16.9.05

Orçamento, controllers e regras

Uma das ideias novas para combater a tendência para mais despesa é a introdução da figura do “controller”. Apesar de se poder vir a revelar útil, a sua mera criação não afecta como a despesa pública é usada (e abusada). A determinação da despesa, e as consequências da mesma, são muito diferentes numa empresa privada e na máquina do Estado, e logo o enquadramento de um “controller” numa e noutra será também distinta.

Numa empresa privada (normalmente, uma grande empresa), o “controller” está identificado com os objectivos da empresa - contenção de custos, inovação de processo, melhor gestão, como forma de assegurar a sobrevivência da empresa a longo prazo.

No sector público, dificilmente a ideia de sobrevivência será determinante para que os interesses do “controller” estejam alinhados com os objectivos de menor mas melhor gasto público (usando uma frase já usual nestes contextos). É de prever uma rápida aculturação dos “controllers” ao ritmo da máquina burocrática (ao fim de uns meses, o sindicato; depois, a definição da carreira, seguidas dos direitos inerentes à mesma, rapidamente “adquiridos”).