Dizer mal é bom, quando com bom propósito

No seguimento deste e deste comentário do LA-C a este meu ‘post’:

Da mesma forma que desvalorizo as críticas não fundamentadas à administração Bush e à América, também não vejo com bons olhos o carimbar todos os críticos de anti-americanos.

Como mencionei no ‘post’, os EUA são um bom exemplo da arte em criticar os seus políticos, de sempre questionar o seu país. São frontais no bom e no mau. Ter sentido crítico não é igual a ser contra. Essa denúncia primária pertence ao mundo dos clubes da bola. Não deve existir em coisas sérias. Um exame de consciência honesto implica aceitar o nosso lado mau e as falhas a ele inerentes.

Assim sendo, deve existir o cuidado em distinguir dois tipos de críticas: As irracionais, das objectivas. O texto da Ana Gomes é um exemplo de irracionalidade dogmática e ideológica que deturpa todo e qualquer debate. Por isso o mencionei e comentei.

Já li várias análises nada simpáticas à política externa da administração Bush, nomeadamente à intervenção no Iraque, todas de norte-americanos que não, naturalmente, anti-americanos. Em Portugal, tirando os artigos da Teresa de Sousa e de Adriano Moreira no Público, existe nesta matéria, um deserto de ideias e capacidade analítica, porque o cidadão comum apenas quer ouvir julgamentos sumários que os políticos incompetentes facilmente satisfazem.