30.9.05

O estado maquinista

O presidente do Conselho de Administração da Refer, três gestores da mesma empresa e um administrador da CP receberam ontem, no Ministério das Obras Públicas, o despacho de exoneração das respectivas funções por motivo justificado.
Recordo que a CP fechou o último exercício com capitais próprios negativos de 1.239 milhões de euros e prejuízos de 265,4 milhões de euros. Sendo uma empresa pública, estes resultados pertencem a todos os contribuintes. Perceba-se: são um encargo dos contribuintes.

Para além de ser mais uma organização para onde se podem fazer as nomeações convenientes aos governantes da época, o universo CP serve também para que o estado possa actuar de acordo com aquilo que entende ser a sua função de regular e dirigir a economia, como se vê no caso da expropriação das instalações da Bombardier.
Numa altura em que o ministro Mário Lino discute com o seu secretário de estado quantos aeroportos vamos ter e o projecto TGV parece ter a luz verde para avançar, são estes os sinais da qualidade e formato da gestão pública que os supostos parceiros/investidores privados recebem.