Jacques, o Compreensivo
Jacques parece compreender as razões da ira islâmica contra o Papa: "é preciso evitar tudo o que anima as tensões entre os povos e as religiões". Jacques parece compreender o desejo do Irão em ter a sua bomba atómica, por isso não exige que o Irão suspenda o enriquecimento de urânio antes de quaisquer negociações, mas apenas durante as negociações, sem ameaça de sanções da ONU: "durante a negociação, a comunidade internacional renunciaria a levar o assunto ao Conselho de Segurança, enquanto o Irão renunciaria, durante o período das negociações, ao enriquecimento de urânio". Jacques compreende tanta coisa que talvez não tarde a compreender a reivindicação de que o Al-Andalus seja ressuscitado e a Espanha devolvida ao Islão. Teria pelo menos um bom aliado no próprio Al-Andalus, Juan Luís Cebrián, para quem, sem a "insidiosa Reconquista cristã", se teria desenvolvido na Europa (pelos vistos, ainda sob governação islâmica) "uma civilização verdadeiramente ecuménica e não sincrética", em que muçulmanos e cristãos conviveriam como convivem "a Europa da cerveja e do vinho, a da manteiga e do azeite". Eis como se despacham mil aninhos de História para o fundo da gaveta.
por Anónimo @ 9/18/2006 03:09:00 da tarde
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