15.6.05

Toponímia

Leio na TSF Online que a CDU e o PS aprovaram os nomes de "Vasco Gonçalves" e Álvaro Cunhal" para ruas da cidade do Porto, para além do de "Eugénio de Andrade" (mas este, penso, ninguém o contestará).

Obviamente estou contra. De Vasco Gonçalves nada resta a não ser o atraso crónico de 15 anos a que nos condenou devido às suas estapafúrdias nacionalizações. De Álvaro Cunhal, pouco mais, não posso juntar-me ao coro de carpideiras que para aí anda, louvando incessantemente o homem, quando me lembro que ele quis implantar uma ditatura ainda mais sórdida do que a anterior. Aliás Emídio Guerreiro, em declarações ao Jornal de Notícias a propósito da propalada coerência de Cunhal, diz o seguinte:
Essa coerência, para mim, é uma catástrofe. O facto de ser coerente com um bandido como era o Estaline não beneficia nada a personalidade do Cunhal. Isso pode ser sinal de fundamentalismo.
Uma lucidez aos 105 anos que muitos jovens de 25 nem sequer vislumbram.

Voltando à vaca fria, eu sei que a toponímia de uma cidade é tudo menos uma coisa coerente, por exemplo, sabem onde fica a "Rua de Fernando Pessoa" no Porto. Se souberem, digam-me lá se o homem não mereceria algo de um poucochinho melhor. Não acho que os nomes das ruas de uma cidade tenham que ter um relação directa com a cidade (embora compreenda a precedência desses sobre outros), mas penso que não se deve dar o nome de ruas a pessoas que até combateram a ditadura autocrática (não se lhe pode chamar fascista pois não tinha essas características) de Salazar/Caetano, mas que nos queriam enfiar pela goela abaixo uma ditadura à moda soviética...

Para nomes ligados a ditaduras já bastam os que por cá temos (por exemplo, a Avenida Marechal Gomes da Costa, embora este tenha sido um pateta alegre que mês e meio depois do 28 de Maio já estava apeado).