Teixeira dos Santos avançou também que cada Ministério vai passar a ter um funcionário em permanência, cujo único objectivo é controlar as contas.
O ministro referia-se à criação da figura do controller.
Respeitável intenção esta, não deixa de me suscitar algumas questões. Não existirá já, na multitude de organismos de cada ministério, quem tenha a responsabilidade pela verificação da aplicação do OE, das depesas e receitas, análise atempada de desvios para que sejam introduzidas as medidas correctoras necessárias?
O estado criou uma imensidão de ministérios, secretarias de estado, direcções gerais, institutos... Muitas desta organizações são lideradas por nomeados políticos, escolhidos, quando muito, por terem alguma ligação (profissional ou outra) à área de intervenção estatal que vão supervisionar não pela sua competência de gestão; outras estão a cargo de funcionários com uma carreira feita no Estado, pouco habituados às limitações de uma gestão controlada. E é esse o aspecto relevante aqui. Como poderá um controlador (ou uma equipa imensa deles, por ministério) estabelecer uma relação frutosa com este exército de gestores do dinheiro público? Como poderá obter informação atempada e fiável de todos estes responsáveis? Que autoridade terá para questionar e antecipar decisões que belisquem o previsto no OE?
Será esse controlador (e respectiva equipa de colaboradores) também ele um nomeado de confiança política de cada ministro ou do ministro das finanças? Será um funcionário habituado aos procedimentos da função pública, incapaz de questionar a lógica dos gastos "à vara larga"? Veja-se o exemplo do director da DGCI, desde o ínicio contestado pela forma como foi recrutado, para perceber a necessidade de recorrer a técnicos especializados e com uma visão não conformada com as práticas habituais, as que levam a que Teixeira dos Santos tenha esta ideia.
Pessimista que sou, prevejo muitas dores de cabeça para mais este grupo de funcionários públicos embora, como contribuinte, lhes deseje sorte.
Num desafio aos leitores o BLOGUITICA pedem que lhe sejam enviados exemplos de relações de parentesco na política ("Um governador civil cujo filho faça parte dos orgãos de um partido. Um presidente da câmara cuja mulher seja ministra. E assim sucessivamente").
Apesar de o Paulo Gorjão garantir que não existe qualquer "agenda escondida" (o que acredito) penso que a referida iniciativa é bastante infeliz (para não dizer mais). Existindo casos (conheçoo alguns) em que o parentesco originou situações pouco claras (não necessariamente ilegais) noutras a suspeita é injustificada.
Vai-se misturar, sem critério, o justo com o pecador.Vão ser levantadas suspeitas injustificadas dignas do pior jornalismos especulativo.
ADENDA: Pacheco Pereira tem idêntica opinião e sugere outra iniciativa.
Não é raro ouvir nos discursos de figuras políticas ligadas ao PS apelos e referências a uma "ética republicana" (cf., por exemplo, Sampaio sobre as reformas na Administração Pública).
Pergunto-me diversas vezes: o que será esta coisa de "ética republicana"? Será que alguém me pode defini-la? E será que os próprios republicanos da 1.ª República terão eles seguido mesmo essa "ética"?
Os Conservadores vão examinar a possibilidade de introduzir um sistema de "Flat Tax" no Reino Unido. George Osborne é o "Shadow Chancellor" e escreveu sobre o assunto, tendo em atenção a diferença entre a sua implementação num país com um sistema fiscal estabelecido há muito e a sua introdução nos países de Leste que se tornaram economias de mercado só em anos mais recentes.
Flat tax scores highly on the age-old principles of good taxation, famously laid down by Adam Smith, who said that taxes should be efficient, transparent, simple and fair. They are easy to collect. The amounts charged are predictable. The burden on companies and individuals is low. The economic benefits follow: the deadweight cost of the tax system falls, competitiveness improves, and incentives to work increase as you keep more of your earnings. The result is that tax revenues can remain surprisingly buoyant even as tax rates fall. (...)
The lessons of the flat-tax revolution are clear. The first is that tax codes do not have to be complex.(...)Instead of micro-managing and failing to deliver, we should simplify, reduce complexity, and make taxes fair again.(...)The second flat-tax lesson is that lower taxes help encourage investment and enterprise.(...)Lower taxes help create an environment in which business and wealth-creation flourish, generating additional revenues for the government.(...)Of course, the Treasury cannot bank on these additional revenues and must proceed in a way that does not jeopardise the public finances.
Charles Krauthammer sobre os efeitos políticos do Katrina hoje, no Washington Post.
Segue um excerto:
In less enlightened times there was no catastrophe independent of human agency. When the plague or some other natural disaster struck, witches were burned, Jews were massacred and all felt better (except the witches and Jews).
A few centuries later, our progressive thinkers have progressed not an inch. No fall of a sparrow on this planet is not attributed to sin and human perfidy. The three current favorites are: (1) global warming, (2) the war in Iraq and (3) tax cuts. Katrina hits and the unholy trinity is immediately invoked to damn sinner-in-chief George W. Bush.
This kind of stupidity merits no attention whatsoever, but I'll give it a paragraph. There is no relationship between global warming and the frequency and intensity of Atlantic hurricanes. Period. The problem with the evacuation of New Orleans is not that National Guardsmen in Iraq could not get to New Orleans but that National Guardsmen in Louisiana did not get to New Orleans. As for the Bush tax cuts, administration budget requests for New Orleans flood control during the five Bush years exceed those of the five preceding Clinton years. The notion that the allegedly missing revenue would have been spent wisely by Congress, targeted precisely to the levees of New Orleans, and that the reconstruction would have been completed in time, is a threefold fallacy. The argument ends when you realize that, as The Post noted, "the levees that failed were already completed projects."
O artigo de hoje do Professor Vital Moreira no Diário Económico é notável. Explica entre outras coisas, de modo sucinto e fácilmente perceptível duas coisas (meu bold):
1.Porque é que o Socialismo é reaccionário;
Uma das primeiras medidas das revoluções liberais na Europa, a começar com a revolução francesa de 1789, foi a extinção das corporações profissionais medievais e o reconhecimento da liberdade de profissão, que elas coarctavam. A liberdade profissional (sem prejuízo dos requisitos para o exercício de determinadas profissões) constituiu, juntamente com a liberdade de empresa, uma das bases originárias da economia de mercado liberal.
Todavia, as corporações profissionais haveriam de ser restauradas em muitos países europeus na vaga antiliberal dos anos 20 e 30 do século passado, que assistiu à restauração de intensas formas de regulação restritiva das profissões.
2.Como o salário mínimo provoca desemprego.
Um dos traços da regulação (...) mais incompatíveis com a ordem económica comunitária é a fixação de preços dos serviços prestados, nomeadamente de preços mínimos. Muitas vezes justificada pelos interessados como meio de defesa da dignidade da profissão e da qualidade dos serviços (que seria alegadamente degradada se os profissionais começassem a concorrer nos preços), a fixação de tarifas e honorários profissionais constitui uma violação qualificada das regras da concorrência e do mercado, em prejuízo dos novos membros da profissão e dos utentes.
Por vezes, tenho a sensação que a actual “Europa” está a percorrer o caminho que a China fez no século XV, isto é, está tão convencida em relação ao seu “fim de história” (sim, Habermas, tal como Fukuyama, pensa que tem um “fim de História”), em relação à sua superioridade moral, que está pronta para se fechar em relação ao mundo. Aliás, a ideia de um lago europeu não é nova. Um perigo.
Há mais um português na disposição de se canditar a P.R. para ajudar o país. De seu nome Luís Botelho, tem 37 anos e é professor de Engenharia Electrónica da Universidade do Minho. Apresenta-se aos eleitores com uma "Nova Atitude" (o slogan de campanha). Eis algumas das suas propostas:
o cargo de Presidente da República não pode continuar a ser encarado como um prémio de carreira.(...) "Se não conseguir criar condições em Portugal para que a área florestal [ardida] seja em cada ano inferior a 100 mil hectares, obviamente, demito-me"
O detonador que o primeiro-ministro utilizou ontem para deitar abaixo as duas torres de Tróia era um mero brinquedo. No entanto, quem olhe para as imagens vê-o bastante absorvido no cumprimento do seu papel. Resumindo, foi ridículo.
