Fazer política
Não sou economista, nem tenho conhecimentos técnicos suficientes para me pronunciar sobre o défice e os problemas que ele acarreta. Apenas, ouvindo e lendo o que a grande maioria diz sobre o assunto e socorrendo-me da boa e velha técnica que é o bom senso, acredito não ser saudável lidar com uma despesa pública bastante acima da respectiva receita. Mas o que tem sido defendido em Portugal? Basicamente que a receita e a despesa devem andar lado a lado. Não devem fugir muito uma da outra. Este foi o discurso que a coligação PSD/CDS vendeu durante os seus quase três anos de governo. Era sua intenção convencer os portugueses da necessidade de controlar a despesa. O tiro saiu-lhes pela culatra. Na verdade, para os socialistas, tudo é possível se as receitas também subirem. Na minha opinião (e agora é compreensível porque disse não ser economista) a resposta da direita apenas pode ser política e nunca de cariz económico. A direita tem de lutar, tanto pela descida da despesa como da própria receita. Tem de se bater pela redução dos impostos. Numa primeira fase, os desequilíbrios serão inevitáveis e, possivelmente, na mesma proporção do abanão, mas julgo não haver outra alternativa.
A direita tem procurado uma resposta economicamente viável para a reforma do Estado. Creio que a solução não se encontra aí na medida em que o problema é político. Se a direita se virar para critérios meramente económicos ficará refém das políticas de esquerda. Tal qual o governo de Barroso, Portas e Ferreira Leite. Os resultados foram os que se viram. O governo actual é o que todos sabemos.
por André Abrantes Amaral @ 4/08/2005 11:59:00 da manhã
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