Traduções...
A RTP está a transmitir uma publicidade aos seus programas sobre um deles a que chamou "Totus tuus - Todos teus" (pelo menos à hora almoço é assim que o estão a dizer). Não sei de que trata o programa, estava a almoçar e a televisão estava sem som, mas se "todos teus" está lá como tradução de "totus tuus", então está errada, pois a expressão latina, que era o lema de João Paulo II para o seu brasão, quer dizer "todo teu".
Aliás "totus tuus" é apenas parte da expressão "totus tuus ego sum, Maria", cuja tradução pode ser "Ó Maria, sou todo teu". Esta sua dedicação a Maria explica-a João Paulo II no seu livro "No limiar da esperança" (aqui com apontador para versão em italiano).
Por outro lado, ontem, na SIC-N, quando Joaquín Navarro Vals, porta-voz do Vaticano, falava das condições em que se iria processar o Conclave, diz a certa altura, em italiano, "finestre sigillate", que a SIC-N notícias traduz como "janelas guardadas". "Guardadas"? Por quem? É lógico que Vals referia-se às janelas ficarem fechadas e bloqueadas, poder-se-ia dizer, "seladas".
Haverá muita gente que poderá pensar que isto são apenas minudências, pormenores sem importância. O problema é que estes dois exemplos que trouxe aqui são exactamente apenas isso: exemplos. Isto repete-se a uma frequência, por vezes, assustadora. E isto, apenas nas línguas de que conheço algo. Na televisão, na rádio, na imprensa. E isso revela uma falta de rigor a este nível que pode, também, denotar falta de rigor a outros níveis, como por exemplo, na exactidão da informação transmitida.
O rigor também passa por aqui.
por Rui Oliveira @ 4/07/2005 04:59:00 da tarde
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