Tivesse sucedido com Santana Lopes, Portas ou até mesmo Durão Barroso e caia o Carmo e a Trindade. Porquê? Porque a esquerda socialista se assume como dona do regime e, por maioria de razão, do país. À esquerda socialista tudo é permitido, até os maiores desvarios tão imperdoáveis a quem esteja à sua direita.
P.S.: Atenção que nunca apreciei o estilo de Santana Lopes mas, da mesma forma que não concordei com a demissão do seu governo e dissolução da Assembleia, não posso deixar de estranhar, quando se faz análise política, a existência de dois pesos e duas medidas.
Hoje, no seu Jornal de Negócios, o Sérgio escreve uma nota onde chama mentiroso - sem as letras, mas com a palavra - a Manuel Pinho, ministro da Economia. Acusa-o, enfim, de dizer coisas que desmente no dia seguinte. Ou seja, de não ter carácter.
O grupo Jerónimo Martins e a Associação Nacional de Farmácias associaram-se para abrir uma cadeia de lojas-farmácia na Polónia. Por cá, a mesma ANF, luta contra a liberalização do sector.
Calma que isto foi antes de se saber que a Carmelinda também era candidata
Cavaco Silva é o favorito às presidenciais numa sondagem da Universidade Católica para a RTP, em que o ex-líder do PSD tem 49% das intenções de voto e o antigo Presidente Mário Soares 32%.
(...)
À esquerda, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, recolheria 11% das intenções de voto, e Francisco Louçã, coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, teria 7%.
Numa eventual segunda volta, o ex-primeiro-ministro, que ainda não apresentou a candidatura, bateria o ex-Presidente com uma vantagem de quase trinta pontos percentuais: 65% para Cavaco Silva e 36% para Mário Soares
Se, em vez de restringirem a concorrência na prestação dos serviços profissionais sob sua jurisdição, para as quais são incompetentes (desde logo por que a lei não lhes atribui tais poderes), as ordens desempenhassem bem as tarefas de que estão realmente incumbidas, nomeadamente a fiscalização e punição das infracções das "leges artis" e da deontologia profissional, seguramente que não seriam importunadas pela Autoridade da Concorrência, que se limita a desincumbir-se da sua missão de velar pelo respeito das regras da concorrência leglamente estabelecidas.
Enquanto outros blogs perdem tempo com sondagens sobre temas menores como as autárquicas e as presidenciais, o Insurgente, sempr na vanguarda da blogosfera, promove uma sondagem para recolher a opinião dos leitores sobre ... a existência de sondagens no Insurgente.
John howard’s essentially conservative vision of international affairs, based on alliances of nations with shared interests and values, was made explicit in his decision to back the United States in the removal of Saddam Hussein. In his statement to parliament immediately preceding the war, the prime minister said that the alliance with America “has been and will always remain an important element in the government’s decision-making process on Iraq. The crucial long-term value of the US alliance should always be a factor in major security decisions taken by Australia.”
Muito interessante este artigo na Policy Review sobre John Howard e do seu (bem sucedido) projecto político para a Austrália.
Acaba de ser disponibilizada a edição de 2005 do EFW (no qual a Causa Liberal é um dos parceiros). Nota: os dados dizem respeito ao ano de 2003. Portugal "tombou" da 25ª para a 34ª posição.
Michael Englund (*) escreve o seguinte na Business Week:
This hurricane has at least three unusual features that will likely take additional bites out of third- and fourth-quarter GDP.(...) While most hurricanes have economic effects, Katrina has at least three unique factors: its impact on U.S. energy production; the related devastation of a major urban center, New Orleans; and the disruption of a vital transportation artery, the Mississippi River.(...)
The negative effect of the oil shock largely comes from the income drain from higher energy prices for purchase of nonenergy goods, as well as reduced "real" (adjusted for inflation) purchases of energy goods.
(*)"Englund é "Principal Director and Chief Economist" da Action Economics. Já foi "Chief Market Economist" da Standard and Poor's, participando no Standard and Poor's Forecast Council.
O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, culpou os especuladores internacionais por uma parte significativa da subida do petróleo. "Entre 20% a 30% do preço do barril (que se situa actualmente nos 65 dólares) deve-se unicamente à especulação", afirmou Schroeder, acrescentando que os especuladores agiram de forma "irresponsável".
Felizmente que este adepto das teorias da conspiração está de saída. Ainda se podia lembrar de impor preços administrativos ou outra estupidez do género.
Hurricane Katrina will reduce employment by 400,000 people in coming months while trimming economic growth by as much as a full percentage point in the second half of this year, according to a Congressional Budget Office assessment(...) Already, federal cost estimates for relief and recovery efforts are running as high as $150 billion, adding another broader economic impact - a worsening deficit picture.(...) While workers involved in reconstruction and government workers will not be affected, the CBO said it was reasonable to expect that for many workers the rebound in employment would be gradual, an adverse impact that will be slightly offset by large-scale hiring of construction workers.
Belgium is not a genuine nation; it is nothing but a political construction. Political power corrupts. To keep the country together the regime has to buy the adherence of a significant part of the population. Corrupt voters do not care about corrupt politicians and corrupt politicians do not care about organised crime. Brussels is marked by an absence of morality. There is a lesson here for everyone. If Europe ever “belgianises,” i. e. becomes a state without a real nation, it will end up as the same moral cesspit that Belgium is today.
* Talking Heads ** Não existem factos, não há absolutos. Tudo é relativo.
o que a imprensa portuguesa nos quer fazer crer sobre o Katrina - de que o Bush está a sofrer a maior censura de sempre, que toda a gente o culpa pela assistência ineficaz na Louisiana, etc, etc, etc... -, parece que os americanos não têm exactamente a mesma opinião.
Assim, numa sondagem (que sabemos, valem o que valem) da CNN/USAToday/Gallup, que pode ser consultada na CNN e no Drudge Report, chegou-se aos seguntes resultados:
Culpados pelos problemas em Nova Orleães depois da passagem do Katrina 38% Não há ninguém a culpar 25% Autoridades estaduais e locais 18% Organismos federais 13% George Bush 6% Sem opinião
Desempenho das diversas autoridades na resposta ao desastre:
Bush Muito bom: 10% Bom: 25% Nem bom, nem mau: 21% Mau: 18% Muito mau: 24% Sem opinião: 2%
Agências federais: Muito bom: 8% Bom: 27% Nem bom, nem mau: 20% Mau: 20% Muito mau: 22% Sem opinião: 3%
Autoridades estaduais e locais: Muito bom: 7% Bom: 30% Nem bom, nem mau: 23% Mau: 20% Muito mau: 15% Sem opinião: 5%
Esta sondagem mostra que as críticas às respostas dadas pelos vários níveis de autoridades envolvidas estão bastante divididas, não sendo unânime aquela crítica a Bush que a nossa imprensa quer fazer crer. Mas, também o facto é que, em Portugal, a imprensa quase só ouve gente ligada ao partido democrata e cita os jornais que quiseram eleger Kerry.
Eu penso que ninguém, seja a que nível for, ficou muito bem nesta fotografia, mas pôr a culpa toda no Bush, só revela duas coisas: uma partidarite aguda a favor dos democratas ou, no estrangeiro, um anti-americanismo agudo e primitivo.
Num e-mail recebido esta semana, davam-me conta de que as vendas no retalho, durante o primeiro semestre deste ano na Grã-Bretanha tiveram o pior resultado dos últimos vinte e dois anos.
As someone who once reported for a distinguished British publication on the internal affairs of a small and distant country after a residence there of precisely eight hours, I am only too aware that not all that one reads in distinguished publications about foreign affairs is either deeply considered or broadly informed. But I have rarely read such nonsense as a recent New York Times column entitled MAKING PROGRESS IN BRITAIN.
