De Quem é Mesmo a Crise?
Parece que, com o novo governo, os impostos sempre vão subir. A justificação está na necessidade de combater a crise. É engraçado que, em Portugal, muitas pessoas ainda considerem que, para se sair da crise, se devem aumentar os impostos. É precisamente o contrário. Outro dia, o telejornal da TVI, decidiu fazer um inquérito de rua sobre o aumento dos impostos. Todos os entrevistados bateram nesta tecla. Só assim se sai da crise. Todos? Não. Um dos senhores que respondeu àquele inquérito afirmou precisamente o oposto. Disse ele, muito simplesmente que, com medidas deste género os problemas se acentuariam, pois o dinheiro seria menor e a solução estava em baixar as despesas e as receitas do Estado.
Seria bom que as pessoas que pagam impostos e que sustentam a máquina estatal se apercebessem de uma coisa: Nós (os cidadãos) não estamos em crise. Quem está em crise é o Estado. Quem não tem dinheiro é o Estado. É o Estado que está falido e aflito. Não nós. Nós temos dinheiro (pouco é certo, mas que chega para o fim do mês). O descaramento de fazer valer a ideia que estamos em crise é tal, e de tal forma repetida, que muitos já nem sequer a questionam. O Estado socialista que quer tratar de tudo e de todos, que quer controlar o ensino, a saúde e a segurança social é que está em crise. O Filipe Moura, que é de esquerda, acerta na mouche quando diz: “Há que afirmar com frontalidade que dificilmente se podem pôr em prática políticas de esquerda sem subidas de impostos.”
Quanto mais impostos pagarmos, menos dinheiro há a circular. A economia cresce não quando se estimula a procura, mas quando se incentiva a oferta. Para tal é preciso que o Estado não nos leve o dinheiro. A subida dos impostos não serve para sairmos da crise, mas apenas para que todos continuemos a pagar um sonho de sociedade que alguns têm.
por André Abrantes Amaral @ 3/08/2005 09:53:00 da manhã
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