19.9.05

Falta de formação...

(...) quando a retoma chegar será suficiente para absorver a mão-de-obra que agora está a ser afastada pelo choque económico?

Essa é a questão crucial. Saber se esta população com idades avançadas, em termos de mercado de trabalho, e com qualificações baixas vai ter condições de regressar à vida activa como aconteceu com a população de Setúbal nos anos 80. Esta população tem baixa empregabilidade e corre-se o risco de entrar numa situação de desemprego estrutural. Mas tem de haver uma grande intervenção, quer da política pública quer da formação profissional.

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(...) o que se está a fazer para assegurar a modernização?

Temos de alterar as qualificações - com formação contínua e de desempregados - e formação inicial das pessoas que entram no mercado de trabalho. Este é o verdadeiro contributo da política de emprego e formação profissional. Há ainda a acrescentar o apoio à criação do próprio emprego e ainda os apoios à contratação.

Que exemplos concretos existem do anunciado reforço das políticas activas de emprego?

Estamos a apostar nas medidas de formação que têm uma componente de equivalência escolar. São basicamente os cursos de aprendizagem de formação/educação. O objectivo é recuperar pessoas que abandonaram o sistema de ensino. Estes cursos têm uma procura e empregabilidade elevada. No OE intensificou-se as políticas activas de emprego em mais 110 milhões de euros.
Sobre este assunto, convém relembrar parte da entrevista de Medina Carreira à SIC:
Medina Carreira: (...) Nós gastamos em formação profissional sabe quanto? Está orçamentado na Segurança Social. 900 MILHÕES DE EUROS por ano, em média. Nos últimos três anos. Para formar quem e como? O senhor já deu por alguém que tivesse aprendido alguma coisa na formação? O senhor já viu que são 180 milhões de contos...

SIC: O que eu vejo é os empresários a dizer que precisam de operários especializados e não os têm. Apesar do alto nível de desemprego.

MC: Nós precisávamos de um ensino técnico profissional adaptado às circunstâncias modernas e andamos a fingir que fazemos formação. Porquê? Porque uma parte deste dinheiro vem da Europa. Nós não temos pejo em estragar este dinheiro que vem da Europa.
Empresários e trabalhadores são quem melhor sabe quais as reais necessidades de investimento em formação. Logo, porque razão é o Estado quem decide quais os cursos a financiar com os impostos cobrados aqueles?

*(Via Blasfémias)