The columnist, Thomas L. Friedman, was right in thinking that Tony Blair will win a third term in the forthcoming election, but his judgment in all other respects was spectacularly wrong.###
Friedman presents Blair as a model for the Democratic Party to follow. He portrays him as a convinced but flexible liberal, an economic realist and friend of freedom, whose wise leadership has produced a healthy and growing economy. He also calls the finance minister, Gordon Brown, “deft.”
The British economy is far from healthy. Its growth rests on vast personal indebtedness secured by rising real-estate prices. It perennially produces less than it consumes. It is thus a kind of pyramid scheme that is liable to sudden collapse. Its supposedly low unemployment rate is a myth: the unemployed have simply been moved onto the disability rolls—there are now more alleged invalids in Britain than after the First World War. Half the jobs created in the last eight years are in the public sector or are directly dependent on it, and the vast majority of those jobs are not merely non-productive but anti-productive. Their only economic function is as a Keynesian stimulus that cannot long be sustained in the absence of other, genuinely productive economic activity, which these jobs preempt. Not only is the budget deficit increasing fast, but the proportion of the GDP taken up by the public sector is now relentlessly rising. As for the deftness of finance chief Brown: consider that, against all advice, he sold most of Britain’s gold reserves just when gold was at its lowest price for years (depressing the price still further) and just before it was about to double. His taxation of pension funds (in effect, a violation of the prohibition against ex-post-facto legislation) means that they yield 25 percent less than they did before he turned his attention to them. In an aging society, this is no small matter. It is building up poverty for the future.
Government regulation is increasing rapidly in almost all spheres. Hardly anyone, from the liberal professions to small shopkeepers, does not feel the increased weight of such government interference, which results not only in inefficiency but in a much-reduced quality of life. From the point of view of civil liberties, Blair’s government is the most illiberal in recent British history. It has abolished the legal prohibition of double jeopardy and wants to introduce the preventive detention of people deemed dangerous by doctors but who have never committed an offense. It has recently extended the use of absentee ballots, with the utterly foreseeable result of wholesale electoral fraud—in Labour’s favor, of course.
The Times’s Friedman says that expenditure on schools and hospitals has risen in Britain, which is certainly true: but, as in America, rising inputs don’t necessarily produce improved results. The oppositeis in fact the case, as a visit to a British hospital would quickly establish.
Insofar as the Blair government has not failed comprehensively, it is because it has not yet totally undone the reforms of the 1980s and 1990s: reforms which Messrs. Blair and Brown built their careers opposing.
Friedman hopes the Democrats will learn lessons from Mr. Blair: I hope so too, but not the lessons that he hopes they will learn.
European relationship, including threat perceptions, global leadership, superpowers, and general feelings toward each other. This year, additional questions were asked about the European Union, democracy promotion, human rights in China, and Iran.
OS AMERICANOS E OS EUROPEUS DIVERGEM QUANTO AO RUMO DA PARCERIA Enquanto 54% dos americanos consideram que deve haver um estreitamento da parceria entre os Estados Unidos e a UE (menos 6 pontos do que em 2004), 55% dos europeus (UE9) são da opinião de que a UE deve adoptar uma abordagem mais independente em relação à segurança e aos assuntos diplomáticos (mais 5 pontos).
MAIOR APOIO A UMA SUPERPOTÊNCIA EUROPEIA ENTRE OS AMERICANOS 70% dos europeus (UE9) desejam que a UE se torne uma "superpotência" à semelhança dos Estados Unidos (71% em 2004). 47% dos americanos são a favor de uma superpotência europeia (41% em 2004) e, destes, 80% são a favor de tal ideia mesmo que a UE nem sempre esteja de acordo com a política americana.
Como diria um Ilustre insurgente, "há qualquer coisa com os números redondos que nos atrai". E este parece-me bem redondo e atraente: o Sitemeter diz que recebemos 100.000 visitas. Obrigado e voltem sempre.
Artigo de Walter Williams (Professor de Economia na George Mason University):
According to a couple of poorly trained economists, there's a bright side to Hurricane Katrina's destruction. J.P. Morgan senior economist Anthony Chan believes hurricanes tend to stimulate overall growth. As reported in "Gas Crisis Looms" (Aug. 31, 2005), written by CNN/Money staff writer Parija Bhatnagar, Mr. Chan said, "Preliminary estimates indicate 60 percent damage to downtown New Orleans. Plenty of cleanup work and rebuilding will follow in all the areas. That means over the next 12 months, there will be lots of job creation which is good for the economy."
Professor Doug Woodward, of the business school at the University of South Carolina, has the same vision. Professor Woodward said, "On a personal level, the loss of life is tragic. But looking at the economic impact, our research shows that hurricanes tend to become god-given work projects." Within six months, Professor Woodward "expects to see a construction boom and job creation offset the short-term negatives such as loss of business activity, loss of wealth in the form of housing, infrastructure, agriculture and tourism revenue in the Gulf Coast states."
Let's ask a few smell-test questions about these claims of beneficial aspects of hurricane destruction. Would there have been even greater economic growth and job creation for our nation had Hurricane Katrina not only destroyed New Orleans, Mobile and Gulfport, but other major metropolitan areas along its path, like Cincinnati and Pittsburgh, as well? Would we consider it a godsend, in terms of jobs and economic growth, if a few more category 4 hurricanes hit our shores? Only a lunatic would answer these questions in the affirmative.###
Frederic Bastiat (1801-1850), a great French economist, said in his pamphlet "What is Seen and What is Not Seen": "There is only one difference between a bad economist and a good one: the bad economist confines himself to the visible effect; the good economist takes into account both the effect that can be seen and those effects that must be foreseen." What economists Chan and Woodward can see are the jobs and construction boom created by repairing hurricane destruction. What they can't see, and thus ignore, is what those resources would have been used for had there not been hurricane destruction.
Bastiat wrote a parable about this which has become known as the "Broken Window Fallacy." A shopkeeper's window is broken by a vandal. A crowd formed sympathizing with the man. After a while, someone in the crowd suggested that the boy wasn't guilty of vandalism; instead, he was a public benefactor, creating economic benefits for everyone in town. After all, fixing the broken window creates employment for the glazier, who will then buy bread and benefit the baker, who will then buy shoes and benefit the cobbler, and so forth.
Those are the seen effects of repairing the broken window. What's unseen is what the shopkeeper would have done with the money had the vandal not broken his window. He might have employed the tailor by purchasing a suit. The vandal's breaking his window produced at least two unseen effects. First, it shifted unemployment from the glazier who now has a job to the tailor who doesn't. Second, it reduced the shopkeeper's wealth. Had it not been for the vandalism, the shopkeeper would have had a window and a suit; now he has just a window.
Of course, were it the Tooth Fairy or Santa Claus providing the resources to repair the destruction of Hurricane Katrina, Mr. Chan and Professor Woodward would be correct. But what the heck, maybe we shouldn't be so harsh on these economists in light of the fact that they didn't receive their training at George Mason University's Economics Department, where there are no bad economists.
Kojo Annan, filho do secretário-geral das Nações Unidas, recebeu alegadamente mais de 750.000 dólares (600.000 euros) de várias empresas dedicadas ao comércio de crude, neste momento sob uma investigação ao programa «Petróleo por Alimentos» para o Iraque.
De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal britânico Financial Times, que cita fontes ligadas a duas entidades que efectuaram aquelas transacções, as comissões foram enviadas entre 2002-03 para uma conta aberta em nome de Adeymo, segundo nome de Kojo Annan, na sucursal suíça do banco Coutts.
Por aparente coincidência foram hoje dadas provas que o nosso problema não é falta de auto estima, sendo provavelmente arrogância e incapacidade de usar a inteligência.
O artigo do Professor Fernando Rosas no Público de hoje, sobre o qual o Francisco José Viegas já disse tudo.
O Fórum TSF. Não fazia ideia que existissem tantos portugueses tão bem informados acerca da realidade americana e que soubessem tanto sobre a geografia, geologia, história e economia dos EUA. Como me parece improvável que isto seja mesmo assim, a única conclusão possível é que tanta suposta sabedoria só pode ser arrogância e excesso de auto estima.
