Proteccionismo radiofónico
Uma das questões colocadas ontem por um dos assistentes (peço desculpa por não me recordar quem), relacionava-se com o sistema de quotas, para a música portuguesa, nas rádios nacionais.
Como muitas vezes, os legisladores ficam perdidos atrás da realidade do mundo de hoje.
Um sistema de quotas visa impôr a audição de uma playlist nacional em substituição das acordadas pelas editoras fonográficas com as emissoras. Estas, excluindo as que pertencem ao estado ou a instituições sem fins lucrativos, vivem da publicidade, dependendo esta das audiências que as sintonizam. Se uma rádio alterar a sua programação por obrigação legislativa, vai haver uma alteração das suas audiências. Em número e composição. E para onde vão as audiências, se todas as rádios se sujeitam às mesmas regras?
O que não faltam são opções: rádios estrangeiras que transmitem ao vivo na internet; sites onde se pode criar a nossa própria rádio e escolher entre géneros, sub-géneros, artistas, discos e músicas e a frequência com que os ouvimos; rádios online orientadas para certo tipo de música ou audiência (para os utilizadores/realizadores mais preguiçosos); pequenos "gadgets" com muitos megabites de memória disponível onde guardar a nossa playlist (retirada da internet ou dos CD's lá de casa) e que podem transmitir para os rádios (sem fios). E a chegar estão os telemóveis com estas funções incorporadas.
Se os legisladores viajarem pelo país, de rádio ligado e dedo no sintonizador, vão descobrir que os donos das rádios já descobriram o enorme mercado para música portuguesa que existe. Basta confiar o assunto ao gosto dos ouvintes.
por LA @ 9/23/2005 03:41:00 da tarde
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