Mudar
A esquerda sempre viveu, na democracia portuguesa, ideologicamente ao ataque. Este sempre foi o seu ponto forte, fruto dos anos na clandestinidade vividos durante todo o Estado Novo. Confundiu a direita com o fascismo para baralhar os incautos e alastrar o medo, exigiu mais Estado, mais garantias sociais e apoderou-se do conceito de Liberdade. Hoje a esquerda faliu. Não tem ideias e limita-se a defender o Estado Social. Mas os partidos de esquerda, que cedo se aperceberam que não podem estar à defesa, têm sempre jogado ao ataque, empurrando a direita para becos sem saída e exigindo-lhe cedências que a marquem. A questão do aborto é um caso paradigmático. Ela é a única arma de arremesso da esquerda ideológica. Sem o aborto, não há mais nada, apenas defender impostos para manter as altas despesas. O que, como facilmente se depreende, não serve.
É isto que os partidos de direita têm de fazer. Marcar a agenda política com exigências em áreas onde custe à esquerda fazer cedências. Mudar a Constituição tirando todas as referências e as práticas socialistas é um bom início. A reforma da Segurança Social e a flexibilização das leis laborais são outro exemplo. O vínculo à Função Pública deve estar sempre na ordem do dia, não porque seja popular (não é), mas por ser essencial ao desenvolvimento do país. Forçar. Insistir tanto que obrigue os partidos de esquerda a justificar as suas políticas que, a cada dia que passa, se demonstram fora de tempo. Basicamente, obrigá-la a jogar à defesa.
por André Abrantes Amaral @ 5/05/2005 11:54:00 da manhã
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