Por entre alguns factos escondem-se mentiras, omissões e falta de rigor.
Exemplos:
E sabia-se que os diques que protegem Nova Orleães não estavam projectados para aguentar um furacão de grau cinco.
Bush foi avisado desses riscos.
Como o foram Carter, Reagan, Bush (pai) e Clinton, pelo menos.
Também não seriam difíceis de prever outras consequências para além da inundação falhas de energia, falta de comida e água, desordem cívica. Especialmente quando aqueles que já pouco tinham são deixados à sua sorte.
Quem detinha a bola de cristal? E quem deixou os que “já pouco tinham” à sua sorte? Este link, é-lhe dedicado. O Mayor não ordenou a utilização destes 255 autocarros porquê? Foi proibido pelo Governo Federal?
As estatísticas mostram o número crescente de furacões e a sua ligação ao aquecimento global.
De certeza? Como JAD demonstra no artigo que fez algum “fact checking”, esta passagem é no mínimo estranha. Ver aqui as estatísticas.
São uma parcela dos 37 milhões de americanos que vivem na miséria, um número que não tem parado de aumentar nestes últimos anos.
Confundir miséria com pobreza tal como esta é medida, é pouco honesto e é mais desonesto ainda insinuar que o aumento de pobreza só esteja a acontecer nos últimos anos e que seja diferente do mesmo fenómeno em décadas anteriores. Não é, o aumento da pobreza nos EUA desde pelo menos 1959 tem estado sempre ligado a recessões económicas. Ver abaixo. Em 1999, a população americana era de cerca de 272.690.813 pessoas e havia perto de 32.000.000 de pobres (11,7%). Em Setembro de 2005 há cerca de 297.099.137 pessoas para mais ou menos de 37.000.000 de pobres (12,4%). A população aumentou em aproximadamente 24.408.324 pessoas, das quais sensivelmente 7.277.538 são imigrantes. Houve um aumento de pobreza na ordem dos 5 milhões de pessoas. Não esquecendo os efeitos da recessão de 2001 no aumento da pobreza, quem dera aos faróis do humanismo europeus. Fontes: Universidade do Michigan – National Poverty Center US Census Bureau
Num desastre natural não há bode expiatório.
Há sim e a JAD já escolheu o seu.
A América pobre e a rica, a América branca e a negra, mas também a América que existe e a América que se projecta.
Ler aqui. Na busca incessante do Homem Novo e da Sociedade Perfeita insiste-se em que a América tome o lugar da Albânia como farol dos povos. Vá lá perceber-se porquê.
A Autoridade da Concorrência (...) considera que "para efeito da aplicação da concorrência um profissional liberal é equiparado a uma "empresa" e uma ordem profissional a uma "associação de empresas" sempre que actue em representação dos seus membros, determinando regras ou comportamentos no quadro da sua actividade económica (ex. fixação de tabelas de honorários).
Ontem na TSF (não encontrei link) ouvi o bastonário da Ordem dos Médicos, insurgir-se contra a ingerência de uma entidade reguladora nas competências de outra entidade reguladora. Dizendo-se insultado com a analogia feita pela AdC, afirmava que o pretendido modelo liberal de preços não fazia sentido na Europa.
Pois não. O que faz sentido é haver fixação (feita, talvez, por uma Confederação Europeia de Guildas Profissionais) de preços para todos serviços prestados. Já agora, podia-se criar planos quinquenais para a produção de consultas.
O blog Threshold State faz uma resenha dos "culpados" do Katrina. Até agora já foram nomeados os seguintes (links para os artigos respectivos no post original):
Global Warming
Kyoto Refusal
President Bush
American Imperialism
The White House
The Federal Government
Louisiana Officials
New Orleans Officials
FEMA
FEMA Director Mike Brown
Governor Kathleen Blanco
Mayor Ray Nagin
NO Head of Emergency Operations Terry Ebbert
Alaska
Environmentalists
Republicans
Democrats
Republicans and Democrats
Capitalism
Privatization
Racism
The conservative world view
The Iraq War
Medicare
Small Government
Big Government
Urban Planners
Property Developers
Homosexuals
Abortionists
Klingons
‘corrupt crusading America’
Ariel Sharon and/or the Gaza withdrawal
Jews and/or African-Americans
Victims
Press Conferences
Photo Opportunities
Assclowns
Halliburton
Nicola Tesla
Cannibals
Bill Clinton
Hostage Takers
Como bem o diz o João Miranda, não é anti-americano quem critica os EUA. Da mesma forma, aliás, não é pró-americano quem elogia os EUA. O problema está na irracionalidade da crítica que leva a que não contenha o mínimo de fundamentação factual.
Por que razão a maioria das pessoas na Europa e, mais especificamente, em Portugal, caem neste fundamentalismo crítico? Por que sentem gozo quando algo corre mal nos EUA?
No meu ponto de vista são duas as explicações possíveis. Em primeiro lugar, os EUA são um país liberal. Ora, os europeus, na sua maioria e ao contrário do que Kant esperaria, não são. Os europeus nunca foram liberais. Viveram no feudalismo e dele passaram para o Estado absoluto. Até o liberalismo do século XIX foi um mero fogo de vista para inglês ver. Logo em meados do século XIX, ainda o liberalismo não tinha vingado na Europa e afastado todas as monarquias absolutas, e já estava a ser minado por homens como Marx e Engels. Da mesma forma que Matternich o via como um perigo ao seu império austro-húngaro, também Bismarck não lhe dava qualquer crédito, cuidando por apenas fazer valer o interesse alemão num equilíbrio de poder cada vez mais débil.
Tanto na Europa, como em Portugal, o pouco liberalismo que houve foi rapidamente trocado por ditaduras, umas de extrema-esquerda outras de extrema-direita. A razão deste ocorrência prende-se, acima de tudo, por os europeus pouco acreditarem na liberdade e na democracia. Hoje, depois da 2.ª GM, acredita-se um pouco mais na liberdade e na democracia, mas não o suficiente, não tanto como do outro lado do Atlântico.
Esta é a primeira explicação do ódio à América. Ela representa aquilo que a Europa nunca quis ser. Por essa razão os EUA foram criados por aqueles que, sendo europeus, aqui não queriam viver, por aqueles que recusavam aceitar a filosofia e modo de estar europeu. Podemos dizer que cá ficaram os que se agradam com o que temos.
Em segundo lugar, é preciso ter em conta que um anti-americano admira profundamente a América. Podemos até falar de uma relação amor - ódio que resulta do facto de, aqueles que não são liberais, não conseguirem aceitar o dinamismo dos EUA que é a força do liberalismo.
Qualquer europeu que odeie a América não consegue aceitar a dura realidade. A de que perdeu e que as suas crenças são falsas e que, com o nascimento do liberalismo americano, o Ocidente continuou na América e deixou, talvez, de existir aqui, neste continente velho e sem graça.
The nation's taxpayers will now be asked to rebuild New Orleans. The rationale for doing so is that it is a great city of national significance. Fine. But, if it's of national significance, what have all the homeland security task forces been doing these last four years? Why is the defense of the city still left to a system of levees each with its own individual administrative regime? If it's of national significance, why did the porkmeisters of the national legislature and national executive branch slash a request by the Army Corps of Engineers for $105 million for additional flood protection measures there down to just over $40 million, at the same time they approved a $230 million bridge to an uninhabited Alaskan island? Given that the transport infrastructure's already in place, maybe it makes more sense to rebuild New Orleans in Alaska.
