18.9.06

Uma imagem vale mil palavras (2)

All this was inspired by the principle - which is quite true in itself - that in the big lie there is always a certain force of credibility; because the broad masses of a nation are always more easily corrupted in the deeper strata of their emotional nature than consciously or voluntarily; and thus in the primitive simplicity of their minds they more readily fall victims to the big lie than the small lie, since they themselves often tell small lies in little matters but would be ashamed to resort to large-scale falsehoods. It would never come into their heads to fabricate colossal untruths, and they would not believe that others could have the impudence to distort the truth so infamously. Even though the facts which prove this to be so may be brought clearly to their minds, they will still doubt and waver and will continue to think that there may be some other explanation. For the grossly impudent lie always leaves traces behind it, even after it has been nailed down, a fact which is known to all expert liars in this world and to all who conspire together in the art of lying. These people know only too well how to use falsehood for the basest purposes.

Adolf Hitler, Mein Kampf (in Big Lie; Wikipedia)
Hitler escreveu estas palavras em 1925 para relacionar a derrota dos alemães na 1ª Guerra Mundial ao que ele designava por propaganda dos judeus na imprensa. Durante a Segunda Guerra, o governo de Hitler adoptou a dita técnica propangandista ao ponto da OSS (posteriormente CIA) a descrever num perfil psicológico do ditador:
His primary rules were: never allow the public to cool off; never admit a fault or wrong; never concede that there may be some good in your enemy; never leave room for alternatives; never accept blame; concentrate on one enemy at a time and blame him for everything that goes wrong; people will believe a big lie sooner than a little one; and if you repeat it frequently enough people will sooner or later believe it.
Isto a propósito da retransmissão no canal 2: do "documentário" Loose Change. Pelas minhas contas, já é a terceira!###

No semanário Expresso, editorial de Henrique Monteiro intitulado "A mentira como defesa" (meus destaques):
O negacionismo não é novo na História, e sempre esteve ao serviço de uma ideologia. Os mesmos que negavam a barbaridade dos regimes comunistas, logo que a realidade histórica impôs a verdade, viraram as baterias contra a superpotência sobrevivente: ‘‘Afinal, são todos iguais’’ - dizem. O comunismo desprezava os seus cidadãos, assassinava-os... mas o mesmo fazem os EUA.

Esta grande mentira torna-se central para apaziguar consciências dos que, no passado, encobriram, omitiram ou apoiaram as barbáries.

Só assim se compreende como ainda há gente disposta a crer e a jurar que o 11 de Setembro tenha sido obra dos americanos... contra eles próprios. O caso seria risível se, progressivamente, através de sítios da Internet, de textos anónimos e de alguns ligados, por exemplo, a militantes comunistas e de outras formações de esquerda, esta teoria não fosse cada vez mais propagada. E se, para cúmulo, a própria televisão do Estado - quase sem protestos - não a tivesse erigido como uma das possíveis sobre o 11 de Setembro ao passar um filme sobre pretensa conspiração.

Se a opinião pública e a comunicação social não reagem a esta inacreditável manipulação poderemos tornar-nos reféns de mais uma falsificação histórica - uma das mais conseguidas artes, aliás, do estalinismo.
Na Alemanha, o DER SPIEGEL já em 2003 fez o seu papel ao desconstruir tais teorias da conspiração. Para quando semelhante iniciativa da comunicação social portuguesa?