O contra-senso do ensino público
O Estado social, quando surgiu, viu que os filhos dos ricos estavam nas escolas boas e os dos pobres nem sequer iam às aulas. Daqui rapidamente depreendeu que, com boa preparação escolar, os ricos continuariam ricos e os pobres, sem educação e ignorantes, se manteriam pobres. Vai daí e decidiu mudar o estado das coisas.
O Estado social, podia ter dado dinheiro às famílias pobres de forma a que estas colocassem os seus filhos nas escolas. Mas não. Preferiu outra via. Preferiu construir escolas e educar os pobres, primeiro e depois, todos os filhos daqueles que não quisessem pagar a educação da sua família. Basicamente, comprou-lhes o direito ao ensino. A ideia, ao início, era fácil, barata, e parecia dar milhões.
Teve, no entanto, duas consequências gravosas. Em primeiro lugar, retirou aos pobres a liberdade educativa e em segundo, porque implicou um programa nacional de educação, levou à burocratização do sistema e a que este fosse criado por especialistas sem conhecimento directo da realidade e sem conhecimento verdadeiro dos alunos. No fundo, o resultado foi mau e ele está presente nos péssimos resultados escolares que todos, todos os anos podemos testemunhar.
O ensino prestado pelo Estado, pelas escolas públicas é mau e o privado sendo melhor que este, não é tão bom quanto o desejado em virtude das imposições estatais. Desta forma, os ricos continuam com as melhores escolas e os pobres com o pior ensino, sem qualquer possibilidade de escolha. Este é o resultado sempre que se procura regulamentar excessivamente uma actividade e sempre que se limita a liberdade de escolha dos cidadãos.
por André Abrantes Amaral @ 6/08/2005 12:09:00 da tarde
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