Consider the signature image of the flood: an aerial shot of 255 school buses neatly parked at one city lot, their fuel tanks leaking gasoline into the urban lake. An enterprising blogger, Bryan Preston, worked out that each bus had 66 seats, which meant that the vehicles at just that one lot could have ferried out 16,830 people. Instead of entrusting its most vulnerable citizens to the gang-infested faecal hell of the Superdome, New Orleans had more than enough municipal transport on hand to have got almost everyone out in a couple of runs last Sunday. Why didn't they? Well, the mayor didn't give the order. OK, but how about school board officials, or the fellows with the public schools transportation department, or the guy who runs that motor pool, or the individual bus drivers? If it ever occurred to any of them that these were potentially useful evacuation assets, they kept it to themselves. So the first school bus to escape New Orleans and make it to safety in Texas was one that had been abandoned on a city street. A party of sodden citizens, ranging from the elderly to an eight-day-old baby, were desperate to get out, hopped aboard and got teenager Jabbor Gibson to drive them 13 hours non-stop to Houston. He'd never driven a bus before, and the authorities back in New Orleans may yet prosecute him. For rescuing people without a permit? ... Welfare culture is bad not just because, as in Europe, it's bankrupting the state, but because it enfeebles the citizenry, it erodes self-reliance and resourcefulness. New Orleans is a party town in the middle of a welfare swamp and, like many parties, it doesn't look so good when someone puts the lights up.
Well, the Mayor didn't give the order.
"Estado minimo"?
E desta (à Mario Soares) é de vez, não digo mais nada.
Agora que as aulas estão prestes a começar, aproveito para divulgar este excelente site, criado por uma professora de Matematica do 5° e 6° anos que da aulas em Faro. Foi uma ajuda inestimavel nas ultimas duas semanas para a cria ca de casa e concerteza continuara a sê-lo durante o ano lectivo que se aproxima. A senhora responsavel pelo site um muito obrigado pela iniciativa. Recomendadissimo.
Hoje, os noticiários dos canais de televisão generalistas estão a divulgar um documentário ("Vida no Ventre") anunciado na blogosfera há mais de quatro meses. Incluindo n'O Insurgente.
Nota: quem, em Maio passado, não teve a oportunidade de ver o referido documentário pode faze-lo na próxima segunda-feira (20h00m), no canal National Geographic.
Na Mão Invísivel, o Manuel Pinheiro não concorda com a aplicação de um dos seus trabalhos mais conhecidos, o texto sobre a "Falácia da Janela Quebrada". Parece-me que o seu texto se detem nos efeitos imediatos das acções dos indíviduos participantes (vítimas e os que lhes prestam ajuda - familiares, amigos ou governos) e que esquece a segunda vaga de consequências, as repercussões que num primeiro instante não são vísiveis. Correndo o risco de ser dogmático, não vou apresentar argumentos para justificar o que enunciei. Deixo apenas a referência à obra de Bastiat de nome "That Which is Seen, and That Which is Not Seen".
Os efeitos do Katrina resultam de duas catástrofes: uma, o furacão, é de origem natural mas a outra, o carácter perverso e anti-social do chamado "Estado social", é infelizmente de origem bem humana. Independentemente das fantasias de quem imagina a existência de um hipotético "Estado mínimo" nos EUA, não há furacão que tenha efeitos tão dissolutivos sobre a civilização como o Welfare State.
The loss of life and property caused by Hurricane Katrina is unprecedented in American history. But it is what happened to the social fabric of New Orleans after Katrina passed that is the real story, the real tragedy of the thing.###
After major disasters strike, wreckage can be cleared, homes and businesses rebuilt and infrastructure brought back on line - that is the easy part of recovering from such disasters. What is not so easy is to restore the sense of community and civility that existed before a place was ravaged by nature or man.
The ease of such social restoration is directly proportional to the sense of community and the level of civility that existed in a place before it was physically damaged or destroyed. New Orleans’ pre-disaster crime rate was ten times the national average. Given this and the fact that, during the recent crisis there, many of its citizens chose the law of the jungle over the rule of law, it is easy to conclude that the restoration of New Orleans’ social fabric will be an impossible task.
I have never lived in nor have I ever visited New Orleans. I don't first-hand know its sights, sounds or people. I must ask: What was it in that city that, after the storm had passed, quickly made men embrace savagery? What caused people there to rape and to murder, to steal from the desperate, to loot things unconnected to survival? What caused organized groups of people to attempt murder on those coming to save them? Why didn't their neighbors - the good people- band together to stop them from doing those things? The answer is simple: For the last forty years they had been taught by the creators of the Welfare State that they were permanently absolved from the responsibility of tending to their lives.
(...)
There are, no doubt, many brave and righteous individuals in the City of New Orleans. But there is also a widespread sickening savagery afoot there, as there is in every major urban center in America. A dysfunctional helpless class of people has been created by having been taught to despise the things that bring true satisfaction in life, the things that made the doomed passengers on the S.S. Central America care for each other; the things that propelled this country to prominence and its people to greatness.
No próximo dia 14, 4ª feira, pelas 21,00 horas, será retomado o Café Blasfémias, desta vez na renovada Cafetaria do Teatro Rivoli e, se não houver nenhum impedimento de última hora, com a presença do Consultor desde o início. “Eleitores e Eleitos” será o tema em debate.
No dia 22 de Setembro, pelas 20,30, no Teatro S. Luís, será a vez de as Noites à Direita voltarem a arrancar, numa sessão subordinada ao tema "A Direita e a Cultura", que contará com a participação de António Mega Ferreira, Pedro Mexia e Rui Ramos.
As últimas sondagens na Polónia dão a vitória nas eleições legislativas e presidências (a realzar a 25/09 e 09/10, respectivamente) aos liberais da Platforma Obywatelska.
Do seu programa consta a adopção de uma taxa única para o IVA, IRS e IRC de 15%. Recordo que esta medida (a equalização das taxas) foi várias vezes referida pelo Carlos Novais como propiciadora de uma maior transparência do sistema fiscal.
Recomendo a leitura do artigo Amantes do furacão, por Olavo de Carvalho.
O mundo está hoje repleto de amantes de Katrina, como ontem de admiradores de bin-Laden.###
(...)
Tantos são os crimes e tantos os criminosos na longa preparação da tragédia, que os primeiros jamais serão investigados e os segundos jamais serão punidos. O remédio, naturalmente, é cuspir no culpado de sempre. George W. Bush provocou o furacão porque não assinou o protocolo de Kyoto. George W. Bush gastou no Iraque o dinheiro da reforma das barragens. George W. Bush não convocou a Guarda Nacional em tempo. George W. Bush não mandou o Exército para socorrer a multidão de vítimas, porque eram negras e ele é um maldito racista branco.
Adianta dizer que mil Protocolos de Kyoto não mudariam o clima terrestre em tão pouco tempo, sobretudo porque essa fraude monumental isenta de restrições ecológicas os maiores poluidores do mundo, China e Índia?
Adianta dizer que o dinheiro que foi para o Iraque não era da reforma e que, se a verba inteira da guerra fosse para a reforma, jamais a barragem ficaria pronta antes de chegar o furacão? Adianta dizer que não faz sentido acusar os EUA, ao mesmo tempo, de estar no Iraque para ganhar dinheiro e para desperdiçar dinheiro? Adianta dizer que os cortes de verbas para a Louisiana já vinham do tempo de Clinton e que aliás deixar de fazê-los não construiria barragem nenhuma, só encheria ainda mais os bolsos dos políticos locais?
Adianta dizer que quem não quis a Guarda Nacional em tempo foi o governo da Louisiana, e que aliás a Guarda Nacional é uma organização de voluntários, espalhados por suas casas e empregos, impossíveis de reunir em número suficiente para um desafio dessas proporções em menos de três ou quatro dias?
Adianta dizer que uma lei americana centenária (Posse Comitatus, de 1879) proíbe a mobilização do Exército para qualquer assunto interno, que mudar essa lei seria uma discussão de meses no Congresso e que George W. Bush não é o Congresso?
Não, não adianta. Nos EUA, é claro, só uma fração mínima da opinião pública levou a sério as calúnias escabrosas que, como sempre, vieram pela boca dos Jesses Jacksons e Michael Moores. No Brasil, elas passam por verdades absolutas.
(...)
