O sentido da irresponsabilidade
A Comissária da política externa da União Europeia, Benita Ferrero-Waldner, afirmou, na semana passada, que o levantamento do embargo de venda de armas à China pela UE, não implicará a sua venda efectiva. De acordo com a mesma comissária, existe um código de honra que o impede. Há quem qualifique este discurso de ‘redondo’, ‘vazio’ ou até mesmo de ‘hipócrita’. Ele é isso tudo e ainda mais. Muito mais. Na verdade, comprova a irresponsabilidade que deve pulular entre as inúmeras cabeças da UE. Uma irresponsabilidade interessante por estar, constantemente, aliada a uma pose de ‘sentido de estado’, ao famoso discurso de ‘as coisas não são assim tão simples’ e por aí fora. Mas uma irresponsabilidade perigosa.
A China ainda não é uma potência militar, mas tem todas as condições para o vir a ser. Apenas lhe faltam alguns conhecimentos tecnológicos, que os europeus, em troco de dinheiro, parecem dispostos a ajudar a desenvolver.
Para culminar, a China autorizou, ontem, o emprego da força militar, caso Taiwan proclame formalmente a sua independência. É a primeira posição de força da China, nos últimos anos. Ela não parará por aqui. O seu poder exigirá domínio. A dita comissária europeia já prometeu aos países da região que nada têm com que se preocupar. Dá pena ver que ainda há quem não tenha percebido que a Europa não tem força e vale pouco. A China pode vir a ser um monstro forte. Se assim for, a América terá de fazer cedências, sacrificando (como o fez no pós II GM) países na esfera chinesa. Se a Europa não tiver cuidado poderá, não só vir a sentir as consequências nefastas do seu comportamento, como também chegar a ser responsabilizada por ele.
por André Abrantes Amaral @ 3/14/2005 12:10:00 da tarde
<< Blogue