A herança do Tio Patinhas
Muitos anos atrás (não digo quantos!), fui, à semelhança de muitas outras crianças, apreciador dos livros de banda desenhada da Disney. Porém, com a idade, o meu gosto por histórias gráficas evoluiu para personagens de outros autores – o Lucky Luke, por exemplo.
Daquela fase da minha infância uma imagem ficou para sempre gravada na memória: o Tio Patinhas a nadar na sua imensa “piscina” de notas e moedas. Julgo que o mesmo acontece com socialistas….
Sendo o pato mais rico do mundo, Tio Patinhas é caracterizado como um forreta (o seu nome anglo-saxónico até é Scrooge McDuck) cujos investimentos têm o único propósito de fazer aumentar o volume da sua caixa-forte - a “piscina”. Donald, o sobrinho, queixa-se inúmeras vezes que ele explora o seu (pouco qualificado) trabalho. Esta visão irrealista dos empreendedores deixou há muitos anos (não digo quantos!) de ser, para mim, relevante. Julgo que o mesmo não acontece com socialistas…###
Para um socialista, o facto do Estado aplicar superiores taxas de imposto à população mais rica significa somente que aqueles cidadãos terão um pouco menos de dinheiro para encher a “piscina”.
Assumam, por momentos, que a riqueza confiscada pelo Estado era exclusivamente destinada para o que socialistas consideram frívolo consumo e que esta redução do rendimento disponível não iria afectar o investimento daqueles contribuintes. O acréscimo do consumo da população mais pobre tornaria a sociedade mais justa e solidária, dirão os socialistas. Será que assim é?
Bom, o argumento usado por socialistas fundamenta-se no facto da redução do consumo dos contribuintes mais ricos afectar negativamente o negócio e postos de trabalho das empresas que àqueles vendem produtos e serviços mas, em contrapartida, criar empregos nos sectores de actividade que servem a população mais pobre e a necessária administração pública, gestora de todo o processo. Esta política de diferenciação entre ricos e pobres aparenta, assim, ser um procedimento de soma nula: o que se perde num lado ganha-se noutro – a “piscina” duns fica um pouco mais vazia enquanto que o nível da de outros sobe.
Existem, contudo, custos não contabilizados pelos socialistas. Entre eles, o incentivo à não criação de riqueza por parte da população mais pobre (que prefere receber gratuitidades como, por exemplo, o subsídio de desemprego), por parte dos funcionários públicos (que preferem ter emprego garantido para a vida) e por parte dos contribuintes mais ricos (que preferem deslocalizar o seu património e investimentos para outros países ou ingressar as fileiras da classe política). Por outras palavras, haverá cada vez menos vontade de encher a própria “piscina”.
Numa sociedade socialista ninguém quer ser como o Tio Patinhas. Todos ambicionam ser subsidiodependentes Metralhas.
por BrainstormZ @ 2/01/2006 10:24:00 da manhã
<< Blogue