O Freitas
Assisti, no Sábado à noite, a uma pequena parte do programa Eixo do Mal, mais precisamente quando o Pedro Mexia criticava Freitas do Amaral por este se ter aproximado dos partidos de esquerda, após ter chegado, em 1986, a unir e representar toda a direita portuguesa. Na minha opinião, o percurso e as atitudes de Freitas devem ser vistas de forma e modos diferentes. Foi Churchill quem disse que existem aqueles que mudam de pensamento porque permanecem no mesmo partido político e aqueles que mudam de partido porque se mantém fieis à sua ideologia. Quando O CDS surgiu, surgiu como sendo um partido do centro e não de direita. Sucede que, em 1975, a grande maioria da população aderia às políticas de esquerda. Logo, um partido político que se colocasse ao centro, passaria a ser visto, inevitavelmente, como sendo de direita. Os anos passaram, a normalidade foi regressando e toda a sociedade se aproximou de políticas mais de direita, como as privatizações, a aposta numa economia de mercado, a entrada na União Europeia e por aí fora. O país lentamente foi caminhando de um lado para o outro. Da esquerda para a direita. Tal como os partidos. Freitas não. Freitas continuou no centro. O espaço que era ocupado pelo CDS (que foi sendo empurrado, fruto da evolução do seu eleitorado) para a direita, passou a pertencer ao PS. Quando Freitas do Amaral se diz, agora, mais próximo do PS que do CDS, não me choca, porque está a ser ele mesmo. Um homem do centro.
(Continua)
por André Abrantes Amaral @ 3/07/2005 09:58:00 da manhã
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