28.3.06

"liberalismo nacional"

Martim Avillez Figueiredo diz que "há uma forte confusão sobre o conceito de liberalismo em Portugal":

Não é defeito do país. É desconhecimento da teoria. Numa frase, ser-se liberal em Portugal significa que se tem uma crença ingénua nas virtudes do mercado e, portanto, que se assume que tudo aquilo que se afaste da simplicidade desarmante da mão invisível de Adam Smith é ser contrário a esse liberalismo. Não é assim: há muitos liberalismos.(...)
O país conhece os desafios que enfrenta e deve ponderar nas respostas que quer dar. Uma delas, é a resposta errada: defender a liberdade acima da lei ou o interesse próprio sobre o colectivo invocando, por exemplo, as virtudes do livre funcionamento do mercado.(...)
Portugal tem mercado a menos e Estado a mais, mas pode pensar liberal sem que isso implique que a valorização de um conduza ao fim do outro. Dahrendorf fala em “liberalismo singular”. Aqui pode usar-se expressão mais simples: liberalismo nacional. Parece a quadratura do círculo. Não é.