"A date which will live in infamy"
A 8 de Dezembro de 1941, o presidente americano Franklin D. Roosevelt descreve o dia anterior como "uma data que viverá em infâmia" (título em epígrafe). Iniciava-se o envolvimento militar dos Estados Unidos da América na II Guerra Mundial, em resposta ao ataque japonês a Pearl Harbor.
44 meses depois, Harry S. Truman assinou mais duas páginas no livro de infâmias. A 6 de Agosto de 1945 explode na cidade de Hiroshima a bomba atómica "Little Boy" e, três dias mais tarde, é detonado semelhante explosivo na cidade de Nagasaki. Milhares morreram. Uns mais lentamente que outros.
Como o Luciano Amaral atrás refere, anteriores incursões aéreas de larga escala causaram, sobre cidades alemãs e japonesas, bastantes mais vítimas (durante a presidência de Roosevelt). E estimava-se que a continuação da guerra poderia significar a perda de milhões de vidas de ambos os lados. Tal não aconteceu porque o Japão, face ao poder destrutivo do novo arsenal americano, rendeu-se a 15 de Agosto de 1945.
Será que foi, então, justificado o uso das bombas? As opiniões divergem. Porém, o propósito deste post não é tomar uma posição a favor ou contra mas, sim, evidenciar os custos morais e éticos, de vida e morte, decorrentes da perda da liberdade de escolha individual.
Abdicamos todos os dias, pouco a pouco, da nossa liberdade. De forma democrática, claro! As maiorias, a classe política, a elite intelectual, os grupos de interesse, etc, sabem sempre o que é melhor para a população. Em nome do "bem comum", justiça social, segurança nacional (e outros tantos termos estatizantes), a sociedade é gradualmente controlada, dirigida e planeada por bem intencionados líderes políticos. O valor de cada cidadão, por si só, desvanece perante políticas socialistas de "igualdade". Para o Estado, a vida humana torna-se uma questão matemática, na qual cada um de nós é desprovido da sua identidade. Somos apenas números em equações de somar, dividir e... subtrair. A liberdade definha. Sem se aperceber, o indivíduo torna-se servo do Estado.
E é em tempos de guerra que, finalmente, o indivíduo verifica a perda de controlo do seu próprio destino face à vontade de uma pequena elite que decide quem vive e quem deve morrer. A perda do direito à vida não aconteceu de um dia para o outro. Mas esse é, afinal, o fim do caminho para a servidão.
Assim, antes de pensarem se foi ou não justificado o uso das bombas atómicas, considerem o seguinte: todos os genocídios têm, na sua génese, a tirania do Estado.
por BrainstormZ @ 8/06/2005 04:40:00 da tarde
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