A um passo do caos
Depois de ter feita tanta pressão para um cessar-fogo no Líbano, a França parece recuar. Já não vai preencher a maior parte do contingente de 20.000 homens necessários à formação da força militar para desarmar o Hezbollah. Passando por cima de estupefacção que uma decisão destas poderá causar, é importante não esquecer, conforme referi na passada quarta-feira, que com este cessar-fogo, tanto a ONU, como a França, estão envolvidas no Médio Oriente até ao pescoço. Um qualquer falhanço porá em perigo o seu papel no mundo. O assunto é sério, porque há pior. Se o Hezbollah não desarmar, a guerra volta e a paz só regressará com o extermínio de um lado: Ou Israel, ou o Hezbollah. Mas ainda é possível descer mais fundo. O fim do tampão sunita que era o Iraque de Saddam, permitiu uma maior influência do Irão xiita, em todo o Médio Oriente. O medir de forças entre sunitas e xiitas é uma constante e, como bem o faz saber Vali Nasr, no seu The Shia Revival: How Conflicts within Islam Will Shape the Future, uma luta fratricida pode transformar a região num caos ainda maior.
por André Abrantes Amaral @ 8/18/2006 01:49:00 da tarde
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