Sabem que ninguém, nos EUA, quer um metro quadrado, um centímetro quadrado, um milímetro quadrado da América Latina, nem dado de graça. Sabem que, se a população do Brasil inteiro, de joelhos, implorar aos americanos: "Invadam-nos", a resposta será: "Não, obrigado. Vocês têm idéia de quantos soldados e funcionários teríamos de enviar para botar ordem nessa bagunça infernal que vocês armaram aí? Têm idéia de quanto custaria isso? Daria para reconstruir duzentas New Orleans."
Pois é, aqueles fulanos sabem de tudo isso, mas mentem, porque só são jornalistas nominalmente. Em substância, são agentes de influência, o que é coisa totalmente diversa. Explicarei a diferença num dos próximos artigos.
Porque o Grande Timoneiro não sofre da mesma preguiça que o Comandante Miguel, os seguintes links foram, muito justamente, acrescentados à barra lateral:
De entre todas estas excelentes recomendações, permito-me destacar, a título pessoal, o Claudio Tellez, que considero um dos mais interessantes bloggers a nível mundial.
Como já por aqui foi dei conta, a VW está a ponderar produzir o seu SUV , Marrakesh, em Portugal. Isto porque custará menos €1.000 por carro que na Alemanha. A boa notícia é que além de Palmela, há outra localidade portuguesa na corrida (via Deutsche Welle):
Uma das esperanças de salvação de postos de trabalho na Volks alemã é o utilitário compacto Marrakesh, que a empresa quer lançar nos próximos anos no mercado europeu. A montadora acenou com a possibilidade de adaptar a fábrica de Wolfsburg para produzir o veículo, mas ainda não tomou a decisão, pois quer evitar os altos custos com pessoal da Alemanha. Por isso, cogita produzir o utilitário em Portugal, na fábrica de Leça da Palmeira.
No debate com o chanceler Schröder, a candidata da CDU, Angela Merkel, inspirou-se em Reagan para a sua declaração final. No final de um debate com Carter em 1980, Reagan questionou os americanos, levando-os a avaliar a situação do país e, com base na mesma, a escolher entre ele o candidato democrata:
Next Tuesday all of you will go to the polls, will stand there in the polling place and make a decision. I think when you make that decision, it might be well if you would ask yourself, are you better off than you were four years ago? Is it easier for you to go and buy things in the stores than it was four years ago? Is there more or less unemployment in the country than there was four years ago? Is America as respected throughout the world as it was? Do you feel that our security is as safe, that we're as strong as we were four years ago? And if you answer all of those questions yes, why then, I think your choice is very obvious as to whom you will vote for. If you don't agree, if you don't think that this course that we've been on for the last four years is what you would like to see us follow for the next four, then I could suggest another choice that you have.
Será Reagan um modelo a seguir também em termos políticos? Se assim fosse, o modelo alemão da economia social de mercado ("soziale Marktwirtschaft"), iniciada por Ludwig Erhard num governo CDU, iria sofrer muitas (e necessárias) alterações.
Para quem, até agora, perdeu a discussão sobre a dimensão ideal do Estado em situações de catástrofe recomendo a leitura cronológica dos seguintes posts:
Vital Moreira refere que os problemas de coordenação em Nova Orleães provam a ineficácia do Estado Mínimo;
O insurgente Miguel esclarece VM sobre as funções do Estado Mínimo;
O blasfemo João Miranda explica a VM a necessidade de escolha na alocação de recursos escassos;
RAF, outro blasfemo, adiciona o facto de nenhum Estado (independentemente da sua dimensão) poder evitar catástrofes naturais - e, a acontecerem, ser preferível o cidadão ter a liberdade de escolher onde investir os seus recursos;
VM responde a RAF e diz que não estava a defender um "Estado Máximo" mas, sim, a referir que até um Estado Mínimo tem o dever de, num território normalmente ameaçado por furacões, atenuar os efeitos destes preventivamente (Sugestão: voltem a ler o seu primeiro post e verifiquem se foi isso que VM quis dizer);
RAF volta a tentar elucidar VM sobre a impossibilidade do Estado (por maior que seja) conseguir evitar catástrofes naturais e sobre como é sempre mais fácil «fazer prognósticos no fim do jogo».
Dúvida: Caro VM, julga que nos EUA o Estado é "mínimo"?
Durante o corrente ano os consumidores europeus compraram mais têxteis "Made in China" do que os produtores e os governos europeus lhes permitiam. Como consequência as alfândegas barraram a entrada de novas importações a fim de obriga-los a comprar o produtos fabricados nos países-membros.
Após um longo "braço de ferro" os governos da China e da UE chegaram a um acordo relativamente a esta "ultrapassagem de quota". A UE "aceitará" metade desta quantidade como um "aumento de quota". O remanescente será deduzido à quota de 2006.
Desta forma os governos da China e dos países-membros comprometem-se a limitar a liberdade dos seus cidadãos em prol da industria têxtil.
###O Finantial Times comenta desta forma o acordo alcançado.
It is particularly worrying how shallow is the support for real free trade, as opposed to the ineptly managed version, in Europe. "Free trade is right but you have got to get there in stages," Tony Blair, who makes a big deal out of banging the drum for economic liberalism in the EU, told the BBC yesterday. "It is not unreasonable for some of those people who are producers in Europe to say: we have our own interests in this process of transition."
In fact, those producers had a full decade of warning that the quotas were coming to an end, for at least the last three years of which China's competitiveness in textiles was evident. And Mr Blair's words should ring particularly hollow with the UK's own textile companies, many of whom have done a good and prescient job of restructuring themselves into high-end specialist manufacturers or design and distribution houses. They will now suffer next year from lack of access to low-cost Chinese production, as will European retailers.
Moreover, the entire episode has fed a belief in the developing world that the rules of free trade are there to be changed by the rich countries if it is politically expedient. Often this charge is not true: the World Trade Organisation is one of the few multilateral organisations where small poor countries can force large rich nations to change policy through litigation. But sometimes it is. And mid-course corrections like these send a terrible message to the other members of the WTO who are being asked to offer up politically difficult cuts in tariffs as part of the troubled Doha round.
Yesterday's agreement was a victory for news management and little else. No one who cares about efficiency, fairness and the future of free trade should be celebrating.
11 de Setembro de 2001. Atentado terrorista em Nova Iorque (e Washington). Colapso das torres gémeas do World Trade Center. Milhares morrem. O mayor da cidade, Rudy Giuliani, é aclamado pela sua liderança na gestão da catástrofe.
29 e 30 de Agosto de 2005. Furacão Katrina atinge a costa dos Estados de Louisiana, Mississipi e Alabama. Colapso dos diques de protecção de cheias. Estima-se que milhares morreram. O mayor da cidade de Nova Orleães (Louisiana), Ray Nagin, decretou a sua evacuação no dia 28 de Agosto mas o uso de autocarros escolares foi insuficiente para transportar os milhares de cidadãos que não possuiam viatura própria. O pavilhão de desportos (Superdome) para onde muitos foram evacuados não foi suficientemente equipado com stocks de água e comida. O presidente dos EUA, George W. Bush, é criticado pela falta de liderança na gestão da catástrofe e acusado, por alguns, de racismo.
O facto do furacão Katrina ter espalhado destruição por vários estados americanos indica que se exigia elevada coordenação entre as autoridades locais, estaduais e federais. Verifica-se, a posteriori, que tal não aconteceu. Mas depois dos acontecimentos a crítica é sempre mais fácil...
Nota: sobre o alegado racismo de Bush convém transcrever as palavras de Lou Dobbs, jornalista da CNN:
We should put in context, it seems to me also, that the city of New Orleans is 70% black, its mayor is black, its principal power structure is black, and if there is a failure to the black Americans, who live in poverty and in the city of New Orleans, those officials have to bear much of the responsibility.
A integridade é uma virtude que não se associa apenas à verdade, ao se ser verdadeiro. Ela pressupõe um conhecimento integral dos vários fenómenos que ocorrem na nossa vida. Assim sendo, uma pessoa íntegra é alguém que procura saber o mais possível sobre determinado assunto, sobre o maior número possível de temas e, não satisfeito, procura interligar todos eles e nunca se contenta por arrumar o que aprendeu em prateleiras separadas.
