De todas as objecções por mim levantadas, o Timóteo aceitou 0 (zero). As outras 2 ou 3 pessoas que apresentaram comentários foram igualmente premiadas com iguais provas de abertura ao diálogo e flexibilidade.
Concluo que o Timóteo não está interessado em discutir.
Em face desta atitude abrem-se três vias de actuação:
Manda-se passear o Timóteo;
Pacientemente, procura-se de forma mais didáctica apresentar as nossas objecções à ‘lógica’ do Timóteo;
Procura-se um método que seja imune à falta de abertura ao diálogo do Timóteo.
Eu sigo estes três caminhos:
Apresento neste blog uma nova tentativa de explicar os erros do Timóteo.
Apresento no post que está imediatamente por baixo deste provas de que: a Igreja não defende nem quer defender um único sistema económico-social; a Igreja aceita pelo menos uma forma do modelo económico-social que o Timóteo rejeita; vários aspectos do modelo económico-social defendido pelo Timóteo são condenados e criticados pela Igreja.
Repare-se que todas estas conclusões contrariam directamente as conclusões da ‘lógica’ do Timóteo. Se as conclusões estão erradas, a ‘lógica’ não pode estar certa,
Caso o Timóteo se mantenha na sua posição irredutível, e tendo sacrificado pelo Timóteo várias horas desta madrugada para escrever estes posts, posso, muito cristãmente, mandar passear o Timóteo.
Os principais erros do Timóteo são os seguintes:
O Timóteo utiliza o cristianismo para justificar as suas preferências políticas. Esta técnica foi já utilizada várias vezes durante a história. Nalguns casos, nomeadamente ocorridos durante os anos 40, esta prática foi condenada pela Igreja. O que o Timóteo deveria fazer era verificar quais das suas preferências políticas são compatíveis com o ensinamentos da Igreja e quais não são.
Ao tentar utilizar a doutrina para justificar o seu sistema favorito, o comete o seu 2º grande erro: o Timóteo não pensa com a Igreja. Muito protestantemente, o Timóteo examina livremente as escrituras e chega a conclusões contrárias àquelas da Igreja:
Ao contrário do que o Timóteo diz, não existe um sistema económico-social cristão, ou uma área política cristã;
O sistema defendido pelas pessoas a quem o Timóteo por várias vezes no seu blog chama ‘inimigos’, é compatível com a doutrina nos termos descritos no post seguinte;
Vários aspectos do sistema defendido pelo Timóteo são incompatíveis com a doutrina;
A defesa exclusiva da intervenção estatal viola a doutrina e não leva em conta os resultados da experiência de décadas. Esta defesa aproxima-se da estatolatria. Da mesma forma, o facto de você desprezar a caridade privada e o papel da sociedade civil, quando a Igreja propõe activamente uma e exalta a outra, também não favorece a defesa da sua tese.;
A solidariedade não diz respeito apenas aos bens materiais, mas sobretudo aos bens espirituais. Nestes aspecto a sua abordagem é muito materialista;
Etc...
O 3º grande erro é pensar que um partido ou uma área política se caracterizam apenas pela defesa de um determinado sistema económico-social. Ao fazê-lo, o Timóteo constrói uma esquerda que não existe ou que, a existir, será constituída apenas pelo Timóteo. A recusa de considerar as “causas fracturantes” como fazendo parte do projecto da esquerda, que o Timóteo fundamenta com recurso a argumentos com graça mas historicamente falsos, obriga o Timóteo a excluir da esquerda todos os partidos da esquerda.
Mas não quero aqui repetir o que está escrito noutros lados. Leia o que está neste blog e no post seguinte.
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