Democracy must be something more than two wolves and a sheep voting on what to have for dinner. - James Bovard
19.7.06
Os sinos dobram por nós
A derrota dos radicais e a esperança da paz
O que quer Israel? O que pretendem os judeus que foram viver para aquele canto do mundo? Esta é a pergunta que nunca mais foi feita, mas a sua resposta explica-nos por que Israel aceitou a divisão da Palestina em 1948, faz-nos compreender 1956, 1967, 1973, 1982, a retirada do Líbano e de Gaza e o que nos últimos dias se passa na fronteira que separa Israel do Líbano.
O Estado Judaico está hoje numa guerra profunda com o Hezbollah, um grupo guerrilheiro armado pela Síria e o Irão, que se infiltrou na democracia libanesa, minando-a lenta e mortalmente. Este grupo de homens armados, sem Estado a quem obedecer, tem um objectivo: Destruir Israel. Perante estes factos, há quem peça prudência e resguardo. Mas será prudente aguardar pacientemente a chegada do fim?
A Síria, desde o assassinato do primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, a 14 de Fevereiro de 2005, foi fortemente pressionada a retirar as suas tropas do Líbano. A implicação do próprio Bashar al-Assad no assassinato de Hariri, fragilizou o regime sírio de morte, obrigando-o a uma aproximação com o Irão. Neste jogo perigoso, os peões portaram-se à altura e tudo acabou por correr bem a Putin. Naquilo que foi uma coincidência extraordinária, a agenda da reunião dos G8, em São Petersburgo, foi ultrapassada pelos acontecimentos. Pouco se falou do fornecimento do gás russo à Europa e aos EUA. Menos ainda se mencionou o Irão e a Coreia do Norte. Há demasiados assuntos quentes no mundo para ‘entreter’ o Ocidente, enquanto a Rússia vai solidificando a sua influência nas áreas vitais da antiga União Soviética. Enquanto Israel e o Líbano estiverem a ferro e fogo, Putin não necessita de ficar entalado entre os EUA e o Irão. ### Mas se o presidente russo tinha, na passada sexta-feira, razões para sorrir, talvez já não sinta o mesmo nas horas que correm. Naquilo que pode ter sido um erro de cálculo dos seus inimigos, Israel subiu demasiado alto a parada e é da própria sobrevivência do Hezbollah, como entidade capaz de ferir Israel, que falamos agora. Israel retirou do Líbano há 6 anos e de Gaza há quase doze meses. Em Março último o povo de israelita castigou seriamente o Likud de Benjamin Netanyahu. A paz estava ao alcance dos árabes de boa vontade. Desde 2000 para cá, o Hezbollah foi conseguindo aumentar a sua influência e melhorando a sua capacidade de ataque, arriscando-se num jogo do gato e do rato. Ao não alinhar com a paz, aquele grupo guerrilheiro paga agora o alto preço da guerra, estando a eliminação física do seu líder de Hassan Nasrallah, no horizonte natural do exército israelita.
O futuro joga-se nos próximos dias. Uma coisa é certa: Israel, caso queira manter a sua viabilidade enquanto Estado soberano e seguro, não pode, tal como não vacilou perante Nasser, aceitar uma alteração no equilíbrio de forças que o obrigue a concessões políticas perante a homens como Assad e aos tiranos que regem a antiga Pérsia. Assim sendo, aqueles que pedem bom senso a Israel, deverão reflectir se o que sugerem não implica um enfraquecimento forçoso daquele que é o único Estado de Direito existente na região. Só com a derrota dos que vêem neste conflito uma forma de adquirir hegemonia regional, será possível pensar em paz. Enquanto isso, os sinos vão dobrando por cada vida que se perde.
O que quer Israel? O que pretendem os judeus que foram viver para aquele canto do mundo? Esta é a pergunta que nunca mais foi feita, mas a sua resposta explica-nos por que Israel aceitou a divisão da Palestina em 1948, faz-nos compreender 1956, 1967, 1973, 1982, a retirada do Líbano e de Gaza e o que nos últimos dias se passa na fronteira que separa Israel do Líbano.
O Estado Judaico está hoje numa guerra profunda com o Hezbollah, um grupo guerrilheiro armado pela Síria e o Irão, que se infiltrou na democracia libanesa, minando-a lenta e mortalmente. Este grupo de homens armados, sem Estado a quem obedecer, tem um objectivo: Destruir Israel. Perante estes factos, há quem peça prudência e resguardo. Mas será prudente aguardar pacientemente a chegada do fim?
A Síria, desde o assassinato do primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, a 14 de Fevereiro de 2005, foi fortemente pressionada a retirar as suas tropas do Líbano. A implicação do próprio Bashar al-Assad no assassinato de Hariri, fragilizou o regime sírio de morte, obrigando-o a uma aproximação com o Irão. Neste jogo perigoso, os peões portaram-se à altura e tudo acabou por correr bem a Putin. Naquilo que foi uma coincidência extraordinária, a agenda da reunião dos G8, em São Petersburgo, foi ultrapassada pelos acontecimentos. Pouco se falou do fornecimento do gás russo à Europa e aos EUA. Menos ainda se mencionou o Irão e a Coreia do Norte. Há demasiados assuntos quentes no mundo para ‘entreter’ o Ocidente, enquanto a Rússia vai solidificando a sua influência nas áreas vitais da antiga União Soviética. Enquanto Israel e o Líbano estiverem a ferro e fogo, Putin não necessita de ficar entalado entre os EUA e o Irão.
Mas se o presidente russo tinha, na passada sexta-feira, razões para sorrir, talvez já não sinta o mesmo nas horas que correm. Naquilo que pode ter sido um erro de cálculo dos seus inimigos, Israel subiu demasiado alto a parada e é da própria sobrevivência do Hezbollah, como entidade capaz de ferir Israel, que falamos agora. Israel retirou do Líbano há 6 anos e de Gaza há quase doze meses. Em Março último o povo de israelita castigou seriamente o Likud de Benjamin Netanyahu. A paz estava ao alcance dos árabes de boa vontade. Desde 2000 para cá, o Hezbollah foi conseguindo aumentar a sua influência e melhorando a sua capacidade de ataque, arriscando-se num jogo do gato e do rato. Ao não alinhar com a paz, aquele grupo guerrilheiro paga agora o alto preço da guerra, estando a eliminação física do seu líder de Hassan Nasrallah, no horizonte natural do exército israelita.
O futuro joga-se nos próximos dias. Uma coisa é certa: Israel, caso queira manter a sua viabilidade enquanto Estado soberano e seguro, não pode, tal como não vacilou perante Nasser, aceitar uma alteração no equilíbrio de forças que o obrigue a concessões políticas perante a homens como Assad e aos tiranos que regem a antiga Pérsia. Assim sendo, aqueles que pedem bom senso a Israel, deverão reflectir se o que sugerem não implica um enfraquecimento forçoso daquele que é o único Estado de Direito existente na região. Só com a derrota dos que vêem neste conflito uma forma de adquirir hegemonia regional, será possível pensar em paz. Enquanto isso, os sinos vão dobrando por cada vida que se perde.
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