Esta atitude não é incutida por terceiros, ela existe no nosso interior e desenvolve-se fruto do nosso esforço diário. Vem isto a propósito da forma tendenciosa como parte da comunicação social noticiou a catástrofe de Nova Orleães, culpando a administração norte-americana sem apurar as causas, contentando-se a explorar a emoção e, com base nesta, dizer de sua justiça.
É a nós, individualmente e em comunidade, quem cabe fazer o esforço por saber mais do que nos é apresentado e discernir o verdadeiro do falso. Dá trabalho. Sem dúvida. No entanto, a comunicação social é, também ela, um espelho do povo. Dito de outra forma, a comunicação social tudo fará para respeitar uma audiência íntegra.
No seguimento do post anterior, será bom lembrar o que escreveu José Sócrates para perceber que o primeiro ministro não irá manter a confiança a quem ouse desafiar a omnipresença do estado social que em tudo interfere. Eis como criar "Uma agenda para a confiança" (meus destaques e links):
1. Definir um bom rumo; 2. Ter um bom Governo; 3. Ter uma nova atitude. A única força concorrente a estas eleições com capacidade para cumprir esta agenda é, obviamente, o PS. Ninguém o pode negar.
Qual o papel do Estado para a Esquerda moderna? A referência não pode deixar de ser a prática das sociais-democracias nórdicas. Não é certamente o Estado mínimo defendido pelos liberais de direita. Não é o Estado tentacular e burocrático que se mantém na mente de alguns conservadores de esquerda. Nalguns sectores será, certamente, menos Estado, mas noutras áreas, por exemplo no Ambiente e em toda aquela que tem a ver com os chamados direitos de terceira e quarta geração, é, concerteza, mais Estado regulador. O Estado social deve ser aprimorado, evoluir, e não ser liquidado.
O Prof. Luís Cabralaponta a falta de algumas "condições básicas" para o funcionamento da economia portuguesa: o excessivo peso do Estado na economia, a legislação laboral, distorções na fiscalidade, a burocracia na criação e extinção de empresas (qual delas a mais díficil).
Os problemas estão identificados há muito. Os caminhos a seguir para os solucionar nem teriam de passar pela invenção da roda, mas nada acontecerá enquanto continuarmos com o "discurso da confiança", semelhante ao do Sr. Ministro das Finanças que a semana passada desafiou os privados a reagirem e a assumirem a responsabilidade de fazer crescer a economia. Apesar de o Sr. Ministro se lembrar do papel que o Estado tem em criar o ambiente que ajude os privados, não estou certo que isso signifique acções concretas. O caminho passa por devolver aos privados (empresas e trabalhadores) a liberdade de escolha e negociação, a retoma dos seus rendimentos consumidos pelo estado providência, o aumento da responsabilização pelas suas escolhas e acções. No fundo, afastar a intromissão da burocracia estatal do caminho dos cidadãos, diminuindo o consumo de recursos que a sustenta.
Apenas posso desejar ao Sr. Ministro que mantenha a confiança no desbravar desse caminho, ao enfrentar os interesses que vivem da manutenção do status quo. E que mantenha a confiança do P.M. enquanto avança.
A forma como as notícias sobre Nova Orleães foram transmitidas pela nossa comunicação social, a maneira como foram recebidas pelo comum dos cidadãos (com agrado e aguda satisfação) leva-nos a pensar a razão de tanto disparate.
Julgo que as pessoas são maioritariamente anti-americanas porque receiam que, caso o não sejam, se transformem em pró-americanas (são inúmeros aqueles que acusam de pró-americanismo primário quem não critique furiosamente a América). Na verdade, a maioria não consegue encontrar o meio termo, não consegue ser imparcial. Para ser mais preciso, a nossa classe média, compra carros, televisões, anda até de gravata, mas não desenvolveu um mínimo de espírito crítico capaz de discernir o que é informação do que é propaganda. Não o desenvolveu, não por qualquer tipo de incapacidade, mas por medo. Medo em confirmar que está errada e que aquilo que sabe pouco mais é que lixo.
Assim sendo, a nossa classe média, delicia-se com Chavez e com Fidel a prometerem ajuda à América (apesar de Bush). Se vê ali puro altruísmo ou mero cinismo, já não sei. O gosto pela ignorância, o prazer em ser ludibriado, sempre me pasmou.
Soares, como governante, foi ainda pouco menos que uma nulidade. Nos Governos Provisórios foi o desastre que se sabe. Em 1978 foi demitido pelo gen. Eanes por má governação. Em 1983-85 frustrou completamente os acordos de coligação com o PSD, que permitiriam a Portugal desenvolver-se e modernizar a economia. Em 1983-85, com Soares no poder, a inflação chegou a uns impensáveis 24% e o défice desses governos alcançou a vergonhosa marca de 12%! O País estava quase sufocado pela dívida externa e viveu, até essa data (1985), praticamente com as estruturas do Estado Novo e com empréstimos do FMI. Tudo por culpa da teimosia do dr. Soares que, obstinadamente, se recusava a rever a Constituição que permitiria uma liberalização da nossa economia. Facto este que estava previsto nos acordos de coligação entre o PS e o PSD em 1983. O radicalismo de esquerda, no Verão Quente, foi, mais uma vez, bem mais da responsabilidade de Mário Soares do que do PC, realidade que está na base do estado actual de Portugal.
Por todas estas, e por muitas outras razões, Mário Soares é a figura política que mais e mais gravemente prejudicou Portugal em toda a sua existência. Outros terão tentado, como Afonso Costa, mas, graças a Deus, não conseguiram. Mário Soares conseguiu. Assim, e usando a expressão que ele próprio usou com um GNR que o servia, exijo-lhe dr. Mário Soares deixe-nos em paz. Desapareça.
"It is our moral responsibility to help those in poverty by allowing them the means to grow and prosper," Blair wrote in the article, carried on the paper's Web site (www.ft.com). "And it is clearly also in our own economic interest."
Bush é acusado de ter desviado fundos da manutenção dos diques para o combate ao terrorismo. Curiosamente, no 11 de Setembro tinha sido acusado de não ter impedido os ataques terroristas. Ora, isto são análises feitas a posteriori com base em informação nova. Há 2 ou 3 anos toda a gente pedia um reforço do combate ao terrorismo e poucos defendiam que esse reforço era uma má alocação de recursos. Curiosamente, agora a maré virou outra vez.
Vital Moreira pretende que a devastação do Katrina constitui um excelente argumento contra o Estado Mínimo. Afirma que:
A principal tarefa de toda a colectividade política organizada -- a que chamamos Estado -- sempre foi a segurança dos seus membros. A lição do furacão Katrina é a de que o "Estado mínimo" pode ser sinónimo de segurança mínima.
Ao contrário do que se podia esperar VM, parece estar algo confundido (ou pouco informado) quanto ao Estado Mínimo.
Para os minarquistas (ie os que defendem o Estado Mínimo) a segurança da vida humana e propriedade constitui a tarefa mais importante do Estado (mesmo na versão "night watchman"). Alguns defendem mesmo a responsabilidade do Estado na manutenção da insfraestruturas comuns essenciais.
Os minarquistas não defendem um Estado fraco. Defendem que as função do Estado sejam reduzidas ao mínimo mas que este as cumpra de forma eficaz. Na sua presente configuração (mesmo nos EUA) o Estado cumpre uma multiplicidade de funções que não lhe compete. Muitas destas assumem, na agenda político-mediatica, uma importância superior às das suas funções essênciais (como é o caso da segurança). O resultado é o "estado oco" (como lhe chamou o nosso colega MMS) que pretende realizar "muita obra" mas que descura as suas funções essenciais.
Desta forma, o problema não é atribuível ao Estado Mínimo mas sim ao Estado Social.
