo PS.

As eleições autarquicas já começaram no Porto.