A paralisação alemã
O resultado das eleições na Alemanha é preocupante para a Europa. Comparemo-lo com a resposta japonesa, da semana passada, às dificuldades económicas que se lhes apresentavam. Os nipónicos foram peremptórios na escolha de Koizumi, mesmo que tal implique a privatização dos correios. Ao contrário do Japão, a Alemanha manteve-se indecisa.
A cada dia que passa vai-se cimentando a certeza que os povos europeus não sabem para onde ir e, quando o caminho lhes é indicado (um caminho de dificuldades e sacrifícios), parecem temer sair da letargia em que se encontram.
As reformas que a Alemanha (e a Europa) necessita de fazer não são inadiáveis. Poderão, inclusive, nunca ser feitas. Uma coisa é certa: Com as forças conservadoras de esquerda no poder, a estagnação económica manter-se-á naquele país. O resultado será o de mais empresas fechadas, mais desemprego, mais falência do sistema social, mais empobrecimento, mais racismo e intolerância social, mais radicalização política. Na verdade, a paralisação económica da Alemanha tornou-se ontem política e falta pouco para ser também social.
A Alemanha demonstrou ontem ter medo em mudar. Acredito, apesar de tudo, que o fará mais tarde. Nessa altura, será mais difícil, doloroso e menos proveitoso para nós todos.
por André Abrantes Amaral @ 9/19/2005 12:03:00 da tarde
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