Eu fui um dos que foi apanhado pela surpresa da dimensão das consequências do furacão Katrina. No meu caso concreto esta surpresa teve consequências concretas e nefastas para mim já que a minha actividade profissional esta ligada ao investimento em mercados financeiros e as ondas de choque do furacão, obviamente, também ai se fizeram sentir. Em termos económicos e financeiros debate-se já a importância que o furacão adquiriu como símbolo do momento de viragem na economia americana e na orientação da sua politica financeira. Mas este simbolismo faz-me reflectir sobre duas questões importantes.
A primeira questão que me é evidenciada é a surpresa geral que foram as consequências deste furacão. Os mercados financeiros são talvez o ambiente mais exigente e competitivo no uso da informação, inclusive mais do que o mundo da espionagem que actualmente se cruza frequentemente com o mundo financeiro. Todas as informações disponíveis são consumidas de forma voraz e escrutinadas exaustivamente nas suas variadas implicações e consequências. Assim desde os relatórios de contas de empresas, a anúncios de avanços científicos, a boletins meteorológicos, tudo que implicar alterações na vida dos mercados, ou seja das pessoas, é analisado e imediatamente repercutido nas avaliações dos activos. Portanto é para mim impressionante perceber que os agentes de mercado falharam por completo a análise e previsão do que seriam as implicações deste acontecimento. Isto demonstra que, independentemente das falhas na preparação e prevenção de um acontecimento desta magnitude, a esmagadora maioria das pessoas mais bem informadas do mundo não esperava o que aconteceu! Dai que este sentimento generalizado de critica face ao governo dos EUA de falta de previsão do que seriam as consequências, e portanto na ausência de preparativos adequados … parece-me hipócrita.
A segunda questão está relacionada com as falhas apresentadas nos sistemas de prevenção e auxilio à catástrofe. Sim, existem muitas falhas, e desgraçadamente muitos sofrem e morrem antes do tão necessitado auxílio. A palavra auxílio, vem de ajudar quem precisa, o que significa que é impossível retirar da vida das pessoas um acontecimento como este, apenas auxiliar e minorar os seus efeitos. E é por isso que eu me impressiono com as capacidades daquele país, com os seus organismos estatais, com as suas estruturas civis, com o seu exército, com os seus média e com a sua capacidade de critica e reacção. Mas impressiono-me sobretudo com o seu pragmatismo e com o espírito daquele povo. Eu não estou a olhar para as falhas, eu estou a olhar para a reacção ás falhas!
Face aquele espírito, não me resta nenhuma dúvida que daqui a um ano, quando as cicatrizes e marcas do furacão ainda forem visíveis e outros furacões se aproximarem, nada será o mesmo no que se refere à preparação deste tipo de catástrofes. Toda este acontecimento vai ser visto e revisto, pensado e analisado para que em caso de um novo e ainda maior cataclismo aconteça todas as falhas sejam equacionadas e corrigidas, todos os recursos necessários numa próxima vez sejam alocados e activados a tempo, todos os acontecimentos sociais desta catástrofe sejam prevenidos, e todos os responsáveis técnicos e políticos sofram as devidas consequências… E é isto que lhes invejo.
Katrinadas: economistas dementes ...o legado de Keynnes...destruir (seja capital seja o valor da moeda) é contribuir para o "PIB". Talvez o mega-terrorismo seja afinal uma benção. Talvez seja melhor repetir duas guerras mundiais. Contribua você mesmo para o " PIB" e destrua qualquer coisita.
No Expresso, um artigo (conteúdo pago) sobre Manuela Magno, professora universitária candidata à Presidência da Repúplica (meu destaque):
Nunca pertenceu a qualquer partido e só despertou para a política há dois anos, em circunstâncias peculariares: «Quando fiz 50 anos, a prenda que ofereci a mim própria foi uma Constituição comentada e anotada, que estudei a fundo. Da sua leitura, concluí que o Presidente da República, eleito, como é, com o patrocínio partidário, não pode ser isento e muito menos garante da estabilidade». Manuela Magno começou então a pensar numa pessoa independente que pudesse candidatar-se com o apoio dos cidadãos. E resolveu que essa pessoa seria ela própria.
Manuela Magno tem, desde a data de anúncio da sua candidatura (29 de Fevereiro de 2004) um blog. No entanto, ainda lhe faltam cerca de 3.000 proponentes dos 7.500 que a lei impõe como mínimo para poder concorrer nas próximas eleições presidenciais.
Para ter o meu voto, Manuela Magno vai ter de lutar por ele. Mas pode, desde já, contar com o meu apoio à sua candidatura. Os documentos a preencher por cada proponente estão disponíveis no seu site.
Agora, cara Manuela Magno, ficam-lhe a faltar 2.999 proponentes. Vou ver se arranjo mais alguns...
A respeito do destaque de primeira página do Expresso de 27 de Agosto, o empresário Belmiro de Azevedo escreveu a este órgão de comunicação social uma carta que, julgo, ser importante aqui transcrever:
Foi com verdadeira surpresa e estupfecção que tive conhecimento, já no domingo, por ter para isso sido alertado telefonicamente, da publicação de uma notícia com o título «Belmiro apoia Cavaco» na edição do EXPRESSO de 27-8-05.
Indo directamente ao assunto, direi que a notícia não tem qualquer fundamento e não tenho a mínima ideia de qual terá sido a fonte de entre «sociais-democratas e de elementos próximos de Cavaco».###
Uma jornalista do EXPRESSO fez na passada quinta-feira, com insistência no dia seguinte, uma ou duas perguntas com carácter mais ou menos especulativo, às quais não respondi, tendo a minha colaboradora Cristina Carneiro dado a resposta habitual - não responder a perguntas com prazo curto para resposta e muito menos quando se trata de alimentar especulações de natureza política ou económica, que não podem ser tratados com leviandade ou ligeireza.
Vários jornais e canais de televisão fizeram ressonância do conteúdo da vossa notícia. Também os «bloguistas» me escrevem, assumindo que se trata de uma verdade, por eu não haver desmentido a notícia.
Em face disto, é meu entendimento que só o EXPRESSO pode, com relevo semelhante, pedir desculpa aos seus leitores por ter publicado uma notícia totalmente não fundamentada.
Permito-me acrescentar que o EXPRESSO estava e está particularmente bem informado, por foi na vossa edição de dia 7-3-85 (há mais de vinte anos) que ficou registado a única vez em que eu decidi tornar pública a minha intenção de voto, na altura a favor do dr. Mário Soares, por razões então muito bem detalhadas, nomeadamente o apreço pela sua actividade política anterior, num período de grande confrontação política e partidária.
O momento actual é muito diferente - vivemos sim num regime de luta política e partidária, mas num quadro normal de afrontamento democrático.
Não vejo, pois, qualquer razão para voltar a fazer uma excepção, sobretudo antes de serem conhecidas as decisões definitivas dos candidatos a candidatos.
No momento estou a preparar-me para exercer o meu voto. Comecei a ler a 6ª revisão anotada (J.J. Almeida Lopes) da Constituição da República Portuguesa, com o objectivo de conhecer, com mais profundidade, os poderes do Presidente que vier a ser eleito, o que me ajudará a, como cidadão, votar no dia das eleições.
Como dirigente de um grupo empresarial de grande dimensão em Portugal e no mundo, e após estudar os programas de cada candidato e o potencial impacto no crescimento e competitividade do país, bem como a coerência e consistência das suas ideias ao longo dos últimos 20 anos, poderei então decidir tornar pública a minha posição, isto é, a minha opinião sobre o que será melhor para a economia e para a sociedade portuguesa.
A sociedade não funciona bem sem uma economia de sucesso e as empresas (pequenas, médias e grandes) não funcionam sem uma sociedade coesa e crescentemente mais rica.
É responsabilidade das instituições políticas - Governo, Assembleia da República, Presidente da República - e dos Tribunais gerir harmoniosamente interesses que, com frequência, obrigam a opções.
Fico grato por dar este esclarecimento aos leitores, já que não tenho qualquer intenção de responder aos artigos e perguntas de outros órgãos de comunicação social, provocados pela reverberação do vosso infeliz artigo.
Nota: alguém tem conhecimento de trabalhos/teses/livros que abordem o uso de notícias especulativas com o fim de aumentar audiências?