Os custos de transição e a contabilidade pública
A propósito do meu artigo O mito dos custos de transição, publicado na Dia D de 14 de Agosto: CASE STUDY: a medicina é mais dolorosa do que a doença (por enquanto), no Impertinências.Em relação à escapatória dos custos de transição que o governo alega, para empurrar o problema e a solução mais para frente, como fizeram todos os outros governos que o precederam, André Azevedo Alves não refere que a falácia do governo se sustenta duma questão muito simples frequentemente esquecida: a contabilidade pública não é uma contabilidade de custos e proveitos, com um balanço que reflecte a situação patrimonial e uma demonstração de resultados, mas uma contabilidade de receitas e despesas. Resulta deste pecado original que só são reflectidas nas contas dum ano as despesas liquidadas nesse ano, como em tempos aqui recordei.
É por isso que o governo se preocupa com as consequências naturais da adopção desse sistema misto que o obrigaria a relevar as enormes responsabilidades já incorridas por pensões a pagar e o gigantesco volume das responsabilidades futuras por direitos adquiridos dos actuais activos. É como um icebergue de que se esconde a grande massa submersa. Submersa na incúria, negligência e manipulação fraudulenta do sistema de segurança social a que os governos sem excepção se têm dedicado.
por André Azevedo Alves @ 8/17/2006 03:29:00 da tarde
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