O caneiro - II
Hoje de manhã, enquanto passava por cima da Ponte 25 de Abril, ouvi na rádio a notícia do perigo em que incorria. Pelos vistos, o vale de Alcântara corria o risco de ruir e todas as estruturas que por ele passam corriam o risco de desabar.
Fiquei a matutar.
Afinal, não tinham havido umas obras, que duraram uma eternidade, com alterações de trânsito bem incómodas? Não tinham elas decorrido do mergulho de um autocarro no parque de estacionamento da estação de Campolide em Novembro de 2003?
Curioso... As notícias (já com dois anos) dizem que não só as obras foram feitas como também o talude do lado do bairo da Liberdade seria arranjado. O relatório hoje mencionado, data precisamente desta altura. Mas já se sabe... Obras de Santana Lopes; só trapalhadas; certamente nem ele nem ninguém na CML alguma vez leu o relatório.
Também Setúbal é atravessada por várias ribeiras encanadas. Ciclicamente, perto das eleições autárquicas ou quando começa o Inverno o tema é debatido. Infelizmente, em altura de cheias, as consequências de optar por viver perto das ditas tornam-se evidentes. Mas a análise da opção de residir em zonas de maior risco (em Setúbal ou noutra cidade) podia-nos levar a outra discussão...
Fiquemos pelo caneiro alfacinha.
O dia de hoje foi fértil em acréscimos à notícia inicial do "Tal & Qual". Não houve rádio ou site de notícias que não pegasse na coisa. Todos os candidatos à edilidade se pronunciaram. No fim do dia, surge um comunicado da Câmara Municipal de Lisboa onde podemos seguir cronologicamente a novela de um rio encanado e das obras que teve, as que tem e as que vai ter. Afinal, parecia simples obter todos os dados do problema.
Já posso voltar para casa, atravessar a ponte caminho do sul. Afinal há quem trabalhe para evitar a derrocada geral. O que fica: um caso de "much ado about nothing" ou de jornalismo alarmista (num timing seleccionado), sem o devido fundamento de investigação?
por LA @ 9/16/2005 08:30:00 da tarde
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