‘Eles’ sabem cada vez menos
De acordo com o noticiário de hoje da RFM, o Eng. João Cravinho terá afirmado que defender a reforma da segurança social, passando esta a um sistema misto de capitalização de parte das contribuições, é o mesmo que “não querer pagar a reforma do nosso pai”. Há, no entanto, no discurso do ex-ministro do Eng. Guterres, uma enorme falácia. Porquê? Porque o problema é precisamente o nós não sabermos de quem é reforma que estamos a pagar. O de percebermos que o dinheiro está a ser mal utilizado e que não chegará para todos. O Eng. Cravinho parece não compreender que o sistema da segurança social não foi criado pelo meu pai para mim, mas por um Estado Central que nos vê como uma massa uniforme de pessoas. Ou seja, eu não me importaria de pagar a reforma do meu pai, mas para isso não necessito do Estado, nem dos conceitos de solidariedade do Eng. Cravinho. Trata-se de um assunto a tratar com o meu pai e que os dois saberíamos resolver na perfeição.
O que cansa nesta argumentação pobre de pessoas como o Eng. Cravinho, já não é o assumirem o modo pesaroso de quem é dono da verdade e nos desconsiderarem a todos. É a necessidade de estarmos sempre a dissecar o seu discurso político à espera que percebam que estão a falar para outra geração. Com outros problemas e que vivem outra realidade.
por André Abrantes Amaral @ 10/03/2006 11:45:00 da manhã
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